“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver”
Gloria Hurtado

Em todos os campos da vida passamos por encerramentos de ciclos: biológico, emocional, pessoal e profissional. O biológico acontece de forma involuntária, e não temos nenhum controle sobre este ciclo, porque faz parte da natureza humana, mas quanto aos outros temos algum ou total controle.

Nos últimos meses refleti muito sobre as dificuldades que a maioria de nós tem para encerrarmos alguns ciclos, então cheguei aos 3 principais obstáculos que nos fazem adiar ou simplesmente não encerrar os ciclos. Convido à todos a lerem minhas reflexões:

O novo

Naturalmente o ser humano prefere a estabilidade dos acontecimentos a se jogar no incerto, obscuro, inédito, enfim o novo! Podemos até prever o que acontecerá na próxima etapa, mas não teremos todo o cenário desenhado, e isso é fato! Por conta dessa necessidade quase biológica de mantermos o status quo, via de regra, congelamos em cenários já desgastados e sem brilho algum. Acontece que a poderosa emoção MEDO que nos impulsiona para ação, mas que também tem como efeito colateral o “congelamento” faz com que fiquemos nas reflexões sem fim: Será que devo fazer essa mudança agora? Será que vou sofrer? E se…

Todos sabemos que o novo é atraente e quando chegamos lá, nos perguntamos: Por que demorei tanto? Sim é muito bom, mas igualmente assustador! O novo requer aprendizado rápido, superar dificuldades, experimentar novas emoções, adaptação, abertura para acolher pessoas novas e diferentes, cenários desconhecidos e principalmente requer reinventar a si próprio.

O novo de fato é assustador! Mas somente ele nos trás as possibilidades de aprendizados, quebra de paradigmas e proporciona a saída da zona de conforto.

Prepare-se para o novo fazendo um planejamento cauteloso, conversando com pessoas que já passaram pela experiência que você quer viver e avalie os cenários negativo, positivo e o mais provável.

O julgamento

Sabia que julgar é orgânico? Nosso cérebro é programado para julgar o tempo todo por uma questão de defesa biológica, ou seja, julgamos e seremos julgados. A única coisa que conseguimos controlar é o nosso nível de julgamento, portanto temos que aceitar que toda e qualquer decisão que venhamos a tomar será julgada primeiramente por nós e depois pelos outros.

Em minhas reflexões e observações percebi que muitas pessoas, e eu me incluo nessas “muitas pessoas”, deixam de encerram ciclos importantes por conta do medo do julgamento. E quando o “julgador” é muito importante para nós, ai o medo do julgamento de fato torna-se quase intransponível e acabamos por fim não fazendo aquilo que deveríamos fazer. Normalmente as reflexões que nos acometem são do tipo: E se “fulano” não gostar mais de mim? E se ficar contra? E se não me der apoio? E se…

Há de se ter coragem para correr o risco, porque livrar-se do julgamento, como vimos, é impossível! Todos terão sempre alguma opinião a dar, logo a melhor escolha que podemos fazer é arriscar-se. Lembre-se que algumas pessoas estarão ao seu lado no novo ciclo, e outras não, porque ficarão onde desejam ficar, até porque muitas vezes o encerramento de ciclo tem haver com um fim de relacionamento ou mudança de emprego.

Prepare-se para o julgamento aumentando sua autoconfiança, autoestima, esperança, determinação, saúde física, mental e espiritual.

O erro

Muito normal e quase óbvio que nos encerramentos de ciclos façamos algumas coisas que não darão certo e que nos cause arrependimentos. Erro faz parte do aprendizado e estará presente em nossas vidas até o final. Aprendi que na verdade não temos medo do erro, e sim de sermos surpreendidos errando e/ou acusados de erro.

As reflexões mais comuns quando somos tomados pelo medo de errar: E se não der certo? E se essa não for a melhor escolha? E se…

O importante do erro é o que aprendemos com ele, então como é inevitável errar, ao cometer um erro pergunte-se: O que aprendi com isso? Qual o aprendizado dessa experiência?

Prepare-se para os erros com muita humildade, assumindo os erros, tendo coragem para voltar atrás, pedindo ajuda e tirando os aprendizados necessários para prosseguir.

Nos meus vários encerramentos de ciclos, aprendi muitas coisas e desenvolvi habilidades que nem sonhava um dia ter. Hoje olho para trás e me orgulho de ter superado esses 3 obstáculos, e sei que apesar de tê-los superado, eles não deixaram de existir, pois em todo novo encerramento de ciclo, eles voltarão para me assombrar, entretanto ao ter passado por eles mais de uma vez, sinto-me forte o suficiente para superá-los!


Claudia Lisboa

Sócia Diretora da Eleve Consulting e Consultora Associada ETALENT

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