A virada do ano e os votos de renovação que se estendem pelo período de festas fazem transbordar em nós o desejo de mudança. Mudar de vida, de carro, de trabalho, mudar a alimentação. A sensação é que, efetuando algum tipo de mudança em nossas vidas e em nosso cotidiano, todo o resto passará a fluir melhor, com o frescor da novidade de ideias novas trazidas por um ano que também é novo.
Nesse misto de pensamentos e desejos, entretanto, cabe uma pequena pausa para reflexão: é preciso mudar tudo mesmo? A mudança será positiva? Em muitos casos, continuar fazendo da mesma forma, porém com mais gosto e vontade, pode ser a solução. Isso pode acontecer, por exemplo, no nosso ambiente de trabalho. A estafa de final de ano e o cansaço acumulado das reuniões, planilhas, relatórios e palestras nos trazem uma sensação grande de insatisfação, em grande parte das vezes. Vale avaliar, entretanto, se a insatisfação não é cansaço disfarçado.
Em vários momentos da nossa vida profissional a insatisfação real surge, é bem verdade. E é importante saber identificar esses momentos e planejar a melhor maneira de efetuar uma mudança que possa nos deixar satisfeitos novamente – fazendo algo totalmente diferente ou se dedicando com mais afinco e vontade ao que já se fazia anteriormente. Contudo, o bom profissional precisa discernir quando é o momento certo de focar ao invés de atirar para todos os lados. Caso não tenha essa consciência, corre-se o risco de entrar em um círculo vicioso de mudanças que podem nunca ser satisfatórias.
No final das contas, não há receita de bolo. Cada um deve entender o que de fato precisa de mudança – nesse ano novo ou em qualquer momento da vida – e o que necessita de arrumação. Que essa descoberta seja um de nossos desafios ao longo desse ano que começa.
Bom 2014!
Por Jorge Matos, Presidente da ETALENT