“Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser”
Alan Watts
Todo processo de Coaching, independente do resultado desejado, nos chama para uma transformação pessoal: estamos num ponto querendo ir para outro, sem conseguir chegar e, às vezes, sem nem saber porque simplesmente não saímos do lugar. Queremos muito, desejamos ardentemente, mas algo dentro de nós nos boicota. Não queremos tanto, mas mesmo assim insistimos em nos manter em uma posição que está confortável, só por medo de tentar. Nossas relações começam a se deteriorar e não conseguimos entender a nossa parte naquela bagunça toda.
“Eu tento, mas não consigo. Eu quero, mas não realizo. Eu não sinto mais prazer, mas não me movimento. Eu vivo o caos em minha vida e não consigo ver uma saída.” São tantos os motivos e para cada um deles, acreditamos que só uma outra pessoa teria o poder e o conhecimento para nos retirar daquele lugar. E assim, busco o Coach – aquela super pessoa que irá encurtar o meu caminho, me colocar lá no ponto do resultado desejado, quase que por um milagre.
Seria tudo lindo, se não houvesse apenas uma barreira nesse cenário: a responsabilidade pela ação! Ninguém muda sem algum tipo de esforço e ação pessoal. Nem toda a metodologia do mundo, por melhor aplicada que seja, é capaz de nos tirar do lugar, se não conseguir acender a chama interna que precisamos para nos colocar em movimento.
No início da minha carreira como Coach, em todos os processos que conduzia, me deparava com essa barreira da falta de “fogo interno para transformação” e cheguei a questionar o processo de Coaching. Como amava estar ali na frente de pessoas querendo mudar suas vidas, resolvi tentar um pouco mais e adaptar toda metodologia recebida, passando a dar ouvido a algo que minha intuição já gritava em meu ser: “Se não sabemos onde estamos, impossível saber para onde iremos.”
E com esse sentimento forte, comecei a aplicar no início de todos os meus processos, ferramentas e reflexões que conduzissem o cliente a um olhar mais profundo de si mesmo, das suas reais motivações, habilidades e aptidões. Acreditava que não existiria transformação verdadeira sem o conhecimento profundo do cliente sobre seu universo interior e aplicava quantos encontros fossem necessários para que conseguisse se encontrar com muita intimidade e conforto. O ganho foi imenso e logo comecei a conduzir processos inteiros, somente focados em autoconhecimento e mudança comportamental.
Dali em diante, foi um caminho natural que eu escolhesse a ferramenta DISC como parte dos meus processos de coach em carreira, pois com o inventário gerado, eu e o cliente tínhamos insumos detalhados para entender o seu modelo comportamental, dividido em fatores muito importantes para uma trajetória profissional – Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade:
• O fator Dominância mede como lidamos com problemas e desafios.
• O fator Influência mede como lidamos e influenciamos pessoas.
• O fator Estabilidade mede como lidamos com mudanças e nosso ritmo.
• O fator Conformidade mede como lidamos com regras e procedimentos estabelecidos por outros.
Entendendo nossas escolhas em relação à decisão, relacionamento, mudanças e regras, fica muito mais fácil descobrir onde estamos e decidir onde queremos estar, usando a força de vontade necessária ao movimento. Quando descobrimos nosso perfil comportamental, de uma vez por todos, apoiados pelo Coach, podemos finalmente:
• Deixar de tentar e passar a determinar onde quero chegar, prontos a seguir os passos necessários.
• Descobrir o que realmente queremos, o que faz nosso coração agitar e o olho brilhar.
• Sair de uma situação que não faz mais sentido, desenvolvendo habilidades e posturas necessárias ao movimento.
• Criar empatia com as pessoas e construir relações mais genuínas e positivas.
E relendo a primeira frase desse artigo – “Acordar para quem você é requer desapego de quem você imagina ser” – podemos chegar a conclusão de que o dono do poder de transformar nunca foi do “outro”, do coach. Esse poder sempre esteve em nosso coração, mas esquecido, porque sem nos conhecer direito, só conseguíamos enxergar o brilho daquilo que vem de fora.
Coach não é milagre, coach não é fórmula pronta – coach é empoderar através do reconhecimento de si mesmo!
Por Alessandra Riscado
Trabalha com a Educação Emocional, apoiando pessoas a gerenciar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos através de processos direcionados para o autoconhecimento. Utiliza conhecimentos e metodologias de Coaching, Programação Neurolinguistica, Eneagrama, Neurociência e Psicologia Positiva. Seu objetivo de trabalho é conduzir o cliente a uma observação atenta e sem julgamento dos seus processos de organização mental, com o objetivo de escolher os melhores comportamentos para atingir seus resultados pessoais ou profissionais.
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Hugo Freire
Hugo produz conteúdos para ETALENT. Atuou em gestão corporativa em diversas empresas. Através das ferramentas ETALENT, descobriu seu amor pela Medicina. Foi atrás do seu sonho e hoje é nosso conteudista e correspondente na Rússia.