Em 1885, os trabalhadores americanos fizeram uma paralisação no dia primeiro de maio para reivindicar melhores condições de trabalho. Eles trabalharam 13 horas e queriam uma jornada de 8 horas. Entre mortos e feridos, conseguiram! Até hoje são homenageados por isso, embora a situação não tenha mudado muito de lá pra cá.

Apesar do que foi conseguido, ainda existe uma mentalidade entranhada em nossos cérebros de que empresa e trabalhadores não podem jogar do mesmo lado.

Isso faz com que cada um assuma o seu papel e a história continue se repetindo. A empresa agindo de forma predadora, tratando as pessoas como máquinas ou sendo paternalista, privilegiando pelos afetos e as pessoas na postura da reclamação, atitudes rebeldes, vingativas ou de acomodação.

Estamos falando de mentalidade, de crenças limitantes que nos impedem de sair da competitividade interna e mergulhar na cooperatividade dentro das organizações, assumindo a responsabilidade pessoal por uma relação com o trabalho mais saudável e prazerosa.

O primeiro passo é entender que o DNA da Empresa é diferente do DNA das pessoas. O da Empresa é produtividade, lucratividade e performance. O das pessoas é talento, aprendizagem, reconhecimento e prazer. Aparentemente, unir estas duas cadeias de DNA é impraticável.

Esta consciência nos coloca os pés no chão para compreender que empresa não é família e que profissionalizar as posturas de ambos os lados é o caminho para uma relação amistosa.

A profissionalização de uma Empresa passa por uma curva onde se faz necessário sair da informalidade. Isto significa sentimentos à parte e justiça no topo. Justiça para ambos os lados.

O trabalhador precisa aceitar que ele é medido pela sua capacidade de ENTREGA e se o RH aumenta os benefícios para reter talentos ou aumentar a produtividade não o faz por filantropia, mas porque finalmente reconhece que as pessoas precisam estar motivadas.

Por outro lado, se o trabalhador deve manter-se importante para a Empresa, a Empresa deve também estar aberta para responder às suas necessidades para que ele deixe as mágoas à parte e negocie a melhor forma de continuar a fazer parte dela.

Assim se inicia o ciclo da entendimento que gera a cooperação de forma profissional e leve, comunhão de objetivos e um clima organizacional saudável. Segundo o I Ching “quando direitos e deveres são bem definidos, não existe conflito”.

Sair das crenças limitantes é ressignificar a definição de trabalho de ambas as partes. É preciso ver que trabalho = performance + prazer + aprendizado, cujo resultado é metas atingidas, dinheiro no bolso, reconhecimento e muita motivação.

Aí, meu amigo, é onde nasce uma nova forma de relação. Trabalhador que tem o talento reconhecido e é alocado de acordo com o seu perfil pessoal, faz o trabalho com prazer e busca cada vez aprender mais.

Consequência: melhora a performance e entrega o que a empresa precisa. Por sua vez, a empresa lhe recompensa com salário e benefícios adequados, feedbacks positivos e até com premiações e promoções e todos saem satisfeitos.

Cooperação é resultado de pessoas e empresas amadurecidas. Quem está experimentando está se dando bem!

Vânia Portela

Por Vânia Portela
Psicóloga Clínica e Organizacional, Coach, Analista Master do DISC ETALENT, Palestrante, escritora e sócia Diretora da Portela & Cavalcanti – Gestão Estratégica de Pessoas.


Hugo Freire

Hugo produz conteúdos para ETALENT. Atuou em gestão corporativa em diversas empresas. Através das ferramentas ETALENT, descobriu seu amor pela Medicina. Foi atrás do seu sonho e hoje é nosso conteudista e correspondente na Rússia.

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