Outro dia estava numa fila qualquer e ouvi a conversa (quem nunca?) entre dois rapazes que estavam à minha frente. “Esse papo de ser feliz no trabalho não existe. Não conheço uma pessoa que acorde empolgada para ir trabalhar”, disse um deles. Saí de lá e não consegui me desligar dessa frase, afinal, parece tão absurda a ideia de você sair de casa todos os dias para se torturar durante oito horas fazendo algo que não gosta a troco de pagar as contas no final do mês.
Cheguei à conclusão de que o rapaz só podia estar falando besteira. Acredito que muita gente pense como ele, mas todo mundo não. Se Thomas Edison não gostasse do que fazia, não teria inventado a lâmpada elétrica; se Einstein estivesse desmotivado não teria chegado à Teoria da Relatividade; se Beethoven achasse um porre tocar piano, não teria virado quem virou. Poderia citar casos como esses até você não aguentar mais, mas a ideia é mostrar que há uma luz no fim do túnel, que unir trabalho e lazer não é história da carochinha.
O mundo muda justamente porque pessoas que amam o que fazem existem. Elas deram a sorte de descobrir seus verdadeiros talentos e não tiveram medo de colocá-los em prática. Seria muito mais fácil para Galileu se ele não tivesse contestado o conceito de a terra ser quadrada. Ele poderia ter apenas trabalhado para se sustentar. Mas a ciência o movia e sua paixão acabou movendo o mundo.
Tudo é uma questão de escolha. Você pode aceitar que trabalho é um tormento ou buscar a satisfação e fazer a diferença. Mas não venha me dizer que isso é impossível.
Não creio que um dia todas as pessoas vão se dedicar ao que amam e tudo será um mar de flores. Desde que o mundo é mundo “trabalho” é visto como sinônimo de “sofrimento”, infelizmente. Só espero que cada vez mais pessoas tenham a sorte de descobrir que dá para ser diferente, para que a terra continue girando cada vez melhor.
Por Cristiane Nobili, colaboradora da ETALENT