Sem dúvida, a procrastinação é um problema para diversos colaboradores e empresas. Essa prática configura uma forma de autoboicote, ou seja, algo prejudicial e repetitivo que vai contra os reais desejos daquele profissional. E, apesar da ideia parecer simples, o que torna esse comportamento tão perigoso é que, na verdade, ele é completamente involuntário – quem procrastina, na maioria das vezes, nem mesmo percebe o que está fazendo até ser tarde demais e já não conseguir dar conta de todas as tarefas.

Se engana quem pensa, entretanto, que esse é um problema que pode ser resolvido com alguns treinamentos em gestão de tempo e priorização de demandas. Por vezes, o ato de procrastinar esconde questões mais sérias, como problemas de saúde mental e emocional, infelicidade e insatisfação. O burnout, por exemplo, é uma condição de cansaço extremo que pode aumentar a incidência da procrastinação. Afinal, quem está esgotado dificilmente tem energia para adiantar tarefas e se organizar em relação ao próprio tempo. O mesmo pode ser dito de condições ainda mais severas, como a depressão e a ansiedade, que já são entendidas como distúrbios em crescimento no mundo inteiro.

Logo, o ato de procrastinar pode estar diretamente relacionado à qualidade de vida dos colaboradores. Por isso, é fundamental que, antes de tomar qualquer providência, a empresa entenda o que está causando o problema. Afinal, hoje em dia, entende-se amplamente que o bem-estar do Capital Humano é algo que pode ser convertido em produtividade. Quando a saúde mental dos colaboradores está desequilibrada, os resultados são ruins para todos os lados. Não à toa, as empresas de maior sucesso no mercado são amplamente reconhecidas por investimentos na saúde e no bem-estar de seus profissionais.

Contudo, é válido mencionar que, nem sempre, a procrastinação é oriunda de uma condição crítica de saúde mental. Existem, sim, pessoas que têm problemas para lidar com prazos, quem tenha dificuldade em estabelecer o foco em tarefas e, também, perfis comportamentais que são naturalmente mais “avoados” – e, portanto, propensos a procrastinar. Mas, afinal, o que fazer para melhorar essa situação nas empresas? É o que você vai descobrir no artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é procrastinação?

De forma objetiva, a procrastinação corresponde ao ato de adiar uma tarefa que precisa ser realizada. Esse tipo de atitude pode ocorrer de forma consciente, ou seja, quando a pessoa percebe o que está fazendo e ainda assim opta por deixar tudo para a última hora, ou inconsciente, quando ela nem mesmo se dá conta do problema. De acordo com o psicólogo Mário Braille, consultor aqui na ETALENT, “procrastinar é adiar sucessivamente aquilo que temos para fazer, e sentirmo-nos, simultaneamente, culpados por estarmos a adiar. É um comportamento prevalente e considerado complexo por envolver componentes cognitivos, emocionais e comportamentais que fornecem ao procrastinador um conforto temporário diante de uma tarefa aversiva“.

Por vezes, este também pode se tornar um hábito que, pouco a pouco, vai sendo cada vez menos racionalizado pelo indivíduo. Não à toa, de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Estudar em conjunto com a MindMiners e relatada nesta matéria do jornal Extra, 52% das pessoas entendem a procrastinação como um hábito inimigo da capacidade produtiva.

É importante ressaltar que é normal adiar alguma tarefa, sobretudo quando ela é trabalhosa, para fazer algo que dê mais prazer ou seja mais fácil de realizar. Entretanto, é preciso ter cuidado para que isso não aconteça todas as vezes em que uma pessoa precisa dar conta de alguma demanda. Caso contrário, a tendência é que a procrastinação se torne parte da rotina daquele indivíduo, o que pode não apenas comprometer a sua produtividade, como também fazer com que ele perca prazos e enfrente sérias consequências tanto na vida pessoal quanto profissional.

Em entrevista cedida à revista Você S/A, a neurocientista Claudia Feitosa-Santana explicou que a procrastinação ocorre por um motivo bem simples: a tendência de nosso cérebro a escolher o que nos traz benefícios imediatos. A cientista contou que, como as tarefas que procrastinamos normalmente só trazem retornos no futuro, há uma priorização natural pelo que nos traz prazer naquele minuto, mesmo que isso seja assistir a vídeos em redes sociais ou a novos episódios de seriados.

Já arrumar o quarto, escrever um relatório ou estudar podem ser tarefas entendidas pelo cérebro como desagradáveis e maçantes, o que faz com que o órgão as tenha como preteridas. Afinal, faz muito mais sentido gastar energia com algo que nos proporcione bem-estar rapidamente.

A especialista explicou que essa tendência vem por conta de nossos instintos mais primitivos, quando as preocupações ainda estavam relacionadas a encontrar comida e sobreviver aos predadores. Por outro lado, o córtex pré-frontal, responsável pela racionalidade e por pontos como o pensamento em longo prazo e planejamento, tenta fazer com que cada pessoa tenha disciplina mediante essa situação. O resultado é um entrave entre essas duas frentes, fazendo com que a pessoa tenha um “bug” mental e não consiga decidir se vai ou não iniciar a tarefa. E aí, ela procrastina.

 

Diferenças entre procrastinação e preguiça

Muitas pessoas entendem a procrastinação e a preguiça como sinônimos, mas é importante deixar claro que os termos tratam de pontos completamente distintos. Enquanto a procrastinação envolve adiar uma tarefa para fazer algo que ofereça mais prazer imediato, uma pessoa preguiçosa apenas opta por não fazer nada até que tenha vontade. Contudo, é válido reiterar que ambas são perigosas para o desenvolvimento de qualquer profissional que deseje atingir a alta performance.

Além das questões emocionais previamente mencionadas, a procrastinação também pode aparecer como uma manifestação de baixa autoestima, ansiedade, insegurança, estresse em demasia ou mesmo cansaço. Esse comportamento também pode acontecer como uma forma de autossabotagem ou mesmo pela dificuldade de se concentrar. Pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), por exemplo, são especialmente suscetíveis à procrastinação, uma vez que praticamente qualquer estímulo faz com que elas percam o foco no que precisam fazer.

O panorama costuma ser diferente quando se trata de preguiça. Nesse caso, o indivíduo não se compromete com suas responsabilidades e se recusa a fazer qualquer tarefa que demande o mínimo de esforço. Também é comum que essas pessoas tenham problemas para enxergar esse comportamento nocivo e que, quando se deparam com situações em que precisam encarar a realidade, transfiram a responsabilidade para outras pessoas. O preguiçoso pode ver todos ao seu redor prosperando em suas carreiras e acreditar que fica para trás porque é uma vítima de algo específico – para eles, as promoções podem estar relacionadas à bajulação, por exemplo, não ao esforço individual. Para essas pessoas, é difícil identificar o problema, processá-lo e tentar mudar.

 

Principais causas da procrastinação

Existem diversos motivos que levam as pessoas a procrastinarem. Afinal, essa é uma reação natural do cérebro primitivo ao priorizar tarefas que nos dão prazer no lugar das que podem ser cansativas e desgastantes.

Uma das principais razões pelas quais as pessoas procrastinam é a falta de disciplina. Afinal, desde a infância, somos educados a fazer tarefas por obrigação – não necessariamente porque elas precisam ser feitas. Isso pode despertar um sentimento negativo em relação às responsabilidades conforme os indivíduos tornam-se adultos. Logo, eles passam a procrastinar as tarefas sem nem mesmo entender por que fazem isso; este é um processo completamente inconsciente.

Outro fator comumente relacionado à procrastinação é a insegurança, que normalmente está associada ao perfeccionismo. Pessoas inseguras com as tarefas que precisam realizar normalmente cobram muito de si mesmas e tendem a adiar tudo para fazer apenas no momento considerado perfeito por elas. Esse tipo de lógica está associado ao medo de falhar e não cumprir com o que exige de si mesma. Para entender como essa linha de raciocínio funciona, basta imaginar um escritor que tem muitas ideias para suas histórias e simplesmente não as coloca no papel usando a desculpa de ainda não ter todo o desenvolvimento planejado. Apesar de sutil, essa é uma forma de procrastinação muito comum e que atinge profissionais das mais distintas áreas.

O excesso de confiança também pode fazer com que as pessoas procrastinem suas tarefas. Nesse caso, há sempre uma certeza de que está tudo sob controle e elas vão conseguir terminar tudo no último momento – inclusive, há quem diga que a pressão do prazo curto faz com que o trabalho “funcione melhor”. Mas é válido ressaltar que, de acordo com estudos, a procrastinação só gera estresse e trabalho malfeito.

A falta de organização e inabilidade com a gestão de tempo também são motivos pelos quais as pessoas costumam procrastinar. Como mencionamos, há pessoas que naturalmente têm mais dificuldade em administrar as próprias demandas – fator, inclusive, diretamente relacionado ao perfil comportamental. Cabe frisar, no entanto, que esse tipo de habilidade pode ser aprendido com as técnicas e a orientação certa. Logo, quando esse é o motivo pelo qual o profissional procrastina, o panorama pode ser relativamente simples de resolver.

Isso porque há razões bem mais complicadas que justificam a procrastinação – e uma das principais é a saúde mental comprometida. Doenças de ordem psicossomática como o burnout, a ansiedade e a depressão afetam a disposição e a energia de uma pessoa para realizar quaisquer tarefas. Quando acometido por essas doenças, o profissional pode ser o mais organizado e responsável do mundo, mas a tendência é que o gasto energético seja tão grande que ele simplesmente não consiga colocar suas tarefas em dia. Destacamos aqui que um dos sintomas da depressão é a completa perda do interesse em fazer atividades que, antes, a pessoa gostava. No caso de tarefas que são “obrigatórias”, o cenário pode ser ainda mais desafiador. Não à toa, em casos mais graves, as pessoas abandonam a limpeza de suas casas e chegam a abdicar da rotina de higiene pessoal.

 

Tipos de procrastinação

Existem diversas formas de procrastinar e, curiosamente, algumas delas são disfarçadas de ações planejadas. Aqui, destacamos:

Os viciados em listas

De forma geral, fazer listas é uma boa forma de manter a organização deixando as tarefas em vista. Mas há quem exagere em relação a esse recurso e faça listas intermináveis, que nunca consegue cumprir até o final – até porque são muitas atividades descritas. Nesse caso, a pessoa gasta energia desenvolvendo a listagem e mapeando as próprias tarefas quando poderia simplesmente colocá-las em prática. O recomendado, nesse caso, é fazer uma seleção mais efetiva dos itens para tornar o processo mais estimulante. Dessa forma, o indivíduo pode ir riscando os tópicos de um em um conforme forem feitos e adicionando outros com o tempo.

Os que dormem demais

Os momentos de descanso são fundamentais para qualquer profissional. Entretanto, há quem utilize esse momento para “fugir” do que tem que fazer. E, ao dormir, sempre há a possibilidade de que a pessoa perca a hora, acorde apenas quando o tempo já for curto e ela precisar correr para dar conta das tarefas. Nesse cenário, esse indivíduo fica cada vez mais desesperado e, consequentemente, sua produtividade diminui. Ressaltamos, mais uma vez, que isso não significa que um profissional deva abrir mão de suas noites de sono para trabalhar. Apenas que é preciso tomar cuidado para não criar o hábito de utilizar a soneca como uma fuga das responsabilidades.

Os que deixam para amanhã

Há um ditado popular que diz “nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje“. Mas, para esse tipo de procrastinador em especial, o argumento é praticamente o oposto. Normalmente, são pessoas que não têm prazos definidos para realizar suas tarefas e acabam postergando sempre que podem. Entretanto, ao adiar as atividades, o tempo para executar cada uma delas diminui, o que eventualmente pode levar a pessoa ao desespero e a altos níveis de estresse. Para esse perfil, o ideal é realizar as tarefas intercalando-as com atividades que geram prazer.

Os que priorizam o prazer em detrimento do dever

Como sabemos, existe uma tendência natural a escolher atividades mais fáceis e que geram prazer de forma imediata. Rolar o feed da rede social durante uma tarefa maçante, por exemplo, é o suficiente para incentivar no cérebro a produção de dopamina, o hormônio do prazer. A questão é que esse tipo de estímulo nos deixa viciados e cria um ciclo em que estamos sempre interrompendo momentos de concentração para fazer atividades que gostamos. E, muitas vezes, as pessoas acabam criando o hábito de priorizar o prazer em detrimento de suas responsabilidades. Para as pessoas com esse perfil, uma boa solução é tentar intercalar os momentos de prazer com os deveres. Caso contrário, tudo pode sair do controle e a procrastinação se torna algo recorrente.

 

Prejuízos da procrastinação

Na carreira profissional

  • Dificuldade em cumprir prazos: a pessoa está sempre acumulando demandas;
  • Queda de produtividade: é mais difícil conseguir colocar tudo em dia sob essas circunstâncias;
  • Desenvolvimento de um sentimento de incapacidade: a pessoa passa a duvidar do que ela é capaz de fazer, podendo desenvolver até a síndrome do impostor;
  • Altos níveis de estresse e irritabilidade no ambiente de trabalho: dada a quantidade de demandas pendentes;
  • Relações de trabalho conflituosas: devido aos problemas ocasionados pela conduta;
  • Dificuldade em bater metas: a produtividade fica comprometida;
  • Desenvolvimento de carreira estagnado: o profissional perde chances de aprender novas habilidades e se desenvolver;
  • Perda de oportunidades.

Na vida pessoal

  • Desânimo: a pessoa passa a acreditar que desperdiça o tempo em vez de utilizá-lo e não entender por quê;
  • Sentimento de culpa: a pessoa procrastina sem nem mesmo perceber e entende que este é um hábito de autossabotagem;
  • Estresse: o procrastinador precisa correr para dar conta das tarefas que não terminou em menos tempo;
  • Falta de energia: se esforça para compensar o tempo que perdeu;
  • Ansiedade: a pessoa começa a temer não dar conta de suas atividades.

 

12 passos importantes para vencer a procrastinação

Vencer a procrastinação pode ser uma tarefa bastante desafiadora. Afinal, o sucesso implica em quebrar hábitos e romper com tendências comportamentais. Entretanto, é possível fazer isso seguindo algumas dicas. Dentre elas, destacamos:

Entenda por que você procrastina

Existem diversos motivos pelos quais as pessoas procrastinam. Nesse artigo, citamos alguns deles, como insegurança, falta de disciplina, excesso de confiança, perfeccionismo e doenças psicossomáticas. Antes de tentar romper o ciclo, é fundamental que a pessoa entenda por que resiste em realizar as tarefas no prazo, afinal, a forma com que ela vai lidar com o problema depende diretamente dessa resposta. A insegurança, por exemplo, pode ser resolvida com mais facilidade do que o cansaço oriundo de um quadro de burnout. É preciso ter clareza em relação a esse ponto para que as tentativas sejam bem-sucedidas.

Desenvolva técnicas de gerenciamento de tempo

Aprender a gerir o próprio tempo inclui desenvolver senso de prioridades, além de organização e disciplina. Esse ponto, que pode ser trabalhoso, é um dos principais quando o assunto é diminuir a procrastinação. Isso porque, quando esse objetivo é atingido, o profissional consegue desenvolver formas otimizadas de planejar e executar as tarefas, aproveitando melhor seu tempo e fazendo o melhor uso possível dele. Assim, não apenas a produtividade no trabalho melhora, como também a qualidade de vida.

É válido mencionar que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, aprender a gerenciar o próprio tempo não significa, necessariamente, esconder o celular e ficar se controlando para não tocar nele até finalizar uma determinada tarefa. Existem diversas técnicas que trabalham a lógica de “tarefa e recompensa”, que podem ser bastante efetivas nessa reeducação.

Uma das mais conhecidas é a técnica de Pomodoro, em que a principal ideia é trabalhar em períodos curtos de tempo e intercalá-los com momentos de pausa. Para usar a técnica, é preciso ajustar um temporizador e se livrar de qualquer item que possa distrair o profissional. Depois, é necessário ajustar o temporizador para 25 minutos e tentar focar o máximo possível na tarefa. Quando o tempo terminar, o profissional deve fazer cinco minutos de pausa. Ao repetir a dose três ou quatro vezes, ele pode aumentar o descanso para 20 minutos.

Crie listas de tarefas com prazos para cumpri-las

Existem pessoas que fazem listas de tarefas enormes e que, por conta disso, não conseguem cumpri-las. Entretanto, quando usada corretamente, essa é uma ferramenta importante e extremamente eficaz para parar de procrastinar. Criando listas, as pessoas não perdem de vista as suas responsabilidades e conseguem se planejar melhor para dar conta de todas elas. Mas, obviamente, esse recurso só vai funcionar se a pessoa colocar, de fato, as atividades em prática.

Comece suas tarefas

Essa pode parecer uma dica simples, mas é de grande dificuldade para muitos procrastinadores. Como vimos, há diversas pessoas que deixam de fazer suas atividades por insegurança ou perfeccionismo. Há quem só queira começar o trabalho quando acredita que está tudo planejado. Entretanto, nem sempre o momento que elas tanto aguardam chega, o que as faz entrar em um looping de procrastinação. Por isso, é importante sempre dar o primeiro passo, ainda que esteja inseguro.

Normalize erros

Essa recomendação é especialmente valiosa quando consideramos que muitas pessoas procrastinam por medo de errar e da reprovação alheia. Normalizar os próprios erros é importante para não perder o controle das emoções e evitar sentimentos negativos, como frustração e dúvida das próprias capacidades. Além disso, os erros fazem parte do desenvolvimento de qualquer habilidade e é preciso aprender a encará-los sob essa perspectiva, não se martirizar por eles.

Seja recompensado por pequenas vitórias

Para muitas pessoas, ficar focado em uma tarefa por um longo tempo pode ser desafiador. Mas a verdade é que, nem sempre, isso é necessário. É possível se programar para ser produtivo por um tempo e fazer pequenas pausas para oxigenar. A técnica de Pomodoro é algo que se baseia nessa lógica de esforço e recompensa. E, ao final da tarefa, o descanso também deve servir como uma recompensa.

Tenha atenção às emoções

As emoções também influenciam diretamente na procrastinação. Cansaço, tristeza e falta de inspiração, por exemplo, são sentimentos que podem atrapalhar o potencial produtivo de uma pessoa. Por isso, lidar com esse problema também envolve desenvolver inteligência emocional, uma habilidade comportamental que ajuda a reconhecer, avaliar, controlar e direcionar as próprias emoções, além de identificar as emoções de outras pessoas. Com essa competência, é possível avaliar níveis de cansaço, estabelecer limites e saber, por exemplo, quando não se forçar a realizar uma determinada tarefa. Afinal, a insistência pode trazer mais frustração e ansiedade.

Elimine as distrações

Vivemos em tempos em que somos bombardeados por informações a cada minuto. Por isso, é fundamental eliminar a influência de qualquer coisa que possa distrair o profissional de alguma forma. Os celulares, por exemplo, são objetos que costumam atrapalhar bastante nesse processo. No caso deles, usar o modo foco para não receber notificações ou mesmo baixar aplicativos com essa função é muito importante. Outros produtos eletrônicos, como TVs e tablets, também têm efeito similar.

Resolva as tarefas mais fáceis primeiro

Quando uma pessoa com tendências a procrastinar começa o dia pelas tarefas mais difíceis, existe sempre uma chance de ela acabar ficando frustrada caso não consiga andar com o projeto. Isso pode fazer com que ela fique ansiosa e, ao longo do dia, vá perdendo sua produtividade a ponto de não conseguir finalizar nenhuma das outras atividades que havia planejado. Por isso, começar pelo mais fácil é mais recomendado, uma vez que ajuda a manter o foco e a concentração. Outra recomendação importante nesse sentido é que, quando houver apenas tarefas longas e trabalhosas em vista, uma forma mais interessante de cumpri-las é dividi-las em partes menores para fazer pouco a pouco.

Tente fazer uma coisa de cada vez

Principalmente quando há muitas tarefas previstas, pode ser difícil entender qual é a prioridade. Frente a essa situação, há quem entre em desespero e tente fazer tudo ao mesmo tempo, o que não é recomendado para superar o hábito de procrastinar. É importante escolher uma atividade específica e ter foco e concentração para finalizá-la. Para um procrastinador, tentar ser multitarefas normalmente é um tiro no pé.

Crie um ambiente favorável

Assim como as redes sociais, estímulos externos também são capazes de distrair qualquer um que tente realizar uma tarefa. Em home office, isso pode ser especialmente desafiador, visto que nem sempre a pessoa mora sozinha e pode ter que lidar com os filhos, parceiros ou demais parentes. Entretanto, é importante que o indivíduo encontre uma forma de criar um ambiente favorável para se concentrar. Isso envolve desde bloquear o estímulo que vem de fora até ter um ambiente ergonômico e adequado para trabalhar.

Desenvolva o autoconhecimento

O autoconhecimento é uma habilidade que compreende uma série de processos de desenvolvimento psíquico, amadurecimento emocional, afetivo, cognitivo e comportamental, que permite que um indivíduo conheça profundamente a si mesmo.

Quando o assunto é procrastinação, ter esse tipo de clareza é tão importante quanto a inteligência emocional em si – aliás, não à toa, esses processos estão intimamente ligados. Conhecer a si mesmo permite entender emoções, identificar limites, saber o momento em que é possível se esforçar para terminar uma tarefa e, também, quando esse tipo de insistência só vai promover frustração. Além disso, com o autoconhecimento, a pessoa melhora a gestão de si mesma e entende, por exemplo, quanto tempo levaria para finalizar uma demanda.

Para promover o autoconhecimento, o Personal Change, programa de coaching on-line focado no autodesenvolvimento, é de extrema ajuda. Imersivo, ele é importante para a pessoa entender como lida com duas demandas e o que faz com que ela procrastine.

Para saber mais sobre o programa Personal Change, clique aqui.

Em conjunto com o relatório de desenvolvimento, essa tarefa fica bem mais fácil de ser cumprida.

Para saber mais sobre o Relatório de Desenvolvimento, clique aqui.

 

Como as organizações podem ajudar os profissionais?

Existem algumas ações que as empresas podem realizar para ajudar seus profissionais a pararem de procrastinar. Dentre elas, destacamos:

Entender o que causa procrastinação

O primeiro passo para combater a procrastinação no ambiente de trabalho é entender por que os profissionais estão adiando suas tarefas. É importante que a empresa utilize ferramentas, como análises e mapeamentos, para entender se este é um problema oriundo da vida pessoal ou se há algo no ambiente de trabalho que esteja causando essa situação. Só assim, é possível intervir de acordo com a necessidade de cada profissional.

Criar um ambiente de trabalho organizado

Ambientes de trabalho saudáveis e organizados também são importantes para otimizar o tempo. Esse tipo de cuidado impede que os profissionais percam tempo procurando por itens específicos antes de dar início às suas jornadas. Além disso, incentivar a criação de relações positivas é interessante para manter os níveis de estresse baixos e fazer com que todo o fluxo de trabalho seja menos desgastante. Sob essas condições, as equipes ficam mais sinérgicas e produtivas.

Oferecer apoio psicológico

Como vimos, a procrastinação é diretamente influenciada pelas emoções e pelas condições de saúde mental de cada pessoa. É importante que a empresa tenha isso em mente e, se possível, ofereça programas voltados para o apoio psicológico. Com o suporte profissional adequado, é possível mitigar o problema ou até mesmo acabar com ele de vez. Ademais, esses cuidados melhoram a qualidade de vida do Capital Humano, o que também impacta positivamente outros pontos críticos, como produtividade, turnover, absenteísmo e motivação.

Dividir projetos grandes em partes menores

Projetos extensos e trabalhosos podem acabar desestimulando os profissionais e fazendo com que eles fiquem frustrados caso não consigam finalizá-los. Por isso, é interessante que a empresa divida o todo em partes menores, que possam ser realizadas no dia a dia. Dessa forma, os profissionais se cansam menos e se sentem mais motivados para cumprir as tarefas, sem a sensação de sobrecarga.

Incentivar o uso de ferramentas para gestão e organização

A procrastinação também está relacionada à desorganização. Nesse sentido, a empresa pode incentivar o uso de ferramentas pensadas para a gestão de projetos. O Asana e o Trello são exemplos de plataformas especialmente efetivas nesse ponto. Também é possível escolher uma ferramenta específica e padronizar os processos de todos os setores da empresa, incluindo essa conduta como parte da cultura do negócio.

 

Dicas de recursos para parar de procrastinar

Livros sobre procrastinação

  • Como vencer o medo, deixar de procrastinar e se tornar uma pessoa de ação (2016), de Steve Allen: Nesse livro, o autor se dedica a entender as razões psicológicas para que as pessoas procrastinem, além de apresentar diversas alternativas para interromper o hábito.
  • A equação de deixar para depois (2012), de Piers Steel: Fruto de anos de estudos do autor, o livro mistura psicologia, biologia e técnicas de autoajuda para explicar por que as pessoas procrastinam e o que podem fazer para aumentar seu potencial produtivo.
  • Trabalho focado: como ter sucesso em um mundo distraído (2020), de Cal Newport: No livro, o autor se propõe a ensinar o leitor a aplicar a técnica do “trabalho profundo”, com a qual consegue aumentar seus níveis de concentração, diminuir a procrastinação e otimizar a produtividade.

Recursos tecnológicos

  • Trello: No software, as atividades são divididas em cartões adicionados a quadros (boards). Cada pessoa pode personalizar essas ferramentas para fazer uma gestão de tarefas mais adequada a cada necessidade. É possível criar colunas para atividades pendentes, em produção e finalizadas, por exemplo, e organizar os cartões conforme o andamento de cada uma delas.
  • Asana: A plataforma funciona como um calendário em que os colaboradores organizam as tarefas por data e hora, e notificam os demais quando ficarem prontas. O app permite adicionar subtarefas, criar listas, lembretes, além de trocar ideias com os colegas sobre o andamento das atividades.
  • Google Keep: A ferramenta funciona como um bloco de notas onde as pessoas podem adicionar insights, áudios, fotos, desenhos, dentre outras possibilidades que ajudam a manter a rotina organizada. Além de ser integrada a outras ferramentas do Google, a plataforma também dá suporte a lembretes e notificações.
  • Modo foco: Nos celulares mais modernos, existem opções para suspender momentaneamente o recebimento de notificações. Dependendo do sistema operacional, elas podem mudar de nome, mas a proposta é a mesma: que os dispositivos não comprometam o foco da pessoa enquanto ela realiza uma tarefa.
  • Todoist: A plataforma permite criar listas personalizadas com as tarefas pendentes, o que é muito efetivo para que elas não saiam da vista. Além disso, as listas podem ser sincronizadas com outros aplicativos.

A procrastinação é um obstáculo para quem deseja manter a produtividade alta. O que torna esse problema mais perigoso para os profissionais é a enorme gama de motivos pelos quais ele ocorre, podendo variar desde indisciplina até uma saúde mental comprometida. Entretanto, desenvolvendo o autoconhecimento e com o apoio das empresas, é possível mitigar os danos e oferecer uma jornada de trabalho com mais qualidade de vida.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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