As discussões sobre a saúde mental estão cada vez mais frequentes no ambiente corporativo. Isso porque, desde o surgimento de movimentos como o RH 5.0, que propõe uma visão mais humanizada na forma com que as empresas lidam com seus colaboradores, muito mudou – e ainda está mudando – nas organizações. Hoje, entende-se amplamente que manter a produtividade, o desempenho e a motivação dos profissionais não depende exclusivamente de fatores como salários altos e benefícios competitivos. Também é preciso oferecer ambientes de trabalho propícios para que eles consigam se manter mental e emocionalmente saudáveis.

Isso porque, quando a empresa sustenta práticas nocivas aos colaboradores, os níveis de estresse e ansiedade aumentam. E em tempos em que as organizações buscam cada vez mais agilidade, é preciso ter cuidado para não acabar sobrecarregando o Capital Humano na busca por mais produtividade e resultados mais expressivos. O burnout, por exemplo, é uma condição engatilhada pelos altos níveis de estresse e cansaço, oriundos especificamente da rotina de trabalho. Atualmente, o burnout já atinge 32% dos brasileiros, segundo essa matéria publicada na revista Exame.

Quando um colaborador desenvolve burnout, ele tem mais dificuldade em absorver e reter informações, uma vez que a doença tem como um de seus principais sintomas o colapso mental. Nessas condições, é bem mais difícil que ele se mantenha produtivo e, por consequência, alcance os resultados almejados. E isso não é uma especificidade desse distúrbio – a depressão e a ansiedade também podem ocasionar condições similares, que impactam negativamente tanto o colaborador quanto a empresa.

Uma vez que a saúde mental do Capital Humano está desequilibrada, os resultados são ruins para todos os lados. E isso nem precisa chegar, de fato, às situações mais graves e complexas – quando os profissionais sentem que estão no limite, a situação já pode piorar. E um dos principais desdobramentos dessas condições é que, cansados e estressados, os colaboradores começam a se autossabotar. No artigo de hoje, você vai aprender mais sobre essa prática nociva e como a empresa pode ajudar seus profissionais. Boa leitura!

 

O que é autossabotagem?

Como o próprio nome indica, a autossabotagem se refere a um tipo de boicote que uma pessoa faz consigo mesma. Isso engloba uma série de práticas prejudiciais e repetitivas, que vão de encontro aos seus reais desejos. Apesar da definição simples, esse é um assunto complexo, uma vez que descreve um comportamento involuntário e que, muitas vezes, as pessoas nem mesmo percebem que o estão reproduzindo. É válido ressaltar também que as atitudes nocivas podem aparecer nos mais diversos âmbitos da vida e comprometem tanto aspectos pessoais, como relacionamentos e a visão que um indivíduo tem sobre ele mesmo, até questões que envolvem a sua carreira profissional.

A partir da definição, muita gente pode pensar que a solução para essa situação é simples – afinal, é “só” não se sabotar, certo? Infelizmente, a praticidade dessa perspectiva não dá conta de todas as questões que envolvem as atitudes sabotadoras. Muitas vezes, elas abarcam pensamentos negativos advindos de traumas construídos ao longo da vida. Inclusive, de acordo com a psicologia, a incidência desses pensamentos pode estar relacionada aos sentimentos – sobretudo, os ruins – formados a partir do convívio com outras pessoas em fases mais precoces, como a infância e a adolescência.

Mesmo com as influências positivas, para muitos, o contato com pais, avós, tios, irmãos ou mesmo colegas de turma, por exemplo, pode ter sido marcado também por traumas. Vivenciar o abandono, se sentir culpado, fracassado e rejeitado nessas fases da vida, por exemplo, pode levar a desequilíbrios emocionais que, se não forem tratados, vão seguir com o indivíduo por toda a sua vida. E quando isso acontece, é bem comum que eles levem às atitudes sabotadoras.

É normal, inclusive, que essas atitudes sejam repetitivas, criando empecilhos e barreiras que separam os indivíduos de seus objetivos, sejam eles quais forem. No caso de uma pessoa que deseja perder peso e que se esforça para manter uma alimentação equilibrada, por exemplo, a autossabotagem acontece quando ela come, todos os dias, algo que não deveria. Ao pensar “ah, comer esse chocolate hoje não vai me fazer mal”, pela recorrência, ela pode comprometer todo o progresso que vem tendo em prol desse objetivo. Já para quem deseja controlar os gastos, o autoboicote pode significar compras impulsivas, sobretudo de itens que o indivíduo não necessita naquele momento. Até mesmo nos relacionamentos isso pode acontecer; afinal, quando há desequilíbrio emocional, é bastante comum que as pessoas criem problemas por conta de inseguranças, medos e percepções equivocadas da realidade. É nesse contexto que muitos relacionamentos afetivos têm fim.

De acordo com o psicólogo Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da Autossabotagem (2006), a maioria dos pensamentos negativos que se transformam em sabotadores estão fora do domínio daquilo que é consciente. O autor explica que a tendência, nesse caso, é que essas atitudes destrutivas se repitam e que a pessoa responsável por elas tente encontrar um motivo externo que justifique a sua estagnação. Há quem atribua ao azar, ao universo, ao inferno astral, às forças divinas, aos demais colegas de trabalho, aos parceiros, mas nunca a si mesmos. Outra questão levantada pelo autor no livro é que, mesmo que inconscientemente, isso também acontece por conta do medo de sair da zona de conforto e atingir novos níveis de independência e autonomia.

Vale mencionar que a autossabotagem pode estar associada a uma série de transtornos, como a síndrome do impostor, depressão e ansiedade. Em casos extremos, essas práticas nocivas podem escalonar e ultrapassar os limites do campo psíquico, fazendo com que um indivíduo provoque ferimentos em si mesmo para se punir. Por isso, é extremamente importante ter cuidado e observar quando os indícios de autossabotagem começam a aparecer.

 

Os tipos de autossabotagem

A autossabotagem pode se manifestar de diversas maneiras, variando conforme o contexto em que a pessoa que se boicota está inserida. Entre os tipos mais comuns, destacamos:

Vitimização

A vitimização descreve um padrão de comportamento em que um indivíduo se coloca constantemente no papel de vítima das situações. Além desse tipo de atitude fazer com que ela adote uma postura passiva em relação ao que acontece ao seu redor, é comum que a pessoa delegue aos demais a culpa por tudo que considera um fracasso para si mesma. Normalmente, os vitimistas utilizam recursos como a lamentação e a reclamação para ganhar a atenção que desejam e impor a própria vontade.

Procrastinação

De forma simples, a procrastinação se refere ao ato de adiar uma tarefa que precisa ser realizada. Essa é uma das principais formas de autossabotagem, visto que é bastante comum que pessoas procrastinadoras esperem até o último momento para entregar as atividades, mesmo que isso signifique realizá-las sob pressão ou em conjunto com outras tarefas. O cérebro de um procrastinador tende a criar distrações, fazendo com que ele perca o foco no que deve fazer e deixe tudo para a última hora. Evidentemente, em um contexto de trabalho, isso representa queda significativa na produtividade, além de aumento dos níveis de estresse e ansiedade pelo acúmulo de tarefas associado ao tempo para entregá-las. Há aqueles que acabam desistindo completamente de fazer o que deve ser feito, o que deixa tudo ainda pior.

Culpabilidade

A culpabilidade pode ser entendida como a prática constante de culpar a si mesmo, mesmo quando não há motivo para tal. Isso também pode ser bem nocivo, uma vez que abre espaço para que os pensamentos negativos e punitivos se proliferem – sobretudo quando há trauma, baixa autoestima ou sentimento de incapacidade.

Medo

O medo é algo inerente à natureza humana e, por isso, deve ser respeitado. Contudo, há quem simplesmente se paralise pelo pânico de sair da zona de conforto, como mencionamos anteriormente. Isso pode ser muito perigoso, principalmente para quem busca por desenvolvimento profissional. Afinal, em grande parte das vezes, pessoas com tendências sabotadoras não encaram os erros como oportunidades de aprendizado, mas, sim, como um atestado da incapacidade que acreditam ter.

Bloqueio emocional

O bloqueio emocional pode ser considerado uma manifestação mais específica do medo, já que normalmente surge a partir de um objetivo simples: não sofrer. A questão é que, muitas vezes, isso faz com que as pessoas se distanciem de suas emoções, o que também as anestesia em relação à própria vida. Isso as impede, por exemplo, de se envolverem emocionalmente com outras, de se arriscarem e até de aproveitarem as coisas boas da vida.

 

Como identificar a autossabotagem?

Como mencionamos, a autossabotagem é nociva em qualquer contexto em que se manifeste. Por isso, é fundamental que pessoas que têm crenças limitadoras sobre si mesmas estejam atentas às oportunidades que acabam perdendo por acreditarem que não são capazes. O primeiro passo nessa jornada é aprender a identificar os sintomas da autossabotagem antes que eles se agravem e acabem trazendo sérios danos à vida do sabotador e das pessoas à sua volta. Por isso, há uma série de perguntas que o indivíduo pode fazer a si mesmo, caso suspeite que se autoboicota.

Alguns pontos de reflexão importantes são:

  • Alguém já te disse que você reclama demais?
  • Você está constantemente atrasado(a)?
  • Você já deixou de fazer algo que queria por achar que não iria conseguir?
  • Você já jurou que jamais cometeria novamente um erro em específico e acabou repetindo-o pouco tempo depois?
  • Você valoriza os seus acertos e encara os seus erros como oportunidades de crescimento?

Essas perguntas sinalizam alguns comportamentos sabotadores comuns. É importante fazer essa reflexão porque, dentre os principais sinais, nem todos são reconhecidos com facilidade. Os mais explícitos são a procrastinação de tarefas, a compulsão alimentar e o uso de drogas. Mas também são indícios de autossabotagem:

Insistência desmedida em ser autossuficiente

A autossuficiência pode ser definida como a capacidade de não depender de ninguém para concretizar um objetivo. Evidentemente, até certo ponto, é muito importante que uma pessoa a desenvolva – algum nível de autossuficiência é necessário, por exemplo, para que uma pessoa consiga viver de forma saudável enquanto mora sozinha. Contudo, para pessoas com tendência à autossabotagem, especialmente as que têm problemas em confiar nos outros, isso pode se transformar em uma recusa a pedir ajuda, mesmo quando necessário. É comum que, por conta da insistência, esses indivíduos tentem fazer tudo sozinhos, ainda que a demanda seja maior do que eles podem suportar. Nesse contexto, podem acabar prejudicando o próprio trabalho.

Comparação com os demais

Para muitas pessoas, a única forma de dimensionar o seu sucesso em determinado aspecto é se comparando com os demais, o que faz com que elas se pressionem para conseguir os mesmos feitos. A questão é que isso pode ser extremamente prejudicial, uma vez que ajuda a criar um complexo de inferioridade, que faz com que elas se sintam fracassadas. Além disso, a tendência é que menosprezem as próprias conquistas, o que vai fazer com que desenvolvam um sentimento constante de insuficiência. Essa deve ser uma luta diária, já que, segundo o ditado popular, somos ensinados desde pequenos que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Mas é extremamente importante se manter atento a esse tipo de pensamento.

Pânico à ideia de cometer erros

Para quem tem uma saúde emocional equilibrada, cometer erros faz parte do desenvolvimento e amadurecimento pessoal e profissional – afinal, é errando que aprendemos a acertar. Contudo, para os sabotadores, este pode ser um terrível pesadelo. Isso porque a lógica é muito similar ao que acontece com indivíduos com síndrome de impostor: errar funciona como o atestado de uma suposta incapacidade, além de expor a incompetência imaginária aos colegas.

Exigência de si em demasia

Outro comportamento comum em pessoas sabotadoras é elas exigirem demais de si mesmas – de uma forma que chega a ser injusta. Nunca estão satisfeitas com o que produzem, criticam a si mesmas o tempo inteiro, se culpam, se pressionam, se sentem incapazes, têm uma enorme dificuldade de aceitar os próprios acertos ou mesmo de reconhecer suas conquistas. Esse tipo de comportamento é extremamente nocivo, além de ser desgastante em termos de saúde mental. Como mencionamos, erros fazem parte do processo de aprendizado e evolução. Contudo, para essas pessoas, compreender essa perspectiva pode ser bastante difícil.

Incapacidade de relaxar

Após um dia longo dia de trabalho, nada mais saudável do que um merecido descanso. No entanto, para os sabotadores, essa questão é consideravelmente mais complicada. Um dos principais sinais das práticas sabotadoras é a incapacidade de relaxar, que faz que, mesmo em momentos em que deveriam estar descansando ou se divertindo, esses indivíduos estejam estressados com o que precisam fazer no dia ou na semana seguinte. Isso sem mencionar o gasto de energia com preocupações desnecessárias, como a possibilidade de ter falado algo que não deveria e como isso pode trazer consequências negativas. Vale lembrar que esse é um sintoma extremamente comum em pessoas que manifestam o transtorno de ansiedade.

 

As consequências da autossabotagem no trabalho

As práticas sabotadoras são nocivas em diversos aspectos da vida de uma pessoa – elas comprometem a relação consigo mesma e com outros indivíduos, provocam distúrbios psicossomáticos e podem até resultar em atitudes autodestrutivas. No ambiente de trabalho, isso também pode ser um problema grave, uma vez que impede os profissionais de se desenvolverem e, muitas vezes, faz com que a rotina de trabalho seja tratada com descaso.

Isso porque, frequentemente, o sabotador é aquela pessoa que atrasa (ou deixa de comparecer), procrastina, não consegue entregar suas tarefas no prazo e se recusa a fazer mais do que o mínimo. E mesmo com esse tipo de conduta, ainda é comum ver essas pessoas reclamando e demonstrando insatisfação sem perceber que, na verdade, muitos de seus problemas têm origem nas próprias atitudes.

No contexto corporativo, as consequências da autossabotagem são:

  • Mudança constante de emprego: esse profissional tem grandes dificuldades de se firmar em uma organização;
  • Comportamento explosivos: a pessoa se mostra profundamente insatisfeita e comumente culpa os colegas pela sua estagnação;
  • Falta de ânimo e felicidade: aquele colaborador nunca está satisfeito e não consegue enxergar as próprias conquistas;
  • Estresse e ansiedade: principalmente quando o comportamento nocivo está relacionado à procrastinação.

 

Como o RH pode ajudar os colaboradores?

O comportamento de autossabotagem é prejudicial tanto para os colaboradores quanto para as organizações onde trabalham; afinal, essas práticas impactam negativamente a performance e a capacidade produtiva do Capital Humano. Por isso, é importante que o RH também esteja atento, caso esses sintomas apareçam.

Lembramos que ter uma perspectiva externa é essencial para ajudar na identificação dessas práticas, uma vez que, por se tratar de um comportamento inconsciente, muitos colaboradores não conseguem fazer isso sozinhos.

Dito isso, algumas dicas são:

Mapeie a satisfação do Capital Humano

Entender como anda a saúde emocional dos profissionais da empresa é uma parte importante da identificação de práticas sabotadoras. E para isso, vale tudo: conversas formais, informais, feedbacks, acompanhamento do desempenho por parte do RH e a realização de pesquisas corporativas voltadas para o clima organizacional e a satisfação dos colaboradores. Esse é o caso do Mapeamento do Clima Comportamental, que evidencia pontos como a felicidade, a motivação e a forma com que o comportamento de cada profissional se relaciona com seu cargo. Dessa forma, o RH consegue identificar com mais facilidade os colaboradores que se sentem infelizes e por quê. Caso práticas de autossabotagem sejam identificadas, esse tipo de mapeamento garante o suporte ao profissional o mais rápido possível.

Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental, clique aqui.

Implemente um programa de saúde mental

Um programa de saúde mental pode ser definido como um conjunto de iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais. Isso envolve a adoção de modelos de gestão humanizados, práticas que corroborem a segurança psicológica dos colaboradores e palestras para a conscientização da necessidade de a saúde mental estar em dia, dentre outras possibilidades. Em médio e longo prazos, esse tipo de ação ajuda a criar ambientes organizacionais mais saudáveis, onde as pessoas se sentem confortáveis para falar sobre sua saúde emocional. Além disso, essa prática estimula a empatia nos demais colaboradores, o que faz com que eles também sejam capazes de identificar práticas sabotadoras nos colegas quando elas aparecem.

Invista em práticas humanizadas

A humanização também é um ponto importante para criar um ambiente de trabalho saudável e que monitora constantemente as condições psicológicas do seu Capital Humano. Com um modelo de gestão humanizada, que trata os profissionais como pessoas – não máquinas -, a empresa fica mais próxima de seus colaboradores e consegue identificar os sinais de desgaste mental com mais facilidade. Além disso, é importante que o RH conte com profissionais com soft skills diferenciadas, como empatia e inteligência emocional, para que seja possível ajudar os colaboradores afetados pela autossabotagem.

Estimule o autoconhecimento

O autoconhecimento também é um fator de suma importância nesse contexto. Isso porque essa é uma habilidade capaz de tornar uma pessoa mais apta a lidar com as próprias dificuldades, o que é essencial para que compreenda o seu comportamento com mais profundidade, o que inclui a forma com que sente e manifesta suas emoções. Vale lembrar que a autossabotagem está diretamente relacionada à incidência de traumas nas fases mais precoces da vida. Profissionais que desenvolvem o autoconhecimento passam a se questionar e tentar entender por que eles se comportam de uma determinada forma. Por isso, se tornam mais capazes de identificar não apenas os momentos em que se autossabotam, como também os gatilhos que desencadeiam esses comportamentos ao longo da vida.

Faça devolutivas comportamentais

De forma objetiva, as devolutivas comportamentais são feedbacks feitos a partir de análises – e, nesse caso específico, como o próprio nome indica, são direcionadas ao comportamento. Elas acontecem em formato de conversa entre um avaliador e um avaliado, e funcionam como um diagnóstico para identificar os pontos em que a pessoa se destaca e os que precisam de atenção. No caso de quem tem tendências à autossabotagem, a devolutiva comportamental pode ser uma boa ferramenta para conscientizar o indivíduo, bem como para mostrar como seu comportamento compromete o seu desempenho. Também é um recurso interessante para desenvolver o autoconhecimento e direcionar o colaborador, caso ele não saiba como agir para reverter o panorama.

Para saber mais sobre Devolutivas Comportamentais, clique aqui.

 

5 dicas para superar a autossabotagem

O autoboicote é um problema sério e que pode comprometer diversos aspectos da vida de uma pessoa. Mas felizmente, com a adoção de algumas medidas, ele pode ser amenizado ou até mesmo erradicado por completo, caso a saúde mental do indivíduo esteja em dia.

Dentre algumas dicas para livrar-se dessa condição, destacamos:

Não ignore os sinais

Neste artigo, mencionamos uma série de sintomas que estão diretamente relacionados às práticas de autossabotagem. Caso note algum deles, não o ignore ou deixe-o em segundo plano. Afinal, é comum que, com o passar do tempo e em condições mais estressantes, esses sinais se manifestem com cada vez mais intensidade.

Para essa questão em específico, o autoconhecimento também é um recurso fundamental e, por isso, é extremamente importante desenvolvê-lo. Para esse fim, o Personal Change Digital, nossa ferramenta de coaching on-line voltada para o autoconhecimento e a mudança pessoal e profissional, é extremamente eficaz.

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Trabalhe a autoestima

A autoestima – ou a falta dela, mais precisamente – também é um aspecto diretamente relacionado às práticas de autoboicote. Esse sentimento é comum em pessoas que vivenciaram traumas significativos que comprometeram a forma com que elas enxergam a si mesmas. Inclusive, muitas pessoas se enganam por pensarem que esse fator está associado exclusivamente à aparência física, já que é muito comum encontrar pessoas que não se sentem confortáveis com seus corpos. No entanto, a falta de autoestima também se manifesta quando um indivíduo não consegue reconhecer suas virtudes nem seus acertos, não se sente merecedor de nada bom ou quando se sente insuficiente e incapaz.

Peça ajuda profissional

A terapia também assume um papel fundamental nessa jornada. Sabotador ou não, o ideal é que todas as pessoas façam acompanhamento psicológico com um profissional. Afinal, é desta forma que entendemos mais sobre nós mesmos, nossos gatilhos, traumas e porque reagimos de determinada forma quando expostos a circunstâncias específicas. Esse é um passo importante para que nos tornemos capazes de quebrar padrões negativos de comportamento e para que melhoremos nossa qualidade de vida.

Organize-se

Disciplina e organização também são importantes para quem deseja superar as atitudes nocivas. Evidentemente, isso não é uma tarefa fácil para todo mundo – em especial, para quem tem tendência a procrastinar. No entanto, em conjunto com a terapia, essa tarefa fica mais tangível. Neste sentido, também é interessante usar recursos como agendas eletrônicas e bullet journals, além de monitorar o tempo gasto em cada atividade. Ao final de cada dia, é recomendado planejar o seguinte, descrevendo o que deve ser feito e estabelecendo horários realistas para que tudo seja cumprido. Mas não se esqueça das pausas para descanso; elas são aliadas da disciplina e da produtividade.

Dê o melhor de si

A autossabotagem faz com que muitas pessoas tratem suas responsabilidades com descaso, seja por não conseguirem fazer tudo a tempo ou por não acreditarem na própria capacidade. Contudo, quando os assuntos são carreira e desenvolvimento pessoal, é extremamente importante agir com seriedade e maturidade. Por isso, cada um deve dar o melhor de si, superando os medos e se esforçando para fazer o que deve ser feito no tempo certo. Há quem entenda, equivocadamente, que deve se esforçar para ser melhor que os colegas. Contudo, além deste ser um pensamento competitivo e que pode acabar causando mais frustração, esse não é o ponto. O que realmente importa é ser o melhor que se pode ser, todos os dias.

 

A autossabotagem é um forte indício de que a saúde mental dos colaboradores está abaixo do ideal. Em tempos em que essa é uma pauta recorrente no mundo corporativo, é fundamental que as empresas estejam atentas para evitar que não apenas esse, como também outros problemas oriundos da mesma questão, como absenteísmo, burnout e a síndrome do impostor, se multipliquem.

Afinal, hoje entende-se que as pessoas são o bem maior de uma organização e que a produtividade, a rentabilidade e o sucesso do negócio estão diretamente atrelados ao desempenho dos seus profissionais. Porém, ao contrário do que muitos pensam, este fator em si não depende somente de fatores externos, como boa remuneração; a felicidade do Capital Humano é o seu principal combustível e, por isso, deve ser priorizada.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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