A maioria de nós já ouviu falar em burnout no escritório. Mas agora, com o avanço repentino do trabalho remoto, o burnout encontra lugar também dentro das nossas casas.

O ano de 2020 trouxe muitas mudanças nos regimes de trabalho do escritório para o trabalho remoto. A consequência é clara: muitas pessoas sentem-se esgotadas pela falta de limites entre a vida pessoal e a profissional.

Um colaborador que sofre de burnout pode apresentar perda de motivação e produtividade, com baixa no desempenho, além de manifestar sintomas físicos dessa exaustão, como fadiga e enxaquecas.

Neste artigo, mostramos como a estafa profissional tem se manifestado com mais intensidade no home office e damos dicas sobre como lidar com este fenômeno:

O que é Síndrome de Burnout?

O burnout é um distúrbio contemporâneo, definido como um estado de exaustão física, emocional e mental resultante do investimento prolongado em situações de trabalho emocionalmente exigentes.

A síndrome se manifesta depois de períodos prolongados e repetidos de estresse no trabalho, criando desânimo e tensões musculares. O colaborador entra em colapso e, ao mesmo tempo, se esforça muito para manter uma aparência de normalidade.

Em junho de 2018, a Organização Mundial da Saúde reconheceu esta condição como um fenômeno especificamente ocupacional. O burnout foi introduzido na lista de fatores que influenciam o estado de saúde na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que entrará em vigor em janeiro de 2022.

Entendemos, então, que o burnout não é uma condição médica, mas, sim, um fenômeno vinculado ao trabalho e ao estresse crônico.

 

Quais são os sintomas?

Como diferenciar o cansaço momentâneo da Síndrome de Burnout? Existem vários sinais que podem colocá-lo em alerta, principalmente se já estiverem presentes há algum tempo:

  • Distúrbios no sono.
  • Sentimento de trabalhar cada vez mais enquanto a produção diminui constantemente.
  • Sentimento de que esforços não são notados.
  • Esquecer compromissos ocasionalmente.
  • Contato cada vez menor com família e amigos próximos.
  • Sensação de intensa fadiga e exaustão.
  • Sentimentos negativos ou cínicos sobre o trabalho.
  • Medo constante de cometer erros.

Estes sinais não são necessários nem suficientes para declarar que uma pessoa está sofrendo de esgotamento. Na verdade, as manifestações desse transtorno variam muito de um indivíduo para outro.

 

Quais as diferenças entre a síndrome de Burnout e o estresse?

Não existe um ponto exato que determine onde termina o estresse e o burnout começa. Estresse seguido de estresse costuma ser um fator precursor do burnout – o que não significa que qualquer pessoa sob estresse intenso necessariamente desenvolverá a síndrome.

Para distinguir claramente entre estresse e burnout, considere os dois problemas da seguinte forma: uma crise de burnout não ocorre sem que antes haja o estresse, mas, inversamente, o estresse pode ocorrer sem causar burnout.

 

Quais as consequências do burnout?

Apesar de o estresse e burnout serem distintos, é importante que fique clara a relação viciosa entre os dois: à medida que o estresse aumenta, tudo começa a não estar tão bem quanto antes. Depois de um tempo, surgem problemas de concentração, esquecimento e exaustão, deixando as pessoas ainda mais esgotadas.

O estresse, portanto, também surge na tentativa de reagir aos sintomas da síndrome de burnout, o que faz com que se experimente ainda mais estresse e, logo, mais sintomas de burnout.

É quase impossível ter uma existência livre de estresse. O burnout, por sua vez, é um transtorno que pode fazer com que uma pessoa não seja mais quem deseja ser ou quem costumava ser.

 

Como evitar a Síndrome de Burnout?

A prevenção do burnout envolve a identificação precoce de sinais de alerta e a implementação de uma organização de trabalho adequada (equilíbrio da carga de trabalho, propósito no que se faz, reconhecimento pelos resultados, etc.).

É essencial evitar o agravamento dos sintomas e possíveis consequências. Aqui estão algumas dicas para ajudar no tratamento da síndrome de burnout ou reduzir a carga de estresse que pode vir a tornar-se burnout:

 

1. Delegar trabalho

Colocar uma carga de trabalho desordenada sobre si mesmo tem grandes chances de esgotar as pessoas. Se você suspeita que sua dose de trabalho é excessiva, não tenha medo de delegar certas tarefas. Existem treinamentos específicos para ajudar a criar equipes autossustentáveis.

 

2. Investir na qualidade do sono

Em longo prazo, noites curtas contribuem para o esgotamento físico e psicológico. Para remediar, não há segredo: é preciso dormir! Sem descanso, as pessoas comprometem seu desempenho e motivação. Uma mente descansada aumentará sua eficiência.

 

3. Aprenda a dizer “não”

Aprender a dizer não quando se está sobrecarregado ou fatigado é essencial para a saúde. De forma alguma isso demonstra incompetência ou falta de engajamento. Em alguns casos, é melhor ser honesto e dizer a verdade do que comprometer-se quando não há sequer tempo para atender a um pedido.

 

4. Organização e planejamento

Estar organizado é a melhor forma de administrar seu tempo e reduzir o estresse. Com tantas tarefas, reuniões, atribuições e eventos, manter uma agenda estruturada permitirá que você tenha ideias claras e uma visão global do que tem a fazer.

 

Burnout no home office e no período de quarentena

A pressão no mundo atual está aumentando tanto que ninguém está imune à síndrome. Este aumento se deve, em particular, à crescente precarização do emprego gerada pela crise.

A fonte da inquietação atual está na intensificação do trabalho remoto (home office), que aumenta o estresse sentido pelos profissionais. A seguir, listamos algumas das maneiras como a quarentena e o trabalho remoto afetam muitas pessoas:

  • A linha entre a vida pessoal e a profissional diminuiu.
  • Aumentou a sensação generalizada de falta de privacidade.
  • Pessoas cultivam menos contato social e vivenciam menos situações não relacionadas ao trabalho do que quando iam ao escritório.
  • O local antes usado para “recarregar” agora é associado a trabalho.
  • O modelo home office pode implicar em mais horas de trabalho do que no escritório.
  • A estafa e a fadiga não desaparecem durante os períodos de descanso, finais de semana e feriados.
  • A vida resume-se a resolver as tarefas uma após a outra.

Com o trabalho remoto, o esgotamento começa sem que as pessoas afetadas se deem conta e nasce do envolvimento excessivo em atividades profissionais durante o home office.

Trabalhando dentro de casa, estamos menos preparados para essa nova forma de estresse e não vemos o burnout até que seja tarde demais.

Esta hiperatividade começa, então, a se espalhar para a vida familiar e social.  Nos meses que se seguem, a ansiedade manifesta-se agravada pelo medo de não ser tão eficaz e eficiente.

Embora colaboradores passem a trabalhar ainda mais, fica uma crescente sensação de perda de produtividade – ou até mesmo inutilidade. As primeiras falhas aparecem e o medo de errar é compensado pela vontade de trabalhar ainda mais.

Gradualmente, as pessoas se tornam distantes, apáticas e pessimistas. O declínio no otimismo e na produtividade começa a ficar mais evidente para amigos e familiares, e, mais tarde, também para os colegas de trabalho.

O Relatório Comportamental em Trabalho Remoto da ETALENT é uma ferramenta eficaz para identificar pontos sensíveis no comportamento de colaboradores. Além disso, o Relatório oferece sugestões aos líderes, elencando ações que podem minimizar impactos oriundos do trabalho remoto.

 

Veja aqui um modelo de Relatório Comportamental em Trabalho Remoto

 

Conhecer o perfil dos colaboradores pode ajudar a prevenir o burnout?

Certos aspectos do comportamento podem predispor certos perfis ao burnout. Algumas pessoas são propensas ao perfeccionismo, outras ao desejo de agradar. E ainda têm aquelas com grande dificuldade em delegar tarefas.

No “novo normal”, profissões da área da saúde, docentes e assistentes sociais estão ainda mais expostas ao esgotamento. É essencial acompanhar em qual grau colaboradores estão propensos ao burnout a partir de seu perfil comportamental.

Uma pesquisa de comportamento, aprofundada a partir dos perfis DISC, pode auxiliar líderes sobre como cuidar da saúde mental de colaboradores e equipes, além de traçar parâmetros para comunicação eficiente mesmo à distância.

Em tempos incertos como os que estamos vivendo, a ausência de uma análise de comportamento profunda para lidar com sinais precoces de burnout pode aumentar muito o risco de esgotamento para a maioria das pessoas.

Treinamentos como o Workshop de Gestão do Comportamento para Líderes da ETALENT oferecem suporte para líderes e empreendedores entenderem as maiores necessidades de seus colaboradores.

Com os incentivos corretos, colaboradores sofrendo com burnout podem aproveitar a vida ao máximo novamente, mesmo durante uma pandemia.

 

Conheça o Workshop Gestão do Comportamento para Líderes


Evelin Lima

Evelin Lima produz conteúdos para ETALENT. É bacharel em Letras pela UFRJ e redatora dentro e fora do Brasil. Adora escrever ficção e está sempre carregando um livro.

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