Quando pesquisada nos dicionários, a palavra “ecologia” aparece como uma área da biologia responsável por estudar as relações entre organismos vivos e seus habitats naturais. Essa definição também é encontrada na própria formação da palavra: ecologia deriva do grego oikos (casa) e logos (estudo ou ciência). O conceito é bastante familiar quando associamos a animais, vegetais, florestas e oceanos.

Mas o que muda quando pensamos nas relações entre nós e os ambientes em que vivemos? Confira este artigo para entender o conceito de Ecologia Humana e sua importância no bem-estar dos indivíduos.

 

O que é Ecologia Humana?

Antes de chegarmos à ideia de que o ambiente humano é algo voltado para a maneira com que levamos nossas vidas – repletas de tarefas, trabalhos, rotinas ou até mesmo os lugares que frequentamos –, é necessário lembrar que o nosso verdadeiro habitat natural é o nosso próprio corpo. Desde o momento em que nascemos até o que partimos do mundo, são nossos corpos que se relacionam com os ambientes que frequentamos. Nesse processo, a troca pode acontecer de maneira positiva e proveitosa – quando a relação entre o corpo e o ambiente gera energia para o indivíduo – ou de maneira negativa e tóxica, quando há perda de energia e desgaste.

O processo é extremamente importante porque serve como base para a forma com que iremos nos relacionar nos ambientes. A qualidade do relacionamento que construímos dentro de nós mesmos afeta diretamente nossas relações externas, sejam elas quais forem – trabalho, estudos, família ou amigos. É nesse exato ponto que a Ecologia Humana entra: como o estudo da relação de nós mesmos (os seres) a partir de nossos corpos (habitat) e como isso irá impactar o meio (ambiente) em que estamos inseridos.

Para ilustrar a ideia, vamos imaginar uma escola com uma grade curricular menos tradicional. Ao invés de apenas as matérias comuns, como matemática, história e geografia, nesse colégio, há aulas de pintura, culinária, música, legislação, educação esportiva e outras. Ao entrar em contato com tantas possibilidades, os alunos conseguem entender melhor suas necessidades, seus gostos e quais tipos de atividades eles sentem mais satisfação ao realizarem. O estímulo positivo faz com que a relação dos estudantes com a escola se desenvolva de um jeito saudável, aumentando sua energia, e eles passam a fazer as atividades com mais prazer, qualidade, satisfação e, por tabela, obtêm melhores resultados. Logo, a relação deles com o ambiente escolar contribui para seu próprio bem-estar.

 

A importância da Ecologia Humana no contexto corporativo

Nos dias atuais, as pessoas dedicam cada vez mais tempo às atividades profissionais e, na maioria dos casos, atuamos e vivemos no ambiente de trabalho mais da metade de nossas vidas. Considerando este fato, fica fácil entender a importância de se estabelecer um relacionamento positivo entre as pessoas e suas carreiras, assim como criar um bom ambiente para trabalharmos.

Como na escola fictícia do exemplo anterior, no ambiente corporativo, os profissionais têm melhores performances quando as funções desempenhadas por eles geram energia a si próprios. Quando há harmonia entre o cargo e o talento do profissional, tudo flui melhor. A ideia é fazer uma atividade em que você seja naturalmente bom, que faça com facilidade e sem se cansar. Melhor cenário, impossível!

Isso não significa que alguém com características diferentes das pretendidas para uma determinada função não vá performar bem. Mas a questão é: qual esforço esse indivíduo terá que fazer para atuar no cargo?

Para ilustrar o ponto, vamos imaginar um personagem: Nicolas é um homem determinado, porém introspectivo, que gosta de silêncio, volta seu interesse para coisas e se sente bem quando está sozinho. Ele construiu uma carreira aclamada como escritor, onde pôde alinhar suas características naturais com as suas atividades profissionais, atingindo a alta performance no trabalho.

Homem autografando livros

Mas, antes disso, Nicolas era vendedor de seguros, o que exigia que ele estivesse em contato com clientes o tempo inteiro e assumisse características que não são naturais para ele. Isso não quer dizer que ele fez um mau trabalho como vendedor, de forma alguma. Mas, certamente, a função, como não era adequada a ele, o cansou muito mais, o deixou infeliz muitas vezes e foi sustentada, sobretudo, por sua determinação.

Criança descabelada fazendo birra

 

Apesar do caso de Nicolas ser um exemplo imaginário, ele serve para ilustrar como a Ecologia Humana se aplica ao contexto corporativo. Um vendedor precisa ser assertivo e altamente sociável, coisas que Nicolas se forçou a ser por conta do cargo. Logo, sua relação de seu corpo com o ambiente ficou abalada e fez com que ele sentisse desmotivação, estresse, sofrimento e frustração. O caminho que ele seguiu como vendedor é o que definimos como a trilha vermelha.

Já como escritor, Nicolas usa suas principais características naturais, o que torna o trabalho mais prazeroso, melhora seu desempenho e seus resultados, além de fazer com que ele sinta o sucesso, a autorrealização e a satisfação. Essa é a trilha verde de Nicolas.

Trilha verde

De acordo com a Ecologia Humana, quando fazemos coisas que são naturais para nosso “eu”, estamos no caminho da trilha verde. Na prática, isso significa que nossos melhores desempenhos serão atingidos com mais facilidade em cargos que estejam alinhados a nossos talentos. O profissional que trabalha seguindo sua trilha verde sente menos cansaço ao exercer sua função, o que possibilita maior fluidez, harmonia, prazer e, como consequência, aumento de sua produtividade.

Para as empresas, os resultados logo aparecem: pessoas motivadas e felizes atingem a alta performance rapidamente e geram mais retorno a um custo menor. Quando todos seguem suas trilhas verdes, todo mundo sai ganhando!

Trilha vermelha

Em contrapartida, quando exercemos funções que exigem comportamentos muito discrepantes do nosso perfil comportamental, estamos seguindo a trilha vermelha. Consequentemente, a fluidez e a harmonia ficam comprometidas, o que pode significar um grande esforço emocional por parte do indivíduo para que a função do cargo seja exercida – logo, o profissional perde energia e se torna cada vez mais insatisfeito. Muitas vezes, a trilha vermelha representa um caminho tóxico para o indivíduo e impede a potencialização de sua performance.

Para as empresas, os resultados também não são bons: uma pessoa desmotivada e infeliz tende a produzir menos e com menos qualidade. Nessa equação desequilibrada, os custos são altos para ambas as partes.

Para demonstrar a importância de seguir pela trilha verde, em mais de 30 anos de atuação, a ETALENT vem realizando diferentes pesquisas para entender mais sobre o comportamento humano, especialmente no ambiente corporativo – uma delas contou com a participação de mais de 1,3 milhões de profissionais. Os resultados apontam que 78% das pessoas estão insatisfeitas com suas atividades, o que gera desmotivação e perda de produtividade.

 

Como saber se eu estou no caminho certo?

A melhor forma de entender a forma como enxergamos o mundo e como reagimos aos estímulos é através do autoconhecimento. Estimulando o olhar voltado para si mesmo, o indivíduo se torna capaz de entender melhor o que sente, como sente e do que precisa para ter motivação e felicidade. E isso não se restringe ao ambiente profissional: conhecer a si mesmo é importante em todas as áreas de nossas vidas.

Quando nos tornamos cientes de nossas necessidades, somos capazes de potencializar o controle sobre as emoções, agir de forma menos impulsiva, refletir melhor sobre nossas escolhas e, também, frustrações. Logo, estamos mais aptos a entender os lugares que gostaríamos de ocupar e quais tipos de funções podemos exercer de forma saudável.

Identificar as cores das trilhas torna-se, então, uma questão de tempo – até porque ser capaz de reconhecer o caminho vermelho é tão importante para nosso amadurecimento quanto descobrir qual é o nosso caminho verde. Nesse caso, a premissa “conhecimento é poder” não deixa nada a desejar.

 

Como a ETALENT pode apoiar as pessoas a seguirem a trilha verde da Ecologia Humana?

A ETALENT trabalha considerando dois pilares de sustentação: a tecnologia e a Ecologia Humana. Ainda que esses pontos pareçam não estar ligados, acabam se complementando quando alinhados e usados com o propósito de alavancar pessoas e organizações através do comportamento.

Com base na Metodologia DISC, promovemos o autoconhecimento e o autodesenvolvimento dos profissionais.  O Sistema Etalent PRO gera análises de perfil comportamental que tornam possível identificar quais cargos estão alinhados a quais tipos de talentos. Respeitando os princípios da Ecologia Humana, podemos estabelecer uma Gestão de Pessoas mais eficiente e que se estende por diversos processos do Capital Humano– Atração, Educação, Gestão, Jornada do Colaborador e até mesmo na arquitetura de cargos.

Com o Etalent PRO, é possível gerar análises e mapas de comportamento sobre os profissionais de uma empresa, que disponibiliza informações e dados essenciais para uma gestão otimizada. Os recursos de nossa plataforma permitem recrutar pelo comportamento, selecionar os mais adequados aos cargos, facilitar entrevistas e orientar as decisões dos gestores. O intuito aqui é um só: tornar as empresas mais ágeis, eficientes e humanas a partir da felicidade de seus funcionários.

Para auxiliar no seu autodesenvolvimento, te ajudar a identificar a sua trilha verde e entender quais tipos de funções melhor se adaptam aos seus talentos, é possível marcar uma Devolutiva Comportamental Individual, que é uma sessão de feedback focada em estimular o autoconhecimento e, para isso, gera questionamentos a partir de análises profundas do perfil. Com essa estratégia traçada, fica mais fácil entrar em contato com si mesmo e ter maior consciência de suas forças, riscos e necessidades de mudanças.

E para apoiar a sua jornada de autodesenvolvimento, oferecemos o MyEtalent, nosso programa de coaching on-line voltado ao desenvolvimento dos indivíduos. Aqui, o foco é a mudança pessoal e, para que isso aconteça, você contará com recursos como auxílio na descoberta de seus talentos, seus pontos fortes, seus fatores comportamentais, sua adequação aos cargos, além de análises detalhadas sobre o seu perfil. Com o suporte do MyEtalent, fica mais fácil avançar no autodesenvolvimento. E é sempre bom lembrar: quanto mais sabemos sobre nós mesmos, maiores são nossas chances de seguirmos nossa trilha verde e de otimizarmos nossos resultados!

 

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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