Saber como elaborar um currículo é fundamental para participar de processos seletivos e entrevistas de emprego. Afinal, esse documento é responsável pelo primeiro contato de um candidato com a empresa contratante. Por isso, deve ser feito com o intuito de causar boa impressão e, evidentemente, chamar a atenção dos recrutadores.

Mas, para que esse propósito se cumpra, apenas uma boa apresentação não basta: também é preciso saber o que colocar no currículo. De nada adianta um layout bem trabalhado quando acompanhado de uma série de informações desnecessárias. Por isso, o foco deste artigo é ensinar como elaborar um bom currículo, seguindo as boas práticas e evitando aquelas que diminuem as chances de um candidato antes mesmo da triagem ser feita. Boa leitura!

 

O que é um currículo?

O currículo, também conhecido como curriculum vitae ou simplesmente CV, é um documento onde estão resumidos os conhecimentos, experiências e carreira de uma pessoa, comumente com propósitos profissionais, como a inserção no mercado ou a busca por um novo trabalho. O currículo desempenha um papel fundamental nos processos de Recrutamento e Seleção, uma vez que sua principal função é convencer os recrutadores de que aquele candidato é o ideal para a vaga em aberto.

 

A importância de fazer um bom currículo

De acordo com dados divulgados pelo IBGE, o Brasil fechou o ano de 2021 com uma taxa de desemprego de 12,6%, índice que representa mais do que o dobro da média global e que leva o país à quarta posição na lista de maiores taxas de desemprego entre a população economicamente ativa.

Nesse cenário, consequentemente, a concorrência por uma vaga de emprego aumentou, enquanto o espaço para cometer erros diminuiu. E isso nem precisa acontecer durante o processo seletivo: por vezes, enviar um currículo feito às pressas e sem o devido cuidado já é o suficiente para que um candidato nem mesmo seja selecionado na triagem, ainda que possua habilidades e competências adequadas para o cargo.

Por isso, elaborar um bom currículo é fundamental. Ter esse documento bem preparado pode não garantir uma vaga em uma empresa, mas aumenta as chances de atrair a atenção dos recrutadores e de que o candidato seja selecionado para realizar uma entrevista.

 

Como fazer um bom currículo?

Antes de falarmos sobre quaisquer dicas específicas, é preciso ter em mente uma regra de ouro: o conteúdo do currículo deve ser pensado de acordo com os requisitos de cada vaga a que o profissional pretende se candidatar. Isso significa editar o documento para cada nova vaga, como uma forma de garantir que as informações disponibilizadas sejam relevantes para aquele cargo e, assim, evitar que o documento fique desnecessariamente grande.

Dito isso, a seguir, listamos algumas dicas para construir um currículo eficiente.

 

O que deve estar no seu currículo?

Parte 1: Dados pessoais

Na hora de elaborar o currículo, uma das partes mais básicas (e importantes) são os dados pessoais. Começar a construir o documento por eles é uma forma de manter essas informações evidentes, o que pode ajudar tanto na organização das informações quanto na elaboração do currículo em si, visto que esses são dados objetivos. Vale ressaltar, no entanto, que não é necessário nem recomendado colocar informações como números de documentos.

Para cumprir bem esse propósito, basta:

  • Nome completo;
  • Nacionalidade, estado civil e idade;
  • Endereço, cidade/estado e CEP;
  • Telefones de contato (com o DDD);
  • E-mail para contato;
  • No caso de um currículo on-line, links para perfis em redes sociais ou portfólios.

Parte 2: Objetivos profissionais

O objetivo profissional nada mais é do que a indicação do cargo ou área em que uma pessoa deseja trabalhar. O ideal é que ele seja preenchido de forma customizada, ou seja, de acordo com a vaga para qual o profissional se candidata.

O importante nesse campo é deixar claro o que pretende com a vaga de forma sucinta e objetiva (em uma ou duas frases). Esse campo é um dos primeiros a serem checados em processos seletivos, visto que os recrutadores precisam avaliar se as aspirações dos candidatos correspondem com a vaga em aberto.

Parte 3: Resumo profissional

O resumo deve comunicar, de forma breve e clara, a trajetória enquanto profissional. Vale mencionar a experiência, empresas e setores onde trabalhou, formação acadêmica e hard skills. Cuidado para que esta parte não fique muito grande – até porque essas informações serão disponibilizadas de forma organizada em outros tópicos. Evite usar adjetivos e falar de suas competências comportamentais nesse momento. Uma boa forma de guiar o fluxo de informações no seu resumo é respondendo à pergunta: “por que essa empresa deveria me contratar?”

Parte 4: Experiência profissional

Esse é o ponto onde a experiência profissional de um candidato deve ser listada. Vale ressaltar que é muito importante fazer isso ordenadamente, sempre da atividade mais recente para a mais antiga, para que os recrutadores possam entender melhor a trajetória e como aquele profissional se desenvolveu ao longo dos anos.

Para isso, a estrutura recomendada é:

  • Nome da empresa + descrição (segmento, porte e nacionalidade)
  • Cargo – data de início/fim
  • Atividades desenvolvidas durante o período.

Parte 5: Formação acadêmica

Nesta seção, o intuito é listar, de forma ordenada, as informações mais relevantes sobre os estudos e as formações. Graduações, pós-graduações, mestrados, doutorados e até mesmo voluntariado são alguns exemplos do que deve ser inserido nessa parte do currículo. É importante indicar se a formação foi finalizada, a instituição onde foi realizada e o período em que foi realizada.

Parte 6: Cursos complementares

Os cursos extracurriculares ligados à área de interesse também devem ser mencionados. Caso haja algum desatualizado ou que não seja relevante para o processo de contratação, o ideal é não mencionar. Afinal, um currículo deve ser conciso e eficiente. Também é interessante indicar a instituição onde o curso foi realizado e a carga horária total.

Parte 7: Competências e habilidades

Esse é o espaço adequado para falar especificamente de suas habilidades técnicas e de informações complementares. Aqui, você pode indicar o seu nível de fluência em um idioma, sua expertise em determinado programa ou software e informar os recrutadores sobre diferenciais específicos, como a sua disponibilidade para viagens ou se você possui CNH, caso isso seja relevante para a atividade.

 

Os erros mais comuns nos currículos

Informações em excesso

Como mencionamos, o excesso de dados no currículo pode ser bastante problemático. Afinal, quando há muitas informações que não são relevantes para a vaga pretendida, a tendência dos recrutadores é pensar que elas estão ali apenas para ocupar espaço e criar a ilusão de que aquele candidato é mais experiente ou adequado para a vaga. De nada adianta se candidatar a um cargo de advogado, por exemplo, e mencionar a sua experiência com gastronomia.

Erros de digitação/gramática

Erros ortográficos, gramaticais ou de digitação em currículos também podem causar estragos. Isso porque os recrutadores entendem que, quando não há preocupação com uma revisão, aquele candidato pode adotar uma postura displicente caso venha a assumir o cargo pretendido. Pode parecer algo banal, mas esse é um critério muito importante na hora de realizar a triagem.

Omitir informações ou mentir

Omitir informações que o candidato considere desvantajosas, como o curto período de tempo em uma empresa, por exemplo, não é recomendado. Experiências de trabalho são sempre relevantes para um currículo, mesmo que tenham durado pouco. É importante sinalizar essas situações e estar apto a falar delas durante as entrevistas, se o assunto surgir.

E se o ato de omitir já pode ser problemático, mentir é muito pior. Por mais pareça óbvio, ainda há muitas pessoas que mentem no currículo. As informações falsas podem variar desde o nível de proficiência em determinado idioma ou software às experiências de trabalho em si. Todavia, vale lembrar que, com todos os recursos e tecnologias que as empresas dispõem nos dias atuais, é relativamente fácil verificar a veracidade das informações. E, caso você seja pego mentindo, não espere uma chance de ser contratado – e pode ser até que seu nome fique manchado em outras empresas, se a gestão resolver compartilhar a experiência.

Cuidado com as redes sociais!

A cada dia, se torna mais comum os recrutadores (ou mesmo o RH) investiguem as redes sociais dos candidatos para avaliar sua interação on-line. Por isso, é essencial ter controle do que se posta e estar ciente de como as mensagens podem afetar uma possível contratação.

Isso não quer dizer, evidentemente, que uma pessoa não deva utilizar suas redes sociais como bem desejar. Todavia, vale usar o bom senso e, caso necessário, lembrar de tornar os perfis privados durante a busca por um novo emprego.

 

O layout

Por mais que os candidatos de um processo seletivo sejam avaliados pelo conteúdo de seus currículos, ter uma apresentação esteticamente agradável nesses documentos também é fundamental. Um currículo não precisa ter uma proposta visual extremamente elaborada (a menos que você se candidate para vagas da área de comunicação visual, como designer), mas possuir um layout organizado e que favoreça a leitura e destaque das informações é imprescindível. Por isso, o estilo das fontes, tamanho, tons, texturas e a disposição do conteúdo devem estar pensados, organizados e padronizados.

Hoje em dia, montar um currículo atrativo é mais fácil, visto que muitos sites e softwares já disponibilizam modelos gratuitos. É o caso do Microsoft Office, do Canva, e de sites específicos para gerar currículos, como o Online Currículo.

 

A importância da avaliação de perfil comportamental

Conhecer o próprio comportamento proporciona inúmeras vantagens, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Quando uma pessoa está ciente da forma com que se comporta – incluindo suas facilidades, o que alavanca seu desempenho, quais são suas limitações e gatilhos -, fica mais fácil identificar para quais vagas ela é adequada. E o contrário também acontece: o desenvolvimento desse autoconhecimento ajuda a perceber em quais cargos aquela pessoa se sentiria frustrada e insatisfeita.

Ao procurar um emprego, uma pessoa que conhece a si mesma pode se candidatar a vagas com quais tenha fit cultural, que combinem com sua essência e com seus valores. Assim, consequentemente, ela evita as que poderiam ocasionar problemas. Isso facilita todo o processo de candidatura, visto que, a partir dessa seleção, o natural é que participe de processos seletivos para vagas adequadas para si, em termos de comportamento.

Disponibilizar um resumo da avaliação comportamental no currículo também ajuda os recrutadores, que podem avaliar, durante a triagem, se aquele candidato está adequado às atribuições do cargo. Assim, o processo de seleção se torna mais eficiente.

Empresas que se preocupam com a jornada dos colaboradores do início ao fim constroem o seu Capital Humano de forma otimizada, visto que apenas os colaboradores adequados às suas funções são contratados.

Desenvolver o autoconhecimento, no entanto, não é uma tarefa fácil. Com a ajuda de análises como o Relatório do Talento, onde as principais características comportamentais de um indivíduo são esmiuçadas, e sessões de mentoria como as Devolutivas Comportamentais, baseadas na Metodologia DISC e focadas em estimular o autoconhecimento, esse processo pode ser feito de forma mais rápida e eficiente.

O MyEtalent também é essencial para esse propósito. Essa ferramenta de coaching on-line focada no autoconhecimento e no autodesenvolvimento ajuda não apenas a identificar o estilo comportamental, mas a entender quais circunstâncias favorecem e quais atrapalham o fluxo de trabalho de uma pessoa. Assim, fica mais fácil saber a quais vagas deve-se dar preferência.

Conseguir um emprego no cenário atual não é fácil. Por isso, é fundamental estar atento e elaborar um bom currículo para aumentar as chances de chamar a atenção dos recrutadores e participar das entrevistas. Com as dicas deste artigo, esperamos ter ajudado nessa jornada!

 


Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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