O trabalho em equipe é uma habilidade comportamental, também conhecida como soft skill, altamente procurada não apenas para suprir uma demanda atual, como também para o futuro do trabalho. Apontada como uma das competências mais importantes para as próximas décadas pelo Future of Jobs 2023, relatório realizado pelo Fórum Econômico Mundial que descreve as competências mais requisitadas para o futuro, a competência é importante para criar ambientes de trabalho positivos, além de impactar diretamente a cultura organizacional da empresa. 

Esse tipo de demanda não acontece à toa. O trabalho em equipe faz com que os profissionais sejam mais colaborativos, o que os torna mais produtivos e faz com que a rentabilidade da empresa cresça. Além disso, quando trabalham bem em equipe, os colaboradores têm mais facilidade para criar laços uns com os outros, o que acaba facilitando a criação de ambientes de trabalho saudáveis e que sejam motivadores para a produtividade. 

Por isso, quando esses profissionais conseguem desenvolver essa característica em concordância com suas tendências comportamentais, eles se tornam extremamente valiosos para as empresas. Mas, afinal, como fazer isso? É o que você vai ver no artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é trabalho em equipe?

O trabalho em equipe pode ser entendido como a realização conjunta de determinadas tarefas por um grupo específico de pessoas. Quando isso ocorre no contexto de trabalho, o ideal é que as pessoas envolvidas nesse processo tenham habilidades e competência que se complementam, de forma que uma possa ajudar a outra a exercer as tarefas da melhor maneira possível. Por isso, o trabalho em equipe também envolve correlacionar habilidades e distribuí-las em prol de um objetivo em comum. 

Dada essa característica, a colaboração acaba sendo uma das bases dessa habilidade. Afinal, trabalhar em equipe também envolve pontos como responsabilidade, empatia, autogestão e capacidade de caminhar de forma concomitante aos colegas em prol de uma meta específica. Por este motivo, esse conceito vai muito além da ideia de um simples grupo de pessoas trabalhando junto – é preciso que as tarefas desempenhadas por cada uma delas complementem as demais. Logo, quando bem executado, o trabalho em equipe também abre possibilidades para o desenvolvimento de relacionamento interpessoal, o que afeta positivamente tanto o ambiente da empresa quanto a cultura que ela cultiva. 

Para entender como isso funciona na prática, basta pensar em um exemplo simples: um clube de futebol. Do presidente ao massagista, todos que trabalham nesse lugar têm um objetivo em comum: conquistar títulos. E eles colaboram, dentro de suas respectivas áreas, para que isso aconteça. Cabe ao massagista ajudar a recuperar os atletas fisicamente, além de prepará-los para cada temporada. O presidente, por outro lado, é o responsável pela parte do planejamento de equipe e objetivos. O departamento de scout deve ficar atento às jovens promessas do mercado da bola para que o clube consiga contratá-las antes que tenham um boom e se tornem caras demais para pagar. Aos jogadores e treinadores, obviamente, cabe entrar em campo e ganhar as partidas, e assim sucessivamente. Na prática, o clube funciona como um enorme ecossistema onde todos operam para ganhar campeonatos. E no mundo corporativo, por mais que não haja ligas, também existem diversos exemplos de como essa filosofia pode ser aplicada. 

Além disso, vale sempre lembrar que, de acordo com a psicologia, o homem é um ser relacional. Portanto, consolidar vínculos afetivos e sociais é muito importante para o bem-estar social e psicológico, contribuindo, no caso das empresas, com a sensação de pertencimento, colaboração e produtividade. Por isso, é importante que os relacionamentos profissionais sejam estimulados, já que, como ocorre em relações pessoais, há sempre o risco que desgastes e divergências acabem impactando negativamente e, eventualmente, podem gerar conflitos. E o trabalho em equipe é uma forma eficiente de fazer isso. 

Diferença entre o trabalho em equipe e em grupo

Enquanto o trabalho em equipe foca na interação e na troca de ideias entre os profissionais, o trabalho em grupo permite que os indivíduos atuem de forma separada, sem necessariamente se comunicar ou interagir. Na prática, trabalho feito em equipe requer cooperação, não somente entregas complementares – é preciso pensar junto, discutir e chegar a uma solução em comum. Em outras palavras, todo trabalho em equipe requer trabalho em grupo, mas nem todo trabalho em grupo denota as mesmas condições do feito em equipe. 

O que caracteriza o trabalho em equipe? 

De forma objetiva, o trabalho em equipe é a soma dos esforços de duas ou mais pessoas em direção a uma meta específica, seja ela resolver um problema ou concluir um projeto. No entanto, essa situação vai exigir que os profissionais colaborem, discutam alternativas e unam forças para alcançar resultados desejados. Por isso, esse tipo de trabalho denota esforço e comprometimento conjunto – motivo pelo qual existem algumas características específicas que sumarizam o trabalho feito em grupo. São elas:

  • Compartilhamento de objetivos, uma vez que, nessas circunstâncias, todos os colaboradores devem ter uma meta em comum a ser compartilhada;
  • Abertura à cooperação, uma vez que a falta desse aspecto pode resultar em um trabalho malsucedido. É preciso que cada um esteja atento às próprias tarefas, mas que também haja disposição e interesse em ajudar os demais, caso haja necessidade;
  • Comunicação assertiva, uma vez que o sucesso dessas dinâmicas depende do quão bem os colaboradores conseguem se comunicar. É importante que todos consigam expressar opiniões, fazer perguntas, externar dúvidas e avaliar o trabalho que está sendo feito;
  • Reconhecimento interno, já que apreciar o trabalho dos colegas é importante tanto para melhorar a qualidade do que está sendo feito quanto para manter a equipe motivada;
  • Liderança positiva, uma vez que a figura do líder é importante para dar um norte ao trabalho desenvolvido e deve sempre estar associada ao apoio mútuo e motivação para fazer o melhor trabalho possível. Isso depende, diretamente, de exercer essa habilidade de forma empática e positiva;
  • Incentivo à criatividade, uma vez que o processo requer troca, discussão e exploração de possibilidades. É preciso que haja abertura para ser criativo, inovar, testar e experimentar – o que faz diferença até mesmo para solucionar eventuais problemas que possam aparecer. 

Diferentes tipos de equipe 

O trabalho em equipe pode ser realizado de formas diferentes e se baseando em dinâmicas distintas, que ficam suscetíveis aos tipos de equipes da organização. Algumas delas são:

Equipes tradicionais

Quando o trabalho precisa ser realizado com equipes tradicionais, isso significa que os colaboradores vêm de áreas funcionais e distintas da empresa. Essa é a configuração mais comum, onde os colaboradores representam a união de setores. Nessa dinâmica, é esperado que um gestor lidere o grupo em direção aos resultados desejados pela gestão. 

Equipes informais

No caso das equipes informais, o cenário é um pouco distinto. Essas são equipes que nasceram com um objetivo social específico a ser cumprido. Em situações onde haja animosidade e mal-entendido entre os colaboradores, por exemplo, uma equipe pode ser formada para lidar com a situação e tentar melhorar o clima organizacional. É comum que, nesse caso, elas fiquem sob supervisão da empresa. 

Equipes de solução de problemas

Como o próprio nome indica, equipes de solução de problemas são criadas para prevenir e mitigar danos oriundos de imprevistos. É comum que sejam multidisciplinares, ou seja, formadas por profissionais com perfis, talentos, experiências, além de hard e soft skills distintas, mas que se complementam. Esse tipo de cuidado permite que elas consigam analisar as situações com uma visão mais ampla, o que as torna altamente eficientes. 

Equipes de liderança 

As equipes de liderança, por sua vez, são formadas por líderes, gestores e outros profissionais diretamente responsáveis pela tomada de decisão das empresas. Elas também têm como objetivo abranger diferentes setores, sempre buscando formas de fazer com que todos caminhem em prol da meta estipulada. 

Equipes virtuais

As equipes virtuais são aquelas que utilizam a tecnologia como principal ferramenta para manter o alinhamento e construir relacionamentos. Por isso, elas precisam desenvolver ainda mais a capacidade de comunicação, a autogestão e o senso de responsabilidade. É comum que as tarefas desses grupos sejam bem definidas e que não dependam umas das outras. 

Equipes autodirigidas

Como o nome indica, as equipes autodirigidas são aquelas que não precisam do acompanhamento de um gestor para orientá-las. Em vez disso, elas são formadas por profissionais de níveis de experiência parecidos que ficam encarregados das tarefas em comum – que, evidentemente, realizam de forma colaborativa. 

Principais desafios do trabalho em equipe

Individualismo

O individualismo é algo que costuma ter impactos negativos no trabalho em equipe, e por isso, é frequentemente citado como um desafio. Quando os membros de um grupo priorizam interesses individuais em vez dos coletivos, a colaboração e a comunicação ficam comprometidas, trazendo consequências para todos os setores. Cabe ressaltar, também, que o foco no “eu” pode levar a conflitos, o que afeta o clima organizacional de forma generalizada. 

Além dos impactos na produtividade, é importante destacar que esse tipo de comportamento também pode impactar a saúde mental dos colaboradores. A falta de apoio entre os profissionais costuma intensificar sentimentos relativos à solidão e desconexão com o ambiente de trabalho, o que contribui para doenças de ordem psicossomática como a depressão e a ansiedade. Nesse cenário, a troca de ideias e o suporte emocional fica bem mais difícil, bem como a ideia de criar uma experiência de colaborador positiva. 

Cabe ressaltar, ainda, que o individualismo também pode acabar sendo estimulado, ainda que não seja a intenção, pelos modelos de trabalho remotos. Afinal, com a facilidade de resolver tarefas de forma isolada, os colaboradores tendem a se autogerir e se distanciar da colaboração. Por isso, é importante ter atenção, sobretudo se a empresa adota esse tipo de dinâmica. 

Líderes despreparados

Não é nenhum exagero afirmar que líderes despreparados estão presentes em todas as áreas do mercado de trabalho. Afinal, existe uma cultura corporativa baseada em promover colaboradores de destaque para ocupar posições de liderança. O problema, é que nem sempre essas pessoas têm habilidades interpessoais adequadas, uma vez que muitas delas obtêm o sucesso pelo desempenho em funções especializadas. 

Mas um expert pode ter um perfil comportamental muito diferente do que é necessário para liderar uma equipe – afinal, não é raro que essas pessoas sejam menos relacionais e estabeleçam o foco em processos e não em outras pessoas. Ao assumir a função, é comum que ele tenha dificuldades em lidar com interações sociais constantes, além da responsabilidade de inspirar e motivar os membros do time. Essa discrepância entre suas habilidades e as exigências do papel pode resultar em frustração tanto para o novo líder quanto para sua equipe. E isso também afeta a capacidade de colaboração. 

Quando um líder não desenvolve habilidades adequadas de comunicação, por exemplo, a equipe pode se sentir desorientada, resultando em confusão nas tarefas e objetivos. Além disso, se ele passa a centralizar as decisões e afetar a autonomia dos liderados, todo o trabalho em equipe fica comprometido. Logo, fica evidente que, para que isso seja possível, é preciso treinar esses profissionais de forma a estimular esse tipo de dinâmica. 

Falta de comprometimento

A falta de comprometimento também é um fator que pode prejudicar o trabalho em equipe – e isso vale tanto para os profissionais quanto para a empresa em si. Para as organizações, é preciso investir em formas de tornar as equipes otimizadas, sempre levando em conta pontos como o perfil comportamental dos profissionais e quais tipos de habilidades eles têm. Também é preciso utilizar softwares de análises de dados para entender o que fazer para complementar ou alavancar os desempenhos considerando cada competência. Isso pode ser feito, inclusive, com apoio de softwares de gestão de pessoas abrangentes, como é o caso do Etalent Pro. Quando não há esse comprometimento, fica mais difícil ter resultados positivos. 

Para os profissionais, também deve existir essa cobrança. No entanto, quando falamos deles, nos referimos, sobretudo, à responsabilidade para exercer as funções. É preciso que eles cumpram os horários combinados, se esforcem para entregar as demandas no prazo previsto e que estejam abertos à colaboração com os colegas. Caso contrário, dificilmente o trabalho em equipe vai funcionar. 

Comunicação comprometida

A comunicação assertiva é um dos pilares do trabalho em equipe. Para que um time consiga desempenhar as tarefas da forma esperada, é preciso que todos estejam a par das demandas e alinhados em relação ao andamento das tarefas dos colegas. É preciso ter cuidado para que as orientações não se percam em e-mails ou aplicativos de mensagem, sobretudo quando consideramos times que trabalham de forma híbrida ou remota. Também é preciso se certificar-se de que determinada mensagem não foi ambígua ou abriu margem para interpretações alternativas. 

Competitividade excessiva

A competitividade, sobretudo quando extrapola os limites do que é saudável, também é uma característica que tende a prejudicar o trabalho em equipe. Afinal, quando os profissionais se sentem na obrigação de superar os resultados uns dos outros, há sempre a possibilidade de que eles neguem ajuda, não queiram partilhar ideias e, em casos extremos, podem até mesmo sabotar o trabalho uns dos outros. Evidentemente, esse tipo de situação traz altos níveis de estresse para os ambientes de trabalho, o que resulta em desmotivação e pode até mesmo aumentar as taxas de turnover. Também é comum que equipes que não partilham sejam menos eficientes, ou seja, todo mundo sai perdendo quando a competitividade sai do controle. 

Quais são os benefícios do trabalho em equipe para empresas? 

Criatividade e inovação

A interação entre pessoas com histórias, experiências, pontos de vista, habilidades e perfis comportamentais diferentes é algo saudável para aumentar o potencial criativo de equipes inteiras. Afinal, a troca de ideias contribui para que melhores decisões sejam tomadas, além de fazer com que o time tenha mais facilidade de encontrar soluções para os problemas que aparecerem. Por isso, o trabalho em equipe incentiva a capacidade de inovação da empresa como um todo. 

Ambiente organizacional positivo

Outro fator impactado pelo trabalho em equipe é o clima organizacional – e não é difícil imaginar o porquê. Quando trabalham em conjunto e têm uma rede de apoio, as pessoas tendem a ficar mais satisfeitas com seus trabalhos. E profissionais felizes conseguem evitar conflitos oriundos de ambientes de trabalho estressantes. Logo, a dinâmica entre os colaboradores acontece de forma positiva, o que traz mais sinergia e produtividade para as equipes – sendo, portanto, benéfico tanto para os profissionais quanto para a organização. 

Menor margem para erros

Alguns projetos demoram mais a serem finalizados por falta de experiência ou de informações. Contudo, quando a empresa estimula o trabalho em equipe, esse problema é reduzido consideravelmente. Isso porque os grupos, que têm profissionais experientes de diversas áreas, estão dispostos a ouvir e confiar nos colegas – o que é muito importante para detectar prováveis problemas de forma antecipada ou mesmo mitigar os danos, caso eles surjam. Esse tipo de medida ajuda a diminuir a margem de erros dos projetos. 

Processos mais ágeis

Esse tipo de esforço conjunto também ajuda a aumentar a agilidade nos processos. Afinal, quando as pessoas confiam umas nas outras para trabalhar e têm responsabilidade para cumprir com o combinado da melhor forma possível, a tendência é que o fluxo de trabalho seja otimizado. Isso resulta em produtividade mais alta e, consequentemente, mais agilidade para entregar demandas e responder a elas quando surgem, ainda que sejam frutos de imprevistos. 

Alta produtividade

Como vimos, o trabalho em equipe requer comunicação para manter o alinhamento em relação às demandas. Essa característica, por si só, permite que os profissionais consigam lidar melhor com suas tarefas sem serem surpreendidos com imprevistos. Afinal, ter clareza de ideias e ser assertivo ao passar mensagens também ajuda a evitar o retrabalho, o que contribui para a produtividade de setores inteiros. Quando há esse tipo de cuidado, os profissionais se tornam mais engajados, constroem relações positivas e tudo isso resulta em ambientes estimulantes onde eles conseguem trabalhar mais e melhor. 

Diversidade de perspectivas

Quanto mais diversificada for uma equipe multidisciplinar – e isso considera a presença de colaboradores de grupos minoritários – mais amplas vão ser as ideias e soluções propostas pelo grupo. Nada mais natural, uma vez que equipes com essa característica contam com especialistas de setores diversos, além de colaboradores com experiências pessoais e profissionais únicas. Logo, amplia-se a visão do projeto e, como todos os processos relacionados a ele partem de pontos de vista distintos, mais e novas ideias surgem. Isso ajuda a melhorar as entregas, tornando-as mais criativas e eficientes.  

E para os profissionais?

Para os profissionais, o trabalho em equipe também traz uma série de benefícios. Um dos primeiros pontos a serem ressaltados é a empatia. Quando os profissionais trabalham em grupo, eles criam ambientes que favorecem o desenvolvimento de relacionamentos, o que também ajuda a fazer com que eles tenham mais facilidade de compreender os desejos, motivações, comportamento e até mesmo atitudes dos colegas. Criando uma conexão emocional, os colaboradores não apenas criam uma rede de apoio entre si, como também desenvolvem soft skills relacionadas à inteligência intrapessoal, ou seja, aquela que envolve saber lidar bem com pessoas. E isso é importante em diversos âmbitos da vida.

Outro ponto importante a ser ressaltado é a troca, seja de conhecimento, informações e experiências. Como cada profissional carrega uma bagagem específica de experiências,  habilidade e vivências, quando há cooperação, esse fator também pode se tornar uma fonte de aprendizado. E ao compartilhar as perspectivas, os colaboradores conseguem chegar a soluções mais criativas e inovadoras, o que não apenas expande o conhecimento de cada indivíduo, como também eleva o nível da equipe como um todo.

A atribuição de grandes responsabilidades em equipes também são importantes para que os profissionais cresçam e se desenvolvam. A confiança depositada neles não só aumenta a autoestima, mas também os incentiva a superar o próprio desempenho e resultados anteriores. Além disso, a experiência adquirida ao enfrentar desafios em grupo prepara esses colaboradores para futuras oportunidades e para assumir cargos de liderança em um momento futuro.

Aprender a colaborar também é um benefício trazido pelo trabalho em grupo – e, como vimos, essa questão impacta diretamente nos resultados obtidos pela empresa. Nesse tipo de dinâmica, o profissional acaba desenvolvendo autogestão, responsabilidade, gestão de tempo, além da criatividade em si, que aflora quando diferentes pontos de vista são considerados na resolução de problemas.

Esse cenário também resulta em mais motivação para o Capital Humano. Afinal, quando se sentem parte de uma grande “engrenagem” onde tudo funciona, eles ficam engajados, além de sentirem que têm um propósito. Isso é importante para fazer com que eles desenvolvam uma relação saudável com o trabalho, sem sentir desgaste em demasia e nem comprometer a saúde física ou mental. Esse tipo de situação também ajuda a criar um senso de pertencimento – afinal, os profissionais se sentem valorizados pelo trabalho e apoiados pelos colegas. 

Por fim, o trabalho em equipe facilita a construção de relações interpessoais e laços duradouros. Amizades acabam sendo criadas entre os colegas de trabalho e muitas vezes extrapolando o contexto de trabalho. E vale sempre lembrar que as redes de apoio são valiosas tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Além de tudo, como vimos, as conexões são fundamentais para o desenvolvimento de um clima organizacional positivo.

Como promover o trabalho em equipe nas empresas? 

Existem algumas formas específicas de incentivar o trabalho em grupo nas empresas, estimulando a conexão e a integração entre os profissionais. Dentre elas, destacamos:

Dinâmicas de grupo

As dinâmicas de grupo são ferramentas utilizadas para analisar e aprimorar o comportamento de um grupo ou de uma pessoa específica em determinado contexto. Comumente empregadas em processos de seleção, essas atividades são eficientes para identificar traços comportamentais como habilidades de liderança, capacidade de lidar com pressão, gerenciamento de estresse, comunicação e resolução de problemas, entre outros aspectos. Além disso, elas também são interessantes para promover a interação e os laços entre os profissionais que dela participam. 

Mas as dinâmicas de grupo também podem ser utilizadas para facilitar a integração entre grupos, uma vez que permite que a empresa mapeie as competências dos colaboradores por meio dessas interações e entenda quais deles funcionam melhor em determinado contexto. Isso é especialmente interessante caso a empresa deseje encaminhar profissionais para determinados projetos e serviços que demandam combinações específicas de atitudes e comportamentos. Por isso, elas são uma ferramenta interessante para tornar o trabalho em equipe ainda mais assertivo. 

 

Treinamentos 

Os treinamentos também são partes importantes desses processos. Podendo ser focados em soft skills específicas para o trabalho em equipe, esse recurso foca em aperfeiçoar as habilidades que já existem visando melhorar o trabalho conjunto, além de desenvolver novas competências quando necessário. Com essa ferramenta, as empresas conseguem direcionar os esforços, reconhecendo quais funções que colaborador exerce bem e quais precisam de mais desenvolvimento. Com os treinamentos, é possível incentivar a atuação conjunta dos profissionais, além de aprimorar os talentos em si. 

Gamificação

A gamificação trata de uma metodologia ativa de aprendizagem que utiliza como principal recurso elementos próprios de games. Isso pode envolver desde atribuir narrativas a tarefas monótonas até mecânicas próprias de jogos. Alguns exemplos das que podem ser adaptadas para o contexto corporativo são a necessidade de passar de fases para evoluir, atingir objetivos para ganhar prêmios e bonificações, realizar simulações para melhorar a colaboração entre equipes, construir rankings ou, em alguns casos, até sistemas de prioridades divididos em missões principais e secundárias.

Esse tipo de recurso também pode ser interessante para promover o trabalho em equipe. Afinal, usando elementos de jogos, é possível estimular a colaboração entre os profissionais, além da parceria e da união necessária para cumprir dinâmicas, desafios e “vencer as missões”. 

Team Building

O Team Building pode ser traduzido como “construção de equipes”, o que sumariza o conceito. No entanto, vale ressaltar que esta construção não deve ser feita de qualquer forma; esse processo pressupõe a formação de times que possuam objetivos em comum e compartilhados, habilidades e competências que se completem, além de sinergia, confiança e um bom entrosamento entre os membros da equipe.

Outro fator importante para a formação e o desenvolvimento destas equipes é que elas estejam alinhadas aos objetivos da organização. Por isso, apenas uma percepção isolada na hora de compor os times não basta – é preciso que eles atendam às expectativas, sejam quais forem.

Em uma equipe de alta performance, os profissionais envolvidos devem complementar ou alavancar o trabalho uns dos outros, dependendo da circunstância. E isso depende, diretamente, que a empresa saiba mapear os perfis comportamentais para combiná-los conforme a necessidade daquele momento. Para fazer isso da melhor forma possível, também é importante investir em treinamento. Com o curso Team Building, os líderes aprendem a criar equipes coesas, que trabalham em sinergia e atingem a alta performance. 

Programas de reconhecimento 

Quando a empresa valoriza os esforços coletivos, a tendência é que os profissionais se sintam estimulados a se esforçar ainda mais. Isso pode ser feito por meio de premiações em dinheiro, bonificações, viagens ou até mesmo com dias de folga e menções em reuniões, caso a empresa não possa oferecer prêmios materiais. Entretanto, seja qual for a forma de reconhecimento, ela reforça a importância do trabalho em equipe e motiva os colaboradores a continuarem colaborando.

O papel das lideranças no trabalho em equipe

Os líderes desempenham um papel central na estrutura de qualquer organização e, dado este fato, têm funções e responsabilidades específicas em relação aos demais. Não à toa, a atuação desses profissionais é considerada algo determinante para o sucesso ou fracasso de uma empresa no cenário competitivo. Isso ocorre porque a gestão de colaboradores está diretamente ligada à saúde do negócio e ao bem-estar dos próprios funcionários e, quando realizada de maneira eficaz, pode impulsionar a produtividade. Por outro lado, uma gestão inadequada pode comprometer o engajamento da equipe – algo que se torna especialmente comum quando as lideranças são despreparadas.

Quando o assunto é o trabalho em equipe, o panorama é o mesmo. Afinal, como mencionamos, os líderes são grandes responsáveis pelo tipo de dinâmica estabelecida no ambiente de trabalho. É função desses profissionais acompanhar as performances dos indivíduos, incentivar o desenvolvimento das habilidades deles, ajudar a aprimorar a comunicação, contribuir para um clima organizacional positivo entre as equipes, manter a segurança psicológica, prezar pelos valores da empresa, dentre outros fatores. Mas para que seja capaz de fazer tudo isso, é preciso que o gestor desenvolva a liderança positiva

O bom líder exerce suas funções com responsabilidade e recorre às suas soft skills para praticar a liderança da melhor maneira possível. Isso inclui a utilização, sobretudo, da inteligência emocional e uma conduta horizontalizada em oposição a modelos baseados na chefia. Além disso, ele serve como inspiração para os liderados, sempre os incentivando a desenvolver relações positivas – e isso faz toda a diferença na colaboração. Basta imaginar, por exemplo, o impacto que faria um gestor que incentiva a competitividade entre os profissionais. Em vez de colaborar, nessa situação, a tendência é o exato contrário: que eles se distanciem e recusem ajudar uns aos outros.  

Toda e qualquer organização é formada por pessoas com individualidades, comportamentos, motivações e sentimentos distintos. Cabe ao líder saber equilibrar essas questões para descobrir como estimular cada liderado e fazer com que ele desenvolva todo o seu potencial – e isso tudo sem perder de vista os objetivos da empresa. Por isso, quando o assunto é o trabalho em equipe, esse é um profissional extremamente importante: ele media, gere conflitos, interesses e estimula os liderados a darem o melhor de si. 

5 dicas para aperfeiçoar o trabalho em equipe

Incentivar a flexibilidade e a adaptabilidade

A adaptabilidade no trabalho diz respeito à capacidade de um profissional de reagir positivamente aos diferentes estímulos e transformações relativos aos ambientes de trabalho e ao mundo dos negócios. Na prática, isso significa dominar processos de forma ágil, mesmo que eles englobem tendências recentes como inteligência artificial, Big Data, automações, uso de softwares específicos, dentre outras possibilidades que podem surgir do dia para a noite no cenário corporativo.

Por outro lado, a flexibilidade, como o nome indica, descreve aquele que consegue ser flexível, seja isso relativo às demandas, áreas de atuação, competências desenvolvidas ou mesmo no trabalho com as pessoas. No trabalho em equipe aprimorado, é preciso saber como utilizar as duas características, seja para ajudar os colegas com demandas diametralmente opostas às do colaborador, ou mesmo para lidar com quem tem características comportamentais opostas. 

Investir na comunicação assertiva

A comunicação assertiva trata da habilidade de se comunicar de forma clara, objetiva e abordando todas as informações necessárias. Isso corresponde a fazer bem entendido, coerente e não deixar espaço para dúvidas ou desentendimentos. Esse tipo de abordagem faz o necessário para se adequar a quem recebe a mensagem. Por isso, se comunicar de forma assertiva nada tem a ver com demonstrar inteligência, bagagem cultural, dominar outros idiomas ou “falar bonito” – pode ser, inclusive, “falar simples” para se comunicar com quem tem nível mais baixo de escolaridade. Essa é uma competência necessária para o trabalho em equipe, uma vez que todos precisam se comunicar bem e ter visibilidade sobre o trabalho que está sendo desenvolvido. 

Estimular a proatividade

A proatividade é uma competência comportamental diretamente associada à iniciativa e, por consequência, à capacidade de se antecipar aos problemas e desafios diários. Profissionais com esse perfil não têm medo de assumir a responsabilidade das situações e, comumente, tomam a iniciativa antes mesmo que alguém os peça para executar determinada tarefa. Nos trabalhos em equipe, ser proativo permite que os profissionais se antecipem aos problemas e consigam saná-los antes mesmo que eles causem impactos negativos. E essa característica também permite que, ao notar gargalos no fluxo da equipe, o profissional se ofereça para ajudar – o que torna os processos ágeis. 

Adotar o aprendizado contínuo como parte da cultura

O aprendizado contínuo está relacionado à busca ininterrupta por conhecimento, aperfeiçoamento e desenvolvimento, seja na esfera pessoal, acadêmica ou profissional. Para as equipes, isso se traduz em engajamento, construção de visão sistêmica e mais desenvolvimento individual. Isso faz com que todos os colaboradores do time cresçam, o que eleva os níveis de prontidão da equipe inteira. 

Desenvolver empatia 

A empatia é uma habilidade interpessoal, ou seja, uma característica que facilita o relacionamento com os demais, que permite compreender os sentimentos, dores e apelos de outras pessoas sem precisar passar pelas mesmas circunstâncias. O termo se refere à capacidade de uma pessoa de se colocar no lugar da outra, não apenas com o intuito de entendê-la, mas como também para vivenciar uma realidade alheia à própria. Essa é uma característica importante para o relacionamento de qualquer grupo de pessoas, portanto, deve sempre ser estimulada no ambiente de trabalho. 

 

O trabalho em equipe é algo benéfico para o desenvolvimento de colaboradores e para a produtividade das empresas. Quando a empresa investe nesse tipo de dinâmica, há troca de experiência, além de um estímulo na produtividade e na capacidade de inovação. Contudo, na hora de formar equipes, é preciso ter especial atenção à complementaridade das competências comportamentais dos profissionais envolvidos. Só assim, será possível chegar a resultados extraordinários. 

 

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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