A preocupação com a gestão de pessoas em pequenas e médias empresas é muito questionada. Como consequência, é comum que, em organizações desses portes, sequer haja o departamento de Recursos Humanos e, quando há, sua atuação se restrinja às questões burocráticas ou administrativo-financeiras, ficando aquém das contribuições que poderia oferecer.
Equipes menores, recursos limitados, necessidade de crescimento e o próprio cenário econômico são alguns dos desafios enfrentados por essas empresas. Esses desafios se tornam ainda maiores quando não há utilização estratégica do Capital Humano, por conta de uma lógica simples: os resultados obtidos por uma organização vêm de um conjunto de fatores, dentre os quais estão a produtividade e o desempenho de suas equipes. Mas como manter equipes menores capacitadas, engajadas e em constante desenvolvimento sem fornecer os meios necessários para tal?
Essa lógica transcende a questão do número de funcionários e do orçamento de uma empresa – é algo que se aplica independentemente do tamanho, já que o Capital Humano representa o maior bem de qualquer organização. Equipes capacitadas alcançam resultados mais significativos, o que é ainda mais importante para empresas menores que buscam crescimento e competitividade no mercado. E o contrário também acontece: quando não há preocupação com o desenvolvimento dos colaboradores, a tendência é que o negócio seja menos competitivo.
No artigo de hoje, vamos tratar da importância de uma gestão de pessoas em pequenas e médias empresas que seja eficiente e mostrar que, quando bem-feita, esse pode ser um diferencial para o crescimento da organização. Siga com a gente e boa leitura!
O que define o porte de uma empresa?
Os critérios para classificar o porte de uma empresa podem variar, mas, de maneira geral, são baseados em questões financeiras, como receita bruta e faturamento anual, e na quantidade de colaboradores. Veja dois exemplos abaixo.
De acordo com a definição dada pelo Sebrae, pequenas empresas são aquelas que empregam de 10 a 49 funcionários no setor de comércio e serviços e, no caso de indústrias, esse número sobe para entre 20 a 99 colaboradores. Já as de médio porte empregam entre 50 e 99 pessoas para comércio e serviços e entre 100 e 499 quando se trata de uma indústria.
A definição dada pelo BNDES considera a receita bruta anual como critério de avaliação. Para as pequenas empresas, esse valor deve ser maior do que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões. Já as médias empresas têm renda anual mínima de R$ 4,8 milhões e um valor menor ou igual a R$ 300 milhões como máxima.
A importância da gestão de pessoas para qualquer organização
Há algum tempo, o departamento de Recursos Humanos deixou de ser operacional e tornou-se um grande aliado no planejamento estratégico das empresas, transformando-se em um dos principais responsáveis por mobilizar os profissionais para atingirem as metas traçadas pelas organizações.
Para que isso fosse possível, algumas de suas atribuições tiveram de mudar. Por tratar do desenvolvimento dos profissionais de uma empresa, cabe à gestão de pessoas e às lideranças identificar as habilidades que precisam de aperfeiçoamento e, uma vez que isso é feito, fornecer treinamentos e capacitações que sustentem o aprendizado contínuo e a evolução dos colaboradores. Esse tipo de medida incentiva a motivação das equipes, o que também é uma atribuição desse departamento.
Promover um ambiente de trabalho agradável, engajar os times, estimular o desenvolvimento e agir em prol da satisfação dos indivíduos são medidas necessárias para criar equipes produtivas, empenhadas, felizes e que, por conta desses fatores, conseguem atingir resultados extraordinários.
Quando tratamos de pequenas e médias empresas (PMEs), a necessidade de contar com os benefícios trazidos pelo RH é ainda mais evidente. Como mencionamos, as organizações de menor porte enfrentam problemas específicos, principalmente no que diz respeito à luta por crescimento e reconhecimento diante de um mercado cada vez mais competitivo. Para enfrentar a concorrência e lidar com questões oriundas de suas limitações financeiras, é necessário que essas empresas extraiam o máximo de seu Capital Humano, que precisa apresentar um rendimento acima da média para compensar as equipes reduzidas – sem, é claro, sobrecarregar os profissionais. E isso só é possível com boas práticas de gestão de pessoas nas pequenas e médias empresas.
Ter profissionais engajados e com alto nível de produtividade é importante para qualquer empresa, independentemente de seu porte, mas, para as PMEs, essa pode ser a diferença entre prosperar ou fechar as suas portas de vez. Por isso, é essencial contar com uma gestão de pessoas capaz de garantir o desenvolvimento profissional das equipes e de ajudar a alavancar o desempenho dos colaboradores, garantindo, assim, que eles exerçam suas funções de forma saudável e otimizada, seja através de condições intelectuais, como o aprimoramento de técnicas, habilidades e conhecimentos, ou emocionais, como a motivação, o engajamento e a satisfação dos colaboradores.
Vale ressaltar que, para que esses processos sejam feitos da melhor maneira possível, é importante que o RH (em muitos casos, nessas empresas, se limita a uma pessoa) estabeleça suas ações baseado nas necessidades da própria empresa, não a partir de adaptações de modelos utilizados em grandes corporações – até porque considerar a diferença entre as dinâmicas nessas organizações é essencial para traçar planos efetivos.
Em pequenas e médias empresas, as equipes costumam ter mais proximidade por conta do número reduzido de colaboradores, e o RH consegue acompanhar melhor a evolução de cada profissional, o que beneficia o desenho de planos de carreira e pode proporcionar o envolvimento direto de gestores e líderes no seu desenvolvimento.
“Você sabe o que é isso? Crescimento.”
Os benefícios da Gestão de Pessoas nas Pequenas e Médias Empresas
O porte da empresa não muda o fato de que, para que continue aberta e tendo lucro, ela precisa consolidar vendas, fazer atendimentos e produzir de maneira eficiente – o que, como vimos, pode ser maximizado com uma gestão de pessoas eficiente. Entre outros benefícios proporcionados pela utilização de um RH atuante e estratégico, destacamos:
Contratações mais efetivas
Nos moldes atuais, o RH também é responsável pela a realização de processos de recrutamento e seleção otimizados, capazes de identificar e trazer os talentos mais adequados para a organização e criar, assim, times que não apenas contam com profissionais alinhados em relação à cultura organizacional, como também com os perfis comportamentais necessários para exercerem seus cargos.
Ao contratar colaboradores com competências comportamentais adequadas às funções para as quais se candidatam, os princípios da Ecologia Humana são mantidos. Isso significa que, utilizando suas características naturais para exercer as atividades, o profissional constrói uma rotina de trabalho mais saudável para si mesmo, o que afeta positivamente a sua produtividade e desempenho.
Para aumentar a efetividade no recrutamento e seleção, a utilização de softwares especializados como o Etalent PRO é essencial. Nossa plataforma on-line de gestão de pessoas realiza esse processo de forma acurada, considerando os aspectos comportamentais dos candidatos já na triagem, o que contribui para que apenas os mais adequados cheguem às etapas finais e sejam contratados.
E os benefícios não param por aí! O Etalent PRO tem funcionalidades que auxiliam no onboarding de colaboradores, planejamento estratégico, mudanças organizacionais, mapeamento comportamental de equipes, arquitetura de cargos e até mesmo na mudança pessoal dos colaboradores. Isso tudo em planos que se adequam tanto às startups, micro e pequenas empresas quanto às médias e grandes organizações!
Diminuição do índice de turnover
A rotatividade de colaboradores é um problema comumente associado à ineficiência (ou até inexistência) do departamento de Recursos Humanos em uma empresa e, de maneira geral, é bastante custoso para as organizações. Certamente, os gastos com turnover são expressivamente superiores ao investimento que a empresa faz ao estruturar e manter um RH. Isso porque os impactos da rotatividade vão além do prejuízo financeiro em si, mas também abarcam todo o conhecimento que se perde com a saída de colaboradores e o tempo investido para o treinamento e aprendizado de profissionais substitutos.
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Por isso, quando se trata das PMEs, que contam com um orçamento limitado, torna-se crucial diminuir esse índice. Com o investimento em programas de desenvolvimento para os colaboradores, lideranças capacitadas, boa comunicação, contratações adequadas e salários e benefícios competitivos, é possível reduzir o turnover e obter ganhos não apenas do ponto de vista financeiro, como também no crescimento da organização.
Melhoria do desempenho da organização
Responsável por avaliar, treinar e incentivar as equipes, cabe à gestão de RH e à liderança promover o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Estas são medidas eficientes para potencializar os talentos e promover a sinergia entre os profissionais, o que impacta diretamente os resultados obtidos pela organização como um todo. E, quando oferece serviços de qualidade, outra consequência positiva para a empresa logo aparece: a fidelização do público que, satisfeito, se torna um consumidor recorrente de seus produtos ou serviços.
Aumento na qualidade de vida dos profissionais
Como bem sabemos, dedicamos uma grande parte de nosso tempo – e de nossas vidas – ao trabalho. Não raro, os colaboradores ficam mais tempo na empresa do que em suas próprias casas. Por conta disso, é extremamente necessário que haja a preocupação por parte da organização de transformar o ambiente de trabalho em algo seguro e saudável para, assim, prevenir doenças de natureza emocional e contribuir para a motivação e a produtividade dos próprios profissionais. Essa é uma atribuição da gestão de pessoas da empresa, que pode utilizar um mapeamento do clima para medir os níveis de satisfação e felicidade de suas equipes.
Maior retenção de talentos
Ao acompanhar a evolução das equipes e dos colaboradores de maneira isolada, o RH realiza avaliações de desempenho e até mesmo orienta as lideranças a agirem como mentoras de seu Capital Humano. Em longo prazo, essas medidas tornam-se essenciais para reter os talentos, visto que, desta forma, é incentivado o processo de aprendizagem contínua, que proporciona novas oportunidades de desenvolvimento e planos de carreira para os profissionais.
Engajamento das equipes
Profissionais engajados não cumprem seus afazeres apenas porque têm a obrigação – eles acreditam verdadeiramente no propósito e nos valores da empresa onde trabalham. E quando isso acontece, os benefícios são inúmeros: esses indivíduos têm maior empenho, produtividade maximizada, mais disposição, necessidade de aprendizado, felicidade ao realizar as tarefas e sensação de pertencimento, o que gera consequências positivas que logo aparecem nos resultados obtidos por eles e pela empresa.
Essa motivação interna pode, inclusive, trazer uma grande vantagem competitiva para essas empresas, tendo em vista a satisfação dos clientes ao serem atendidos por profissionais que demonstram prazer, simpatia e receptividade. Este valor impacta diretamente a experiência do seu cliente e a qualidade de sua entrega.
Independentemente de seu porte ou segmento, qualquer empresa é feita a partir das pessoas que trabalham nela. Portanto, mesmo que subestimado, o processo de gestão de pessoas não apenas deve estar presente em todas as organizações que desejam alavancar seu rendimento, como também deve ser feito com todo o cuidado e atenção. Investir no Capital Humano é investir no desenvolvimento do negócio como um todo. Afinal, as empresas não se sustentam sozinhas, não é mesmo?
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.