A geração burnout tem sido tema recorrente de reflexões muito interessantes no Linkedin. Eles fazem parte dos chamados millenials, que podem ser subdivididos em old e young millennials.

Essa geração, conhecida pela utilização massiva da tecnologia e pelo aprendizado rápido, vem ocupando cada vez mais espaço no mercado. Segundo uma análise da Bloomberg, cerca de 31,5% da população mundial até 2020 será composta por essa geração – representando algo em torno de 2,3 bilhões de pessoas.

Conhecidos também como geração Y, os millennials englobam os nascidos entre 1980 e 2000. Não só nasceram, mas viveram suas infâncias em décadas muito diferentes.

E isso muda tudo.

Eu nasci na década de 80, sem acesso à internet, ligava para as pessoas no orelhão e lia conteúdos na Barsa para realizar minhas tarefas escolares. Ouvi muito não, tinha que esperar o dia e horário certo para o desenho passar na TV aberta e minhas brincadeiras eram com pessoas e brinquedos reais.

Em paralelo, no ano de 1996, nascia Bruna, minha colega de trabalho. Começamos no mesmo dia dentro da empresa.

Ela interfonava para as amigas do prédio para brincar de The Sims no computador e quando a brincadeira acabava, o papo continuava no MSN. Podia alugar filmes na Blockbuster, assistir e devolver quando quisesse. Com 10 anos, já explorava os jogos virtuais no celular do seu pai.

Nós duas somos millennials: eu, old. Bruna, uma young.

Dois grandes fatores fazem esta quebra entre a mesma geração: a crise econômica mundial de 2008, que gerou muito desemprego, inflação e pessimismo social, afetando diretamente os old millennials, bem como na mesma época , a popularização da internet e o acesso a diversas fontes de informação por meio dos smartphones transformaram a sociedade em pessoas hiperconectadas.

Com isso, os young millennials crescem com a cultura do imediatismo e da velocidade.

Millennials e seu DNA

De acordo com Simon Sinek, os millennials são indivíduos que geralmente:

  • Intrigam suas lideranças, pois são difíceis de lidar.
  • Acreditam ter privilégios inerentes a si. Por isso parecem egocêntricos, impacientes, desatentos e preguiçosos em certos momentos.
  • Trabalham por um propósito e querem causar impacto no mundo.

São pessoas que estudam e se atualizam o tempo todo, correm atrás e realizam. Mas de alguma forma, nunca estão felizes. O motivo? Sempre há uma peça faltando.

Como se o mundo fosse um quebra-cabeças que nunca se completa.

Um aspecto que influenciou diretamente este perfil foi a parentalidade, ou seja, a falha de estratégias de educação de seus pais, quando afirmavam que eram especiais a todo tempo, que podiam fazer tudo o que quisessem na vida e desvalorizaram o mérito.

O que acontece quando este indivíduo cresce e descobre que ele não é assim tão especial? Que suas mães não podem lhes dar uma promoção e que não se pode ter tudo o que se quer?

Eles têm sua autoimagem destruída, resultando numa geração com diversos problemas de baixa autoestima e estados depressivos.

Young Millennials: burnout de fábrica

Quando refletimos e entendemos os geradores da síndrome de burnout – transtorno causado por um esgotamento físico e mental decorrente da sobrecarga de trabalho –  conseguimos identificar muitos millennials neste quadro.

Em especial, os youngs sofrem bastante deste transtorno, já que se dedicam muito à vida profissional como forma de compensar as decepções pessoais e incertezas do mundo atual.

Não bastasse a dedicação excessiva, há também um sentimento de frustração constante deste perfil por não perceberem a valorização ou reconhecimento ao seu trabalho e dedicação.

Se somarmos algumas características da geração com as da síndrome, como a desmotivação, falta de engajamento e irritabilidade com colegas de trabalho, conseguimos entender muitos dos problemas atuais.

Alguns deles são sintomáticos: falta de coletivismo, baixo desempenho e alto turnover representam exemplos comuns na gestão de pessoas das organizações.

Geração burnout e o Autoconhecimento

Bom, vamos começar pelo relacionamento interpessoal, ou seja, a forma como lidamos com outras pessoas. Para que esse tipo de relacionamento seja saudável e produtivo, é necessário se relacionar bem consigo mesmo.

Chamamos isso de relacionamento intrapessoal.

O primeiro passo é o autoconhecimento. A metodologia DISC, consagrada internacionalmente, é capaz de apresentar um autorretrato do perfil comportamental de um profissional e de seu principal talento, bem como seus pontos fortes e fracos a serem desenvolvidos.

A partir daí, é possível assumir o protagonismo de seu autodesenvolvimento, evitando atitudes negativas que podem, ao longo do tempo, minar sua produtividade e causar o esgotamento do profissional.

Geração burnout e o Equilíbrio

Quando você conhece se conhece melhor, você passa a valorizar e respeitar mais o outro. Isto também conta na hora de tomar decisões importantes e definir prioridades no curso da vida.

Sabemos o quanto é precioso usar o tempo com sabedoria para ser produtivo. Mas quando não equilibramos com a vida pessoal, a tendência é a nossa busca pela produtividade se tornar infeliz.

Afinal, do que vale uma carreira em ascensão constante sem a presença dos amigos e familiares do lado?

Ter uma postura equilibrada, gerenciando o quê e quando é importante na hora de priorizar o trabalho ou a vida social, sem dúvidas diminuirá os anseios da geração burnout na busca pela felicidade.


Gostou do artigo? Você é ou conhece algum millennial nesta situação? Conte pra gente nos comentários.

Leia também o artigo 3 dicas para evitar a síndrome de burnout e saiba como lidar com essa questão.


 

 


Thaís Bidart

Consultora de Relacionamento da ETALENT. Palestrante e Estrategista Educacional, é especialista em Comportamento e Desenvolvimento Humano e atua há mais de 10 anos em consultoria estratégica de gestão de pessoas e projetos de T&D / Learning Experience.

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