Hoje em dia, entende-se amplamente que as pessoas são o bem maior de uma organização. Empresas que desejam se destacar no cenário e manter a competitividade sabem que seu Capital Humano é o grande responsável pelo sucesso. Diferentemente do que acontecia décadas atrás, quando as pessoas eram apenas como mão de obra, hoje, muitas organizações buscam potencializar seus resultados utilizando estratégias que promovam o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde mental de seus colaboradores. Nada mais natural, afinal, quando as pessoas trabalham felizes, elas se sentem mais motivadas e tendem a obter resultados ainda mais expressivos.
Há diversas formas de garantir a satisfação e a felicidade dos colaboradores: oferecer salários e benefícios competitivos, fomentar uma cultura organizacional inclusiva e colaborativa, estabelecer planos de carreira e de desenvolvimento, além de treinar os profissionais para aprimorar suas habilidades, são algumas formas de fazer isso. Essas são estratégias para maximizar os resultados que o profissional consegue alcançar e garantir uma jornada de colaborador positiva. Assim, também é possível diminuir o turnover e aumentar a retenção de talentos.
Contudo, nem sempre essas preocupações são o suficiente para assegurar a melhor performance possível. Além dos fatores citados, também é importante que o RH entenda quem são as pessoas que compõem o Capital Humano da empresa, bem como quais são suas necessidades e prioridades. Afinal, esses pontos variam muito de pessoa para pessoa, e podem expressar desejos distintos, dependendo da vivência e do comportamento de cada colaborador. É nesse ponto que entra a Pirâmide de Maslow, também conhecida na psicologia como Teoria das Necessidades Humanas. Veja, no artigo de hoje, como esse conceito pode ajudar a criar uma gestão de pessoas ainda mais assertiva. Boa leitura!
- O que é a Pirâmide de Maslow?
- As 5 camadas da pirâmide
- A pirâmide de Maslow e as motivações humanas
- A Pirâmide de Maslow na Gestão de Pessoas
- Como o RH pode agir?
- 5 dicas para motivar os colaboradores com a Pirâmide de Maslow
O que é a Pirâmide de Maslow?
A Pirâmide de Maslow é um conceito criado pelo renomado psicólogo e autor americano Abraham Maslow, que apareceu pela primeira vez no livro “Theory of Human Motivation” (1954). Conhecida como Teoria das Necessidades Humanas, a famosa pirâmide tem como objetivo elencar as necessidades humanas de forma hierárquica, partindo das mais básicas, como as de ordem fisiológica, até sentimentos complexos, como a autorrealização.
De acordo com os estudos de Maslow, os indivíduos dedicam suas vidas a satisfazer suas necessidades, que podem ser divididas em cinco níveis distintos, que serão listados com detalhes a seguir. Segundo o autor, ascender ao próximo nível da pirâmide depende diretamente da realização do antecessor. Evidentemente, como se trata de uma ciência sobre pessoas (e, por isso, nunca será exata), esse fator é flexível e não precisa ocorrer da mesma forma para todo mundo.
As necessidades sociais, como criação e manutenção de relacionamentos, por exemplo, estão descritas na pirâmide. Contudo, de acordo com as considerações de Maslow, para que uma pessoa se dedique a elas, há outras questões básicas as quais deve dar prioridade. Comer, beber água e ter um teto para dormir, por exemplo, também são necessidades previstas na pirâmide e, como é de se esperar, vêm antes dos aspectos sociais. Se uma pessoa passa fome, ela não irá se dedicar – ou sequer se preocupar – com questões que tangem sua sociabilidade.
Para o psicólogo, a perspectiva de satisfazer essas necessidades é uma força motivadora para as pessoas. Segundo com seus estudos, os cinco grupos distintos de necessidades se sobrepõem uns aos outros e, apenas quando se sente satisfeita em um deles, uma pessoa parte para o próximo. Vale lembrar que, como mencionamos, eles vão ficando mais complexos, abstratos e mais difíceis de atingir.
Hoje em dia, os resultados dos estudos de Maslow são aplicados nas mais diferentes áreas, como administração, marketing (principalmente na parte de estratégia de vendas) e na gestão de pessoas. Afinal, o uso do recurso permite que as empresas identifiquem quais são as reais necessidades de seus profissionais, para que consigam atendê-las apropriadamente. Por vezes, a organização investe em ações que acredita serem capazes de motivar seus colaboradores, mas não veem os resultados esperados. Um dos principais motivos para que isso aconteça é que alguma necessidade básica do colaborador pode não estar sendo suprida. De nada adianta oferecer salários, benefícios, prêmios e bonificações a fim de motivar um colaborador que está passando por um luto profundo, por exemplo, e que, naquele momento, tem outras prioridades.
Como a teoria surgiu?
A Teoria da Hierarquia das Necessidades é o trabalho mais relevante de Maslow, apesar de ele ter sido um psicólogo de grande destaque, que se tornou conhecido, inclusive, por ser o fundador da Psicologia Humanista.
O surgimento da pirâmide se dá quando, a partir de um estudo feito com um grupo de macacos, o psicólogo percebeu que o comportamento dos animais estava diretamente relacionado às suas necessidades. Isso porque quando não estavam alimentados, os macacos se tornavam mais agressivos e hostis à interação. No entanto, da mesma forma, a saciedade alimentar os tornava mais dóceis, sociáveis e receptivos.
A constatação fez com que Maslow passasse a observar como essa lógica se aplicava aos humanos. Logo, percebeu que, guardadas as devidas proporções, as pessoas também eram influenciadas pelas suas necessidades. O pesquisador notou que o cansaço em excesso, por exemplo, poderia desencadear quadros de irritabilidade e estresse, além de comprometer questões cognitivas, como a capacidade de aprendizado e de foco.
Esse tipo de relação com as necessidades tem consequências diretas na vida do indivíduo, tanto em aspectos pessoais quanto profissionais. Um exemplo é a incapacidade de criar laços por conta da irritabilidade e até mesmo de dominar novas habilidades, já que uma pessoa muito cansada tem mais dificuldade para reter e processar informações. Logo, por não resolver um problema oriundo das necessidades básicas, aquela pessoa também não consegue suprir desejos mais complexos, como o de estabelecer vínculos e se destacar profissionalmente, ambos pertencentes a grupos superiores em termos de hierarquia. Afinal, quando uma necessidade básica, como a de descanso, não é atendida, dificilmente uma pessoa pensa em qualquer outra coisa.
As 5 camadas da pirâmide
Maslow dividiu as necessidades humanas a partir de cinco grupos distintos. São eles:
1. Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas compõem a base da Pirâmide de Maslow, sendo consideradas as mais simples e diretas. Afinal, elas estão relacionadas às necessidades do corpo e do organismo, e servem, sobretudo, para garantir a sobrevivência. É fundamental que sejam saciadas para manter o corpo e a mente saudáveis.
Alguns exemplos desse grupo são:
- Fome e sede;
- Descanso;
- Respiração;
- Processos homeostáticos, como equilibrar a temperatura corporal, metabolismo, hormônios e afins;
- Excreção.
2. Necessidades de segurança
As necessidades de segurança estão um nível acima do grupo das fisiológicas na pirâmide. Como o próprio nome indica, nesse nível, elas giram em torno de garantir a sobrevivência e a integridade física de uma pessoa. Por isso, além de ter um abrigo, a preocupação com a segurança envolve:
- Segurança financeira;
- Segurança familiar;
- Leis que garantam acesso à assistência médica e à saúde, caso necessário;
- Leis de segurança pública;
- Ambiente de trabalho sem riscos em termos estruturais;
- Proteção de bens.
3. Necessidades sociais
O terceiro grupo da pirâmide é composto pelas necessidades sociais dos indivíduos, que estão diretamente relacionadas ao espectro emocional e, portanto, já começam a se tornar mais complexas. Esse grupo abrange as relações interpessoais, como amizades, família e relacionamentos amorosos. Como as pessoas são, por definição, seres sociais, essas necessidades também são de extrema importância e, caso não sejam supridas, podem gerar efeitos negativos que ultrapassam as barreiras psicológicas e atingem o corpo.
São alguns exemplos:
- Afeto e atenção;
- Sensação de pertencimento a um grupo;
- Identificação;
- Aceitação e conexão com outras pessoas;
- Intimidade sexual.
É a partir desse grupo de necessidades que as pessoas buscam por conexões e passam a prezar por fatores como interesses, ideias e atividades em comum, de modo que possam se reconhecer umas nas outras. Isso também envolve formar relações que incluam respeito, empatia, confiança e que façam com que as pessoas se sintam valorizadas, aspecto que já começa a configurar o próximo nível.
4. Necessidades de estima
A necessidade de estima, quarto nível da pirâmide, envolve fatores como a valorização, reconhecimento de outras pessoas e a construção da autoconfiança. Nesse estágio, os indivíduos buscam formas de se sentirem bem consigo mesmos, além de formar vínculos capazes de proporcionar reconhecimento. Contudo, vale ressaltar que esse tipo de necessidade vai além das relações pessoais e da sociabilidade envolvida nisso. O processo também abrange a vontade de se sentir reconhecido, seja no trabalho, na família, entre amigos ou até mesmo por pessoas com quem não se tem contato próximo. Assim, desenvolvemos nossa autoestima – a partir do reconhecimento e da valorização vinda dos outros.
Alguns exemplos de necessidades são:
- Autoestima e autoconfiança;
- Reconhecimento e status;
- Valorização e admiração;
- Conquistas e realizações pessoais.
5. Necessidades de autorrealização
Por fim, o último nível da Pirâmide de Maslow descreve as necessidades de autorrealização, ou seja, a satisfação plena de uma pessoa nos diversos âmbitos de sua vida. Além deste grupo ser muito difícil de atingir, uma vez que, para isso, um indivíduo precisa satisfazer todos os outros, o conceito em si é extremamente subjetivo. Dependendo da pessoa, estar plenamente satisfeito pode significar sucesso pessoal, profissional e financeiro, entre outras possibilidades. Há quem encontre esse sentimento ajudando os demais e fazendo trabalhos voluntários, em passar tempo de qualidade com quem ama, em fazer o que gosta e quem atribua esse nível de satisfação a conquistas materiais.
Por isso, é difícil elencar quais necessidades estão atribuídas a esse grupo. Para Maslow, passamos a vida inteira em busca do sentimento de autorrealização, independentemente de como ele se manifesta. Para o pesquisador, é a vontade de chegar a esse ponto que serve como motivação para pequenas conquistas do dia a dia.
Além dos níveis tradicionais
Para além dos grupos de necessidades que se tornaram mais conhecidos, Maslow previu, ainda, outros três níveis que, em tese, ficariam acima da autorrealização. Vale lembrar que, como essa é uma teoria que trata de pessoas, ela é bastante flexível e, não necessariamente, para chegar a outro nível, as pessoas precisam cumprir todas as necessidades do grupo anterior.
De acordo com Maslow, também existem:
- Necessidade de aprendizado, que diz respeito à vontade de aprender e entender a realidade em que vivemos;
- Necessidade de satisfação estética, que está relacionada à busca pela beleza estética, arte, simetria e afins;
- Necessidade de transcendência, que diz respeito à questão espiritual, envolvendo crenças, fé, conexão com a natureza e a perspectiva da mortalidade, entre outras possibilidades.
A pirâmide de Maslow e as motivações humanas
O conceito da Pirâmide de Maslow está diretamente ligado às motivações e prioridades das pessoas. Afinal, como mencionamos, para que atinjam novos patamares da pirâmide, elas precisam realizar, minimamente que seja, as necessidades dos grupos anteriores.
Portanto, a pirâmide pode ser um recurso valioso na hora de identificar as motivações, explicar como elas se manifestam e até mesmo induzir o surgimento de novas. Não à toa, essa é uma ferramenta usada para otimizar estratégias de diversas áreas e setores, como marketing e gestão de RH.
De acordo com os estudos de Maslow, a motivação das pessoas está sempre relacionada ao que elas entendem por ‘autorrealização’. Uma pessoa que almeja um cargo de direção em uma empresa, por exemplo, pode se motivar por fatores como a segurança financeira, presente no grupo 2, a estima entre os colegas, no grupo 3, e a conquista pessoal, abarcada no grupo 4.
Já para um indivíduo que entende o conceito de autorrealização como ajudar o próximo, as motivações podem ser a empatia, o afeto e o reconhecimento da necessidade do outro. Dessa forma, as empresas conseguem traçar formas otimizadas de lidar não apenas com seus clientes, como também com o Capital Humano.
Como instrumento de autoconhecimento, a pirâmide também é muito eficaz para identificarmos o que precisamos fazer para atingir nossos objetivos. Nesse sentido, o recurso é interessante para mapear nossas necessidades e entender onde precisamos investir nossos esforços, saciando, assim, as necessidades de acordo com a hierarquia proposta por Maslow. Por vezes, temos dificuldade de entender o que nos separa de nossos objetivos finais e, ao identificar os anseios (e o grupo do qual fazem parte), esse processo fica mais nítido e fácil de conduzir.
Vamos imaginar, por exemplo, que um colaborador precise aprender um novo idioma para conseguir uma promoção. Nesse momento, é o anseio pela autorrealização que o mantém motivado a desenvolver essa nova habilidade. No entanto, isso implica em interagir com pessoas e exercitar a prática da nova língua. Acontece que, por conta de traumas passados, ele tem uma necessidade de estima grande e se sente extremamente envergonhado e frustrado ao cometer erros na frente de outras pessoas.
Como isso o tira da sua zona de conforto, ele consegue desenvolver bem a leitura, a escrita e a compreensão do novo idioma, mas não a fala, que é a principal competência necessária para a promoção. Nesse sentido, mapear suas necessidades é fundamental. Afinal, ao fazer isso, ele será capaz de observar como lida com os anseios que envolvem sociabilidade e estima. Assim, ele pode trabalhar suas questões pessoais para tentar lidar com as necessidades de formas mais saudáveis. Feito isso, desenvolver a fluência no novo idioma será bem menos complicado.
A Pirâmide de Maslow na Gestão de Pessoas
Conhecer as motivações dos clientes é fundamental para traçar estratégias e ações eficientes. Contudo, estar ciente do que motiva o Capital Humano é ainda mais importante para melhorar resultados, uma vez que isso ajuda a aumentar produtividade e a satisfação dos profissionais durante a employee experience.
Há uma série de ações que a gestão de pessoas pode adotar para manter as equipes motivadas e suprir suas necessidades nos mais diversos níveis da pirâmide.
Separando por grupos, algumas ações de destaque nesse sentido são:
No nível fisiológico
Para lidar bem com as necessidades fisiológicas dos colaboradores, é fundamental garantir os meios para que elas sejam atendidas. Como esse grupo de anseios trata diretamente de questões biológicas, é fundamental, antes de tudo, oferecer uma estrutura de trabalho própria para que os colaboradores exerçam seu ofício sem grandes problemas. Isso inclui ambientes equipados com as ferramentas adequadas, além de dispor da infraestrutura necessária para acomodar o Capital Humano. Ademais, outro fator de suma importância é que a empresa ofereça salários competitivos, uma vez que eles irão garantir que o colaborador consiga suprir suas necessidades básicas, como fome, sede e abrigo.
No nível de segurança
Como mencionamos, o segundo nível da pirâmide abarca tanto a necessidade de segurança física – como estar em ambientes não-violentos, onde o profissional não tenha que se preocupar em se manter vivo -, ou psicológica, o que inclui conceitos como lei, ordem e estabilidade.
Quando consideramos o aspecto literal, é fundamental que a empresa ofereça meios de o profissional se sentir seguro no ambiente de trabalho. Durante a pandemia, por exemplo, a principal medida nesse sentido foi a implementação do home office.
Já no campo da segurança psicológica, isso inclui oferecer segurança financeira com pagamentos em dia, contratos de trabalho devidamente estabelecidos e benefícios, como plano de saúde e aposentadoria. Além disso, é fundamental que a empresa adote, em sua cultura organizacional, políticas de inclusão para colaboradores vindos de grupos minoritários. É extremamente importante que a empresa adote condutas de tolerância zero para questões como racismo, LGBTfobia, sexismo, intolerância, preconceito com PCDs e outras formas de discriminação. Só assim, os integrantes desse grupo se sentirão seguros em atuar pela empresa, melhorando os níveis de retenção de talentos.
No nível de pertencimento
No nível social, as necessidades começam a ficar mais subjetivas. Por isso, é a partir dele que as empresas conseguem, de fato, se destacar (ou ficar para trás em relação aos concorrentes). Afinal, quando consideramos a questão da sociabilidade, a organização pode adotar duas condutas distintas: estimular a formação de vínculos e relações interpessoais ou incentivar ambientes de trabalho competitivos. A questão é que, caso a abordagem escolhida seja a primeira, é bem mais provável que ela esteja saciando as necessidades sociais de seus colaboradores.
Além disso, outra política que pode ser adotada para atender a esses anseios é a flexibilização das jornadas. Dessa forma, os colaboradores podem adequar seus horários de trabalho às rotinas pessoais e conseguir, assim, passar mais tempo com a família e os amigos.
No nível de estima
De acordo com os estudos de Maslow, a necessidade de estima pode se manifestar de forma externa ou interna. Quando consideramos o campo externo, ou seja, que inclui a avaliação e o reconhecimento de outras pessoas, prêmios de reconhecimento e promoções são uma boa forma de atender a essas necessidades.
Já no campo interno, que diz respeito aos objetivos e metas pessoais, esse caminho é um pouco mais complexo, mas não significa que a organização não possa ser atuante nele também. É interessante que a empresa ofereça abertura para conversar com os profissionais e entender quais são suas pretensões e anseios individuais para o futuro. A partir desse levantamento, o RH pode realizar ações, como planos de desenvolvimento e treinamentos que ajudem o colaborador a atingir os objetivos pretendidos.
No nível de autorrealização
O nível de autorrealização é algo pessoal e que varia drasticamente de pessoa para pessoa. Contudo, isso não significa que a empresa não possa buscar formas de lidar com esse grupo de necessidades de seu Capital Humano. Nesse sentido, é interessante adotar estratégias como o uso de feedbacks, para entender quais são os desejos dos colaboradores. Isso pode implicar, por exemplo, na vontade de trabalhar em modelo híbrido para passar mais tempo com a família. Caso seja viável, atender a esse desejo pode ajudar na autorrealização do colaborador.
Como o RH pode agir?
A Pirâmide de Maslow é um recurso muito interessante para entender como os colaboradores de uma empresa se motivam. Afinal, uma vez que isso é identificado, fica mais fácil traçar estratégias específicas para manter o engajamento e fazer com que seu desempenho seja cada vez melhor. Até porque, vale sempre ressaltar: as pessoas não trabalham somente para ter comida na mesa e um teto para dormir, por mais que algumas organizações adotem condutas que demonstram que acreditam nessa ideia.
É preciso saber quais são os anseios de cada colaborador e o que ele precisa suprir para que almeje novos objetivos. Afinal, a teoria de Maslow mostrou que não adianta querer provocar ambição em um profissional e cobrá-lo para que seja melhor se ele tem está cansado demais para se dedicar a isso, por exemplo. Ou mesmo se tem preocupações familiares, financeiras ou saúde que o impeça de dar o melhor de si para conquistar seu objetivo.
Nesse sentido, o RH pode implementar soluções para identificar as tendências desses fatores a partir do comportamento de cada colaborador. Afinal, o perfil comportamental de uma pessoa é essencial para entender o que a motiva, suas âncoras de carreira e quais necessidades precisam ser atendidas primeiro.
Para isso, a adoção de um programa de Assessment, a fim de diagnosticar as motivações individuais de cada colaborador, é muito bem-vinda.
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Se realizado em conjunto com a utilização de análises de perfil comportamental detalhadas, recursos de grande auxílio na hora de observar as tendências dos profissionais, esse processo, naturalmente complexo, fica muito mais acessível.
Para saber mais sobre as análises de perfil comportamental ETALENT, clique aqui.
Também é importante fazer levantamentos, de tempos em tempos, para entender como está a jornada de cada colaborador. Realizar um mapeamento do clima da organização é fundamental para entender se os profissionais estão satisfeitos com a sua trajetória na empresa. Isso inclui desde saciar suas necessidades a partir de uma perspectiva individual, até suas considerações sobre ambiente de trabalho, clima e cultura da empresa. Afinal, esses fatores impactam diretamente na felicidade e satisfação dos colaboradores.
Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental ETALENT, clique aqui.
E as lideranças nesse contexto?
Quanto à motivação, o trabalho das lideranças também é muito importante. Afinal, os impactos da gestão nesse ponto são explícitos – tanto para o bem quanto para o mal. De acordo com esse estudo realizado pela American Psychological Association, para 75% dos profissionais norte-americanos, lidar com o chefe é a pior parte da rotina de trabalho. Já essa matéria do G1 aponta que 8 em cada 10 profissionais pedem demissão por conta de seus chefes. Contudo, vale ressaltar que o contrário também acontece: quando há bons líderes desempenhando suas funções de forma humanizada, horizontal e empática, a tendência é o exato oposto.
Nesse contexto, o papel do líder perpassa todos os grupos de necessidades do Capital Humano. Afinal, como mencionamos, dependendo da postura das lideranças, os ambientes organizacionais podem ser completamente distintos. Quando há bons líderes, a tendência é que as rotinas sejam saudáveis, as pessoas sejam colaborativas, o ambiente seja propício para o desenvolvimento e que a segurança psicológica esteja garantida.
Da mesma forma, condutas antiéticas, negligentes ou tóxicas podem acabar fazendo com que os profissionais se sintam inseguros e que as necessidades dos níveis básicos da pirâmide aumentem. Nada mais natural, afinal, se um chefe é instável e imprevisível, a tendência é que o Capital Humano viva com medo e considere, o tempo inteiro, pedir demissão. Por conta disso, o foco é fixado em questões como segurança financeira, necessidades básicas e afins, o que impede que os colaboradores almejem voos mais altos.
5 dicas para motivar os colaboradores com a Pirâmide de Maslow
A implementação dos conceitos de Maslow em uma empresa vai depender de suas necessidades, mas é válido ressaltar que, para que seja feita de forma efetiva, deve levar em conta pontos que vão desde os níveis mais básicos até o topo.
Fique atento à saúde física e mental dos profissionais
Para que uma empresa consiga promover a satisfação do seu Capital Humano, é fundamental ter atenção a pontos específicos da jornada de trabalho. Questões como a carga horária, estrutura de trabalho e tempo de descanso impactam diretamente a saúde física e mental dos profissionais. É preciso estar de olho caso alguns desses fatores se desequilibre e eles comecem a ficar cansados em demasia.
Ademais, também é interessante se preocupar com questões para além do dia a dia na empresa em si. Se um profissional começa a demonstrar sintomas de doenças psicossomáticas, como depressão e ansiedade, mesmo que elas sejam oriundas de algo fora do alcance da organização, é essencial avaliar como a empresa pode ajudá-lo.
Crie ambientes de trabalhos física e psicologicamente seguros
A segurança é um fator fundamental para uma rotina de trabalho produtiva. Isso inclui aspectos mais literais, como manter salários em dia, oferecer benefícios competitivos, acesso à saúde e afins, e questões abstratas, como o colaborador se sentir seguro e respaldado por sua equipe. Em termos de segurança psicológica, é muito importante criar ambientes saudáveis e acolhedores, onde os profissionais possam trabalhar sem preocupação de serem coagidos por superiores, assediados física e verbalmente ou mesmo humilhados.
Promova a interação e a colaboração
Criar ambientes de trabalho saudáveis e que estimulem a colaboração, a troca de ideias e a sinergia é fundamental para manter a motivação e a produtividade dos colaboradores em dia. Por isso, é fundamental estabelecer, já na cultura organizacional, o respeito mútuo e a empatia como valores da empresa. Além disso, os gestores devem ser acessíveis, estar dispostos a ouvir seus colaboradores e até acolhê-los, quando necessário. Também é recomendado estabelecer momentos para celebrar em equipe e interagir única e exclusivamente a fim de firmar as relações. Para isso, os happy hours são uma boa pedida.
Reconheça o esforço dos colaboradores
Para manter a motivação e saciar a necessidade de estima, é preciso reconhecer o esforço dos colaboradores. Afinal, quando a organização se propõe a fazer isso publicamente, ela valoriza o trabalho do profissional e o expõe suas conquistas como algo positivo para todos os outros, que também passam a admirá-lo. Para isso, programas de recompensa que ofereçam benefícios, como viagens ou prêmios, além de promoções em si, também são recursos recomendados.
Conheça os anseios dos profissionais
Conhecer as necessidades de um colaborador é, sem dúvida, a melhor forma de motivá-lo. Assim, é possível construir um plano de carreira compatível com suas pretensões, o que vai estimulá-lo a trabalhar em prol dessa meta. Assim, tanto a empresa quanto o profissional saem beneficiados.
A Pirâmide de Maslow é um conceito oriundo da psicologia que tem implicações diretas na produtividade e no bem-estar dos profissionais de uma empresa. Por isso, quando usada da forma certa, ela é um recurso valioso para a gestão de pessoas, uma vez que trabalha diretamente com a motivação dos profissionais. E é mantendo o engajamento e a satisfação das pessoas em dia que os melhores resultados aparecem.
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.