O metaverso chegou à gestão de pessoas! E nada mais natural do que esse movimento, considerando que, historicamente falando, o RH esteve sempre evoluindo de forma concomitante às tecnologias e às necessidades do mercado. Ainda no século XX, antes que movimentos como o RH 5.0 ganhassem escopo em todo o mundo, este era um setor fortemente marcado pela burocracia. Em seu modelo mais operacional, o RH ficava responsável por questões como folhas de pagamento, contratos, demissões, documentação de arquivos, entre outras possibilidades. Entretanto, a questão mudou bastante de figura com o andar da carruagem.

Atualmente, o RH assume um papel cada vez mais estratégico, onde passou a fazer parte da tomada de decisões na empresa. Hoje em dia, é comum ver esse setor atuando através de subsistemas, cada um pensado para melhorar a gestão de pessoas na organização. Em sua versão mais moderna, cabe ao RH fazer mapeamentos de perfil comportamental, monitorar os níveis de satisfação do Capital Humano, realizar processos de Recrutamento e Seleção mais assertivos, criar ações para o treinamento e desenvolvimento dos profissionais, realizar o onboarding e o offboarding dos talentos, entre diversas outras atribuições.

Nada disso seria possível sem a evolução das tecnologias e das lógicas de mercado. Programas voltados para o People Analytics, por exemplo, são fundamentais para que o RH seja estratégico e consiga ajudar a empresa a conquistar seus objetivos. Por isso, quando uma nova tecnologia surge, é de se esperar que, em algum momento, ela chegue à gestão de pessoas como mais uma ferramenta que auxilia nesse complexo processo. A bola da vez é o metaverso, um conceito que ainda é misterioso para muita gente, mas que muitos apostam ser o futuro da tecnologia. Mas, afinal, como investir no metaverso pode ser bom para a gestão de RH em uma empresa? É o que você vai descobrir no artigo de hoje! Boa leitura!

 

O que é metaverso?

O conceito de metaverso ainda é algo nebuloso para muitas pessoas – em especial, para aqueles que não têm muita intimidade com tecnologias ou ambientes virtuais. Entretanto, de forma objetiva, o metaverso pode ser definido como um espaço virtual onde as pessoas interagem através de avatares digitais e cumprem suas tarefas no dia a dia. Apesar de a premissa ser bastante parecida com o que encontramos em redes sociais mais tradicionais, a ideia do metaverso não se baseia apenas na interação – a imersão também é uma prioridade. Por isso, esse espaço digital se debruça em recursos como a realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV), inteligência artificial, criptomoedas e outras ferramentas para transformar aquele ciberespaço no mais “real” possível.

A ideia central do metaverso é funcionar como uma espécie de internet 3D. Da mesma forma que interagimos, fazemos compras, trabalhamos e nos divertimos usando a rede, com o metaverso, o intuito é criar espaços virtuais capazes de replicar essa praticidade, só que utilizando recursos mais imersivos e tecnológicos. Dessa forma, barreiras geográficas e até mesmo físicas caem por terra, mas sem privar as pessoas de viverem experiências muito parecidas com as do mundo real.

Para esmiuçar mais essa premissa, utilizemos o filme “Jogador Nº 1” como exemplo. Dirigido por Steven Spielberg, o longa-metragem de 2018 conta a história de um garoto da periferia de Columbus, Ohio, que tem a chance de se tornar um bilionário. Mas, para isso, ele precisa encontrar um tesouro deixando dentro do jogo OASIS, uma espécie de utopia virtual onde as pessoas podem ser o que quiserem. Na trama distópica, esse ciberespaço é considerado até mais importante do que a própria realidade, uma vez que, em um mundo devastado pela guerra e pela pobreza, o ambiente virtual foi tudo que restou para muitas pessoas. Evidentemente, no filme, o conceito de metaverso é elevado a condições que a tecnologia atual não seria capaz de sustentar; contudo, ainda assim, é interessante para observar a proposta na prática.

Por mais que pareça algo exclusivo da ficção científica, esse conceito já é relativamente antigo. Ele foi cunhado na década de 1990, com o lançamento do livro “Snow Crash” (1992), de Neal Stephenson, escrito a partir de referências da literatura sci-fi que começava a explorar temáticas como um futuro distópico cyberpunk. Quase 30 anos depois, o conceito virou um termo propriamente dito, depois que o Facebook mudou o seu nome para Meta e passou a investir pesado na construção desses ambientes virtuais.

Hoje em dia, diversas empresas já aplicam os conceitos de metaverso em seus produtos e serviços. Nos jogos eletrônicos, existe uma profusão de games com propostas, que contam com investimento em NFT e blockchain, inclusive. Títulos como Habbo (2000) e Second Life (2003) ficaram marcados por aliar o conceito de redes sociais aos ambientes virtuais.

O propósito do metaverso

Há diversos aspectos que explicam os motivos para que as discussões sobre metaverso estejam tão em alta. Com ele, será possível redefinir a compreensão de tudo que envolve internet, incluindo as interações sociais e econômicas. As criptomoedas, termo genérico que se refere ao dinheiro digital, têm uma lógica de valorização própria que, em um momento futuro, pode ser utilizada para potencializar os lucros das empresas. Entretanto, este é só o primeiro ponto de interesse das organizações na lógica dos ambientes digitais.

Com a pandemia, a sociedade se deparou com a necessidade de isolamento social, o que impediu muitas pessoas de trabalhar, se comunicar e até mesmo de ter lazer. Na época, alguns museus disponibilizaram visitas virtuais aos seus acervos, o que ajudou muita gente a lidar com a frustração de não poder comparecer fisicamente ao estabelecimento. Esse mesmo conceito foi adotado em ambientes corporativos e educacionais, que ganharam até mesmo uma nomenclatura específica: os eventos 4.0.

Além disso, vale destacar o grande potencial de marketing que os ambientes digitais possuem. Algumas empresas fazem campanhas dentro dos ciberespaços de jogos eletrônicos voltados para a interação social. Em GTA RP, uma variante do GTA V (2013) voltada para o metaverso, o cenário é uma cidade. Por isso, algumas marcas já fizeram ações pensadas no dia a dia da vida urbana, como a entrega de comida, bares temáticos organizados por marcas de cerveja e a utilização de bancos onde os jogadores podem abrir contas e até trabalhar.

 

Os impactos do metaverso no mercado corporativo

O investimento em tecnologia é uma tendência do mercado corporativo, que vem se tornando bem lucrativa. De acordo com essa pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que monitorou o investimento das organizações em TI por dois anos, a cada 1% do lucro investido, o retorno foi de 7%. Ou seja, das 10 mil empresas avaliadas pelo levantamento, as que apresentaram melhores resultados foram as que investiram em tecnologia. O mesmo ponto foi reiterado nesta matéria da revista Valor Econômico, que explica que 51% das empresas latino-americanas que utilizam Inteligência Artificial viram seus lucros crescerem em 2021.

A “evolução da internet” já é uma realidade em grandes empresas de tecnologia. Em 2021, a Microsoft criou uma plataforma que permite reuniões usando avatares 3D e hologramas. De acordo com dados publicados pela FleishmanHillard Brasil, até 2024, mais de U$800 milhões serão investidos em soluções que envolvam a criação de ambientes virtuais. Esse valor pode ficar ainda maior com o mercado de RA e RV.

No mercado de trabalho, diversos cargos novos podem ser criados para lidar diretamente com o metaverso. Desenvolvedores especializados serão necessários para criar o ciberespaço das empresas e mantê-los em funcionamento. Especialistas em segurança cibernética também ganharão espaço. As empresas, por sua vez, vão poder oferecer experiências mais imersivas e personalizadas aos clientes, fazer a transição completa do trabalho presencial para o virtual, além de melhorar a qualidade de seus produtos e serviços.

 

O que o metaverso muda nos modelos de trabalho?

Se durante a pandemia, a necessidade de isolamento social fez com que o home office ganhasse popularidade (e até conquistasse a preferência) entre os colaboradores, com o metaverso, esse modelo de trabalho pode ser elevado a outro patamar. Com a possibilidade de interagir com avatares e ambientes virtuais, o trabalho presencial vai ficar cada vez mais obsoleto – e, portanto, menos necessário. Afinal, se o modelo remoto já causou uma explosão de profissionais atuando para organizações estrangeiras por conta da extinção dos limites geográficos, a tendência é que isso seja ainda mais expressivo em alguns anos, quando essa transição estiver completa.

Esse processo já tem até nome: Home Office 2.0. Para os profissionais, as vantagens são muito semelhantes às que já existem nesse modelo de trabalho remoto: autonomia, flexibilidade, não perder tempo de deslocamento até a empresa e a possibilidade de assumir cargos em qualquer organização do mundo que ofereça suporte para tal. Vale ressaltar que, com o metaverso, as empresas vão investir em ciberespaços que simulem escritórios e áreas de convivência, onde será possível se movimentar e interagir com os colegas sem sair do conforto da própria casa. Esse fator, por si só, já mostra uma evolução expressiva em relação ao home office:  o metaverso possibilita trabalhar remotamente sem que os profissionais se sintam isolados dos demais.

Entre os principais desafios do modelo remoto, esse era, certamente, um dos mais pontuados, sobretudo para profissionais com o perfil comportamental mais sociável e relacional. Contudo, a convivência em ambientes, mesmo que digitais, promete ser o suficiente para suprir a necessidade social e criar um novo modelo de trabalho que consiga ser efetivo em praticamente todos os aspectos.

As empresas também saem ganhando sob essas condições: elas terão acesso a profissionais do mundo inteiro em processos de R&S, o que vai ajudar a criar um Capital Humano mais diversificado e com habilidades que atendam às suas necessidades mais críticas. Em termos de treinamento e desenvolvimento (T&D), os benefícios também são bem interessantes, uma vez que será possível utilizar tecnologias como RA e RV para criar processos de aprimoramento ainda mais assertivos e direcionados. Isso tudo ajuda a aperfeiçoar a experiência de seus colaboradores, melhorando até mesmo a saúde mental e qualidade de vida. E essas são apenas alguns simples exemplos das aplicações deste recurso na gestão de pessoas, tópico que vamos discutir a seguir.

 

O metaverso no RH

Diferentemente do que acontecia décadas atrás, quando o setor de Recursos Humanos ficava responsável exclusivamente por questões burocráticas, hoje em dia, sua atuação é bem mais estratégica e complexa. De acordo com Idalberto Chiavenato, um dos nomes mais importantes do mundo quando o assunto é administração de empresas, existem pelo menos cinco subsistemas interdependentes que abarcam as responsabilidades do RH moderno. De forma rápida, eles incluem a provisão de recursos humanos para cargos em aberto, ambientação de colaboradores recém-chegados, treinamento e desenvolvimento, monitoramento de dados de todos os tipos relativos ao Capital Humano e retenção de talentos.

Devido a este novo momento, as possibilidades de utilização dos recursos do metaverso pelo setor se tornaram bem amplas. Depois da pandemia, atividades que eram realizadas majoritariamente de forma presencial foram migrando para o meio digital. Hoje, já é comum ver empresas realizando processos de R&S, contratação de talentos, onboarding e T&D à distância. Quando consideramos que os nativos digitais começam a ser uma parte expressiva da força de trabalho no mundo inteiro, a migração para modelos completamente digitais passa a fazer ainda mais sentido.

As aplicações provenientes do metaverso conseguem tornar a experiência de um recrutamento mais atrativa e dinâmica, o que agrega valor à marca como um todo. Para os colaboradores que já fazem parte do Capital Humano da empresa, o uso de recursos como RA e a RV possibilita realizar reuniões em salas completamente virtuais, mas com a “presença” de todos. De forma geral, a interação do dia a dia vai mudar – seja com clientes ou outros colaboradores.

Já em programas de desenvolvimento, esse tipo de ferramenta pode ser excepcional para potencializar o aprendizado. Seria perfeitamente possível que, por meio de avatares, os profissionais visitassem o lugar onde vão realizar uma campanha de marketing, o que faz toda a diferença na hora de fazer o planejamento.

Em suma, o metaverso no RH impacta pontos como:

  • Reuniões, seja entre equipes, com clientes ou fornecedores;
  • Entrevistas em recrutamento e seleção;
  • Onboarding e offboarding;
  • Reuniões de alinhamento e feedback;
  • Treinamentos corporativos;
  • Comunicação interna;
  • Interações entre profissionais;
  • Gamificação corporativa;
  • Inovação e competitividade;
  • Reputação da marca.

 

Benefícios do metaverso no RH

Conforme mencionado, a evolução do RH e de sua área de atuação esteve sempre ligada ao aprimoramento das tecnologias de cada época e, com o metaverso, esse movimento não é diferente. Em alguns anos, quando a transição para o digital estiver em um estágio mais avançado nas empresas, uma série de benefícios poderão ser colhidos por conta da utilização de recursos como inteligência artificial, realidade virtual e aumentada.

Além dos ganhos em produtividade que esse tipo de tecnologia proporciona, alguns destaques são:

Cultura organizacional mais democrática

Com as possibilidades trazidas pelos ciberespaços, um dos pontos que mais devem sofrer impactos nas empresas é a cultura organizacional. Isso porque as ferramentas do metaverso vão acabar de vez com as burocracias, além de ajudar com o processo de comunicação interna como um todo. E facilitar o acesso de todos às informações necessárias é o primeiro passo para romper com a ideia de uma cultura hierarquizada, para criar uma mais democrática. Além disso, mesmo à distância, os profissionais terão um bom nível de convívio, o que vai facilitar o fortalecimento da cultura da empresa mesmo em ambientes remotos – um desafio para o home office até então.

Melhorias na employee experience

A employee experience, ou jornada do colaborador, é um termo usado para descrever a vivência de uma pessoa enquanto funcionária de uma empresa. Dependendo do que o acontece durante seu tempo de atuação, esta pode ser uma experiência positiva ou negativa. Entretanto, com as ferramentas trazidas pelo metaverso, a tendência é que haja melhorias nesse sentido. Afinal, além de não precisarem sair de suas casas nem se deslocar para chegarem aos ambientes virtuais, nessas condições, os colaboradores vão conseguir interagir, manter o entrosamento e a sinergia, questões que se tornam mais complicadas com o home office atual.

Para além da parte social, vale ressaltar outro fator que também vai melhorar muito com o metaverso: o processo de treinamento e desenvolvimento, parte fundamental da carreira de qualquer profissional.

Mais inclusão e diversidade

O metaverso também vai ser de grande ajuda para aumentar os níveis de diversidade e inclusão nas empresas. Isso porque, com o uso de avatares, candidatos que poderiam ser descartados de processos seletivos por puro preconceito conseguem driblar essa questão, uma vez que sua aparência real não precisará ser mostrada logo de cara. Essa será uma forma interessante de forçar organizações e recrutadores a contratar acordo com o que realmente importa: escolher o candidato mais adequado para assumir um cargo, independente de idade, etnia, identidade de gênero ou orientação sexual.

Para além disso, o metaverso também vai ser especialmente efetivo na integração de Pessoas com Deficiência (PCD), principalmente considerando que nem todas as empresas possuem infraestrutura necessária para incluir esses profissionais às rotinas. Para alguém com mobilidade reduzida, por exemplo, essa vai ser uma experiência muito mais inclusiva.

Mais produtividade, agilidade e assertividade

Com os recursos do metaverso, a produtividade de todos os departamentos de uma organização tende a subir. Algumas empresas já utilizam ferramentas de realidade virtual, aumentada ou híbrida para tornar os processos e análises mais eficientes. A Petrobrás, por exemplo, utiliza o HoloLens, os óculos da Microsoft que mesclam a realidade virtual com a física para analisar o petróleo em rochas. De acordo com esta matéria publicada pela revista digital TechTudo, o equipamento ajuda a descobrir a porosidade das amostras e os níveis de petróleo que há nelas. Para isso, ele disponibiliza hologramas interativos para quem os utiliza.

O HoloLens é apenas um exemplo de como esse tipo de tecnologia pode (e vai!) aumentar a assertividade, a produtividade e a agilidade nas empresas. Além disso, vale mencionar também a aplicação desses recursos em processos de aprimoramento de habilidades e desenvolvimento profissional. O metaverso tem potencial para revolucionar a forma de ensinar e aprender, oferecendo vantagens como a participação à distância com alto nível de interação, criação de cenários para estudar, além da possibilidade de aprender na prática, ainda que ela seja virtual.

Gestão humanizada

A gestão humanizada é um modelo de gerenciamento focado nas pessoas. A ideia é fazer a gestão do Capital Humano considerando individualidades, particularidades e subjetividades de cada colaborador. Com a tecnologia e o metaverso como aliados, o RH consegue criar experiências cada vez mais personalizadas e alinhadas com essas questões. Além disso, com a utilização de algoritmos e Big Data, entender os anseios de cada profissional fica mais fácil, bem como criar experiências que atendam às suas necessidades.

 

Principais desafios do metaverso na gestão de pessoas

Apesar do otimismo para este novo momento, nem tudo são flores – especialmente em tempos em que os crimes digitais estão a todo vapor. Como o metaverso propõe a construção de uma vida profissional em ambiente virtual, é fundamental que todas as medidas de segurança sejam tomadas para evitar que vazem dados dos profissionais ou haja acesso a conteúdo sigiloso de propriedade da empresa. Essa questão leva a outro problema também relacionado à segurança: ainda não há legislação específica para a segurança de dados no metaverso, tampouco para outros aspectos dele. Para que o metaverso seja posto plenamente em prática, a regulamentação é fundamental.

Outra questão que precisa ser pontuada são os altos custos que esse tipo de migração gera. Os óculos de realidade virtual são itens caríssimos. Considerando a realidade dos brasileiros, não há como esperar que os profissionais disponham desse tipo de equipamento em suas casas. E se a empresa se propuser a comprar um para cada funcionário, os gastos vão ser estratosféricos. Evidentemente, quando esse tipo de tecnologia se tornar mais popular, os preços podem cair, mas, até lá, esse fator tem que ser considerado. Não à toa, essas ferramentas ainda ficam muito restritas aos jogos eletrônicos e videogames – itens supérfluos que podem ser considerados até mesmo artigos de luxo no Brasil.

Falando nisso, vale destacar mais uma problemática que fica latente no contexto brasileiro: a qualidade de conexão com a internet. Para moradores de zonas mais afastadas ou mesmo de periferias, este pode ser um impeditivo para adentrar o metaverso. Por mais que, atualmente, 90% dos lares brasileiros já tenham acesso à internet, para muitas pessoas, a qualidade e a velocidade da conexão estão aquém do ideal. Para frequentar ambientes virtuais, será preciso ter uma conexão estável.

Outro desafio que o metaverso pode enfrentar é a questão do “letramento tecnológico”, ou seja, a capacidade dos profissionais de interagirem e cumprirem suas tarefas dentro desses ambientes digitais. Para quem não tem afinidade com a internet ou tecnologias, trabalhar assim pode ser especialmente custoso, já que a pessoa terá sempre que aprender e fazer simultaneamente. Colaboradores mais velhos, por exemplo, podem ter mais dificuldade com essa questão.

Por fim, outro problema do metaverso diz respeito ao excesso de tecnologia. Se hoje em dia, já existe um esgotamento mental e físico ocasionado pelo uso das telas e pela interação com o meio digital, isso pode ficar bem pior quando recursos mais complexos passarem a fazer parte das rotinas laborais. Para não comprometer a saúde mental, é preciso ter controle dessa exposição.

 

Como preparar a sua empresa para o metaverso

Por mais que o investimento nas tecnologias de metaverso seja uma tendência para um cenário futuro, é preciso que as empresas comecem o seu processo de preparação o mais cedo possível. Dentre algumas dicas para este momento, destacamos:

Investir em tecnologia

O caminho mais importante para preparar a empresa para a chegada do metaverso é investir em tecnologia. Isso significa automatizar processos que ainda são operacionais, usar dados para auxiliar nas tomadas de decisão e disponibilizar todas as informações necessárias para os profissionais nos meios digitais. Além disso, também é altamente recomendado utilizar softwares especializados em gestão de pessoas, como o Etalent PRO. Além do sistema a conduzir processos de Recrutamento e Seleção baseados na adequação comportamental (portanto, mais assertivos), também é possível melhorar a gestão do Capital Humano, uma vez que ele identifica e avalia as preferências comportamentais de cada colaborador.

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Adotar modelos de trabalho remoto

A adoção de modelos remotos de trabalho também é importante para que os colaboradores se acostumem com os ambientes virtuais para trabalhar. Se não for possível implementar um home office completo, é interessante utilizar, pelo menos, modelos híbridos para este fim. Uma vez feito isso, quando a tecnologia do metaverso entrar em vigor, os colaboradores vão estar mais adaptados com a lógica do ambiente virtual.

Treinar lideranças

Da mesma forma que fazer a gestão remota de equipes envolve desafios e precisa de treinamentos específicos, com a chegada do metaverso, as lideranças vão precisar de aprimoramento para melhorar o potencial produtivo dos times. Isso envolve aprender a lidar com o comportamento de cada um mediante a mudança, mas também saber como orientar os colaboradores em um ambiente virtual – algo que será novo para muita gente. Por isso, os líderes e gestores vão precisar de treinamentos específicos que possibilitem ser efetivos em questões como observar a saúde mental diante de tanto estímulo tecnológico, criar canais de comunicação de fácil acesso e integrar equipes, entre outras possibilidades.

Fazer a migração de burocracias para o meio digital

Outro fator que precisa de atenção é a migração de toda a parte burocrática para o meio digital. Ainda há muitas empresas que lidam com este fator de forma mais operacional, optando por deixar informações dos colaboradores e da empresa em arquivos físicos. Quando o metaverso for uma realidade nas organizações, esse tipo de prática não terá mais espaço. Por isso, é importante já começar a mudança desde agora – evidentemente, com todo o cuidado e seguindo protocolos de segurança para que nenhuma informação confidencial vaze.

 

O futuro do RH no metaverso

O RH se tornou um dos setores que mais se adaptaram e se desenvolveram nas empresas ao longo do tempo. Nos últimos anos, a necessidade de isolamento social imposta pela pandemia fez com que esse departamento tivesse que recorrer aos recursos tecnológicos para, assim, continuar gerindo o Capital Humano de forma eficiente mesmo diante de um desafio inédito. Nesse novo cenário, o departamento precisou encontrar formas de continuar atuando pelo bem-estar dos colaboradores, ainda que remotamente.

A atuação do RH sempre esteve alinhada com o desenvolvimento das tecnologias e, mais uma vez, é possível ver esse processo acontecendo. Com a chegada do metaverso, a tendência é que o departamento se adapte e consiga oferecer uma experiência ainda mais humanizada para os colaboradores das empresas. Em comparação ao modelo remoto, os ambientes virtuais vão oferecer mais oportunidades de trocas, conversas e conexões, o que permite acompanhar cada colaborador mais de perto. Isso sem mencionar questões como treinamentos, avaliação de desempenho, planos de carreira e afins – especialmente porque ainda não se sabe como as pessoas vão reagir a tamanha imersão no mundo tecnológico.

O metaverso é uma das principais tendências do mercado corporativo para os próximos anos. Utilizando recursos como realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial e ciberespaços, será possível implementar modelos de trabalho inéditos e com um potencial produtivo ainda maior. Contudo, é preciso ter cuidado e estar preparado para os desafios que essa nova página da história corporativa já está impondo. Mais do que nunca, é preciso estar atento à exposição do Capital Humano. Afinal, independente da tecnologia implementada, os resultados de uma empresa só serão positivos se as pessoas estiverem bem. É garantindo qualidade de vida e felicidade que o extraordinário acontece.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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