A criatividade é uma soft skill, ou competência comportamental, que vem sendo cada vez mais visada no mercado. De acordo com a pesquisa Future of Jobs 2023, relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial que descreve as competências mais requisitadas para o futuro, essa é a segunda entre as skills mais importantes para o futuro do trabalho, perdendo apenas para o pensamento analítico. No entanto, por mais que a pesquisa aponte as tendências para um momento futuro, já é possível perceber a criatividade como uma prioridade em processos seletivos, além de ser estimulada internamente entre os colaboradores.

Isso não acontece à toa. Profissionais que desenvolvem o pensamento criativo conseguem ir além do que é esperado deles, aumentando o potencial da empresa tanto em termos de produtividade quanto de inovação. Várias das estratégias bem-sucedidas de mercado, como as adotadas por organizações exponenciais, nascem a partir do pensamento disruptivo, que foge aos padrões tradicionais. Assim sendo, a criatividade é fundamental para romper com o que já está estabelecido no mundo corporativo e, por vezes, possibilita a criação de novos modelos de negócio.

Mas, afinal, quais são os impactos do pensamento criativo na rotina do ambiente de trabalho e o que que fazer para que os profissionais desenvolvam essa soft skill? Esse é o assunto do nosso artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é criatividade?

De acordo com o dicionário, a criatividade corresponde a “qualidade da pessoa criativa, de quem tem capacidade, inteligência e talento para criar, inventar ou fazer inovações na área em que atua; originalidade“. Já pela definição inicial, é possível entender por que essa vem sendo uma habilidade tão desejada no contexto corporativo.  A pessoa criativa é aquela que consegue enxergar o mundo de maneiras distintas, saindo do óbvio e, por vezes, propondo inovações. Isso a permite encontrar padrões escondidos, estabelecer novas conexões e trazer novas abordagens para resolver problemas, mesmo que eles sejam antigos.

É bem verdade que muitas pessoas acreditam que a criatividade é algo exclusivo de artistas, designers, arquitetos, músicos, dentre outros profissionais cuja atividade está diretamente relacionada ao ato de criar. E por mais que todas essas pessoas precisem, sim, ser criativas, de maneira geral, ser um profissional criativo vai além disso. Afinal, ter criatividade também envolve adquirir uma mentalidade curiosa, aberta à experimentação, além de buscar sempre fazer algo diferente. Por isso, essa não é uma habilidade restrita a cargos ou situações específicas, qualquer profissional pode ser criativo – e, como qualquer competência, pode (e deve) ser desenvolvida.

O processo criativo está presente durante a vida inteira e se adapta a cada situação e fase vivida. Se na infância, a criatividade significa inventar brincadeiras, construir brinquedos e usar toda essa capacidade para se manter entretido, quando chegamos à fase adulta, ela pode ser utilizada para solucionar problemas do dia a dia. Afinal, o pensamento criativo se transforma conforme amadurecemos. Em um dia, a criatividade está em construir um carrinho com papelão; no outro, se expressa, por exemplo, em encontrar um novo uso para um móvel quebrado ou elaborar uma solução alternativa para um problema do trabalho.

No entanto, para que os profissionais possam ser criativos nas empresas, é preciso ter atenção a uma série de questões. A principal delas é que as lideranças precisam dar espaço para que os colaboradores exerçam essa habilidade, permitindo que eles tenham autonomia. Afinal, para que o profissional consiga pensar fora da caixa, ele precisa experimentar – e ninguém consegue fazer isso em ambientes onde há microgerenciamento, por exemplo. Por isso, além de fazer parte da cultura organizacional, a criatividade deve ser valorizada pelas lideranças e estimulada no dia a dia de trabalho.

 

Tipos de criatividade

A criatividade pode ser exercitada de forma individual ou coletiva, porém, independentemente da abordagem com que essa habilidade é exercitada, desenvolvê-la contribui para novas propostas, abordagens e inovações.

É possível dividir o processo criativo em cinco tipos distintos:

Criatividade deliberada e cognitiva

Antes de entrar no conceito, é importante explicar do que trata a criatividade deliberada em si. O termo é usado para se referir à habilidade que é desenvolvida a partir de um processo recorrente do indivíduo. Ou seja, aqui, não há nada de espontâneo, mas, sim, o resultado da dedicação e do exercício diário. Já o processo cognitivo de uma pessoa descreve o momento em que ela reúne o máximo de informações que pode para depois criar conhecimento a partir disso.

Assim, a criatividade deliberada e cognitiva é aquela que surge a partir do estudo e do exercício da competência. É o caso de um tatuador, por exemplo, que quer se especializar em um tipo de traço e, para isso, se cerca artistas e referências do referido estilo. Pouco a pouco, com estudo e dedicação, esse profissional consegue implementar seu estilo naquela forma de arte, dominando-o e exercendo a criatividade aprendida nesse processo.

Criatividade deliberada e emocional

A criatividade deliberada emocional não tem como base o estudo, mas, sim, a experiência empírica, memórias ou reflexões. É daí que vem o nome, uma vez que esse processo é bem menos racional e intencionado do que a criatividade cognitiva. O processo descreve desde a criação a partir da individualidade, como é o caso de um escritor que redige um conto sobre o fato específico de sua vida cotidiana, até o estímulo ao processo criativo a partir do contato com outras pessoas – o que explica a sensação de se sentir mais criativo após um cafezinho com colegas, por exemplo.

Criatividade espontânea e cognitiva

A criatividade espontânea funciona como um pico criativo que surge em determinados momentos – ou seja, um insight. No entanto, como envolve a cognição, a espontaneidade criativa tem a ver diretamente com análises e estudos que provocam nesses picos. Por isso, é comum que esse tipo de criatividade seja associado às descobertas científicas – afinal, esses profissionais estão tão imersos na área de estudo que, de repente, têm grandes ideias. Essas “revelações” não surgem do nada: é comum que apareçam no intervalo entre o estudo e o trabalho, momento que pode ser entendido como de ócio criativo.

Criatividade espontânea e emocional

A criatividade espontânea e emocional é caracterizada pelo pico criativo a partir de experiências. Como é algo que surge a partir da vivência de cada pessoa, dificilmente acontece em momentos de pressão ou onde há a necessidade de trabalhar com prazos apertados, por exemplo. Esse tipo de criatividade é comumente associado a artistas, músicos e compositores.

Criatividade coletiva

Como o nome sugere, a criatividade coletiva é aquela alcançada por um grupo. Esse é um processo bem diferente dos tipos individuais, que normalmente estão associados a momentos de isolamento. Quando a criatividade é coletiva, a ideia é criar a partir dos palpites e soluções de todos os envolvidos, o que faz com que esse tipo de criatividade seja mais amplo do que qualquer processo individual. É o que acontece nos brainstormings.

 

Características de um profissional criativo

Existe uma certa mística relacionada à criatividade que trava muitos profissionais: a ideia de que é preciso nascer com este “dom” para conseguir exercê-lo e que é exclusivo dos profissionais que trabalham com arte e abstração. Muito desse pensamento foi permeado no período após a Revolução Industrial, quando as empresas tratavam o Capital Humano apenas como mão de obra, sem dar importância aos aspectos psíquicos e emocionais dos profissionais.

Essa questão fica ainda mais latente quando consideramos que existem estudos que apontam para o fato de que as pessoas são ensinadas a serem menos criativas conforme ficam mais velhas. Não à toa, crianças são vistas como gênios da criatividade enquanto adultos precisam se enquadrar nos ambientes que frequentam, mesmo que isso signifique perder a capacidade inventiva. De acordo com esta matéria, onde consta um estudo realizado pela NASA sobre criatividade ao longo do tempo, constatou-se que:

  • 98% das crianças de até cinco anos são consideradas gênias criativas como Einstein e Picasso;
  • O número cai para 30% aos 10 anos; e
  • Entre os adultos, o percentual é de apenas 2%.

Por isso, é válido ressaltar: a criatividade é uma habilidade como qualquer outra e deve ser exercitada tanto na vida pessoal quanto na carreira. No cenário corporativo, inclusive, é bem mais fácil dar abertura para esse desenvolvimento quando consideramos o momento atual da gestão de pessoas. Hoje em dia, os maiores players de mercado valorizam as soft skills, a saúde mental e a qualidade de vida, considerando estes aspectos fundamentais não apenas para manter os profissionais motivados e saudáveis, como também para impulsionar a produtividade. E quando o assunto é criatividade, essa mentalidade está diretamente ligada à criação de um diferencial competitivo para as organizações.

Existem alguns atributos associados à criatividade. É comum que essas pessoas sejam naturalmente curiosas, sensíveis, pensem “fora da caixa” e tenham uma abordagem mais lúdica de cada situação, sem temer serem vistas como diferentes.

De acordo com o livro “Creativity – Flow and the Psychology of Discovery and Invention” (2013), escrito pelo psicólogo húngaro-americano Mihaly Csikszentmihalyi, existem 10 características específicas de pessoas criativas. São elas:

  1. Embora sejam enérgicos, passam longos períodos refletindo sobre pontos de interesse, o que faz com que também tenham momentos de tranquilidade;
  2. São espertos e ingênuos ao mesmo tempo;
  3. Misturam ludicidade e disciplina, e variam entre momentos de responsabilidade e irresponsabilidade;
  4. Conseguem transitar facilmente entre uma perspectiva imaginativa e outra focada na realidade;
  5. Podem apresentar comportamentos extrovertidos e introvertidos ao mesmo tempo;
  6. Alternam entre momentos de humildade em demasia e certa arrogância;
  7. Até certo ponto, tendem a fugir de estereótipos sociais;
  8. São percebidos como rebeldes e independentes;
  9. Têm tendência a se apaixonar pelo trabalho, mas costumam ser críticos e objetivos ao se avaliarem;
  10. São sensíveis e se comovem com emoções e sentimentos, o que faz com que tenham mais facilidade de demonstrá-los.

 

Importância da criatividade no trabalho

Estimular a criatividade no ambiente de trabalho é importante, sobretudo, por dois motivos centrais: o bem-estar do Capital Humano e a capacidade de inovação do negócio. O primeiro deles acontece por um motivo lógico: ambientes abertos à criatividade têm mais chance de serem saudáveis para as pessoas. Cientificamente falando, há uma associação direta entre bem-estar mental e criatividade e, não à toa, pesquisas apontam que pessoas felizes conseguem ser mais criativas naturalmente. Logo, a criatividade se torna um pilar da felicidade no trabalho, algo que, quando valorizado pela empresa, transforma a experiência do colaborador como um todo. Ter pessoas felizes atuando na empresa faz com que o ambiente de trabalho seja mais saudável e os profissionais criem relações interpessoais mais próximas.

Ambientes que prezam pela criatividade costumam ser mais abertos à colaboração entre os profissionais, outro motivo pelo qual esse tipo de dinâmica favorece as relações. Ao encontrar soluções de forma coletiva e serem estimulados a isso, os profissionais desenvolvem confiança e o sentimento de pertencimento, além do estímulo por ajudar a equipe a resolver um problema. Ou seja, a criatividade, sobretudo a colaborativa, também ajuda a manter o Capital Humano engajado com o trabalho.

Embora estes sejam pontos que impactam diretamente o potencial de rentabilidade da empresa, há um outro motivo pelo qual a criatividade se tornou uma competência inestimável: a capacidade de inovação que ela possibilita. De acordo com essa pesquisa realizada pela Forrester, empresas que investem nessa competência costumam crescer 2,6 vezes mais rápido do que os negócios onde esta questão não é tão valorizada. Isso porque a inovação é o que possibilita se adaptar a mudanças e criar um diferencial competitivo. Não à toa, empresas que fazem sempre a mesma coisa da mesma forma se tornam obsoletas em um mercado tão volátil, complexo e não-linear.

Sem criatividade, por exemplo, não há como criar um princípio disruptivo, comum às organizações exponenciais. Este é um termo usado para falar de uma estratégia de mercado ou modelo de negócio capaz de reinventar o que a concorrência oferece. A ideia é que, a partir da subversão e com o apoio da tecnologia, a empresa consiga reformular estratégias amplamente estabelecidas. É o que aconteceu com empresas como a Netflix, que foi a primeira a aplicar o conceito de streaming a filmes e séries, criando um novo nicho de mercado a partir disso.

 

Benefícios da criatividade no trabalho

Dentre alguns benefícios que a criatividade traz para as empresas, vale destacar:

Aumento da produtividade

A produtividade no trabalho envolve a capacidade de realizar um alto número de atividades com menos recursos, em menos tempo e sem prejuízos à qualidade da entrega. Isso envolve questões como organizar tarefas, definir e atingir metas, gerir o tempo de forma efetiva, evitar interrupções, dentre outros pontos que tornem viável uma ideia central: produzir mais e ter um bom desempenho por isso. Quando as equipes são criativas, elas têm mais facilidade para encontrar formas de manter a produtividade alta. Além disso, como esses ambientes tendem a ser mais saudáveis e os conflitos são menos frequentes, elas conseguem trabalhar mais e se desgastar menos.

Desenvolvimento de um diferencial competitivo

Dar abertura para a criatividade aumenta o potencial de inovação das empresas, o que se torna ainda mais importante em tempos em que algumas das organizações mais valiosas do mundo se consagraram por conta de modelos de negócio que romperam com concepções tradicionais. O Airbnb, por exemplo, é uma das maiores redes hoteleiras do mundo – e, curiosamente, não possui nenhum hotel. E essa subversão em relação a um modelo de negócio já estabelecido se tornou um diferencial competitivo que só pode ser alcançado com muita criatividade e entendimento do mercado.

Resolução de problemas

A criatividade também ajuda a lidar com os problemas do dia a dia do trabalho. Quando os profissionais são estimulados a pensar fora da caixa, isso abre espaço para que eles avaliem o que não funciona em sua rotina corporativa e busquem por novos meios de melhorar aquela questão em específico. Explorando, testando e experimentando, eles encontram soluções para problemas que métodos mais tradicionais, por vezes, não conseguem.

Ambiente de trabalho saudável

De acordo com essa pesquisa feita pela revista Work & Stress, ambientes de trabalho hostis estão diretamente relacionados ao aumento da depressão, uso de substâncias ilícitas e problemas generalizados de saúde. Para as empresas, esse tipo de dinâmica traz diversos prejuízos: influenciam diretamente no desempenho e no comprometimento das equipes, o que pode ser traduzido em queda de produtividade e de qualidade. Por outro lado, como ambientes criativos oferecem liberdade, autonomia e estimulam a colaboração entre os profissionais, é comum que, nesses casos, as dinâmicas sejam mais saudáveis para os profissionais – o que é excelente para as empresas.

Estímulo à autogestão

A autogestão pode ser definida como a capacidade de um profissional de gerir a si mesmo, tornando-se responsável por definir a própria rotina, garantindo que suas responsabilidades sejam cumpridas. Por isso, essa é uma habilidade que também une fatores como gestão de tempo, proatividade e autonomia – mesmo que, por definição, não se limite em nenhum deles. Estimular a criatividade e incentivar que os colaboradores proponham novas abordagens também os ajuda a lidar melhor com suas próprias demandas e responsabilidades.

Redução na taxa de turnover

O turnover trata da taxa de rotatividade de profissionais em uma empresa. Por isso, o termo trata da relação que leva em conta a quantidade de pessoas saindo e o número de colaboradores chegando a uma empresa em um determinado período. Embora esse índice seja especialmente problemático por significar despesas em demasia (demissões são custosas, afinal), ele pode ser contornado com mais facilidade quando os colaboradores têm uma experiência positiva na empresa. E a criatividade, como vimos ao longo deste artigo, é um dos elementos que tornam isso possível.

 

Como estimular a criatividade no trabalho?

Existem diversas formas de estimular a criatividade no ambiente de trabalho e tornar os colaboradores mais abertos à experimentação.

Dentre elas, destacamos:

Estabelecer programas de T&D

A criatividade é uma habilidade como qualquer outra: há, sim, quem tenha mais facilidade para explorá-la por conta do perfil comportamental, mas a competência pode ser desenvolvida por todos.

Não à toa, de acordo com o livro “O DNA do Inovador” (2019), escrito por Jeff Dyer, Clayton M. Christensen e Hal Gregersen, apenas 25% a 40% da criatividade vem de características hereditárias. Segundo a pesquisa, 60% a 75% do nosso potencial criativo vêm por meio do desenvolvimento e aperfeiçoamento. E os treinamentos são uma parte importante no estímulo à criatividade do Capital Humano.

De acordo com essa pesquisa conduzida pela Universidade de Middlesex, no Reino Unido, 74% dos profissionais entendem que não conseguem atingir o máximo do potencial criativo por conta da falta de treinamentos internos focados nessa competência.

Fazer brainstorms

Os brainstorms também são parte importante na jornada de incentivar os colaboradores a serem mais criativos. Isso porque essa prática faz com que todos entrem em contato com a experiência e a diversidade de pensamento dos colegas, além de fazer com que eles colaborem em prol de um objetivo específico. Esse processo, inclusive, pode ser divertido para os colaboradores e ajudá-los a estreitar laços. Pensando coletivamente, a colaboração melhora e os profissionais se ajudam a encontrar soluções inovadoras.

Adotar a inovação como parte da cultura

A cultura organizacional de uma empresa é a soma dos hábitos, valores e comportamentos que ela expressa, que influenciam na forma com que ela conduz seu Capital Humano e lida com os negócios. O termo também diz respeito à sua identidade enquanto marca, percepção das lideranças e dos profissionais, que acabam moldando a “forma de pensar” da organização. Por isso, a cultura serve como um conjunto de diretrizes que expressam a mentalidade defendida pela organização, além do comportamento esperado dos colaboradores que nela trabalham.

Uma cultura empresarial bem estruturada contempla valores bem definidos. Caso a inovação seja um deles, a empresa precisa implementá-la no seu dia a dia. E isso é uma parte fundamental de desenvolver a criatividade no Capital Humano.

Investir em qualidade de vida

A qualidade de vida é extremamente importante para a criatividade. O termo, que descreve um conjunto de práticas voltadas para o bem-estar geral do Capital Humano, incluindo sua saúde física, mental, financeira, motivação e satisfação com o trabalho exercido, é um dos pilares para quem quer desenvolver um pensamento criativo. Isso porque, quando desgastados ou infelizes, é muito mais difícil que os profissionais tenham energia (ou sequer motivação) para pensar em ideias inovadoras. E vale lembrar que o ócio também faz parte do processo criativo. É no momento de descanso e relaxamento que o profissional reorganiza as ideias e se prepara para explorar os assuntos com mais profundidade

Treinar líderes para dar autonomia

A liderança é um dos principais fatores que determinam o sucesso ou fracasso de uma organização no mercado competitivo. Isso porque ela permeia vários aspectos diretamente relacionados à saúde do negócio e engajamento dos colaboradores, podendo servir como um catalisador de produtividade ou como algo que mina de vez a motivação dos colaboradores.

Quando o assunto é a autonomia dos profissionais, esse panorama não é diferente. Afinal, a atuação dos líderes é fundamental para determinar se os profissionais serão, de fato, estimulados a agir de maneira autônoma. Quando o gestor defende este valor, as suas ações são pensadas de forma a apoiar e orientar os liderados, caso precisem de ajuda. A dinâmica, nesse caso, é oferecer espaço para que eles executem as tarefas com liberdade, promovendo conversas pontuais para alinhamento, acompanhamento e direcionamento.

Estimular o consumo de arte

Uma forma muito efetiva de estimular a criatividade é incentivando os profissionais a consumirem mais arte – e é interessante, inclusive, que a empresa contemple esse ponto nos benefícios oferecidos aos seus colaboradores. Ao estabelecer parcerias e sortear ingressos para assistir a peças de teatro, filmes, shows ou exposições, por exemplo, a organização ajuda a manter os profissionais motivados, além de estimular o consumo de conteúdo artístico, o que faz toda diferença na hora de criar algo.

 

O que bloqueia a criatividade no trabalho?

Embora a criatividade seja uma habilidade que pode – e deve – ser desenvolvida por qualquer profissional, é importante ter atenção a alguns pontos dificultadores do sucesso nessa jornada.

Destacamos:

Falta de organização

Para que o processo criativo seja feito da melhor forma possível, é preciso ter tudo organizado já no momento em que as grandes ideias surgem. Caso o profissional perca tempo tentando encontrar formas de executá-la, ele pode acabar se sentindo desestimulado ou mesmo perder o timing ideal.

gestão de tempo

Profissionais que correm constantemente contra o tempo, por vezes, precisam sacrificar a qualidade com que gostariam de trabalhar. Além disso, prazos apertados podem significar mais pressão e cobrança, o que atrapalha o processo criativo.

Medo de críticas

Muitas pessoas deixam de tentar pensar “fora da caixa” por medo da forma com que as ideias serão processadas pelos líderes e colegas. No entanto, muitas ideias geniais deixam de ser colocadas em prática por mero receio do julgamento alheio.

Medo de cometer erros

Por vezes, antes mesmo de propor algo novo, os profissionais já temem o fracasso. No entanto, a lógica é a mesma aplicada às críticas: quando o assunto é potencial criativo, mais vale cometer um erro tentando acertar do que deixar de tentar por medo de errar.

Acomodação

A zona de conforto é um lugar perigoso para quem busca aprimorar o processo criativo. Como vimos, é fundamental estar em contato com arte e novas ideias, além de ter treinamentos específicos voltados para essa habilidade.

Objetividade em demasia

Por mais que a objetividade seja necessária em diversos âmbitos da vida, almejar chegar a um resultado rapidamente limita as possibilidades de exploração, prejudicando a capacidade dos profissionais de chegarem a soluções criativas, menos simples ou óbvias.

Resistência às mudanças

O processo criativo requer adaptabilidade, além de atualização constante e experimentação de novas perspectivas. Quem rechaça esses pontos dificilmente consegue manter ideias criativas por muito tempo.

Excesso de métodos

A criatividade requer espontaneidade. Quem aplica uma abordagem metódica à resolução de problemas, por exemplo, deixa de enxergar outras possibilidades. Isso sem mencionar que, por vezes, o excesso de planejamento bloqueia a criação, o que pode ser bastante frustrante para o profissional.

Falta de humildade

É preciso estar aberto às novas perspectivas e ao contato com outras pessoas. Enxergar a si mesmo como uma ilha não contribui em nada para ter ideias novas, enquanto a colaboração potencializa esse processo.

Desgaste excessivo

Como vimos, o ócio criativo é parte fundamental do processo. Profissionais cansados, desgastados e irritados em suas funções dificilmente vão ter energia ou vontade de pensar além do que já foi estabelecido para sua área de atuação.

 

O comportamento e a criatividade

O comportamento é complexo e muda bastante de pessoa para pessoa. São as tendências do perfil comportamental de uma pessoa que determinam como ele reage a certos estímulos, incluindo a forma com que responde e o tipo de sentimento que desenvolve em relação a eles. Há quem saiba lidar bem com imprevistos, enquanto outros indivíduos se irritam profundamente quando algo sai de seus planos. Esse é apenas um exemplo de comportamentos distintos, mas que expressa a diferença na forma com que as pessoas lidam com seu potencial criativo.

De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes do mundo, existem quatro fatores responsáveis por determinar o comportamento de uma pessoa: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade. Cada um deles tem suas próprias características e todos os indivíduos têm os quatro em algum nível. E a forma com que utilizamos esses fatores impactam diretamente a tendência a desenvolver (ou não) a criatividade.

Pessoas com alta Dominância, por exemplo, são objetivas, assertivas, obstinadas e movidas por desafios. Já quem tem a Influência como principal fator de destaque tem uma forte tendência ao relacionamento social, articulação, persuasão e expansividade. Indivíduos com alta eStabilidade são pacientes, tranquilos e anseiam por segurança. Já a Conformidade é marcada pelo apreço pela lógica, análise e atenção a detalhes. Todos esses podem – e devem – desenvolver a criatividade dentro de suas próprias tendências e preferências, entretanto, de acordo com a metodologia, essa é uma característica especialmente associada ao fator Influência.

Os fatores DISC podem ser divididos em subfatores, que especificam a forma com que uma pessoa se comporta. Um dos subfatores da Influência é o entusiasmo, que se refere especificamente à “capacidade de inovar, criar ou transformar de uma pessoa”. E para desenvolver essa característica, vale levar em conta as seguintes recomendações:

  • Pesquisar sobre uma ideia ou assunto até completar um pensamento inovador sobre ele;
  • Dar sentido prático às suas ideias e às dos outros;
  • Agregar valor a produtos e serviços;
  • Estimular pensamentos e discussões sobre os problemas existentes;
  • Estimular a criatividade com jogos e brincadeiras.

Essas são algumas das considerações abordadas no Personal Change, workshop voltado para o autoconhecimento e o autodesenvolvimento ideal para apoiar profissionais que desejam desenvolver a criatividade e outras competências.

Em conjunto com o Etalent Pro, software de gestão comportamental que mapeia os profissionais com maior propensão à criatividade no Capital Humano, fica mais fácil tornar as equipes mais criativas.

A criatividade é um fator que traz grande potencial de engajamento e felicidade para os profissionais, além de ajudar a construir um diferencial competitivo para as empresas. Afinal, quando as pessoas são estimuladas a pensar fora do padrão e têm liberdade para isso, elas se sentem valorizadas e se motivam a fazer cada vez mais e melhor. É nesse cenário, inclusive, que ideias inovadoras surgem. Por isso, é importante que as empresas se organizem para criar estruturas que apoiem seus colaboradores e deem espaço para que eles desenvolvam todo o seu potencial criativo. Afinal, é investindo em uma gestão humanizada e estratégica que os melhores resultados aparecem.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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