Oferecer uma employee experience positiva é uma preocupação constante para as empresas que desejam manter a competitividade no mercado. Esse é um conceito diretamente relacionado a pontos como saúde mental, qualidade de vida e modelos de gestão humanizados, fatores que vêm ganhando cada vez mais importância no cenário.
Desde o surgimento de movimentos como o RH 5.0, entende-se que o bem-estar e a felicidade corporativa são fundamentais para manter a alta produtividade na empresa. De nada adianta ter um Capital Humano altamente qualificado, com níveis de prontidão acima da média, se esses profissionais se sentem desmotivados e desvalorizados. Afinal, quando as pessoas estão infelizes em suas atividades profissionais, não importa o quão boas elas sejam – a tendência é que haja um declínio em sua capacidade produtiva.
Em contrapartida, quando a organização oferece experiências positivas e enriquecedoras para o seu Capital Humano, como ambientes de trabalho saudáveis, equipes colaborativas, planos de carreira e de desenvolvimento, além de salários e benefícios competitivos, os profissionais se sentem valorizados. Essas ações estimulam a satisfação em trabalhar, além de ajudar a manter a saúde mental em dia, ponto muito importante para garantir um bom desempenho.
Construir esse tipo de estratégia também impacta positivamente a reputação da empresa como marca empregadora. Quando as pessoas estão felizes, a tendência é que elas expressem isso em redes sociais, para amigos e familiares. A “fama” criada a partir desses relatos reverbera a favor da organização, que favorece seu potencial de atração de talentos em processos de Recrutamento e Seleção.
Contudo, vale ressaltar que o contrário também acontece: se os profissionais se sentem desconsiderados, eles mostram sua insatisfação publicamente, o que acaba manchando a reputação da marca como um todo.
Todos esses fatores englobam a employee experience. Mas, afinal, como a jornada do colaborador impacta a vida dos profissionais e os resultados da organização? É o que você vai descobrir no artigo de hoje. Boa leitura!
- O que é employee experience?
- Origem da valorização da jornada do colaborador
- Qual a importância da employee experience?
- Vantagens de investir na jornada do colaborador
- Os pilares da employee experience
- Como implementar a jornada do colaborador na empresa?
- O papel do RH na jornada do colaborador
- Exemplos de employee experience na prática
O que é employee experience?
Em tradução direta do inglês, employee experience (EX) pode ser entendida como “jornada do colaborador”, termo que também é utilizado nas rotinas das empresas brasileiras e que já indica muito de seu significado. A employee experience diz respeito a uma estratégia de gestão de pessoas cujo colaborador é o centro das ações. Isso significa que empresas que valorizam uma EX positiva investem em formas de fazer com que o colaborador se sinta confortável e valorizado no ambiente corporativo, além de defenderem este como um valor de sua cultura organizacional.
Esse tipo de preocupação surge em um momento em que se entende que os colaboradores são fundamentais para o bom desempenho do negócio. Como vimos, a satisfação deles enquanto profissionais está diretamente vinculada à sua capacidade produtiva, de criação, motivação e, evidentemente, à forma com que esses fatores contribuem para o potencial de lucratividade da empresa.
E esse movimento não acontece à toa. Afinal, hoje entende-se amplamente que a felicidade dos profissionais é rentável. De acordo com esta pesquisa realizada pela Sodexo e publicada pela revista Exame, as organizações que investem na qualidade de vida de seus colaboradores têm lucros 70% mais altos do que as que não investem. Alguns autores do empreendedorismo entendem a qualidade de vida como uma medida relacionada à produtividade e que não fica restrita somente à satisfação dos profissionais. Historicamente falando, o investimento na qualidade de vida surge como algo pensado para beneficiar tanto os colaboradores quanto os empresários.
A employee experience envolve uma série de estratégias pensadas para melhorar a rotina dos colaboradores. É importante explicar, contudo, que a EX não corresponde a apenas um ponto isolado, como engajamento do colaborador, polícia de trabalho flexível ou salários e benefícios competitivos. A employee experience abrange todas essas estratégias e outras, como lideranças bem treinadas e altamente motivadoras, ambientes saudáveis, planos de carreira. O importante, nesse caso, é entender como o colaborador se sente enquanto ele percorre essa jornada, para garantir que a sua experiência enquanto funcionário seja a melhor possível.
Diferenças entre employee experience e employer branding
Apesar da similaridade dos termos, employee experience e employer branding são processos que tratam de questões distintas. Enquanto a EX está vinculada à experiência do colaborador, o employer branding reflete a condição da empresa como marca empregadora no mercado. Mas, afinal, o que isso significa?
O termo employer branding, que pode ser traduzido como “marca empregadora”, diz respeito a um conjunto de práticas, técnicas e ações pensadas para melhorar a percepção do Capital Humano e de pessoas que não fazem parte dele em relação à empresa. Para isso, é desenvolvida uma estratégia com a finalidade de reforçar os pontos positivos em trabalhar para aquela organização.
A ideia é bem simples: oferecendo boas condições de trabalho para os colaboradores, a tendência é que eles fiquem felizes e satisfeitos, passando a avaliar a empresa como um bom lugar para consolidar suas carreiras. Quando esse processo é bem-feito, a empresa se fortalece como uma marca empregadora e, toda vez que uma vaga é aberta, ela conta com um grande potencial de chamar a atenção de possíveis talentos qualificados. Por isso, o employer branding é um processo que envolve a experiência do colaborador, mas que estabelece o foco na reputação da empresa como um todo. Um exemplo perfeito para entender como isso funciona é o Google. A empresa é mundialmente conhecida como um dos melhores lugares possíveis para qualquer pessoa trabalhar e, por isso, recebe (literalmente!) mais de dois milhões de currículos todos os anos.
Agora, fica fácil entender a relação entre os dois termos. Afinal, muito da reputação da marca empregadora é formada a partir da perspectiva de seu Capital Humano, a partir da sua jornada positiva na organização. Contudo, esses processos têm focos distintos e falam de momentos bem diferentes.
Origem da valorização da jornada do colaborador
O termo employee experience foi usado pela primeira vez em 2017 como algo correlato à customer experience, ou experiência do cliente. A ideia surge a partir de uma proposta de um grupo norte-americano de especialistas em gestão de pessoas: era impossível oferecer uma boa experiência para os consumidores finais se, antes, os colaboradores não tivessem experiências positivas com a empresa também. As considerações surgem em um momento em que já era discutido o RH 5.0, movimento em que o foco em pessoas é um dos principais pilares de sustentação, junto da tecnologia.
Não é um equívoco dizer, no entanto, que, ainda em 1990, algumas empresas já entendiam a importância do engajamento interno e buscavam colocar em prática, ainda que de maneira embrionária, a employee experience.
Na época, enquanto a maioria das organizações focava nos ganhos financeiros, surgiu uma nova teoria sobre o ambiente de trabalho elaborada por William Kahn, um professor de comportamento organizacional na Questrom School of Business, da Universidade de Boston. A ideia era bem básica: entender como os colaboradores se sentiam em seu cotidiano e alinhar essas considerações com dados sobre a performance de cada um. Foi a partir dessa linha de estudos que surgiu a ideia de que o engajamento dos profissionais é primordial para os resultados das empresas. Hoje em dia, não à toa, vivemos em uma época em que as organizações buscam oferecer experiências tanto para os colaboradores quanto para os consumidores. Afinal, em meio a tanta competição, a publicidade começou a apelar para as conexões emocionais – tanto na hora de vender quanto na de reter.
Atualmente, o conceito de employee experience ganha ainda mais força por conta das mudanças que vêm ocorrendo no mercado como um todo. O foco em pessoas, modelos de gestão humanizados, demanda por saúde mental e qualidade de vida, por exemplo, já são prioridades não apenas para os negócios, mas também para os profissionais.
Da mesma forma que um consumidor escolhe uma marca dentre inúmeras disponíveis no mercado – usando redes sociais, pesquisas, feedbacks e comparações –, os talentos, cada vez mais exigentes com dinâmicas oferecidas nos ambientes de trabalho, buscam por lugares cujos valores sejam compatíveis com suas prioridades. E isso, evidentemente, engloba a forma com que a empresa trata o seu Capital Humano.
Qual a importância da employee experience?
Investir na jornada dos colaboradores traz uma série de efeitos positivos para a empresa. Quando há essa preocupação, é possível fortalecer a cultura organizacional, diminuir a taxa de turnover, melhorar o engajamento interno e até mesmo o clima organizacional como um todo. Tudo isso por conta de um motivo simples: o investimento na felicidade das pessoas.
A lógica por trás desse raciocínio também é simples: quando as pessoas estão felizes ao desempenhar suas funções, elas fazem isso de forma mais eficiente, por mais tempo e com menos desgaste. Afinal, quando a empresa oferece condições de trabalho favoráveis para os profissionais, o estresse com a rotina laboral é reduzido drasticamente e a pessoa se sente valorizada pela organização. É sempre válido mencionar que, como o trabalho ocupa boa parte da vida dos adultos, quando essa relação não é construída de forma positiva, a tendência é que haja insatisfação. E isso pode levar a problemas bem maiores, como doenças de ordem psicossomáticas capazes não apenas de reduzir o potencial produtivo, mas de afastar de vez o colaborador acometido por elas.
A lógica estabelecida aqui é relatada no livro “The Employee Experience Advantage” (2017), de Jacob Morgan. No livro, o autor explica algumas vantagens da estratégia que, segundo ele, é fundamental para ganhar a “guerra” pelos melhores talentos do mercado competitivo. Morgan, que se tornou uma referência no assunto, descreve alguns benefícios dessa prática:
- Probabilidade 28x maior de ser uma das Most Innovative Companies (ranking anual da Fast Company);
- Probabilidade 11,5x maior de ser uma empresa reconhecida como Great Place to Work;
- Probabilidade 2x maior de entrar na lista da Forbes de empresas mais inovadoras;
- Probabilidade 4,5x maior de se tornar uma empresa querida no LinkedIn e com alto volume de aplicações em vagas;
- Probabilidade 2x maior de melhorar a qualidade de atendimento ao cliente.
Além disso, no livro, Morgan destaca outros dados interessantes. O primeiro deles é que as empresas que investem em EX reduzem os custos de contratação em até 43% devido ao alto volume de currículos que recebem em processos seletivos. Além disso, de acordo com o autor, existe uma relação de até 92% entre o conhecimento da marca empregadora e da marca de consumo, ou seja, a reputação é um fator que também motiva os consumidores finais.
Vantagens de investir na jornada do colaborador
Investir em uma employee experience bem estruturada é tão importante para as empresas quanto para os colaboradores. Isso porque, quando um bom trabalho é feito nesse sentido, é possível colher frutos que impactam positivamente diversos âmbitos. Algumas vantagens de ter uma EX bem desenvolvida são:
Mais engajamento interno
A jornada do colaborador implica diretamente na qualidade de vida oferecida para os profissionais. Afinal, essa é uma estratégia de gestão focada no colaborador, nas suas necessidades e demandas. Logo, quando o processo é bem executado, é natural que os níveis de satisfação interna aumentem, o que é o primeiro passo para melhorar o engajamento interno. E não é nenhum segredo que colaboradores engajados e motivados trabalham mais, melhor e são mais criativos ao exercerem suas atividades.
Melhoria na qualidade de produtos e serviços
Uma das consequências diretas de trabalhar mais e melhor é aumentar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Quando tudo é feito com calma, apoio e autonomia, a tendência é que os profissionais se sintam mais seguros para exercerem suas funções, além de se sentirem “inspirados” a serem mais inovadores. Por isso, o que é oferecido pela empresa se reverte em ganhos na qualidade – o que reverbera positivamente no mercado.
Melhorias no clima organizacional
Pessoas felizes e satisfeitas com os seus trabalhos ficam mais abertas a formar relações interpessoais e conseguem evitar conflitos oriundos de ambientes de trabalho estressantes. Logo, o clima organizacional melhora nessas condições, o que traz mais sinergia e produtividade para as equipes – sendo, portanto, benéfico tanto para os colaboradores quanto para a empresa.
Redução de turnover
Climas organizacionais saudáveis também são benéficos para aumentar a taxa de retenção de talentos, uma vez que pessoas satisfeitas e felizes com os ambientes de trabalho dificilmente tomam a iniciativa de sair da empresa. Aliás, quando o assunto é turnover, é importante ressaltar que as principais causas para altos índices são problemas com a liderança, cultura tóxica, faltas de plano de carreira e remuneração deficitária – todos são problemas que a employee experience busca resolver. E como uma alta rotatividade é financeiramente custosa para as empresas, é seguro dizer que a EX também auxilia na redução de gastos.
Ganhos em reputação e como marca empregadora
A jornada do colaborador é fundamental para a reputação da empresa não só enquanto marca empregadora, como também empresa admirada. Esse é, inclusive, um dos pontos abarcados pela responsabilidade social, fator que também tem um potencial enorme para atrair novos talentos no mercado. De acordo com essa pesquisa realizada pela Nielsen Holdings em 56 países e com mais de 28 mil entrevistados, 62% das pessoas prefere trabalhar para empresas que sejam comprometidas com práticas de responsabilidade para com a sociedade. A EX pode até mesmo afetar o público da empresa, uma vez que, na mesma pesquisa, 46% dos consumidores alegaram estar dispostos a pagar mais caro por seus produtos, a depender da empresa que o oferece. Esse tipo de dado atesta, mais uma vez, a importância de ser reconhecido como uma marca que valoriza esses quesitos.
Os pilares da employee experience
Para ter sucesso na estratégia e criar uma jornada de colaborador realmente completa e eficiente, é preciso ter atenção a três aspectos específicos: os ambientes físico, cultural e o tecnológico. A seguir, veja do que essas categorias se tratam:
Ambiente físico
O primeiro pilar da employee experience diz respeito à estrutura física da empresa. É importante que a organização forneça infraestrutura adequada para que os colaboradores trabalhem com conforto e ergonomia – o que, por sinal, é muito importante para prevenir doenças ocupacionais, como problemas ortopédicos. Ademais, deve haver equipamentos para todos os colaboradores, uma boa conexão com a internet, salas para realização de reuniões e, se possível, lugares propícios para descompressão e interação com os colegas. Tudo isso contribui para que o fluxo de trabalho seja mais fluido e otimizado, e para que os colaboradores possam exercer suas funções sem desperdiçar energia com “jeitinhos” e gambiarras.
Ambiente cultural
Já o ambiente cultural diz respeito à cultura organizacional. O termo é usado para falar da identidade de cada empresa, incluindo valores, ética, missão, história, visão e até questões mais específicas, como códigos de vestimenta, políticas de diversidade e inclusão (D&I) e regime de trabalho, por exemplo. A cultura de uma empresa é um dos principais aspectos na hora de atrair novos talentos, uma vez que as pessoas tendem a se candidatar para organizações com as quais partilhem os valores. Logo, uma jornada do colaborador positiva reitera esses pontos. Caso contrário, a experiência pode ser bastante negativa.
Ambiente tecnológico
Por fim, o ambiente tecnológico está relacionado às ferramentas e automações utilizadas pela empresa para otimizar a rotina dos colaboradores e melhorar a gestão de talentos. Em tempos em que a transformação digital está cada vez mais presente no dia a dia das empresas, este fator se torna um diferencial no dia a dia dos talentos e colabora, portanto, para melhorias significativas. Fazer uso de softwares de gestão de pessoas, como o Etalent PRO, é fundamental para tornar a forma com que a empresa gere seu Capital Humano ainda mais assertiva. Avaliações de desempenho, Assessment e People Analytics são alguns exemplos de recursos tecnológicos que podem fazer toda a diferença para a gestão e colaboradores.
Para saber mais sobre o Etalent PRO, clique aqui.
Como implementar a jornada do colaborador na empresa?
Para criar uma boa employee experience, é preciso estar atento a alguns passos específicos. São eles:
1. Entender como os profissionais se sentem
O primeiro passo para melhorar a jornada do colaborador em uma empresa é entender a perspectiva dos colaboradores em relação a ela. Para isso, usar um bom mapeamento do clima organizacional é indispensável. Dessa forma, a empresa pode pedir feedbacks sobre pontos como o ambiente organizacional, relação com as lideranças, oportunidades de desenvolvimento, salário e benefícios, dentre diversas outras questões que afetam diretamente a experiência que o profissional tem na empresa.
Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental, clique aqui.
2. Identificar os pontos em que é preciso investir
A partir desse levantamento, é possível fazer um diagnóstico do que funciona e o que a organização precisa melhorar para que seus profissionais se sintam mais contemplados e satisfeitos. Identificando as lacunas que precisam ser trabalhadas, a empresa pode se programar para resolvê-las o quanto antes. Se a questão for a remuneração, por exemplo, a empresa entende, já neste momento, que precisa se organizar financeiramente para melhorar os salários. Se colaboradores entenderem que os líderes são despreparados, a organização pode desenvolver um Programa de Desenvolvimento da Liderança (PDL) e, assim, sucessivamente.
3. Desenhar a jornada do colaborador
O desenho da jornada do colaborador funciona sob a mesma lógica da jornada do cliente, ou seja, o seu caminho desde o primeiro contato com a empresa até o pós-venda. A diferença é que, no caso dos colaboradores, isso vai abarcar desde o processo de Recrutamento e Seleção, passando pelo onboarding, o desenvolvimento de competências, as oportunidades de crescimento na carreira, os planos de cargos até um eventual desligamento ou aposentadoria. Essa jornada é interessante para manter as taxas de turnover baixas, além de melhorar pontos como a atração de novos talentos no mercado.
4. Usar People Analytics
People Analytics é um processo que envolve a coleta e a utilização de dados sobre as pessoas que integram o Capital Humano de uma empresa. O objetivo é usar as informações para fazer análises dos colaboradores, aplicando os dados colhidos em diversos processos da gestão de pessoas. Esse recurso é bastante interessante para adequar o desenvolvimento do profissional às suas motivações, perfil comportamental e âncoras de carreira. Além disso, esses dados permitem criar treinamentos personalizados, pensados a partir das características sociocomportamentais de cada colaborador.
5. Alinhar cargos e comportamento
Nesse cenário, investir no comportamento como parte da EX também é muito importante. Isso porque exercer cargos alinhados às características comportamentais é uma forma de diminuir o desgaste e aumentar a motivação – o que faz desta uma estratégia eficiente para otimizar a produtividade e melhorar a saúde mental dos profissionais. De acordo com o princípio da ecologia humana, nesse cenário, o profissional consegue atingir seus melhores resultados. Quando as pessoas seguem caminhos adequados às suas características comportamentais, elas percebem maior fluidez, harmonia, prazer no trabalho e, por consequência, há o aumento significativo da sua performance.
O contrário também acontece: quando um profissional segue caminhos que não condizem com a sua natureza comportamental, ele precisa investir mais energia para trabalhar, além de ter mais chances de ficar frustrado e desmotivado em menos tempo – o que torna o cenário desfavorável para a alta produtividade. Essa trilha representa um caminho tóxico para o indivíduo e impede a potencialização da sua performance.
6. Gerir pela meritocracia
O reconhecimento por um trabalho bem-feito é parte de uma EX positiva. De nada adianta procurar formas de melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores se, no final do dia, a empresa não consegue recompensá-los por isso – sob essas condições, mesmo que gostem do que fazem, os profissionais podem se sentir lesados. Para entender a importância disso, basta imaginar um profissional que se esforça, faz horas extras e consegue bons resultados perdendo uma oportunidade de promoção porque a empresa decidiu promover uma pessoa menos competente, mas próxima ao chefe. Esse tipo de situação deve ser evitado a todo custo; dentro de uma empresa, a meritocracia deve nortear decisões.
7. Continuar desenvolvendo os profissionais
O aprimoramento de habilidades e competências é um fator extremamente relevante da employee experience. Por isso, as empresas devem criar planos de desenvolvimento individuais estruturados, que funcionem em curto, médio e longo prazos. Aliás, também é importante que a organização invista no desenvolvimento das competências comportamentais. O Personal Change, programa imersivo de autoconhecimento e autodesenvolvimento, é de grande ajuda nessa jornada.
Para saber mais sobre o programa Personal Change, clique aqui.
O papel do RH na jornada do colaborador
O RH é um setor fundamental da gestão de pessoas. Mesmo que tenha surgido como um departamento mais burocrático, com o passar do tempo, o Recursos Humanos passou a participar das estratégias da empresa, com uma atuação bem mais ampla. De acordo com Idalberto Chiavenato, um dos nomes mais importantes da administração de empresas moderna, as atividades do RH estratégico podem ser divididas em cinco subsistemas – algumas delas são responsáveis diretas pela employee experience.
O primeiro ponto de atuação do RH que vale ser ressaltado é a adoção da gestão humanizada. O diferencial desse modelo é considerar as individualidades, potencialidades e subjetividades de cada colaborador, sendo essencial para melhorar a jornada do colaborador enquanto promove o desenvolvimento de um ambiente organizacional saudável. Com a adoção de práticas focadas em pessoas, é possível oferecer uma EX mais completa para os profissionais, aumentando, assim, a sua satisfação – o que implica diretamente no desenvolvimento de ambientes de trabalho saudáveis.
O RH também é o principal responsável pelos treinamentos oferecidos ao Capital Humano. O setor tem responsabilidade direta na criação de planos de carreira e de desenvolvimento individual, além de ser parte ativa das capacitações para as lideranças. Aliás, quanto a esse ponto, vale ressaltar que os líderes são figuras amplamente responsáveis pelo tipo de EX oferecida pela empresa. Quando eles são bem treinados, empáticos e respeitosos, a motivação dos colaboradores aumenta sensivelmente. Contudo, quando são despreparados e tóxicos, o exato contrário acontece. Por isso, uma atuação assertiva do RH se mostra tão importante para a jornada do colaborador.
Exemplos de employee experience na prática
Nubank
O Nubank ganhou notoriedade no mercado por oferecer os serviços bancários a baixo custo – e até de graça. A empresa se destacou por oferecer todos os serviços tradicionais sem burocracia, através do aplicativo, além de permitir que o usuário resolva boa parte de suas questões digitalmente. Em termos de employee experience, a organização também é destaque há anos, sendo conhecida por oferecer uma vasta gama de benefícios, como ajuda psicológica, assistência jurídica e até planejamento financeiro. O banco ainda conta com newsletters, podcasts e conteúdos nas redes sociais contando sobre como é trabalhar lá – o que é muito eficaz para atrair novos talentos.
Neon
Outro banco digital que vem se destacando com a EX positiva é o Neon. A empresa chama a atenção por conta de um pacote de benefícios competitivo e bem completo, que inclui até orçamento para cursos e treinamentos. Além disso, o conforto nos escritórios chama a atenção, com equipamentos modernos e até mesmo massagem para os colaboradores. A empresa adota uma cultura focada em pessoas e incentiva a autonomia do Capital Humano.
Quinto Andar
A QuintoAndar é uma startup brasileira que atua no ramo imobiliário. A empresa ficou muito conhecida por facilitar o aluguel de apartamentos, oferecendo uma análise de crédito simplificada e dispensando os inquilinos de diversas burocracias envolvidas no processo. A empresa se destacou tanto no mercado que, atualmente, é avaliada em mais de um bilhão de dólares. Ela também chama a atenção por oferecer um programa extenso voltado para diversidade e inclusão (D&I), além de defender publicamente valores como a pluralidade e a igualdade de oportunidades.
O foco nos aspectos humanos tem sido uma tendência nos processos de gestão de pessoas. No momento pós-pandemia, isso se intensificou ainda mais. Por isso, conceitos como a jornada do colaborador têm ganhado cada vez mais atenção das empresas, sobretudo da área de RH. Afinal, hoje, sabe-se que os profissionais são o maior bem de qualquer organização e que o sucesso no mercado competitivo depende deles. E para que os resultados expressivos sejam alcançados, é preciso investir na satisfação dos profissionais.
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.