Aumentar a produtividade do Capital Humano é uma prioridade no mercado competitivo atual, ainda mais em um momento em que há a necessidade de produzir com cada vez mais celeridade. Isso porque, com os constantes avanços tecnológicos, a agilidade se tornou essencial para cumprir as demandas. Não à toa, as empresas que mais se destacam no cenário competitivo são aquelas que sabem usar os recursos de forma eficiente e otimizada, o que também denota rapidez em seus processos.

O resultado direto disso é que bons profissionais sempre estão interessados em aumentar a produtividade sem abrir mão da qualidade das suas entregas. Seja para cumprir as demandas em menos tempo, se cansar menos ou estar mais apto a pensar em inovações, é comum ver pessoas e empresas buscando formas de melhorar pontos como foco e gestão de tempo.

Todavia, o entusiasmo, às vezes, tem um preço alto: é comum que, com tanta avidez, as pessoas acabem negligenciando os seus próprios limites, o que dá margem para um esgotamento mental. Afinal, por mais que haja o desejo (e até tentativas) de produzir sempre mais, não somos robôs.

Mas, afinal, como aumentar produtividade de forma saudável e sem prejudicar a própria saúde mental? É o que você vai descobrir no artigo de hoje, mas já avisamos:  descansar, se divertir e tirar um tempo para lazer são medidas essenciais e que jamais devem ser deixadas de lado por aqueles que desejam otimizar os seus resultados no trabalho. Boa leitura!

 

O que é produtividade no trabalho?

A produtividade no trabalho pode ser definida como a capacidade de realizar um alto número de atividades com menos recursos, em menos tempo e sem prejuízos à qualidade da entrega. Isso envolve pontos como organizar tarefas, definir e atingir metas, gerir o tempo de forma efetiva, evitar interrupções, dentre outras possibilidades que tornem viável uma ideia central: produzir mais e ter um bom desempenho por isso. Entretanto, é preciso ter cuidado: alta produtividade não é sinônimo de pressa ou descaso, embora algumas organizações entendam dessa forma. Afinal, na maioria dos casos, a quantidade de entregas não vai determinar a produtividade de um profissional, mas, sim, o quanto ele consegue entregar de forma qualitativa em determinado período de tempo.

Nem sempre foi assim, no entanto. No momento pós-Revolução Industrial, quando houve a ascensão das fábricas, a produtividade estava diretamente relacionada à quantidade de produtos que um profissional conseguia produzir. Sob essas circunstâncias, a produtividade era medida com números, como um total de itens que determinado setor conseguia finalizar em um dia, além da quantidade de recursos investidos e tempo gasto para tal.

Mas, conforme as discussões a respeito do tema foram se amplificando, a produtividade passou a ser entendida como um sinônimo indireto de bom desempenho. Afinal, o conceito passou a ter o intuito de avaliar as condições de cada organização e melhorar a performance delas no mercado.

Mesmo assim, algumas pessoas entendem que a produtividade no trabalho também pode englobar a atuação de máquinas, como as do ramo industrial, ou de empresas como um todo. Em ambos os casos, o termo diz respeito à capacidade de gerar resultados minimizando recursos como ferramentas, equipamentos, energia e, sobretudo, o tempo gasto. A diferença é que, nesses casos em específico, a produção também entra na equação.

Diferença entre produtividade e produção

Em um contexto corporativo, a produção está diretamente relacionada ao ato de fabricar objeto ou de executar determinado serviço. Ou seja, de forma simples, essa ideia corresponde ao ato de produzir o material que será vendido posteriormente pela empresa. Normalmente, o principal indicador para avaliar a eficiência (ou não) da produção de uma organização é a quantidade de material produzido. A produção pode ser realizada diretamente por pessoas, através de maquinário e processos automatizados, muito comuns quando há demanda em larga escala ou, em alguns casos, até mesmo de forma híbrida.

Já a produtividade envolve outras questões. Ao contrário da produção, que preza por quantidade, a produtividade está diretamente ligada à eficiência e qualidade, o que impacta diretamente na performance do profissional. Por isso, a capacidade produtiva de um colaborador é algo que se mostra presente em toda a jornada de trabalho – e não se restringe à capacidade de criar algo que possa ser vendido.

Apesar de se tratar de conceitos distintos, produção e produtividade estão profundamente interligados. Afinal, para produzir os bens que serão comercializados, é necessário ser um profissional produtivo e, para que haja organização e produtividade, é fundamental estar atento à quantidade e à forma com que a produção está sendo feita na empresa.

 

Importância da produtividade no trabalho

Um alto índice de produtividade no trabalho traz benefícios significativos tanto para as empresas quanto para os profissionais. Afinal, este é um fator essencial para que as organizações consigam atingir os seus objetivos e cumprir as metas nos prazos estabelecidos. Esse é um dos pilares para que uma empresa consiga aumentar a competitividade no mercado – que, como mencionamos, exige agilidade para que as demandas sejam atendidas.

Manter alta a produtividade dos colaboradores significa, consequentemente, entregar mais em menos tempo. Esse tipo de questão reflete diretamente em pontos como a lucratividade e a rentabilidade do negócio, uma vez que a empresa consegue gerar mais receita a partir de seus produtos e serviços. Afinal, como a alta produtividade está diretamente ligada à qualidade e ao bom desempenho, a organização também constrói uma reputação positiva e melhorar o brand equity – o que também atrai mais clientes.

A produtividade alta também traz benefícios como a redução de custos, uma vez que o trabalho como um todo se torna mais eficiente. É o caso de um time de vendedores que recebe treinamentos específicos para identificar clientes com potencial de compra e os que não estão dispostos. Quando há clareza nessa identificação, os vendedores podem focar os esforços em quem realmente vai consumir o produto oferecido pela empresa – uma economia de tempo que aumenta a rentabilidade e, consequentemente, reduz os custos da operação.

Para os profissionais, um alto nível de produtividade também é importante, visto que esse fator acaba funcionando como um sinônimo de satisfação. Afinal, se sentir produtivo faz com que a pessoa tenha uma sensação de contribuição para o coletivo, além de aumentar os seus níveis de autoconfiança. Consequentemente, o colaborador se sente mais motivado e engajado – felicidade esta que tende a ficar ainda maior caso a empresa adote políticas de reconhecimento.

 

Como calcular a produtividade?

Apesar de parecer um conceito subjetivo, a produtividade pode ser medida por meio de indicadores. Estabelecendo o foco em questões específicas, a empresa consegue entender como anda a capacidade produtiva de seus profissionais, equipes ou até mesmo da organização em uma perspectiva mais ampla.

Alguns pontos-chave para entender a produtividade são:

Lucratividade

Equipes produtivas aumentam a rentabilidade da empresa. No caso de vendedores, por exemplo, essa relação fica bem evidente: basta ver a quantidade de vendas realizadas em um determinado período e entender se estão próximas das metas definidas para o time comercial.

Capacidade de produção

A quantidade de tarefas realizadas em um dia também é algo que deve ser analisado. Para um jornalista, por exemplo, é importante que ele consiga escrever matérias sobre um determinado tema urgente no menor tempo possível. Já para uma empresa do ramo industrial, a quantidade de itens produzidos por hora também serve como um indicador.

Prazos cumpridos

Pontos como gestão de tempo e de prioridades são fundamentais para uma alta produtividade. Logo, realizar as entregas dentro do prazo estipulado é um indicador diretamente relacionado a um bom andamento de processos e que também impacta na satisfação dos clientes.

Ociosidade

Longos períodos de inatividade interferem diretamente na produtividade. Entretanto, é preciso ter cuidado ao identificar o que é realmente tempo ocioso – afinal, o descanso e as pausas são fundamentais para um profissional se manter produtivo.

Nível de qualidade

Produzir mais perdendo qualidade não funciona. De nada adianta aumentar a quantidade abrindo mão da questão qualitativa. Por isso, ela jamais deve ser desconsiderada.

 

Quais são os maiores inimigos da produtividade?

Existe uma série de fatores que têm potencial para minar a produtividade de um profissional. Quando um colaborador lida com questões que abalam seu emocional e suas condições mentais, por exemplo, é bastante comum que sua produtividade também seja afetada. É preciso ter atenção a essas circunstâncias, pois, em longo prazo, a incapacidade de produzir bem, mesmo que advinda de um fator interno, pode acabar causando frustração e desmotivação.

No entanto, fatores externos também podem ser grandes vilões quando se trata de produtividade no trabalho. Questões como falta de estrutura, recursos, condições inadequadas, ambientes de trabalho tóxicos, lideranças autocráticas e adeptas ao microgerenciamento, dentre diversas outras possibilidades, são causas comuns para queda de produtividade do Capital Humano.

Esses fatores podem acabar desmotivando – e colaboradores desmotivados têm padrões de qualidade mais baixos, se cansam com mais facilidade, têm menos paciência e podem parar de enxergar um propósito em suas atividades laborais.

Além destes, outras questões comumente associadas à baixa produtividade são:

Falta de planejamento

Não ter nenhum tipo de organização quanto às tarefas que precisam ser feitas atrapalha – e muito! – o desenvolvimentos delas. Nessas circunstâncias, é normal ver as atividades atravessando umas às outras e o profissional perdido, sem saber o que priorizar. Por isso, a organização é fundamental para que uma rotina produtiva tenha sucesso. E isso cabe tanto ao profissional em uma perspectiva individual quanto à empresa, que deve sempre oferecer orientação, recursos e apoio para que o fluxo de trabalho aconteça da melhor forma possível

Excesso de reuniões

Principalmente durante a pandemia, quando modelos de trabalho remoto ficaram bastante populares, era comum ouvir os profissionais se queixando a respeito de reuniões que “poderiam ser um e-mail”. Por mais que sejam muito importantes para o alinhamento, é fundamental saber quando as reuniões são realmente necessárias. Afinal, colaboradores com reuniões em demasia acabam sem tempo para dedicar às tarefas que precisam ser realizadas no dia a dia. E isso torna-se extremamente problemático quando a reunião, de fato, poderia ser resolvida com um e-mail.

Ambientes de trabalho hostis

Os ambientes de trabalho são um aspecto fundamental para manter a mente saudável e, por tabela, a produtividade em alta. Como aponta esta pesquisa da revista Work & Stress, a hostilidade nos ambientes de trabalho está diretamente relacionada ao aumento da depressão, uso de substâncias ilícitas e problemas generalizados de saúde.

Para as empresas, os resultados também não são nada bons: ambientes de trabalho tóxicos impactam diretamente no desempenho e no comprometimento das equipes, o que pode ser traduzido em queda de produtividade e de qualidade. Isso porque, como mencionado, lugares hostis acarretam desmotivação dos profissionais, que passam a fazer as tarefas em mais tempo, com menos cuidado, ânimo e até certo desleixo.

Também é comum que os altos níveis de estresse gerem profissionais mais ansiosos, tensos e mais suscetíveis a erros, doenças e até mesmo a se envolver em acidentes de trabalho. Logo, esse é um dos maiores inimigos da produtividade.

Notificações em excesso

As notificações costumam ser um problema para manter a produtividade. Além de atingirem os colaboradores o tempo inteiro, elas acabam distraindo e interrompendo o raciocínio e impedindo, por exemplo, que o profissional atinja um estado de atenção plena. Evidentemente, há formas de contornar essa situação, como ativar gerenciadores de tempo e o modo foco nos celulares, mas é fundamental ter cuidado para não acabar procrastinando por conta do estímulo excessivo de redes sociais, sites e aplicativos.

Perfeccionismo

Outro fator comumente relacionado à baixa produtividade é o perfeccionismo. Apesar de soar contraditório, é comum que pessoas inseguras com as tarefas que precisam realizar se tornem perfeccionistas, já que cobram muito de si e tendem a adiar tudo para fazer apenas aquela atividade com maestria. Esse tipo de lógica está associado ao medo de falhar e não cumprir com o que exige de si mesma. Para entender como essa linha de raciocínio funciona, basta imaginar um escritor que tem muitas ideias para suas histórias e simplesmente não as coloca no papel, usando a desculpa de ainda não ter todo o desenvolvimento planejado. Apesar de sutil, essa é uma forma de procrastinação muito comum, que atinge diversos profissionais e, evidentemente, impacta o potencial produtivo de todos eles.

Cansaço em demasia

Estar física ou mentalmente cansado faz com que a capacidade de foco de um profissional reduza drasticamente – e, sob essas condições, é comum que a produtividade também caia. Por maiores que sejam os esforços, é praticamente impossível realizar determinadas tarefas quando se está exausto. Esse é mais um ponto que reitera, inclusive, a necessidade do descanso para melhorar o potencial produtivo. E se o profissional tentar ultrapassar essa barreira, é provável que seja acometido pelo burnout.

Tarefas paralelas

Administrar várias tarefas e responsabilidades paralelas também é algo que prejudica o foco. Por mais que o mercado atual estimule que o profissional saiba lidar com demandas distintas e tenha capacidade multitarefa, é preciso ter clareza de que esse comportamento é inviável em longo prazo. Até porque, sob essas circunstâncias, toda vez que o profissional retorna à tarefa principal, ele precisa de um tempo para retomar a atenção.

 

Produtividade no trabalho e qualidade de vida

Embora a alta produtividade seja um assunto muito comum para as empresas e profissionais, é extremamente importante ter cuidado para não ultrapassar limites em prol dela. E isso está sendo cada vez mais estimulado no mercado, sobretudo depois da adesão aos modelos de trabalho remoto que, embora tragam muitos benefícios para os colaboradores, também dão suporte para que eles trabalhem o dia inteiro sem nem mesmo perceber. E isso é um problema, já que a qualidade de vida é algo essencial para que um profissional consiga se manter produtivo.

A qualidade de vida diz respeito a conjunto de práticas voltadas para o bem-estar geral do Capital Humano, incluindo sua saúde física, mental, financeira, motivação e satisfação com o trabalho exercido. Alguns autores entendem o conceito também com um significado a mais: como uma forma de potencializar a produtividade e a qualidade das entregas. Não à toa, historicamente falando, o termo surge como algo que entrelaçava os interesses tanto dos profissionais quanto dos empresários.

A relação entre a produtividade e o bem-estar no trabalho é bem simples de entender. O primeiro ponto que deve ser ressaltado ao entrar nessa discussão é que a felicidade no trabalho é altamente lucrativa. De acordo com esta pesquisa realizada pela Sodexo e publicada pela revista Exame, as organizações que investem na qualidade de vida de seus colaboradores são até 70% mais rentáveis. E não é nada difícil imaginar por que isso acontece.

Os ambientes de trabalho são um dos pontos mais importantes para determinar a qualidade de vida do Capital Humano. Quando eles são saudáveis, a incidência de doenças de ordem psicossomática é consideravelmente menor. Isso é o que indica o estudo conduzido pela revista Work & Stress, que chama a atenção para a relação entre os ambientes hostis e o aumento da depressão, uso de substâncias ilícitas e problemas generalizados de saúde.

Logo, quando não há qualidade de vida, a tendência é que o Capital Humano adoeça, o que impacta não apenas seu potencial de produtividade, como também gera uma série de problemas físicos e emocionais. Nessa situação, inclusive, é comum que os índices de absenteísmo cresçam exponencialmente.

Isso sem mencionar o turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, que também tende a disparar nessas circunstâncias. Esses dois fatores, por si só, já impactam bastante as rotinas produtivas.

Vale ressaltar, ainda, que ter rotinas de trabalho saudáveis, se sentir estimulado, reconhecido, engajado e ter abertura para conduzir o trabalho com autonomia são pontos que impactam diretamente a motivação dos profissionais – o que também resvala em seu potencial produtivo. Profissionais felizes, que sentem que estão em desenvolvimento e anseiam por novos desafios, trabalham mais e melhor do que aqueles que estão infelizes em seus empregos. Logo, se sentir bem ao desempenhar uma função também é um fator importante nessa equação.

Por fim, é importante mencionar a adequação comportamental como parte desse processo. Afinal, exercer uma função cujas atividades são compatíveis com as competências naturais faz toda a diferença em termos de satisfação com o trabalho, qualidade de vida e, evidentemente, produtividade.

Para entender essa relação, nem é preciso pensar muito – basta imaginar uma pessoa introspectiva exercendo um cargo que necessite de habilidades sociais complexas, como o de vendedor. Nessas circunstâncias, não há como se manter motivado ou feliz – pelo menos, não o tempo inteiro e tampouco sem se desgastar emocionalmente. Logo, a qualidade de vida também aborda esse tipo de questão, assim como a produtividade.

Daí a importância de usar um bom software de gestão de pessoas, como o ETALENT Pro, para entender as características do comportamento de cada profissional, e de realizar processos de Assessment, para assegurar que todos estão exercendo funções para as quais estão adequados.

 

O que é a produtividade tóxica?

A produtividade tóxica pode ser entendida como a obsessão por ser extremamente produtivo a ponto de abrir mão da saúde mental, qualidade de vida, além de necessidades físicas, emocionais e psicológicas. Ela surge quando os profissionais ultrapassam os limites do que é considerado saudável em prol de produzir mais. Isso inclui aumentar a carga horária, estar disponível para trabalho o tempo inteiro e até mesmo adquirir uma mentalidade de que descanso e lazer são luxos desnecessários.

A produtividade tóxica é um passo em direção ao desenvolvimento de distúrbios como o workaholismo, que descreve um comportamento compulsivo em relação ao trabalho.

Esse tipo de comportamento é extremamente perigoso, já que é incentivado tanto pelas empresas quanto pelos círculos sociais. A ideia de trabalhar ininterruptamente pela maior quantidade de tempo possível costuma, inclusive, ser celebrada, independente dos desdobramentos que provoque na saúde emocional e mental do colaborador.

Além disso, existe uma normalização de ideias tais como os profissionais perderem noites de sono, refeições, momentos de lazer e pausas para descansar. Até mesmo fora dos ambientes corporativos, frases como “trabalhe enquanto eles dormem”, “estude enquanto eles se divertem” e “lute enquanto eles descansam” são amplamente repetidas, o que mostra a conivência e a relativização em relação a esse tipo de comportamento.

Em um mercado competitivo e onde essa cobrança é tão forte que tem até nome – cultura da agitação, ou hustle culture –, os profissionais entendem que precisam se transformar em máquinas de trabalhar para que consigam resultados mais significativos e, assim, sejam bem-sucedidos.

Mas a produtividade a qualquer custo leva ao esgotamento mental, estresse, depressão, dentre muitas consequências cada vez mais comuns. E, evidentemente, a degradação da saúde mental tem impactos diretos na capacidade produtiva, o que transforma tudo em um frustrante círculo vicioso, onde a busca por produtividade piora o quadro mental e, por conta disso, o profissional não consegue produzir.

Por essa razão, é extremamente importante estar atento para não negligenciar as próprias necessidades. É preciso dedicar tempo à vida pessoal, ao lazer, ao descanso, à diversão e a realizar tarefas pura e simplesmente pela felicidade, prazer ou satisfação que elas trazem.

Assim, fica mais fácil manter a qualidade de vida e, consequentemente, se tornar mais produtivo no trabalho. Afinal, colaboradores insatisfeitos, frustrados e infelizes não conseguem manter o desempenho, se cansam com mais facilidade e ainda podem ser problemáticos para o clima organizacional da empresa.

Consequências da produtividade tóxica

Para que um colaborador consiga atingir a alta performance e tenha concentração para realizar suas tarefas, é preciso buscar um equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. Em um cenário de culto à produtividade excessiva, no entanto, é fácil acabar se tornando obsessivo e transformar isso em uma autocobrança, o que, em longo prazo, pode ser extremamente tóxico para o colaborador.

Entretanto, é sempre necessário ressaltar: a produtividade tóxica é um problema tão sério que pode trazer como consequência uma série de distúrbios de ordem psicossomática. Alguns dos mais comuns são:

  • Síndrome de Burnout: é um distúrbio recente, definido como um estado de exaustão física, emocional e mental resultante do investimento prolongado em situações de trabalho emocionalmente exigentes.
  • Depressão: é uma doença caracterizada pela tristeza profunda, apatia e pelo sentimento de desesperança, que se resulta, sobretudo, do desequilíbrio psíquico e emocional.
  • Ansiedade: é marcada pelo excesso de preocupação, estado permanente de tensão e pela incapacidade de relaxar. Uma pessoa ansiosa sofre com episódios de inquietude que, por vezes, podem acontecer sem um motivo real.
  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): O déficit de atenção é caracterizado, sobretudo, pela dificuldade de manter o foco, enquanto a hiperatividade se expressa pela inquietação constante.
  • Síndrome do pensamento acelerado (SPA): está diretamente relacionada à ansiedade e é definida como um estado mental de inquietação constante, em que a pessoa fica inebriada de pensamentos – na maioria das vezes, de forma descontrolada. É comum que esses sintomas apareçam em indivíduos que precisam se manter sempre alerta ou sob pressão.

 

10 dicas para aumentar a produtividade no trabalho

1. Tenha organização e planejamento

Organização e planejamento são pilares para alcançar a alta produtividade. Afinal, ambientes de trabalho desorganizados podem se tornar caóticos – e o caos, em si, também é um grande responsável pelo cansaço mental. Além disso, com tudo organizado e limpo, o profissional não precisa perder tempo procurando determinado objeto ou documento, por exemplo. Isso diminui a chance de distração e ajuda a manter o foco, o que é essencial para se manter produtivo. E esse tipo de cuidado não está restrito ao ambiente físico: o mesmo serve para documentos e arquivos digitais, que, idealmente, devem estar organizados em pastas e subpastas.

O planejamento também é importante para manter a produtividade. Afinal, esta é uma forma de garantir que todas as tarefas sejam realizadas em seu devido tempo, o que previne a procrastinação e a pressão advinda das entregas em cima da hora.

2. Desenvolva o foco

Desenvolver a capacidade de foco é essencial para se tornar altamente produtivo. A questão é que estamos cercados por distrações constantes, estejam representadas pelas redes sociais, notificações no celular, pessoas tentando conversar – ou, no caso de home office, assuntos domésticos, como animais de estimação, campainhas tocando, barulhos na vizinhança ou a televisão alta no cômodo ao lado.

É fácil se perder em um mundo com tantos estímulos e, por vezes, tarefas que poderiam ser feitas em meia hora são arrastadas durante um dia inteiro, o que pode ser extremamente frustrante. Por isso, é importante estar atento aos estímulos externos e fazer o máximo possível para evitá-los. E, claro, estabelecer prazos e metas alcançáveis e que colaborem com o seu próprio ritmo de produção.

3. Aprenda a priorizar

Nos moldes atuais, é comum ver profissionais cada vez mais sobrecarregados. Afinal, as tarefas não param de chegar e, em alguns casos, elas nem mesmo são do escopo de trabalho daquele colaborador. Por isso, é extremamente importante aprender a selecionar e priorizar o que precisa ser feito com mais urgência – e, claro, o que faz parte das próprias atribuições. Deixar a nova tarefa para depois ou pedir para que ela seja delegada a outro profissional são opções que devem sempre ser consideradas – sem sentir culpa por isso.

4. Evite fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo

Como vimos, por mais que o multitasking seja uma competência valorizada no mercado atual, isso não é algo que deve acontecer o tempo inteiro. Afinal, quando tentamos fazer duas ou mais atividades ao mesmo tempo, a tendência é que a qualidade delas caia e o cérebro processe as informações com lentidão. No fim, tudo que é feito com atenção dividida fica aquém do que seria caso o profissional pudesse se dedicar completamente a apenas uma das tarefas. Por isso, é importante tentar, sempre que possível, fazer uma coisa de cada vez: ter tempo para trabalhar com foco, se aprofundando em cada tarefa e chegando ao estado de fluxo.

5. Desenvolva a gestão de tempo

A gestão do tempo é um processo de administração e avaliação do tempo dedicado às tarefas, sejam referentes à rotina corporativa ou pessoal. Apesar do conceito simples, esse pode ser um problema para muitas pessoas e empresas, uma vez que o processo envolve a identificação clara das prioridades, além de disciplina individual e organização coletiva. Felizmente, existem algumas técnicas de gestão de tempo que podem ajudar a aumentar a efetividade, até mesmo para quem tem mais dificuldade nesse sentido. Estratégias como o pomodoro, método Eat The Fog ou mesmo GTD foram elaboradas pensando em facilitar esse processo. Vale testar quais servem para você!

6. Saiba dizer “não”

Atingir um nível alto de produtividade não é fácil e mantê-lo por muito tempo pode ser uma tarefa ainda mais desafiadora. Isso porque, em ambientes corporativos, há sempre a chance de que algumas situações atrapalhem o desenvolvimento da produção, como, por exemplo, colegas de trabalho pedindo favores em momentos inoportunos. Nesses casos, é importante aprender a dizer “não” a eles. Afinal, uma ajuda aparentemente inofensiva pode acabar desconcentrando, interrompendo o fluxo de trabalho por completo e impedindo uma pessoa de finalizar as suas próprias tarefas.

7. Faça pausas

Depois de passar um tempo trabalhando, é extremamente necessário fazer pausas pontuais – tanto o corpo quanto a mente precisam de descanso. Seja para ir ao banheiro, comer alguma coisa ou até mesmo navegar pelas redes sociais, é interessante dar um tempo para o cérebro relaxar antes de voltar a exercitá-lo. Além dessa medida ajudar a prevenir o burnout, a produtividade aumenta.

8. Desenvolva o autoconhecimento

Para a psicologia, autoconhecimento corresponde a uma série de processos de desenvolvimento e amadurecimento emocional, afetivo, cognitivo, relacional e corporal. Essa é uma soft skill valiosa que, quando desenvolvida da forma correta, pode representar a diferença entre desrespeitar os limites do próprio corpo ou alavancar a produtividade de vez.

Isso porque o autoconhecimento nos torna capazes de compreender as nossas questões com maior facilidade, o que é fundamental para entender a forma com que nos comportamos, sentimos e reagimos às situações. Investir no autoconhecimento significa aprender a reconhecer nossos limites, identificar sinais de cansaço, esgotamento e, consequentemente, a manter a mente saudável e a saúde equilibrada. Pessoas que se conhecem bem têm mais controle sobre o seu desenvolvimento pessoal, pois sabem quais são os seus pontos fortes e os em que precisam aperfeiçoar. Isso permite que elas potencializem o controle sobre suas emoções, reflitam melhor sobre suas escolhas e lidem com as frustrações.

Conhecer bem os hábitos e o próprio comportamento permite, também, que as pessoas se tornem mais produtivas. Afinal, como vimos ao longo deste artigo, a produtividade está diretamente relacionada à motivação e à disposição para realizar tarefas. Indivíduos que conseguem atingir altos níveis de produção evitam procrastinar, priorizam o término de atividades pendentes e anseiam por progredir no que se propõem a fazer. Conhecendo a nós mesmos, somos capazes de entender com mais profundidade a nossa própria forma de trabalho, o que ajuda muito a traçar estratégias que alavanquem o rendimento.

Além disso, a produtividade de cada um pode ser impactada por circunstâncias distintas, como horários, ambientes de trabalho ou o nível de disposição. Algumas pessoas, por exemplo, não conseguem manter o foco e produzir bem quando expostas a barulhos externos. Outras, por outro lado, trabalham melhor enquanto ouvem música. Há, também, quem não renda pela manhã e prefira horários alternativos, como as madrugadas. Cabe a cada um de nós desenvolver autoconhecimento o suficiente não apenas para identificar as situações que colaboram para a nossa produtividade, como também para evitar as que podem miná-la.

Vale lembrar que, para investir no autoconhecimento e no autodesenvolvimento, é bom contar com aliados como o programa Personal Change, que ajuda a desenvolver os talentos individuais para aumentar a produtividade de forma sustentável.

9. Use a tecnologia ao seu favor

Como vimos, a produtividade depende de questões como organização, gerenciamento de tempo, disciplina e priorização de tarefas. Felizmente, além de automações mais complexas para tarefas manuais, existem diversas ferramentas tecnológicas, como softwares e aplicativos para celulares, que ajudam os profissionais a manterem as tarefas à vista.

Algumas sugestões de softwares eficientes para auxiliar nessa jornada são:

  • Trello: No software, as atividades são divididas em cartões adicionados a quadros (chamados boards). Cada pessoa pode personalizar essas ferramentas para fazer uma gestão de tarefas mais adequada a cada necessidade. É possível criar colunas para atividades pendentes, em produção e finalizadas, por exemplo, e organizar os cartões conforme o andamento de cada uma delas.
  • Asana: A plataforma funciona como um calendário em que os colaboradores organizam as tarefas por data e hora, e notificam os demais quando ficarem prontas. O app permite adicionar subtarefas, criar listas, lembretes, além de trocar ideias com os colegas sobre o andamento das atividades.
  • Google Keep: A ferramenta funciona como um bloco de notas em que os profissionais podem adicionar insights, áudios, fotos, desenhos, dentre outras possibilidades que ajudam a manter a rotina organizada. Além de ser integrada às outras ferramentas do Google, a plataforma também ajuda com lembretes e notificações sobre as notas criadas.
  • Modo foco: Nos celulares mais modernos, existem opções para suspender momentaneamente o recebimento de notificações. Dependendo do sistema operacional, elas podem mudar de nome, mas a proposta é a mesma: que os dispositivos não comprometam o foco da pessoa enquanto ela realiza uma tarefa, o que ajuda muito a entrar no estado de atenção plena sem ser interrompido.

10. Divirta-se!

Manter uma mente saudável e produtiva exige equilíbrio. Quando há excesso de trabalho e tarefas, o desempenho fica comprometido. Por mais que o profissional force, não há como lutar contra os limites do próprio corpo – e resistir a esse fato pode levar à ruína da saúde mental.

Por isso, é crucial se divertir, ter momentos de lazer e realizar atividades que tragam prazer pura e simplesmente por esse motivo. É importante não abrir mão dos momentos de descontração, seja vendo um filme, uma série ou passando o tempo com a família e os amigos, atividades ao ar livre, passeios culturais… As possibilidades são infinitas!

Alcançar altos níveis de produtividade é um desejo de muitos colaboradores e empresas. No entanto, isso não deve ser feito a qualquer custo nem de qualquer maneira. Para desenvolver um ritmo produtivo saudável, é preciso ter atenção aos limites do corpo e aos fatores que alavancam ou deterioram o próprio fluxo de trabalho. Justamente por isso, o autoconhecimento nunca deve ser deixado de lado. Conhecer a si próprio é o primeiro passo nessa longa jornada, mas vale ressalvar que não é o único: é extremamente importante que as empresas também forneçam condições que colaborem para a produtividade. Afinal, toda e qualquer organização é formada por pessoas e garantir o seu bem-estar é essencial para o sucesso.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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