A saúde mental dos profissionais é um tópico cada vez mais discutido no mundo corporativo. Isso porque, com o avanço das tecnologias, não apenas as demandas nas empresas aumentaram, mas também ficou mais difícil separar os momentos de lazer e descanso dos de trabalho. Com a pandemia e a larga adesão ao trabalho remoto, isso se tornou ainda mais significativo –  por um lado, esse modelo trouxe mais qualidade de vida para algumas pessoas; por outro, rompendo uma barreira que o ambiente de trabalho impõe: o fato de que você só deveria trabalhar enquanto está nele.

Mesmo antes da Covid-19 e da popularização do home office, o ritmo de trabalho nas empresas já vinha aumentando muito. Afinal, com processos otimizados, automações e gestão estratégica de pessoas e recursos, é natural que o fluxo de trabalho seja mais eficiente. Contudo, para muitas empresas, isso significou mais tempo disponível e, consequentemente, mais demandas para seus profissionais.

A questão é que a fixação na produtividade se tornou especialmente danosa para o bem-estar das pessoas, uma vez que acontece em um momento em que os avanços tecnológicos dão suporte a cenários cada vez mais exaustivos para os colaboradores. A necessidade de conexão constante e a exposição a informações em demasia vem fazendo com que os indivíduos dediquem ainda mais horas ao seu expediente de trabalho, por exemplo. Se, antes, o profissional se mantinha ocioso durante o deslocamento até o seu local de trabalho, hoje, ele pode aproveitar esse momento para trabalhar pelo celular, otimizando seu tempo e aumentando sua produtividade. Aliado a esse ponto, há também uma nova configuração social pautada nas redes sociais, em que as pessoas são cada vez mais cobradas para serem produtivas, felizes e para que não demonstrem insatisfação.

Como consequência desse ritmo frenético, os colaboradores estão cada vez mais cansados, estressados e esgotados. A partir desse ponto, surgem conceitos como a sociedade do cansaço, síndrome do pensamento acelerado, surtos epidêmicos de doenças de ordem psicossomática, como depressão, ansiedade e burnout, além de movimentos de resistência antiwork. Nos Estados Unidos, isso levou a uma onda de demissões em massa durante a pandemia e ao chamado desligamento silencioso. É nesse contexto que entra a hustle culture, assunto do nosso artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é hustle culture?

A hustle culture (ou “cultura da agitação”) é um termo utilizado para se referir a uma filosofia de alta produtividade a qualquer custo. Em outras palavras, a expressão serve para designar uma mentalidade em que é preciso trabalhar ininterruptamente pela maior quantidade de tempo que conseguir. Isso inclui dedicar a maior parte dos dias ao trabalho, sempre se preocupando em entregar mais em menos tempo. Não importa se o profissional está no escritório, em casa ou em ambientes de coworking; a ideia é estar sempre “em movimento”. É daí que vem seu nome, inclusive.

Os avanços tecnológicos tornaram esse “estilo de vida” ainda mais comum, já que, com mais disponibilidade de tempo, é possível realizar as atividades profissionais de praticamente qualquer lugar. Nas empresas que defendem a produtividade tóxica em sua cultura organizacional, quanto mais um profissional trabalha, mais celebrado ele é, independente dos desdobramentos que isso terá em sua saúde emocional e mental. Nesse contexto, há uma normalização de ideias tais como os profissionais perderem noites de sono, refeições, momentos de lazer e pausas para descansar. Essas, aliás, não são bem-vistas em ambientes que valorizam a hustle culture.

Embora esse termo ainda seja desconhecido por muitos colaboradores, frases como “trabalhe enquanto eles dormem”, “estude enquanto eles se divertem” e “lute enquanto eles descansam” se tornaram populares e expressam a mentalidade da cultura da agitação, inclusive no contexto brasileiro.

Como o próprio movimento indica, elas carregam a ideia de que os profissionais devem se transformar em máquinas de trabalhar para que consigam resultados mais significativos e, assim, sejam bem-sucedidos. Isso sem mencionar que esse tipo de pensamento faz com que os profissionais se sintam incapazes, caso eles não consigam alcançar o sucesso desejado. Afinal, o que eles passam a sentir é que, se não atingirem seus objetivos, o fracasso aconteceu única e exclusivamente porque não trabalharam o suficiente para isso – o que, logicamente, é um grande equívoco.

A relação com a sociedade do cansaço

As aplicações dessa mentalidade de agitação constante, no entanto, estão longe de se restringirem ao campo de trabalho. Enquanto nos ambientes corporativos as pessoas são induzidas a trabalharem mais e se portarem como máquinas de produtividade, na vida pessoal, as cobranças sociais também podem gerar um problema significativo, com exigências que invalidam os sentimentos e, evidentemente, a saúde mental. É desse tema que trata o livro A Sociedade do Cansaço (2015), escrito pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. Nele, o autor reflete sobre o desgaste resultante do excesso de cobrança na sociedade.

De acordo com Han, isso não se reflete apenas no contexto profissional – temos que lidar com ela nos relacionamentos, quanto à nossa aparência, nas redes sociais, no círculo familiar e entre amigos, dentre inúmeras outras possibilidades. O autor chama a atenção para o fato de que esse tipo de comportamento, com ritmo frenético e cobrança desmedida, foi completamente naturalizado, inserindo as pessoas em ciclos viciosos que, em pouco tempo, as leva à exaustão física e mental.

O autor também menciona que existe uma relação tóxica com a ideia de positividade; a sociedade cobra demonstrações constantes de felicidade e atitudes positivas (o chamado “good vibes”), mesmo quando isso não reflete o sentimento do indivíduo. Por fim, isso resulta no apagamento em termos de humanidade, semelhante à ideia de produzir feito máquinas que embasa a hustle culture. Em ambos os casos, não importa o que a pessoa sente; ela deve continuar mantendo as aparências, no caso da vida pessoal, ou produzindo, mesmo se estiver infeliz com a carreira.

Quando trazemos essa mentalidade para o âmbito pessoal, isso pode acabar reverberando em pontos específicos e com alto potencial de comprometimento da qualidade de vida do indivíduo. Em um relacionamento abusivo, por exemplo, semear esse tipo de pensamento pode impedir que os envolvidos coloquem um ponto final na situação, o que certamente será ruim para ambos. Já no caso de um profissional inserido em um ambiente de trabalho tóxico ou que semeie o culto à produtividade, esse tipo de “resiliência desmedida” pode fazer com que ele adoeça, por conta dos altos níveis de estresse e ansiedade.

Assim, é natural que o sentimento de cansaço da sociedade seja algo generalizado. É sempre esperado que as pessoas busquem fazer mais e melhor, mesmo que esse processo mine completamente suas condições psíquicas. Quando unimos a ideia da sociedade do cansaço à hustle culture, ficam visíveis os motivos para a exaustão e as altas nos casos de doenças mentais – e, consequentemente, nas vendas de remédios para tratar essas condições. De acordo com esta matéria da revista IstoÉ, no Brasil, são vendidas diariamente 123 mil caixas de remédios tarja preta, usados para tratar a ansiedade.

Byung-Chul Han defende que não há tempo nem capacidade de processamento para lidar com todas as demandas que existem na atualidade. Além das tarefas que já acompanham a rotina há séculos, como trabalho e família, com as evoluções tecnológicas, há ainda mais coisas para fazer e mais informações chegando a cada pessoa. Isso inclui as redes sociais, que podem ser extremamente nocivas e acabar endossando essa perspectiva de produtividade e felicidade fingida, gerando frustração.

 

Os impactos da hustle culture na saúde física e mental

Para algumas pessoas e organizações, pode parecer uma boa ideia adotar a cultura da produtividade a qualquer custo. Afinal, muitos profissionais acreditam que a carga horária é um fator determinante para o sucesso ou fracasso de uma carreira. Essa perspectiva é abordada neste estudo realizado pela revista Occupational Medicine, que alega que o tempo de trabalho está positivamente relacionado à ocupação de cargos mais altos – ou seja, quanto mais o profissional sobe na carreira, mais ele trabalha. Contudo, o mesmo estudo deixa uma questão bem clara: a produtividade a qualquer custo é extremamente nociva para os colaboradores – não à toa, surgiu o produtividade tóxica.

De acordo com os dados levantados pela revista, esses profissionais são os mais afetados pelos sintomas de doenças como a depressão e a ansiedade. O estudo concluiu que o aumento das horas de trabalho está diretamente relacionado à degradação da saúde mental, o que inclui distúrbios de sono, exaustão física e mental, além de falta de ânimo e motivação. Nesse caso, tanto a empresa quanto os profissionais podem acabar se expondo a impactos negativos. Afinal, essa mentalidade cria um Capital Humano obcecado com a ideia de trabalho, profundamente estressado e, consequentemente, menos suscetível à cooperação e à sinergia, o que afeta o clima organizacional.

Quanto aos profissionais, esse tipo de conduta também pode ocasionar problemas como:

  • Síndrome de Burnout: é um distúrbio recente, definido como um estado de exaustão física, emocional e mental resultante do investimento prolongado em situações de trabalho emocionalmente exigentes.
  • Depressão: é uma doença caracterizada pela tristeza profunda, apatia e pelo sentimento de desesperança, que se resulta, sobretudo, do desequilíbrio psíquico e emocional.
  • Ansiedade: é marcada pelo excesso de preocupação, estado permanente de tensão e pela incapacidade de relaxar. Uma pessoa ansiosa sofre com episódios de inquietude que, por vezes, podem acontecer sem um motivo real.
  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): O déficit de atenção é caracterizado, sobretudo, pela dificuldade de manter o foco, enquanto a hiperatividade se expressa pela inquietação.
  • Síndrome do pensamento acelerado (SPA): está diretamente relacionada à ansiedade e é definida como um estado mental de inquietação constante, em que a pessoa fica tomada de pensamentos, na maioria das vezes, de forma descontrolada. É comum que esses sintomas apareçam em indivíduos que precisam se manter sempre alerta ou sob pressão, o que descreve a situação proposta pela hustle culture.

O excesso de informações: FOMO e FOBO

O ritmo frenético de produção da cultura da agitação e o excesso de informações descrito por Byung-Chul Han vêm afetando diretamente a saúde mental da sociedade como um todo, o que fez surgir novos comportamentos para responder aos anseios oriundos dessas novas circunstâncias. Assim surgiram os acrônimos FOMO (fear of missing out) e FOBO (fear of better options), que servem para definir fobias específicas a situações proporcionadas pelo contato em demasia com o mundo digital.

O mais popular deles, o FOMO, ou medo de ficar de fora, é usado para se referir ao receio constante de perder algo que a pessoa considere importante, em meio a tantas informações e estímulos. Pode ser uma notícia, um prazo, uma mensagem ou uma oportunidade, entre outras possibilidades. Esse distúrbio, comumente associado à tecnologia, faz com que as pessoas tenham picos de ansiedade caso fiquem sem Internet ou sinal de celular, por exemplo. Contudo, nas relações pessoais, a condição também pode se manifestar. Nesse ponto, esses são os indivíduos que desenvolvem pânico da ideia de não fazer parte de algo ou de algum grupo com qual se importem.

Já o FOBO, ou medo de ter melhores opções, funciona com a mesma lógica, mas voltado para a aversão à ideia de perder oportunidades. Esse comportamento faz com que os indivíduos congelem por medo do que podem perder, prejudicando a vida pessoal e profissional. Afinal, essa perspectiva pode fazer com que alguém rejeite uma vaga de emprego por achar que, ao aceitar, irá renunciar a algo melhor. Da mesma forma, também pode fazer com que um indivíduo seja incapaz de selecionar um prato em um restaurante, por achar que pode gostar mais de outro. Ou seja, essa perspectiva é um constante “e se?”, que resulta em uma autossabotagem diária.

 

Hustle Culture, sociedade do cansaço e o comportamento

O comportamento humano é algo subjetivo e que varia de pessoa para pessoa. É o perfil comportamental de cada um que determina como reagir a certos estímulos, ações e emoções, bem como a forma de lidar com esses fatores. Dito isso, há quem convive melhor com o excesso de informações e aqueles que se sentem constantemente atravessados por ele. Isso vai depender de como a pessoa reage quando fica exposta a pressão, agilidade, foco, e até mesmo o contato com outros indivíduos. Dependendo do estilo comportamental, é perfeitamente possível até que esses fatores tragam motivação. Contudo, há, também, quem precise de rotinas planejadas e não goste de lidar com imprevistos; características que podem dificultar o manejo dessas situações.

De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes do mundo, existem quatro fatores responsáveis por definir o comportamento de uma pessoa: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade, cada qual com suas características e individualidades. É válido mencionar que, de acordo com a metodologia, todos os indivíduos possuem os quatro fatores, mas os níveis de cada um determinam o nosso estilo comportamental e a forma com que os agimos no dia a dia. Isso é crucial para entender o jeito com que lidamos com a celeridade e a exigência de produtividade, bem como a nossa capacidade de administrar essas condições.

A Dominância é um fator motivado por desafios e que foca, sobretudo, nos resultados. Os Dominantes são ambiciosos, autocentrados e focam nos resultados. Por conta dessas características, esse perfil pode ser mais receptivo à ideia de produtividade em demasia, caso acredite que isso trará impactos positivos em termos de rentabilidade e lucratividade. Como o alto D também não tem a empatia como característica de um destaque, em posições de poder, existe a possibilidade de que esse perfil defenda esse modelo de produção.

Já a Influência é marcada pelo dinamismo, sociabilidade e extroversão. Os Influentes são pessoas comunicativas e altamente motivadas pelas relações com os demais. Por isso, vale mencionar que podem ser mais dispersos e ter dificuldades em manter o foco nas tarefas, o que se acentua caso haja uma superexposição às informações. Também devem encontrar problemas em se dedicar integralmente ao trabalho, uma vez que isso entra em conflito com a vida pessoal e as relações sociais.

A eStabilidade é motivada pela empatia, paciência e persistência. Esse fator tem um aspecto introspectivo, mas ainda é receptivo à formação de vínculos. São pessoas responsáveis, organizadas, reservadas e que têm certa dificuldade de lidar com imprevistos, situações que saem do controle ou que exigem improviso. Por isso, a produtividade em excesso pode não ser bem-vista por pessoas com esse tipo de perfil. Além de prezarem pela empatia e entenderem que essa prática tem alto potencial de ser nociva, esse tipo de dinâmica faz com que os profissionais estáveis tenham que lidar constantemente com demandas imprevistas, o que gera incômodos para esse perfil.

A Conformidade é marcada pelo apreço pela lógica, análise e perfeccionismo. São pessoas pouco relacionais, metódicas e que gostam de seguir regras. Por conta do alto nível de exigência com a qualidade das entregas, a ideia de trabalhar ininterruptamente pode ser especialmente exaustiva para esse grupo. Isso pode fazer com que eles se esgotem rapidamente, o que, em pouco tempo, causa frustração e desconforto. Quanto à exposição a informações, os Conformes podem ser menos suscetíveis, já que são curiosos com os assuntos que os interessam e costumam investir mais neles, diminuindo, assim, a gama de informações que consomem.

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E as empresas? O que podem fazer?

Sob essas condições, a produtividade nas empresas cai drasticamente – nada mais natural, uma vez que o caminho da hustle culture em uma sociedade já esgotada é que o Capital Humano adoeça. Com isso, os impactos aparecem na lucratividade, rentabilidade e, evidentemente, na jornada do colaborador, que passa a ser avaliada negativamente. Vale lembrar, inclusive, que esse tipo de avaliação pode comprometer a reputação da empresa e atrapalhar eventuais processos de Recrutamento e Seleção. Afinal, candidatos não querem trabalhar em organizações que não prezam pela saúde mental no ambiente corporativo.

Dito isso, é fundamental que as empresas estabeleçam algumas medidas para acompanhar o bem-estar de seus profissionais, assim como oferecer estruturas de trabalho que conversem com os princípios da ecologia humana. Apenas dessa forma, elas garantem que seus profissionais estejam felizes, cultivem o sentimento de realização e se sintam conectados aos seus propósitos. A seguir, listamos algumas medidas importantes, confira:

Mapear os níveis de felicidade do Capital Humano

Entender como anda a saúde mental dos profissionais é o primeiro passo para implementar medidas que sejam benéficas para esse ponto em específico. Para isso, há diversas alternativas: conversas formais, informais, reuniões de feedback e a utilização de pesquisas corporativas voltadas para esse fim, como o Mapeamento do Clima Comportamental. A partir dos dados levantados, é possível avaliar como estão os níveis de estresse, cansaço e a motivação das equipes, o que é essencial para definir ações estratégicas para lidar com distintos cenários.

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Estimular o autoconhecimento

O autoconhecimento também é um fator de suma importância nesse contexto. Isso porque essa é uma habilidade que capacita as pessoas a entenderem melhor a forma com que sentem e manifestam suas emoções, o que também as torna mais aptas a lidar com as próprias dificuldades. Por isso, é fundamental que o autoconhecimento seja estimulado no ambiente corporativo – essa pode ser a diferença entre garantir que os colaboradores reconheçam seus limites ou caiam em rotinas exaustivas de produtividade. Contudo, vale mencionar que, para que isso seja feito de forma eficiente, é fundamental utilizar plataformas otimizadas e voltadas para esse fim, como o Personal Change Digital.

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Criar um programa de saúde mental

A empresa pode e deve estimular a criação de um conjunto de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais. Para isso, questões como a adoção de modelos de gestão humanizados, implementação de práticas voltadas para segurança psicológica, criação de canais abertos de comunicação para os profissionais, além de palestras e workshops para a conscientização da importância de uma saúde mental em dia, é fundamental.

Implementar um modelo de gestão humanizado

A gestão humanizada também é um ponto fundamental para barrar práticas incentivadas pela cultura da agitação. Isso porque esse modelo de gerenciamento do Capital Humano trata os profissionais como pessoas, não máquinas. Dessa forma, suas necessidades são levadas em consideração, o que inclui respeitar momentos de descanso, ser flexível, oferecer ajuda caso o colaborador precise e buscar monitorar os sinais de colapso mental, caso eles apareçam. Dessa forma, a empresa também fica mais próxima dos colaboradores e até as relações com as lideranças melhoram.

 

7 dicas para não se prejudicar com a hustle culture

Como mencionamos, a cultura da agitação pode ser extremamente prejudicial, sobretudo na época digital em que vivemos. Afinal, constantemente, somos estimulados a produzir sem descanso, estamos sujeitos a cobranças desmedidas de todos os âmbitos e acabamos cercados por um mundo de informações com alto potencial de causar frustração e culpa. Por isso, é importante manter o equilíbrio e procurar encontrar formas de quebrar esse ciclo. Dito isso, algumas dicas são:

1. Trabalhe de forma inteligente

Coloque o foco na finalização das tarefas dia após dia. Procure adotar algumas práticas de gestão de tempo para definir prioridades e, caso não consiga dar conta de todas elas, peça ajuda.

2. Evite medir a produtividade pelo tempo gasto

Afinal, isso não expressa necessariamente eficiência, já que pode haver prejuízos na qualidade da entrega.

3. Entenda que o desgaste atrapalha a produtividade

Por vezes, um profissional que trabalha 12 horas não consegue ser tão eficiente quanto um que trabalha oito. Isso acontece, também, por conta do cansaço. Afinal, é muito mais difícil focar quando se está no limite da exaustão;

4. Adote um estilo de vida equilibrado

Afinal, todo mundo precisa de pausas e momentos de lazer. Se privar deles não trará mais produtividade, apenas mais cansaço e estresse;

5. Evite se comparar com os demais

Em tempos de redes sociais, é comum ver as pessoas se sentindo pressionadas pelas conquistas dos outros. Mas cada um tem o próprio tempo e processo – e é extremamente importante manter isso em mente;

6. Se permita sentir tristeza e frustração

A positividade tóxica é algo semeado na sociedade e, por isso, é preciso ter atenção e respeitar o próprio processo emocional. Essa é a melhor forma de lidar com esses sentimentos e não permitir que eles tomem conta;

7. Faça acompanhamento psicológico com um profissional

Isso é muito importante para equilibrar o psicológico e entender o que precisa ser feito para manter o bem-estar físico, emocional e psíquico.

A hustle culture é uma tendência que se torna ainda mais perigosa em uma sociedade exausta, principalmente após um período pandêmico. Mais do que nunca, as empresas devem investir em práticas humanizadas de gestão para que consigam elevar os níveis de produtividade sem minar a saúde do Capital Humano. Afinal, toda e qualquer empresa é feita por pessoas. É garantindo sua felicidade, satisfação e bem-estar que as organizações alcançam resultados extraordinários.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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