Hard skills e soft skills são dois conceitos muito populares no mundo corporativo, uma vez que representam diretamente uma das grandes mudanças na gestão de pessoas nas últimas décadas: a valorização dos aspectos comportamentais individuais. Por mais que ainda seja comum ver pessoas projetando seu sucesso profissional em formações acadêmicas, diplomas, cursos, especializações e outros meios voltados para o aprendizado formal e o conhecimento técnico, atualmente, as empresas mais competitivas no cenário também investem no desenvolvimento de habilidades mais subjetivas, como proatividade, inteligência emocional e autoconhecimento.

Por décadas, as organizações basearam suas contratações em currículos pesados, cheio de experiências, recomendações e formações – o que fez com que muitos profissionais acreditassem que essas eram as únicas habilidades relevantes para se destacar em um processo de Recrutamento e Seleção.

As mudanças rápidas dos tempos atuais, no entanto, fizeram surgir novas exigências e, com elas, novas tendências no contexto corporativo. Com a influência da transformação digital, utilização estratégica do RH, além da  preocupação em alavancar a performance do Capital Humano de maneira sustentável e alinhada com a qualidade de vida. Hoje, entende-se que há outros fatores tão relevantes quanto às competências técnicas para contratar, desenvolver e manter um colaborador na organização. E o principal deles é o seu comportamento.

De nada adianta contratar um profissional com vasta expertise em sua área de atuação, por exemplo, se ele não souber dialogar com o próprio time. Por vezes, inclusive, vale mais procurar por uma pessoa menos experiente, mas com competências relacionais mais desenvolvidas. Afinal, a técnica pode ser ensinada, mas o comportamento é mais difícil de mudar.

Mas, afinal, o quão importantes essas skills são para o sucesso de uma empresa e desenvolvimento de seus profissionais? Esse é o assunto do artigo de hoje!

 

O que são as hard skills?

Antes de partir para os conceitos propriamente ditos, é preciso entender o contexto geral das hard e soft skills. Os termos propõem uma diferenciação entre as habilidades técnicas e as comportamentais de uma pessoa. Apesar de não ser possível fazer uma tradução literal das expressões mantendo completamente o sentido, elas têm origem no inglês, em que a palavra skill significa “habilidade”.

Nesse contexto, as hard skills correspondem aos conhecimentos técnicos que um profissional desenvolve. Duas características marcantes desse grupo são: elas podem ser mensuradas e são de fácil identificação – muitas vezes, inclusive, podem ser comprovadas com diplomas ou certificados.

Por muito tempo, essas habilidades foram o principal critério para a contratação e manutenção de colaboradores nas empresas, o que explica o fato de algumas pessoas ainda insistirem exclusivamente no aprimoramento dessas competências.

As hard skills podem ser aprendidas com workshops, cursos ou mesmo através de treinamentos que objetivem a capacitação de um profissional em determinada habilidade. Elas também são importantes para fazer com que um profissional amadureça e consiga progredir na carreira, estando diretamente relacionadas a níveis de prontidão e expertise mais altos.

Alguns exemplos comuns de hard skills são:

  • Cursos técnicos, especializações, mestrados e doutorados;
  • Fluência em idiomas estrangeiros;
  • Domínio do uso de softwares;
  • Gestão de projetos;
  • Edição de imagens e vídeos;
  • Habilidades de programação;
  • Conhecimentos relacionados à operação de maquinário;
  • Proficiência na escrita;
  • Perícia em contabilidade ou matemática.

Em um processo de Recrutamento e Seleção, essas informações ficam mais visíveis aos avaliadores, porque elas constam em qualquer currículo – a depender, logicamente, do cargo e da necessidade da empresa. Todavia, com as novas demandas do mercado, as habilidades técnicas têm deixado de ser critério exclusivo na seleção, dividido cada vez mais espaço com as competências comportamentais, que veremos a seguir.

 

Hard skills mais procuradas no mercado

Formações acadêmicas

As formações acadêmicas dizem respeito à área de atuação do profissional, bem como às capacidades que ele desenvolve por conta disso. Comumente, os cursos duram de dois a seis anos e têm opções como bacharelado, licenciatura ou tecnólogo – cada um focado em competências distintas. Além disso, uma vez finalizada a graduação, o profissional pode optar por continuar os estudos com pós-graduação, mestrados e doutorados. Isso tudo vale como formação acadêmica.

Formações complementares

As formações complementares também dizem respeito à educação formal do colaborador. Contudo, ao contrário da graduação, elas não são estritamente necessárias para que o profissional exerça sua função. São “cursos livres” que provêm mais aprendizado e aumentam os níveis de prontidão para enfrentar os desafios do mercado competitivo.

Aptidões técnico-científicas

As aptidões técnico-científicas estão relacionadas à capacidade de realizar tarefas do trabalho, bem como a facilidade e o nível de adaptação a elas. Operar maquinários, fazer inventários de estoque, gerir projetos, realizar pesquisas e fazer análises da área de atuação são alguns exemplos de habilidades que compõem esse grupo. Evidentemente, cada uma delas vai depender da área de atuação do profissional.

Certificações multidisciplinares

Habilidades multidisciplinares são aquelas que envolvem diferentes âmbitos de atuação e que, eventualmente, podem ser bastante úteis no contexto corporativo. É o caso de proficiência em um idioma estrangeiro, gestão de redes sociais, domínios de softwares que não estão diretamente relacionados à área de atuação, dentre diversas outras opções. Como elas podem ser aprendidas em cursos, treinamentos e workshops, essas habilidades também costumam ser bastante procuradas.

 

O que são as soft skills?

Diferentemente das aptidões técnicas, as soft skills estão relacionadas às competências sociocomportamentais de uma pessoa. Elas estão diretamente relacionadas às características emocionais, sociais e cognitivas de uma pessoa. Logo, esse tipo de competência também envolve a capacidade de lidar com as próprias emoções, tanto no aspecto pessoal quanto no profissional, e de expressá-las da melhor forma possível.

Ao contrário das hard skills, as competências comportamentais não podem ser mensuradas com diplomas ou certificados; é mais comum que apareçam em situações como em entrevistas ou até nas dinâmicas de grupo de um processo seletivo.

Aliás, essas competências ficam mais visíveis em situações cotidianas, uma vez que envolvem diretamente a forma com que a pessoa lida com os ambientes, estímulos e com as demais pessoas ao redor. Por serem subjetivas, é difícil avaliar as soft skills de uma pessoa sem conhecê-la com mais profundidade.

Por fazerem parte da experiência psicossocial e serem formadas a partir das características comportamentais de uma pessoa, as soft skills podem ser desenvolvidas, contudo, são bem mais difíceis de aprender e de ensinar.

Alguns exemplos de competências consideradas soft skills são:

  • Inteligência emocional;
  • Comunicação interpessoal;
  • Persuasão e argumentação;
  • Proatividade;
  • Capacidade de trabalhar sobre pressão;
  • Liderança;
  • Criatividade;
  • Colaboração e trabalho em equipe;
  • Pensamento crítico.

No mercado atual, onde as empresas mais competitivas entendem que a satisfação dos colaboradores serve como catalisador para sua produtividade, a importância dessas habilidades vem crescendo a cada dia. Esse tipo de perspectiva reitera o pensamento de modelos mais modernos e humanizados de gestão de pessoas, que entendem que os colaboradores também dependem de fatores como a qualidade de vida, saúde mental e adequação comportamental para que consigam desempenhar bem suas funções.

Décadas atrás, o panorama era bem diferente: a mentalidade difundida no mercado valorizava excessivamente as capacidades técnicas em detrimento das comportamentais. O resultado é que, nessas condições, diversos talentos e oportunidades eram perdidas, o que deu espaço para surgir a máxima “contrata-se pelo conhecimento e demite-se pelo comportamento”. Afinal, como vimos, nem sempre as habilidades técnicas são o suficiente.

Nessas circunstâncias, há sempre o risco de construir equipes habilidosas e com vasto conhecimento técnico, mas que não se adequam às suas funções, não produzem tanto quanto poderiam e, em alguns casos, nem mesmo contribuem para a cultura organizacional da empresa. Por isso, muitas vezes, mesmo com excelente aptidão técnica, os colaboradores são demitidos por não apresentarem o comportamento adequado – e esse desalinhamento provoca aumento do índice de turnover da organização.

É nesse cenário que as competências comportamentais vêm sendo valorizadas. Hoje, entende-se que de nada adianta ter um time capacitado que não produz, colabora e que, em alguns casos, pode até mesmo ter a saúde emocional comprometida pela falta de alinhamento.

Além disso, vale lembrar: é muito mais fácil ensinar as capacidades técnicas para um colaborador com um perfil adequado do mudar o comportamento de um profissional inadequado com vasto conhecimento técnico. E esse tipo de consideração sumariza a importância das soft skills nos cenários atuais.

 

Soft skills mais procuradas no mercado

Há diversos tipos de competências comportamentais que são desejadas pelas empresas. A pesquisa Future of Jobs (2023), que analisa as principais tendências mercadológicas para o futuro e é realizada pelo World Economic Forum, indica algumas das soft skills mais procuradas pelas organizações atualmente.

Por mais que o estudo se debruce em tendências futuras, em muitos casos, essas habilidades já aparecem em listas de demandas presentes e apenas tendem a se intensificar com o decorrer dos anos. Na pesquisa, foram consideradas habilidades cognitivas, físicas, de engajamento, ética, gerenciais, de autoeficácia, dentre diversas outras. Aqui, destacamos:

Empatia

A  empatia é uma habilidade interpessoal, ou seja, uma característica que facilita o relacionamento com os demais, que permite compreender os sentimentos, dores e apelos de outras pessoas sem precisar passar pelas mesmas circunstâncias. Segundo o estudo supracitado, dentre as 10 habilidades mais procuradas, a empatia é importante para manter um clima organizacional positivo e conseguir estabelecer bons relacionamentos com os colegas.

Comunicação

A boa comunicação também é uma habilidade interpessoal demandada – tanto que é citada pelo estudo da WE Forum. Ser capaz de se comunicar com eficiência, independente das diferenças sociais, econômicas e culturais entre quem fala e o seu interlocutor, é algo muito valorizado pelas empresas. Para além disso, esse tipo de aptidão também pode ser expandido e trabalhado para que o profissional se torne um bom orador, melhore sua dicção e possa, eventualmente, até mesmo ministrar apresentações e palestras em nome da empresa.

Flexibilidade, agilidade e resiliência

Citadas como um grupo, essas habilidades são interdependentes e aparecem em terceiro lugar entre as mais procuradas pelas organizações. A flexibilidade diz respeito à capacidade ser maleável e se adaptar diante as demandas, enquanto a agilidade é importante para que o profissional consiga lidar com elas sem perder muito tempo. A resiliência é a característica do que persiste, mesmo em condições adversas.

Pensamento analítico

De acordo com o estudo, o pensamento analítico é a soft skill mais desejada nas empresas. Diz respeito à habilidade de reunir informações de diferentes fontes, visualizá-las a partir de uma perspectiva ampla e solucionar problemas. Essa é uma competência importante para trabalhar com dados, entender relações entre os números, lógica e estratégicas, de forma geral. Não à toa, é tão requisitada no mercado.

Liderança

A liderança consiste na habilidade de manejar, orientar e influenciar pessoas em prol de um objetivo específico. Em um contexto corporativo, essa competência ganha um significado a mais: refere-se também à capacidade de conduzir os colegas em direção às metas da empresa utilizando as estratégias e diretrizes definidas por ela. É a nova entre as mais desejadas pelas empresas, ao lado de habilidades sociais, de acordo com o WE Forum.

Motivação e curiosidade

Motivação e curiosidade aparecem entre as cinco mais demandadas em processos seletivos – e não é difícil entender por quê. Colaboradores motivados são valiosos para a cultura organizacional da empresa, além de ajudar a criar ambientes de trabalho prósperos e positivos para todo o Capital Humano. Já a curiosidade faz com que os profissionais tenham uma vontade natural de descobrir e se desenvolver, o que é fundamental quando se considera pontos como o lifelong learning.

Pensamento criativo

A criatividade é a segunda entre as soft skills mais buscadas por empresas, de acordo com o WE Forum. Profissionais que trabalham o pensamento criativo conseguem pensar “fora da caixa” e aumentam exponencialmente o potencial da empresa, tanto em termos de produtividade quanto de inovação. Vale sempre lembrar que várias das estratégias mais bem sucedidas de mercado, como as adotadas por organizações exponenciais, nascem a partir do pensamento disruptivo e que foge aos modelos tradicionais.

 

Qual é a diferença entre as hard skills e as soft skills?

Embora os termos sejam parecidos, não tratam das mesmas questões. Enquanto as soft skills se referem às competências comportamentais, as hard skills são as habilidades técnicas.

As habilidades técnicas estão relacionadas à área de atuação de um profissional e podem, inclusive, ser medidas no dia a dia. Elas são fundamentais para que seja possível realizar determinadas atividades. Um editor de vídeos, por exemplo, precisa ter conhecimento de softwares voltados para esse fim – caso contrário, ele não poderá atuar nessa função. Com o tempo, ele pode desenvolver a maestria na habilidade, o que vai fazer com que as edições sejam cada vez mais elaboradas. E esse aprimoramento torna-se visível para quem acompanha o seu trabalho.

Já as competências comportamentais dizem respeito ao comportamento e às atitudes de uma pessoa. Por isso, elas são mais subjetivas e não podem ser comprovadas por meio de certificações ou qualificações – elas aparecem mesmo no convívio diário. No caso do editor de vídeos, ter ou não essas competências pode impactar a forma com que ele se relaciona com os colegas, o tipo de crítica que faz em relação ao próprio trabalho e até mesmo a capacidade de gerir o tempo. Nada disso vai impedi-lo de editar um vídeo, mas vai ajudá-lo a criar um ambiente de trabalho mais saudável e, também, contribuir para que ele deseje sempre se desenvolver enquanto profissional.

 

Importância de desenvolver hard skills e soft skills

Para consolidar uma carreira, é preciso desenvolver habilidades-chave relacionadas a ela. Não há, por exemplo, um professor de inglês que não saiba falar a língua. Um programador também não pode exercer essa função sem saber o mínimo sobre linhas de programação e, assim, sucessivamente.

Quanto mais desenvolvidas as hard skills forem, mais chances um profissional tem de chamar a atenção de recrutadores e hunters em processos seletivos. Não à toa, por muito tempo, as organizações pautaram a contração e o desenvolvimento dos talentos apenas nesse tipo de habilidade.

Contudo, desde que movimentos como o RH 5.0 ganharam notoriedade, debate-se sobre modelos de gestão de pessoas mais saudáveis, humanizados e onde os colaboradores assumam um lugar central nos processos da empresa. Esse esforço não acontece à toa: com o passar do tempo, as organizações entenderam que a melhor forma de aumentar a produtividade do Capital Humano está longe de ser levando-os à exaustão. Pelo contrário: o investimento na felicidade e a ecologia humana são as melhores maneiras de fazer isso.

Isso acontece porque pessoas felizes, satisfeitas e que exercem funções adequadas ao próprio comportamento conseguem trabalhar por mais tempo e se desgastam menos com isso. Historicamente falando, até mesmo o investimento em qualidade de vida surge como uma forma de atender às demandas dos profissionais e, ao mesmo tempo, das organizações – haja vista que esse tipo de ação diminui consideravelmente a incidência de doenças ocupacionais. O investimento em soft skills surge como um recurso eficiente para criar ambientes positivos de trabalho para todos os colaboradores – o que impacta, diretamente, nos níveis de motivação e engajamento interno.

E nem é preciso muito para entender por quê; basta imaginar um exemplo didático: um gerente que não sabe lidar com pessoas. Globalmente falando, existe uma cultura corporativa de reconhecer bons profissionais dando a eles equipes para gerenciar. A questão é que, nem sempre, essas pessoas têm perfis voltados para o relacionamento interpessoal. Liderança, empatia e boa comunicação, por exemplo, são competências essenciais para exercer uma boa gestão de pessoas. A ideia das empresas é reconhecer o colaborador, promovendo-o a um cargo hierarquicamente superior, mesmo que isso desconsidere seu perfil comportamental. O resultado é que esse gestor, despreparado para o desafio, pode acabar derrubando o rendimento do time inteiro, o que causa tensão, estresse, conflitos, dentre outros problemas que impactam negativamente o ambiente e os resultados da organização.

Por outro lado, sozinhas, as soft skills também não resolvem o problema. Por mais motivadas, engajadas e amigáveis que as pessoas sejam, é fundamental que elas desenvolvam determinadas competências para conseguirem trilhar a carreira profissional. O exemplo do gerente mostra bem por que essas habilidades precisam andar de forma concomitante às hard skills – elas são complementares. De nada adianta um expert que compromete a motivação da equipe. Da mesma forma, alguém com diversas competências comportamentais e inexperiente tecnicamente também pode prejudicar o fluxo de trabalho do time.

 

Benefícios de investir em hard skills e soft skills

O investimento em ambos os tipos de competências favorece diversos aspectos da gestão de Recursos Humanos. Dentre eles, destacamos:

Recrutamento e Seleção

Identificar as hard e soft skills em processos de R&S permite fazer contratações mais assertivas e alinhadas com o que é esperado do profissional que assume a vaga. Como vimos, apenas as habilidades técnicas não bastam – o desempenho da função também demanda questões mais subjetivas, como proatividade, inteligência emocional e pensamento crítico, a depender da atividade. Vale ressaltar que os cargos requerem perfis específicos.

Por isso, é fundamental usar um bom software de gestão de pessoas que seja capaz de analisar perfis tanto dos candidatos quanto dos cargos. Com o Etalent Pro, é possível realizar as duas coisas conjuntamente, o que garante um processo seletivo mais eficiente, ágil e com menos margem para erros.

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Avaliação de desempenho

Entender as competências técnicas e comportamentais de profissionais e cargos também permite fazer avaliações de desempenho mais precisas. Isso porque, ao considerar ambos os panoramas, as empresas entendem em qual tipo de competência elas devem investir para que o desenvolvimento do colaborador seja completo, alinhado com os objetivos organizacionais. Pode acontecer, por exemplo, de um profissional que almeja um cargo de liderança mostrar, em suas avaliações, que, por mais que tenha o conhecimento técnico das suas atribuições, ainda precisa melhorar o gerenciamento de pessoas. Uma vez identificado o gap, a empresa consegue atuar ativamente na progressão dessa competência para o futuro.

Treinamento e Desenvolvimento

Os processos de treinamento e desenvolvimento (T&D) são, talvez, os mais beneficiados quando a empresa entende a importância das soft e das hard skills. Afinal, a organização pode criar planos de desenvolvimento para os colaboradores considerando, isoladamente, tanto competências técnicas que precisam aprender para progredir na carreira quanto as comportamentais, necessárias para chegar a cargos mais altos.

Para isso, é fundamental utilizar recursos para analisar tanto as hard skills quanto as soft skills. Análises de desenvolvimento são fundamentais nessa jornada, bem como devolutivas individuais. Essas são formas de promover o autoconhecimento ao mesmo tempo em que a empresa pontua as competências que precisam ser desenvolvidas.

Cultura organizacional

A cultura organizacional também é impactada positivamente nesse contexto. Afinal, colaboradores com soft skills alinhadas aos valores defendidos pela empresa conseguem fazer com que essa mentalidade seja semeada natural e constantemente nos ambientes organizacionais. Além disso, por se identificarem com os valores da empresa, os colaboradores podem até se tornar embaixadores da marca em um momento futuro, o que é bom para o branding.

 

Como medir o domínio sobre hard skills e soft skills?

As hard skills e as soft skills são competências de naturezas distintas, o que faz que as estratégias para mensurá-las e avaliá-las sejam diferentes. É importante, inclusive, que o RH tenha clareza quanto a esse ponto, para prevenir possíveis erros na hora de planejar o desenvolvimento das carreiras dos profissionais.

Contudo, conforme já mencionado aqui, não há muitos segredos: as competências técnicas são medidas, sobretudo, por certificações, enquanto as comportamentais aparecem nas rotinas.

Hard skills podem ser avaliadas por meio de avaliações objetivas, que incluem quantificações de horas em cursos, workshops, graduações, dentre diversas outras possibilidades.

Nos estudos de língua inglesa, por exemplo, a principal certificação que alguém pode ter quanto à fluência é o TOEIC (Teste de Inglês para Comunicação Internacional), que avalia se o profissional tem nível o suficiente para assumir uma posição que exige o idioma. Algumas provas de mestrado, doutorado e até mesmo oportunidades de trabalho exigem esse certificado. Nesse contexto, por mais que a pessoa seja fluente, ela precisa comprovar essa hard skill.

Já a identificação das soft skills acontecem em dinâmicas, entrevistas e testes comportamentais. Com esses recursos, é possível observar o comportamento de um profissional com mais atenção, considerando pontos como a relação que ele estabelece com outras pessoas, o desempenho sob pressão ou a capacidade criativa.

 

Como medir os resultados das hard skills e das soft skills?

Dada a natureza de cada uma dessas habilidades, é bem mais fácil mensurar os resultados das hard skills. Afinal, é a habilidade técnica de um profissional que vai fazer com que um maquinário consiga ser operado mais rápido e com mais segurança, que a empresa consiga se comunicar com executivos de outras nacionalidades ou mesmo que os conteúdos de redes sociais possam ser editados dentro do tempo previsto, por exemplo.

Contudo, há algumas formas de entender como as soft skills dos profissionais impactam no fluxo da empresa. O mapeamento do clima comportamental permite observar os índices de satisfação e felicidades internos, bem como fazer avaliações gerais sobre a perspectiva que os profissionais têm em relação ao ambiente de trabalho. Dessa forma, eles podem fazer ponderações sobre as relações que são estabelecidas, a dinâmicas e tudo que tange a rotina. E essa acaba sendo uma forma tanto de avaliar soft skills gerais quanto de entender as que precisam ser desenvolvidas.

Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental, clique aqui.

Ademais, atividades em grupo, momentos de interação e até mesmo análises de índices negativos, como o da rotatividade, também funcionam como formas de avaliar as competências comportamentais dos profissionais.

 

Como o RH pode ajudar a desenvolver as hard skills e as soft skills?

Aprimorar as hard skills e as soft skills não deve depender exclusivamente da vontade do colaborador – o ideal é que a empresa onde ele trabalha também esteja comprometida com esse processo e ofereça oportunidades para tal. Nesse sentido, é função do RH e das lideranças adotar medidas que auxiliem o Capital Humano no aperfeiçoamento e no fortalecimento dessas competências.

Quanto às habilidades técnicas, algumas práticas efetivas para o desenvolvimento são a realização de treinamentos corporativos. Programas de capacitação, palestras, workshops e financiamento de cursos e especializações em conjunto com instituições de ensino, por exemplo, são formas eficazes de aumentar os níveis de prontidão do Capital Humano. Utilizar elementos lúdicos, como a gamificação, para motivar os participantes a alcançarem os objetivos pretendidos também é uma boa estratégia para alavancar o desenvolvimento. Com esse recurso, os colaboradores aprendem enquanto se divertem, o que é excelente para a retenção de conhecimento.

Já as competências comportamentais estão atreladas a um processo contínuo de aprimoramento profissional. Para que essas habilidades se desenvolvam, podem ser necessários programas de acompanhamento individual, a fim de identificar as características que precisam de atenção e ajudar os colaboradores a aprimorarem-nas.

Quando incluídos em um contexto de desenvolvimento contínuo, palestras e workshops que tratam de temáticas diretamente relacionadas às soft skills, como comunicação interpessoal, liderança e proatividade, também podem ser utilizados.

Oferecer essas oportunidades de crescimento profissional é importante tanto para a organização quanto para seus colaboradores. Isso porque medidas como estas ajudam a criar uma experiência de trabalho positiva para o Capital Humano, que se sente mais valorizado e grato pelo incentivo. Desta forma, eles incrementam o repertório, se qualificam e tornam-se ainda mais valiosos frente ao mercado. A empresa, por outro lado, forma equipes mais eficientes e equilibradas. Os benefícios são significativos para ambos os lados.

 

Como garantir hard skills e soft skills adequadas às necessidades da empresa?

Antes de traçar planos de desenvolvimento para os colaboradores, é importante identificar quais são os seus gaps e saber como trabalhá-los. Assim, é possível observar quais competências já estão presentes e quais precisam ser fortalecidas nas equipes. Entre algumas sugestões para realizar esse processo, destacamos:

Mapeamento das habilidades

Saber quais competências são necessárias para o desenvolvimento das equipes e o crescimento da organização é essencial. Uma boa forma de dar início ao processo de descoberta é através da utilização dos chamados pools de talentos, que ajudam não apenas a identificar as competências presentes, como também as que precisam ser trabalhadas. A utilização de um mapa de talentos detalhado, capaz de fazer levantamentos relacionados ao comportamento dos profissionais, ao clima e à cultura organizacional, é de grande ajuda nesse processo.

Além disso, processos de avaliação como o Assessment 360º, que identificam as competências dos colaboradores e avaliam se eles estão alinhados aos seus cargos, são bastante úteis nesse mapeamento.

Realização de processos seletivos eficientes

Para construir times equilibrados quanto às hard skills e às soft skills, nada mais natural do que realizar processos seletivos que considerem essas competências. É importante que as exigências já apareçam desde o momento em que é divulgada a vaga, servindo como um filtro para que apenas os profissionais adequados sejam contratados.

Outra medida interessante para avaliar as competências comportamentais é, durante a entrevista, fazer perguntas que deem ao recrutador uma ideia de como o candidato lida com as habilidades desejadas. Em nosso Relatório de Seleção, disponível no ETALENT Pro, listamos algumas sugestões de perguntas para validar as características comportamentais. Assim, mesmo que as soft skills sejam subjetivas e mais difíceis de medir, é possível avaliar o quanto e como os candidatos utilizam essas características.

Liderança pelo comportamento

A liderança comportamental é um modelo de gestão voltado para o desenvolvimento do colaborador, que se baseia em seu perfil comportamental. Considerar esse aspecto na hora de liderar os times ajuda a identificar quais funções cada profissional exerce com mais naturalidade e facilidade, bem como as que são mais desgastantes e custosas para ele. Dessa forma, é possível acompanhar de perto a performance e a prática de cada competência, o que ajuda a ter a dimensão das habilidades presentes na empresa e das que precisam ser aprimoradas.

No workshop Liderança Comportamental, essas e outras vantagens desse modelo de liderança são abordadas e discutidas. O foco é treinar os líderes para exercerem essa habilidade de forma otimizada, inteligente, humana e sustentável.

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Incentivo ao autoconhecimento e o autodesenvolvimento

Investir em treinamentos, cursos e palestras é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. Esses recursos são efetivos quando utilizados de maneira pontual, mas não garantem a criação de um desejo constante de aprendizagem e evolução nas equipes, o que é essencial para o desenvolvimento de soft skills e hard skills em longo prazo.

Esse processo deve partir também dos colaboradores e, para tal, a necessidade de aprimoramento contínuo precisa ser estimulada pela cultura organizacional da empresa.

Quando esses valores estão enraizados na organização, a procura pela evolução acontece de forma natural e os profissionais também se sentem responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento. A ideia é que eles não fiquem restritos à educação formal nem aos treinamentos; é preciso que as equipes desenvolvam o autoconhecimento e criem autonomia para identificar os próprios gaps.

Para fomentar essa mudança, o programa Personal Change é um grande aliado. É voltado para a transformação pessoal e, através dela, proporciona o apoio necessário para o autodesenvolvimento dos colaboradores com a elaboração de um PDI personalizado. O programa ajuda o profissional a se aperfeiçoar a partir do entendimento de seu comportamento e, assim, gera ganhos significativos em relação à autonomia e ao autoconhecimento. Com essa ferramenta, fica mais fácil criar times que anseiam por aprimoramento e que, mesmo fora da empresa, procuram evoluir a cada dia.

Para saber mais sobre o programa Personal Change, clique aqui.

Mesmo com as mudanças de paradigma no cenário atual, ainda é comum que as competências comportamentais sejam subestimadas quando postas lado a lado com as técnicas. No artigo de hoje, vimos como isso é um grande equívoco – afinal, profissionais insatisfeitos, frustrados e difíceis de lidar podem comprometer o desempenho de equipes inteiras. Por isso, reiteramos: o comportamento é essencial para construir carreiras sólidas e que tragam felicidade, realização e bem-estar. Estar atento ao equilíbrio entre as soft skills e as hard skills é a chave para trilhar um caminho bem-sucedido e que seja saudável para profissionais e organizações.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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