Absenteísmo está relacionado a assiduidade e pontualidade do Capital Humano, e é um termômetro eficiente para entender como anda a saúde do negócio em relação à gestão de pessoas. A lógica é parecida com o que ocorre com o turnover: quando alto, é um sinal claro de que algo não vai bem na empresa.
Entender a relação entre os fatores é bem fácil. Quanto mais esgotados, desmotivados e sem propósito os colaboradores se sentem, menos eles se comprometem com a presença no trabalho ou mesmo com o cumprimento da carga horária.
Por isso, é comum que, quando o absenteísmo é alto, haja problemas profundos na rotina, como saúde mental acometida, falta de qualidade de vida ou simplesmente insatisfação por não ter para onde progredir. Observar essa taxa é importante – afinal, ela aponta questões que outras métricas podem acabar deixando passar. Todavia, mais importante do que observar é saber o que fazer com ela.
Investir em práticas que dêem suporte aos colaboradores, os façam sentir valorizados e estimulados não apenas evita esse tipo de situação, como também traz benefícios tanto para o Capital Humano quanto para a empresa.
Quando a empresa oferece rotinas menos desgastantes e melhorias na qualidade de vida, tanto durante o trabalho quanto fora dele, o resultado são equipes mais produtivas, com alta capacidade de colaboração, e assiduidade em dia.
Mas, afinal, como identificar se há absenteísmo e contornar esse problema? É o que você vai ver no artigo de hoje. Boa leitura!
- O que é absenteísmo?
- Tipos de absenteísmo
- Principais causas do absenteísmo no trabalho
- Impactos do absenteísmo no trabalho
- Como calcular o absenteísmo na sua empresa?
- Existe um índice aceitável de absenteísmo?
- Absenteísmo e comportamento
- Relação entre absenteísmo e saúde mental
- Como diminuir o absenteísmo na sua empresa?
O que é absenteísmo?
O absenteísmo diz respeito à falta de presença ou mesmo de pontualidade por parte dos indivíduos. No contexto corporativo, o termo é utilizado para se referir à recorrência de faltas justificadas, atrasos ou saídas antecipadas dos profissionais. Esse é um indicador muito importante para o negócio, uma vez que a ausência dos colaboradores sem justificativa impacta diretamente a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa.
É importante deixar claro que ter um baixo nível de absenteísmo é perfeitamente normal – e, dependendo da área ou da dinâmica estabelecida, pode ser comum até mesmo ter índices acima da média. Mas, quando há altas taxas de absenteísmo, é comum que também existam problemas organizacionais – sobretudo os relacionados à gestão de pessoas.
Isso porque, há algum tempo, discussões a respeito de saúde mental, propósito e felicidade corporativa são frequentes. Especialmente depois da pandemia, a qualidade de vida se tornou uma prioridade ainda mais urgente para os profissionais. Quando, por algum motivo, os profissionais não conseguem equilibrar trabalho e vida pessoal (seja por lideranças tóxicas, falta de plano de carreira ou sobrecarga), o absenteísmo é uma das primeiras questões que emergem.
Por isso, esse é um indicador que deve ser medido de perto pelo RH. Afinal, só será possível entender por que os índices estão altos caso a empresa tenha o cuidado de fazer mapeamentos de clima comportamental para entender como a employee experience. É fundamental ter planos para controlar essa taxa; caso contrário, a ausência dos colaboradores vai acabar sobrecarregando equipes inteiras, prejudicando os resultados do negócio.
Diferença entre absenteísmo e presenteísmo
Embora haja uma confusão comum envolvendo os termos, é importante deixar claro que absenteísmo e presenteísmo tratam de coisas distintas. Enquanto o absenteísmo diz respeito à ausência dos profissionais no expediente de trabalho, o presenteísmo acontece quando os colaboradores estão fisicamente presentes no local de trabalho, mas não desempenham suas funções de forma eficaz, devido a desmotivação ou fadiga gerando queda na produtividade, aumento dos erros e, muitas vezes, um impacto negativo na qualidade do trabalho. O presenteísmo também deve ter a atenção do RH, pois pode afetar a moral da equipe e comprometer os resultados da empresa.
Diferença entre absenteísmo e turnover
Absenteísmo e turnover tratam situações bastante diferentes. Enquanto o absenteísmo trata da assiduidade do Capital Humano no trabalho, o turnover diz respeito à taxa de rotatividade de profissionais em uma empresa.
Um turnover alto deve ser evitado em qualquer empresa, principalmente por conta dos altos custos envolvidos. Primeiramente porque as demissões são financeiramente custosas, uma vez que há uma série de verbas a serem pagas toda vez que um colaborador é demitido. Além disso, criar um novo processo seletivo também requer tempo e gastos. Por fim, quando o recém-contratado ocupa a vaga, ele passa por uma curva de aprendizagem, que requer tempo de adaptação às funções e à organização, que faz com que a produtividade seja menor.
Portanto, tanto o absenteísmo quanto o turnover são métricas utilizadas para avaliar a gestão de pessoas – e quando têm índices acima da média, são processos custosos para as empresas. No entanto, enquanto o absenteísmo tem uma abordagem mais momentânea sobre quem está ou não na empresa naquele momento, o turnover está relacionado à retenção de talentos em médio e longo prazos.
Tipos de absenteísmo
Os tipos de absenteísmo podem ser divididos conforme os motivos pelos quais as faltas ocorrem.
Alguns dos mais comuns são:
Absenteísmo justificado
É quando o colaborador se ausenta, mas apresenta uma justificativa prevista em lei para isso. É o caso de afastamentos por razões de saúde e com comprovação por atestados médicos ou legais.
Absenteísmo injustificado
Acontece quando o profissional falta e não consegue justificar a causa da ausência (legalmente falando). Esse tipo de absenteísmo pode gerar medidas disciplinares, descontos na folha de pagamento e até desligamento.
Absenteísmo crônico
É quando um colaborador tem um histórico recorrente de faltas e atrasos. Pode estar associado a um problema médico ou familiar que impeça o profissional de manter a assiduidade desejada.
Absenteísmo voluntário
Diz respeito às faltas planejadas e consentidas, como férias programadas, dias de folga ou quaisquer outras ocorrências que tenham sido acordadas entre gestores e profissionais.
Absenteísmo por motivos pessoais
Ocorre quando um profissional se ausenta do trabalho por motivos pessoais, o que pode acontecer de forma programada ou sem qualquer aviso prévio. As emergências familiares são um exemplo clássico desse tipo de absenteísmo.
Absenteísmo por desmotivação
Acontece quando os profissionais perdem o engajamento com o trabalho e começam a se ausentar por causa disso. Pode ser um reflexo de insatisfação com o cargo, falta de oportunidades e benefícios ultrapassados.
Absenteísmo por acidente de trabalho
É quando um profissional falta por conta de algum tipo de acidente que tenha ocorrido enquanto ele exercia sua função. O tempo de afastamento se relaciona com a seriedade e a complexidade do acidente sofrido – e pode levar meses até se resolver.
Principais causas do absenteísmo no trabalho
Existem diversos motivos que podem fazer com que um colaborador se ausente do seu expediente, seja faltando, se atrasando ou saindo mais cedo de forma recorrente. As justificativas vão desde problemas de ordem pessoal até questões relacionadas ao ambiente organizacional e o tipo de dinâmica que é construída com os colegas. Por isso, antes de fazer qualquer julgamento, é preciso ter em mente que, por vezes, os motivos para o absenteísmo vão muito além do simples desinteresse com o trabalho.
Em relação aos ambientes de trabalho, por exemplo, há inúmeras questões que podem fazer com que um colaborador se ausente. A primeira delas é a falta de infraestrutura, o que pode significar equipamentos pouco adequados para a atuação, falta de ergonomia ou condições de trabalho ruins, como exposição a ruídos constantes. Com o tempo, esse tipo de problema acaba desmotivando o profissional .
Outro motivador do absenteísmo relacionado ao ambiente é o clima organizacional negativo. Quando há conflitos com os colegas, os ambientes são hostis e os indivíduos não se respeitam, a tendência é que o absenteísmo também fique mais evidente. Lideranças tóxicas também podem ser especialmente problemáticas e acabam fazendo com que os colaboradores se sintam desmotivados para o trabalho.
As questões de saúde física e mental costumam encabeçar a lista de motivos pelos quais os colaboradores faltam ao trabalho. Doenças, relacionadas ao trabalho ou não, podem motivar um profissional a se abster. O RH deve ter especial atenção aos problemas de ordem psicossomática, como o estresse crônico, burnout e a ansiedade, que podem se agravar com o trabalho e acabar fazendo com que o absenteísmo seja algo recorrente.
Por fim, é sempre possível que haja motivos pessoais para o absenteísmo. Podem ser imprevistos ou compromissos que o colaborador tem, como ir ao médico periodicamente. Nesse caso, sempre que possível, vale reiterar a importância de que a ausência seja combinada previamente com o gestor e/ou o resto da equipe.
NR 17 e absenteísmo
A falta de ergonomia no trabalho é um assunto tão sério – não apenas pelo impacto no absenteísmo, mas também pelos prejuízos na saúde física – que existe uma lei do Ministério do Trabalho (MTE) que trata especificamente disso. A Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17, como é conhecida) prevê uma série de diretrizes visando a tornar os ambientes de trabalho mais ergonômicos e aumentar o conforto dos profissionais para que exerçam suas funções da melhor forma possível. O objetivo é garantir que o espaço de trabalho esteja realmente adaptado para receber profissionais e que haja qualidade na estada deles naquele ambiente, prevenindo doenças ocupacionais.
A NR 17 também tem definições quanto aos equipamentos de segurança necessários para trabalhar, condições sanitárias, além de organização dos ambientes de trabalho. A norma pretende oferecer parâmetros para que as empresas garantam condições adequadas para os colaboradores, diminuindo, assim, os riscos à saúde. Consequentemente, a satisfação dos colaboradores aumenta e os níveis de absenteísmo caem.
Impactos do absenteísmo no trabalho
O absenteísmo traz diversas consequências negativas para a empresa – afinal, a ausência recorrente de colaboradores afeta diretamente o potencial produtivo da organização.
Algumas das principais consequências do absenteísmo são:
- Acúmulo de tarefas nas equipes;
- Sobrecarga para os demais profissionais;
- Níveis de estresse mais altos, desencadeando conflitos organizacionais;
- Demora e atrasos nas entregas;
- Perda de qualidade nas entregas;
- Contratação de mão de obra para suprir as demandas em aberto;
- Queda brusca na produtividade;
- Prejuízos na rentabilidade da empresa;
- Impacto na cultura organizacional;
- Insatisfação generalizada.
Por esses motivos, o alto absenteísmo deve ser combatido já na cultura organizacional da empresa. Isoladamente, medidas educativas podem não resolver o problema totalmente; é preciso conscientizar os profissionais sobre a necessidade da assiduidade no trabalho.
Como calcular o absenteísmo na sua empresa?
Existem diversas formas de calcular o absenteísmo em ambientes profissionais. De forma geral, é possível chegar a esse índice levando em conta o total de faltas e a quantidade de dias (ou horas) trabalhadas pelo profissional.
Entretanto, dependendo das unidades do que for considerado no cálculo, as fórmulas podem ser ligeiramente diferentes.
Destacamos três formas de calcular o absenteísmo em uma empresa. São elas:
Cálculo individual por dia trabalhado
Se uma empresa deseja entender o percentual de absenteísmo de um colaborador que está constantemente ausente e perde dias de trabalho inteiros por isso, ela pode fazer o cálculo usando como referência o dia trabalhado.
Nesse caso, deve-se utilizar a seguinte fórmula:
Exemplo: O mês tem 20 dias úteis e, nesse período, um profissional deixou de trabalhar em cinco dias, por conta de consultas médicas atestadas. Nesse caso, a conta vai ser:
- Taxa de absenteísmo = 5 20 x 100 = 25%
Cálculo coletivo por dia trabalhado
Já se a empresa deseja avaliar o nível de absenteísmo dos colaboradores (em geral), a fórmula a ser aplicada muda.
Nesse caso, a taxa pode ser calculada a partir da seguinte equação:
Exemplo: O líder de um setor quer calcular o absenteísmo de sua equipe, que conta com 30 colaboradores. Desses, três apresentaram atestados ao longo do mês, que totalizaram 10 dias de trabalho perdidos. Nesse caso, a conta fica:
- Taxa de absenteísmo = (30 x 10) (30 x 20) x 100
- Taxa de absenteísmo = 300 600 x 100 = 50%
Cálculo por horas trabalhadas
Contudo, como vimos, o absenteísmo não trata apenas de faltas; atrasos e saídas antecipadas também devem ser considerados. Por vezes, o colaborador não tem nenhuma falta no ponto, mas está deixando de cumprir a carga horária. Nessa situação, é possível fazer o cálculo a partir das horas trabalhadas pelo profissional.
Para esse caso, a fórmula é a seguinte:
Exemplo: Um profissional com expediente de 8h diárias trabalha apenas seis horas. Considerando que o mês tem 20 dias úteis, o compromisso é que ele cumpra 160 horas de trabalho mensais. Mas, efetivamente, só trabalha 120 horas. Neste caso, a conta fica:
- Taxa de absenteísmo = 2 160 x 100 = 12,5%.
Existe um índice aceitável de absenteísmo?
Não existe um consenso sobre o que é um índice de absenteísmo aceitável. De acordo com esta matéria da revista Exame, as taxas podem variar de acordo com cada setor. No de serviços, por exemplo, a média é de 5%, enquanto no varejista, o número sobe para algo em torno de 7% e 10%. No entanto, alguns especialistas consideram que taxas até 4% estão dentro da normalidade.
Absenteísmo e comportamento
Por mais que possa soar inusitado, o perfil comportamental dos profissionais também faz toda a diferença na hora de entender e controlar o absenteísmo na empresa. Afinal, o comportamento de uma pessoa é subjetivo e depende de uma série de fatores sociais, emocionais e cognitivos. Contudo, é o estilo comportamental de uma pessoa que define como ela se sente em determinadas situações, bem como a forma com que ela lida com os processos internos e externos. E isso, evidentemente, impacta a maneira com que ela se sente em relação ao próprio trabalho.
Enquanto para algumas pessoas, papear com um desconhecido é fácil e gera energia, para outras, essa prática parece uma tortura. Há quem recupere a energia quando está na companhia de outras pessoas, e aqueles que se sentem bem sozinhos e no silêncio. Essas características apontam para perfis comportamentais distintos, ainda que elas nem comecem a definir a complexidade do comportamento humano. E elas influenciam diretamente na disposição e na motivação de um profissional em relação ao seu trabalho.
De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes do mundo, o comportamento é definido a partir de quatro fatores: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade, que têm características distintas entre si. Todos os indivíduos possuem os fatores em algum nível, mas o que determina o perfil é a forma com que os utiliza.
As características comportamentais vão definir as atitudes dos profissionais em relação à ideia de se ausentar ou não. Contudo, há algo mais: a adequação entre a função exercida e essas características também impacta diretamente o engajamento com as atividades laborais.
Isso por conta de um motivo simples: quando as competências individuais e o cargo estão alinhados, a pessoa trabalha mais, melhor e se desgasta menos com isso. Em contrapartida, quando exerce uma função antagônica às próprias características, a tendência é o exato oposto: gasto energético, desmotivação e frustração – o que, como é de se imaginar, gera atrasos, saídas antecipadas e até mesmo faltas sem justificativa. Logo, uma forma eficiente de prevenir o absenteísmo em uma empresa é por meio da adequação comportamental, garantindo sempre que os profissionais assumam cargos para os quais estão adequados em termos de skills.
Para que isso seja possível, no entanto, é importante usar um bom software de gestão comportamental, como o Etalent Pro, para entender as tendências do comportamento de cada colaborador.
Além disso, treinar os gestores para aplicar uma gestão de pessoas mais humanizada e estratégica é fundamental – e isso pode ser feito com Essentia, a formação em gestão comportamental DISC, da ETALENT.
Relação entre absenteísmo e saúde mental
Existem diversos motivos pelos quais os colaboradores se abstém de seus trabalhos. Entretanto, um deles tem ocupado o centro de diversas discussões a respeito do mundo corporativo: a saúde mental.
Ao contrário do que acontece com as doenças físicas, que nem sempre podem ser prevenidas, a saúde mental rende um tópico específico na discussão sobre absenteísmo. Observa-se no mundo inteiro um aumento significativo na incidência de problemas de ordem emocional – muitas vezes, causados pelas demandas profissionais, que são cada vez mais numerosas e complexas.
Com o avanço das tecnologias, não apenas a quantidade de tarefas aumentou, mas também ficou mais difícil separar os momentos de lazer e descanso dos de trabalho. Com a pandemia e a larga adesão ao trabalho remoto e híbrido, esse processo se tornou ainda mais expressivo. Por um lado, esse modelo trouxe mais qualidade de vida para algumas pessoas; por outro, ele acabou rompendo uma barreira que o ambiente de trabalho impõe: o fato de que o indivíduo só deveria trabalhar durante o expediente.
Além disso, há, no mundo inteiro, um verdadeiro culto à produtividade, que se tornou especialmente danoso para o bem-estar das pessoas. Afinal, vivemos em uma realidade em que a tecnologia dá suporte a contextos cada vez mais exaustivos para os profissionais. Paralelo a isso, a necessidade de conexão constante e a exposição a informações em demasia vem fazendo com que os indivíduos dediquem ainda mais horas ao seu expediente de trabalho.
O resultado é que, nos últimos anos, a ocorrência de doenças como depressão, ansiedade, burnout e síndrome do pensamento acelerado (SPA) aumentou globalmente.
De acordo com este estudo da revista Occupational Medicine, o aumento das horas de trabalho está diretamente relacionado à degradação da saúde mental, o que inclui distúrbios de sono, exaustão física e mental, além de falta de ânimo e motivação. E tudo isso, como é de se imaginar, impacta diretamente em índices como o turnover e, evidentemente, o absenteísmo.
Desenvolver doenças psicossomáticas pode fazer com que um colaborador precise se ausentar mais do trabalho ou não consiga cumprir com as horas previstas. Por isso, a saúde mental é um tópico que deve ser considerado em qualquer discussão sobre absenteísmo. Afinal, dificilmente uma equipe que não esteja bem mentalmente vai manter a assiduidade.
Como diminuir o absenteísmo na sua empresa?
O absenteísmo é complexo e ocorre por vários motivos distintos. Ainda assim, é possível mitigar esse problema tendo atenção a alguns pontos específicos.
São eles:
Processos de Recrutamento e Seleção otimizados
Como vimos, ter atenção ao comportamento é importante para manter os níveis de absenteísmo baixos. E o cuidado de contratar somente profissionais adequados à organização, em termos de fit cultural, e ao trabalho, em relação às soft skills, já começa nos processos de Recrutamento e Seleção. Afinal, é fazendo esse “filtro” logo no início da relação com o profissional que a empresa garante que, em médio e longo prazos, todos colaboradores exerçam funções adequadas aos seus talentos.
Vale ressaltar, no entanto, que para que acontecer, a organização deve ter uma visão clara dos requisitos para os cargos, bem como as particularidades para cada um deles. As competências esperadas para um vendedor são muito diferentes das necessárias para um analista de RH, por exemplo.
Programa de saúde mental
O programa de saúde mental trata de um conjunto de iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais no ambiente de trabalho. Isso envolve a adoção de modelos de gestão humanizados, práticas que corroboram a segurança psicológica dos colaboradores, canais abertos de comunicação para que os profissionais peçam ajuda, palestras e workshops para a conscientização da importância de uma saúde mental em dia e, se possível, o acompanhamento de um profissional especializado – considerando que a saúde mental é especialmente importante para assegurar a presença dos funcionários.
Investimento na qualidade de vida
A qualidade de vida no trabalho (QVT) diz respeito a um conjunto de práticas voltadas para o bem-estar geral do Capital Humano, incluindo sua saúde física, mental, financeira, motivação e satisfação para com o trabalho exercido. Para alguns autores, além de ser algo fundamental para a motivação dos profissionais, essa também é uma forma de potencializar a produtividade e a qualidade das entregas. Por isso, é algo que deve estar à vista de qualquer empresa que deseja ter equipes mais assíduas. Afinal, como vimos, condições de trabalho incômodas, desgastantes e em que falta ergonomia vão acabar fazendo com que as ausências sejam mais recorrentes.
Oferta de feedbacks e acompanhamento
Os feedbacks são importantes para que os colaboradores consigam entender o que a empresa espera deles e para ficarem alinhados às necessidades do negócio. Além de serem importantes para manter a produtividade e o desempenho positivo, ter a possibilidade de conversar com os gestores também é proveitoso para o alinhamento sobre faltas e atrasos. Esse acompanhamento é importante para mostrar empatia, além de ajudar a manter os profissionais motivados.
Investimento em flexibilidade no trabalho
A flexibilidade no trabalho refere-se a oferecer autonomia para que os profissionais controlem sua rotina e estabeleçam seus próprios horários. Se o intuito for melhorar a qualidade de vida em uma empresa e fazer com que os colaboradores sejam mais presentes, esse é um dos principais fatores a serem considerados. Isso porque, rotinas tradicionais de trabalho, em que há rigidez quanto ao horário e dias delimitados para cumprir as tarefas, dificilmente leva em conta as demandas dos profissionais. Esse pode, inclusive, ser um motivo pelos quais os profissionais faltam ou chegam atrasados.
Em ambientes mais flexíveis, a lógica é oposta. O próprio colaborador assume a responsabilidade pelo seu horário, podendo escolher períodos que façam mais sentido para ele e para sua rotina. A depender da atividade exercida, um indivíduo pode, por exemplo, entrar mais tarde para conseguir praticar exercícios pela manhã, fazer pausas para buscar os filhos na escola ou mesmo trabalhar de madrugada, caso tenha preferência pela rotina noturna.
O absenteísmo é um problema organizacional motivado por diversas questões. Alguns colaboradores têm problemas de saúde, estão acometidos por doenças psicossomáticas ou mesmo não se sentem motivados para cumprir sua carga horária de trabalho. Mas, quando a empresa investe em bem-estar e qualidade de vida, a tendência é que essa taxa diminua. Afinal, o Capital Humano é o maior bem de uma organização e é mantendo-o saudável e motivado que os melhores resultados aparecem.
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.