O branding é um termo geral que envolve estratégias relacionadas à construção de uma imagem positiva para uma marca. O objetivo é que o negócio seja reconhecido como uma referência no seu ramo de atuação, conquistando, assim, a admiração das pessoas e fazendo com que seus produtos e serviços figurem no topo entre os mais desejados. Quando o branding de uma marca é bem construído, ela se torna uma empresa top of mind, ou seja, um exemplo a ser seguido no seu ramo de atuação; aquela marca que surge imediatamente na cabeça dos consumidores quando eles pensam em sua área. Mas se engana quem pensa que isso envolve, apenas, entregar produtos e serviços de qualidade.

Um bom branding envolve, evidentemente, realizar ótimas entregas – principalmente no que diz respeito a conquistar o público consumidor. Contudo, há outras questões tão importantes quanto essa quando o assunto é construir o valor de uma marca. A reputação, por exemplo, é uma delas. Isso envolve o posicionamento da empresa para com as pautas cotidianas, como o seu comprometimento com o compliance, as leis, a sustentabilidade e a responsabilidade social. Além disso, outro fator que vale destacar é a avaliação de seus próprios colaboradores daquela como uma marca empregadora, um processo conhecido como employer branding. Este, por sinal, é fundamental para aumentar o potencial de atração de novos talentos em processos de Recrutamento e Seleção.

Essas questões levam para pontos como a visibilidade da marca, seu sucesso e  sua relevância no cenário competitivo – o que culmina em um conceito igualmente amplo: o brand equity, um termo específico usado para falar de seu valor enquanto marca. Mas, afinal, do que se trata isso e como entender o posicionamento de uma empresa no mercado? É o que você vai descobrir no artigo de hoje! Boa leitura!

 

O que é brand equity?

Original do inglês, o termo brand significa “marca”. E a partir dele, uma série de conceitos relativos às questões de imagem e reputação de uma empresa foram criados. Enquanto o branding funciona como algo mais geral e que abarca questões como a gestão da marca, incluindo seus valores, propósito e tudo que está relacionado a ela, as ramificações desse conceito se referem a pontos mais específicos. O brand equity é um desses derivados, sendo o termo que se refere, diretamente, ao valor agregado de uma marca perante o mercado corporativo. Mas afinal, o que isso quer dizer?

Ao contrário do que a definição pode fazer crer, o valor de uma empresa não é exclusivamente medido por seu patrimônio. Evidentemente, a questão financeira também está inserida nessa conta, o que abrange propriedades da empresa, seus produtos, serviços, ações na bolsa de valores, dentre outras questões. No entanto, o brand equity extrapola essa definição e inclui questões mais subjetivas nessa equação – e, por isso, ele se refere ao valor agregado, não somente ao monetário.

O ato de alguém reconhecer uma marca, por exemplo, atribui relevância a ela. Nos casos mais bem sucedidos de brand equity, inclusive, dificilmente alguma pessoa não vai reconhecer aquela empresa. Aqui no Brasil, a Globo, emissora de TV, pode servir bem como exemplo, uma vez que ela é associada à produção de conteúdo televisivo de qualidade, como novelas, séries e telejornais. Além disso, a empresa é a casa de pessoas que se tornam grandes artistas e ganham notoriedade no cenário. Para muita gente, ela serve, inclusive, como um termômetro para entender como anda a carreira de alguém desse ramo – a pessoa em questão só ganha credibilidade quando passa a ter espaço na programação da emissora.

Como uma marca empregadora, a Globo também assumiu o papel de empresa dos sonhos para muitas pessoas. A organização tem uma employee branding bem positiva no mercado, sendo conhecida por reter seus colaboradores por muitos anos, defender pautas de responsabilidade social, além de oferecer salários e benefícios competitivos. Esse tipo de consideração também agrega valor à marca.

Quando uma empresa com brand equity bem desenvolvido oferece produtos para compra, também acontece deles serem reconhecidos dentre os concorrentes. Um bom exemplo disso é o que acontece com os produtos da norte-americana Apple, principalmente no ramo de celulares. Nesse caso, a empresa se consolidou de tal forma no mercado de tecnologia que  pode até mesmo adotar uma política de preços mais altos do que seus concorrentes – seus consumidores vão continuar comprando sem pestanejar. E isso vai continuar acontecendo mesmo que, atualmente, outras marcas já ofereçam eletrônicos até mais potentes, em termos de tecnologia, do que os com o logo da maçã.

Vale ressaltar, no entanto, que o brand equity nem sempre se desenvolve de forma positiva – e construir uma reputação negativa é algo que deve ser evitado a todo custo. Caso um consumidor tenha uma experiência ruim com a marca, é natural que ele construa uma ideia negativa da empresa como um todo. Em suma, o conceito lida, sobretudo, com a percepção e a experiência do público com a marca, para além de questões financeiras. Até porque, como os exemplos deixam claro, a maneira como as pessoas enxergam uma marca também influencia no preço de seus produtos e serviços, o que impacta o potencial de rentabilidade e lucratividade.

As ramificações do branding

Como mencionamos, o branding de uma empresa trata de tudo aquilo que envolve a gestão da marca. Esse conceito pode ser entendido como uma série de estratégias para transmitir os valores, propósitos e cultura para o seu público, de forma a fidelizá-lo com seus produtos ou serviços. Esse processo envolve diversas camadas, como identidade visual, criação de logos, discursos defendidos, campanhas pensadas para a empresa, pautas que farão parte de seu dia a dia, entre diversos outros fatores que vão refletir em sua imagem para os consumidores finais. Isso sem mencionar, evidentemente, a reputação que será construída a partir dos feedbacks de consumidores e do Capital Humano.

Brand equity e brand value, por exemplo, são conceitos bem similares, mas com diferenças importantes. Enquanto o primeiro se refere ao valor agregado da marca, o brand value corresponde ao seu aporte financeiro e significante. Brand equity envolve a percepção do público e o valor atribuído por ele, ao passo que value está mais direcionado a questões como rentabilidade da organização, valor de ações, investimentos, propriedades e afins.

Brand awareness, por outro lado, é uma métrica específica dedicada a medir o quanto os consumidores são capazes de reconhecer uma determinada marca. A intenção, nesse caso, é entender como o público encara a empresa e tentar construir uma reputação positiva com seus consumidores – até porque, de pouco adianta conhecer uma marca e não comprar.  Em comparação com o brand equity, o awareness não envolve valor, experiência e nem opinião, apenas percepção.

Brand experience, como o próprio nome já indica, envolve a experiência com a marca. Mas isso não se atém, exclusivamente, ao consumo de um serviço ou produto. O conceito propõe a construção de toda uma jornada com a organização, que envolva interação, contato e, só depois, o consumo. Isso pode envolver, por exemplo, a recepção do cliente, o atendimento, o pós-venda, dentre outras possibilidades.

Por fim, existe, também, o employee branding, que trata da “propaganda” que os colaboradores de uma empresa fazem sobre ela. Quando o ato de trabalhar é algo positivo para eles, é natural que demonstrem sua satisfação contando sobre sua experiência para amigos, família ou nas redes sociais. Esse é um exemplo de employee branding positivo. Contudo, o contrário também acontece – quando os colaboradores estão insatisfeitos em suas funções ou com o ambiente de trabalho, a tendência é que eles façam propaganda negativa, desestimulando outras pessoas a assumir cargos na empresa.

 

Os níveis do brand equity

Construir um brand equity positivo e assertivo não é uma tarefa simples. Isso porque esse processo envolve, sobretudo, fazer com que os clientes enxerguem valor na marca. Afinal, essa é uma variável que vai nortear todo o desenvolvimento do branding e vai impactar, diretamente, questões como receita, imagem e reputação. Para entender o nível do brand equity desenvolvido pela empresa, é preciso estar atento a quatro pontos específicos. São eles:

  1. Identificação. Este ponto diz respeito à ideia de comunicar quem é a marca, o que oferece no mercado, que tipos de dores ela pode ajudar a sanar, dentre outras possibilidades. O primeiro processo engloba, sobretudo, fazer com que a marca em questão seja conhecida pelos clientes.
  2. Significado. Aqui, a ideia é fazer com que os consumidores entendam os diferenciais da empresa, se tornando capazes de discernir uma personalidade. Também envolve saber identificar quem consome suas soluções e os tipos de situações em que isso acontece.
  3. Respostas. São avaliados os feedbacks do público em relação à identificação e ao significado. Além disso, também é importante observar como os clientes se sentem a respeito da marca, e se isso se manifesta de maneira negativa ou positiva.
  4. Relacionamento. Neste ponto, o que deve ser avaliado é o tipo de relação formada com os clientes e os níveis de fidelização que a marca conseguiu conquistar. Também é um tópico que aborda a relação que os consumidores estão criando com a marca.

 

A importância de fortalecer o brand equity

Por mais que algumas empresas deixem esse tipo de preocupação de lado, fortalecer o valor de uma marca é um processo extremamente importante. Isso porque, a partir de estratégias pensadas para melhorar a reputação, a experiência do consumidor e a percepção de uma marca no mercado, é possível trazer impactos muito positivos para a empresa, como vimos nos exemplos anteriores. Assim, alguns pontos que podem melhorar quando o brand equity é forte são:

O poder de influência no mercado

Quanto mais forte uma marca é, maior a sua influência no setor. São as empresas consideradas top of mind que ditam o ritmo dos negócios, o que envolve distribuidores, parceiros, imprensa e até mesmo seus concorrentes diretos – isso sem mencionar, evidentemente, seus clientes. É comum ver isso acontecendo com organizações exponenciais, que têm um pico de produção rápido e acabam influenciando todo o mercado com suas estratégias inovadoras e disruptivas. A Netflix, por exemplo, foi a primeira empresa a surgir com a proposta de assistir filmes e séries via streaming e, décadas após seu nascimento, vemos não apenas diversos serviços concorrentes, como também que esse conceito foi importado para diferentes tipos de mídia. Hoje, existem streamings de jogos, de músicas, dentre outras possibilidades para além de produções televisivas.

Por conta disso, essas empresas obtêm vantagens como decidir datas de lançamentos de produtos, preços de referência e até mesmo os moldes das campanhas de marketing envolvidas no processo. Isso também ajuda a alavancar o sucesso da organização.

Percepção de valor dos clientes

A percepção de valor dos clientes envolve a forma com que os clientes encaram a marca em comparação com os seus competidores. Quando o brand equity é forte e essa leitura acontece de maneira positiva, mais valor o consumidor vai enxergar. Por isso, é possível até mesmo cobrar mais pelos produtos e serviços, ainda que eles tenham qualidade similar (ou até inferior) aos concorrentes. O prestígio fará com que a empresa tenha sempre a preferência dos clientes e, também, lhe dará mais espaço para inovar, visto que o seu público fica engajado com o que ela oferece.

Lealdade

A lealdade por parte dos consumidores também é uma consequência de um brand equity bem feito. Nesse processo, além do consumidor enxergar valor no que a empresa oferece, ele passa a defendê-la em seus ciclos sociais, na internet ou quaisquer outros canais de comunicação. Isso faz com que o potencial de captação de novos clientes da organização aumente, afinal, o “marketing de boca a boca” ainda é algo muito valorizado. E o melhor de tudo: essa é uma propaganda de baixíssimo custo.

Mais espaço para o novo

Quando os clientes veem valor no serviço oferecido pela marca e estão fidelizados, fica mais fácil propor algo novo – afinal, existe uma boa chance de que a ideia seja bem recebida pelo mercado e pelos consumidores. Se por um lado, muitas empresas podam ideias por receio dos custos serem maiores que os lucros ao tentar algo novo, por outro, quando já se tem uma imagem consolidada, os clientes tendem a comprar e experimentar produtos por confiar na qualidade das entregas feitas pela empresa.

Atração de talentos

Uma reputação positiva não se basta na atração de novos clientes – ela envolve, também, provocar a admiração das pessoas a ponto de fazer com que elas passem a querer trabalhar em determinada empresa. A construção de uma marca empregadora pode não ser parte direta do que é avaliado no brand equity, mas não há como refutar o fato de que a imagem e a percepção de valor positiva acabam atraindo olhares e potenciais colaboradores, quando novas vagas são abertas.

 

Como medir o brand equity da sua empresa?

De forma objetiva, existem três níveis de brand equity em que é preciso ficar de olho: métricas financeiras, de força e de consumo.

As métricas financeiras envolvem questões como lucratividade, rentabilidade da empresa, taxa de crescimento, custo com retenção de clientes, entre outras variáveis de cunho financeiro atreladas aos impactos da marca no mercado competitivo. Esse tipo de métrica é importante para fazer um balanço patrimonial, levando em conta o impacto, em termos de receita, trazido pelo valor da marca à empresa. Por meio do uso dessa ferramenta, é possível medir o quanto o brand equity gera a mais para a empresa e, assim, conseguir mais investimento para continuar desenvolvendo o branding como um todo.

Caso não tenha ficado claro, utilizemos um exemplo simples. Um tênis sem nenhuma marca específica tem valor de mercado estipulado de R$100. O mesmo calçado, com os mesmos materiais e design, mas produzido pela Adidas, custa R$250. Nesse caso, o valor da marca fez com que o preço do produto aumentasse. E isso configura o que vai ser analisado pelas métricas financeiras do brand equity: o impacto, em termos de receita, que o valor da marca gera aos seus produtos e serviços.

As métricas de força analisam o potencial da marca de sobreviver às mudanças. Isso envolve o quanto os consumidores conseguem reconhecê-la em meio aos concorrentes, o nível de fidelização com o público, seu potencial de retenção de clientes, além do frisson que a marca consegue causar no mercado competitivo. Nesse sentido, as redes sociais são muito efetivas para entender como o público encara a organização.

Por fim, as métricas de consumo dizem respeito ao comportamento de compra e ao sentimento construído frente à marca. Isso envolve conexão emocional, experiência, relevância e o monitoramento da percepção da marca por parte do público.

 

5 exemplos de brand equity de sucesso

Havaianas

Por muito tempo, a marca de chinelos de dedo Havaianas era conhecida como um produto voltado para classes sociais mais baixas – fator que era refletido pelo preço do par de sandálias no mercado. A qualidade, no entanto, nunca foi posta em discussão. A questão é que, depois do início de uma enorme campanha de rebranding iniciada nos anos 1990, quando a empresa adotou o slogan “Havaianas, todo mundo usa”, o panorama mudou drasticamente para a marca.

Adotando estratégias como o investimento massivo em propaganda, vinculando a marca a nomes de diversas celebridades e associando o produto como algo que representava a brasilidade, os chinelos começaram a se tornar objetos de desejo para públicos mais amplos. Esse tipo de abordagem contribuiu para a internacionalização da marca, que se tornou conhecida no mundo inteiro. Isso fez com que a percepção de valor dos clientes mudasse, o que também permitiu que a empresa passasse a cobrar mais caro por seus produtos. Hoje, o reconhecimento da marca é tão forte que muitas pessoas nem mesmo chamam os produtos de chinelos ou sandálias de dedo, mas sim de “havaianas”.

Coca-Cola

A Coca-Cola é, sem dúvida, uma das empresas mais importantes do mundo. E se engana quem pensa que o status conquistado pela  marca foi mérito exclusivo da qualidade de seus refrigerantes. A empresa foi uma das primeiras no cenário a gastar mais com propaganda do que com o próprio produto, sendo dona de alguns comerciais de TV e slogans que ficaram marcados na cabeça de gerações inteiras. Isso sem mencionar questões como o patrocínio de eventos importantes, como NASCAR, NBA, entre outros. O resultado é que, hoje em dia, a empresa está entre as dez mais valiosas do mundo, sendo uma das poucas representantes que não são da área de tecnologia. Vale ressaltar, que nenhuma concorrente direta da marca está nessa relação.

Apple

Outra que figura entre as mais valiosas do mundo e previamente citada nesse artigo é a norte-americana Apple. A empresa se tornou um dos grandes símbolos quando o assunto é brand equity e fidelização dos clientes. Isso porque, como mencionado, a empresa cobra deliberadamente mais por seus produtos do que suas concorrentes, independente da diferença qualitativa entre eles. Mesmo assim, ela continua tendo uma avaliação extremamente positiva entre os clientes e seus eletrônicos continuam sendo muito cobiçados.

O que, em tese, poderia afastar o consumidor, fez com que os iPhones, Macbooks, iPads e afins se tornassem, sobretudo, produtos de status devido aos altos valores. Por isso, esses eletrônicos não se desvalorizam no mercado – eles não caem de preço quando ganham versões atuais e, até mesmo quando são de segunda mão, continuam acima dos concorrentes.

Além da qualidade dos produtos, a Apple se destacou pela inovação, design e também pela proposta minimalista, que se tornou a identidade da marca. Com todos esses fatores em conta, a empresa demorou até começar a ser ameaçada por concorrentes como a Samsung que veremos no próximo item.

Samsung

A Samsung também é um bom exemplo de brand equity, ainda que ele tenha ocorrido de forma diferente em relação ao da Apple. Isso porque, quando a corrida pelo melhor smartphone do mercado começou, era praticamente impossível bater de frente com a marca da maçã quanto à percepção de valor por parte do público. O que as concorrentes faziam era tentar oferecer alternativas mais baratas que os iPhones, mas a Samsung foi uma das primeiras a adotar estratégias diferentes, que fizeram com que o valor agregado da marca tivesse um salto.

A linha Galaxy, a premium entre os celulares da marca, teve um branding diferenciado entre os outros modelos.Com o tempo, a tecnologia investida nesses aparelhos foi aumentando, até que ele se tornasse, em termos qualitativos, um concorrente direto dos iPhones. Isso fez com que todo o brand equity da marca subisse.

Nintendo

A Nintendo é uma das pioneiras no ramo dos videogames e, dentre as concorrentes na época de surgimento, foi a única que sobreviveu. Por ser uma das mais tradicionais do mercado, a empresa se solidificou com o público principalmente por conta da nostalgia com franquias de jogos como Super Mario, Pokémon e Zelda.

Conhecida pela identidade de seus títulos e por apostar em propostas portáteis, a empresa conseguiu um nível de fidelização expressivo com o público. Mesmo hoje, quando concorre com marcas gigantescas como PlayStation e Xbox (Microsoft), a japonesa continua batendo recordes de vendas a cada novo jogo lançado. Tanta percepção de valor permite que a Nintendo tenha jogos mais caros do que as concorrentes. Como acontece com a Apple, isso não afeta em nada a relação que o público tem com seus lançamentos.

 

6 passos para valorizar a sua marca

A construção de um bom brand equity é muito importante para qualquer empresa que deseja alcançar um lugar de destaque no cenário competitivo. Contudo, isso não pode e nem deve ser feito de qualquer maneira. É preciso ter atenção ao processo para que seja possível colocá-lo em prática de maneira assertiva, atendendo aos anseios do público e desenvolvendo uma relação positiva com ele. Para isso, é bom considerar pontos como:

Entender o que tem valor para o cliente

Esse é um dos passos mais importantes para a construção de um brand equity positivo. Como o valor atribuído a um produto ou serviço é algo completamente subjetivo e, portanto, varia de pessoa para pessoa, é fundamental que a empresa realize um trabalho de avaliação dos anseios de seu público-alvo. Por mais que isso pareça algo óbvio, para muitas organizações, entender o que os clientes realmente querem é um problema. Nesse cenário, é muito importante que as equipes façam monitoramentos mais aprofundados para entender o que leva um cliente-alvo a pagar mais por um produto específico. Uma vez que essa questão é descoberta, as portas se abrem para uma atuação mais assertiva do departamento de marketing.

Criar uma estratégia de linguagem

Uma vez definido o que leva o público-alvo a pagar mais e criar uma relação com a marca, é hora de trazer isso para a linguagem adotada para o produto em questão. Nesse ponto, é importante estar atento não apenas à comunicação verbal e escrita, como também à visual, o que engloba design do produto, do site e até da embalagem. A identidade construída para o produto ou serviço em questão deve estar sempre alinhada com o que o consumidor espera.

Monitorar a reputação do negócio

De nada adiantam os esforços para identificar o que o público deseja e criar uma estratégia comunicacional adequada caso a reputação da empresa no mercado esteja manchada por algum motivo. Por isso, é muito importante, antes mesmo de começar a implementar essas ações, entender que tipo de relação os consumidores nutrem com a marca em si. Fazer um monitoramento nas redes sociais e sites de reclamação é uma boa forma de dar início a esse processo. Além disso, o comparativo direto com outros concorrentes, ou benchmark, também é muito bem-vindo.

Agregar ainda mais valor aos produtos ou serviços

Depois que a empresa já tiver definido o que precisa fazer e adequado a linguagem, é hora de encontrar formas de agregar ainda mais valor ao produto ou serviço oferecido. Nesse ponto, é importante fazer pequenos ajustes pensando em experiência com a marca. Isso pode acontecer, por exemplo, digitalizando serviços, oferecendo novas interfaces, criando embalagens mais atrativas, dentre outras possibilidades.

Ter atenção à continuidade

A continuidade desse processo também é algo bem importante. Não adianta fazer análises e monitoramentos em períodos de tempo amplos, uma vez que pontos como a reputação e o desejo dos consumidores podem mudar rapidamente. Por isso, é bom estar sempre atento às considerações, aos feedbacks e à possibilidade de fazer mudanças. Essa é uma boa forma, inclusive, de manter o interesse do público.

Criar programas de exclusividade

É comum que os consumidores sejam bem receptivos às experiências premium – afinal, a sensação de exclusividade é entendida como algo positivo. E, quando o assunto é brand equity, isso pode ser aproveitado pelas marcas. Criar programas de exclusividade para estimular a fidelização dos clientes, por exemplo, é uma estratégia bem interessante. Dessa forma, fica mais fácil conquistar os clientes e a marca os oferece um motivo a mais para que eles não consumam produtos ou serviços de empresas concorrentes.

 

A relação entre reputação, brand equity e comportamento

Melhorar a percepção de valor dos clientes é algo importante para qualquer empresa. Contudo, esse não é o único fator que deve ser levado em conta quando o assunto é a imagem da marca perante o mercado competitivo. Isso porque há outro fator igualmente importante, que também acaba contribuindo para a forma com que os consumidores enxergam uma organização: a reputação. E essa é uma questão que também abarca a conduta da empresa perante as leis, como ela se prontifica em relação às causas sociais, o trato para com o Capital Humano, para além de questões como a qualidade de seus produtos e serviços.

Esse fator fica ainda mais evidente quando analisamos pesquisas que monitoram as preferências dos clientes na hora de comprar. De acordo com esse estudo realizado pela Nielsen, os consumidores demonstram, no mundo inteiro, uma preferência por empresas que estão fazendo uma diferença positiva para o mundo. Dos 30 mil entrevistados em mais de 60 países, 66% preferem pagar mais por produtos e serviços que vêm de empresas que estão comprometidas com um impacto social e ambiental positivo.

Quando o assunto é a relação com o Capital Humano, isso se torna ainda mais relevante. Hoje em dia, as pessoas procuram empresas que defendam valores e propósitos parecidos com os delas na hora de enviar seus currículos. Atualmente, preocupações com questões como saúde mental e felicidade no trabalho vêm tendo cada vez mais espaço no cenário. Por isso, não à toa, empresas top of mind como a Google, Apple e a Microsoft também são conhecidas no mundo inteiro pela valorização de seus profissionais, além da construção de ambientes de trabalho que ofereçam qualidade de vida, planos de carreira, salários e benefícios bem acima do mercado.  Ou seja, a reputação e o brand equity dessas megacorporações também envolve a forma como elas  tratam seus colaboradores.

Esse tipo de investimento também impacta na percepção de valor dos clientes que consomem suas soluções, além de fazer com que o seu potencial de atração em processos seletivos seja bem maior. Afinal, todos querem trabalhar em organizações conhecidas e onde os profissionais sejam respeitados. Por vezes, oferecer produtos e serviços de qualidade não é o suficiente para atrair ou fidelizar o consumidor caso a empresa tenha um histórico manchado no mercado. Só no Brasil, isso ficou claro com os acidentes envolvendo a companhia aérea TAM em 2008, as barreiras da VALE em Mariana e Brumadinho e o caso da JBS.

Dito isso, vale mencionar que o comportamento assume um lugar fundamental na hora de criar rotinas laborais mais saudáveis. Isso porque, investindo nele, as empresas encontram formas efetivas de garantir uma boa jornada para os colaboradores: promovendo a adequação entre os cargos e os perfis comportamentais. Afinal, quando os profissionais desempenham funções que caminham de forma concomitante ao que lhes é natural, eles se tornam mais produtivos e se desgastam menos ao trabalhar. Logo, sua saúde física e emocional é preservada, já que os níveis de estresse e cansaço tendem a ser muito menores sob essas condições.

Para promover a adequação comportamental, é necessário investir em bons softwares de gestão de pessoas. É o caso do ETALENT Pro, que consegue fazer o mapeamento de cargos e de indivíduos, esclarecendo os perfis mais adequados para exercer determinada função.

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Além dele, um bom programa de assessment, que envolva monitorar o desempenho dos profissionais e fazer avaliações constantes, também é fundamental.

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Com esse tipo de cuidado, a empresa garante uma employee experience positiva, que logo se converte em branding para a marca. Afinal, nunca foi tão fácil ter acesso às informações e avaliações do Capital Humano para com uma empresa. Construir uma reputação positiva como marca empregadora é importante para atrair atenção, possíveis colaboradores e, também, a admiração dos consumidores. Logo, esses fatores se transformam em brand equity, uma vez que todas essas questões subjetivas passam a impactar a percepção de valor que os clientes têm da marca.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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