O bem-estar no trabalho se tornou um assunto amplamente discutido no cenário corporativo. E isso não acontece à toa: a cada dia que passa, os profissionais encontram mais dificuldades para lidar com as demandas do trabalho e da vida pessoal. Esse processo ficou mais latente depois da pandemia, quando modelos de trabalho remoto ficaram mais comuns. Embora sejam populares, o famoso “home office” acabou dissolvendo os limites entre os momentos de trabalho e descanso. Afinal, quando os escritórios estão dentro de casa, os profissionais não “param de trabalhar” nunca.

Ao mesmo tempo, as evoluções tecnológicas também fizeram com que o ritmo de produção das empresas aumentasse e, para suprir a nova demanda, foram necessárias automações e novas estratégias de gestão. O resultado foi um ganho em efetividade que abriu espaço para que mais atividades fossem delegadas aos profissionais. E, em um momento em que o mercado acaba estimulando as condutas da cultura da agitação, essa combinação tornou-se especialmente alarmante.

O bem-estar no trabalho já era apontado como uma tendência para o futuro do trabalho em 2020 pela Deloitte, quando apareceu como algo “importante” ou “muito importante” para 80% dos entrevistados. Atualmente, o termo se tornou uma prioridade para milhares de pessoas – às vezes, mais importante do que salário e benefícios. Além disso, o conceito se expandiu, passando a considerar tanto os aspectos de saúde física quanto mental.

Mas, afinal, como implementar uma política que favoreça a qualidade de vida no trabalho e garantir melhorias na experiência dos colaboradores? É o que você vai descobrir neste artigo! Boa leitura!

 

O que é bem-estar no trabalho?

Antes de entender a que se refere o bem-estar no trabalho, é importante saber o significado do conceito de “bem-estar” em uma perspectiva mais geral: se sentir bem física, psicológica e socialmente, o que traz uma série de benefícios em termos de qualidade de vida.

No ambiente de trabalho, o bem-estar está associado a um conjunto de estratégias criado pela empresa para assegurar a construção de uma employee experience positiva, fundamental para que o profissional consiga desenvolver a felicidade corporativa, sentindo-se satisfeito com o papel que desempenha na organização. Por isso, o bem-estar no trabalho é bom tanto para os indivíduos quanto para as empresas.

Em outras palavras, a organização investe em uma série de práticas visando a satisfação das necessidades físicas, psicológicas, motivacionais e sociais dos colaboradores. Como resultado, as equipes ficam mais motivadas, engajadas e diligentes com o próprio trabalho.

Esse tipo de ação impacta positivamente a produtividade da empresa de forma geral, uma vez que colaboradores satisfeitos tendem a trabalhar mais e com menos desgaste.

Hoje em dia, as empresas mais competitivas do mercado entendem que o bem-estar corporativo é um aliado na jornada de fazer com que os profissionais exerçam suas funções de forma ecologicamente humana – ou seja, seguindo as preferências de perfil comportamental, interesses, motivações e âncoras de carreira.

Se uma pessoa utiliza suas competências naturais para desempenhar suas atividades profissionais, isso lhe garante maior satisfação e menos cansaço. Essa é a trilha verde da ecologia humana.

Entretanto, com as demandas e discussões modernas, é importante ressaltar que ter bem-estar no trabalho vai muito além de exercer tarefas para as quais a pessoa esteja adequada. Também é preciso oferecer rotinas de trabalho saudáveis, com tempo de descanso que realmente seja suficiente para o colaborador se recuperar, divisão equilibrada de tarefas, construção de ambientes de trabalho que ofereçam segurança psicológica, lideranças que apoiem os profissionais, além de salários e benefícios competitivos. A flexibilidade do home office, por exemplo, é percebida como uma grande aliada na construção de jornadas de trabalho mais saudáveis.

A evolução do bem-estar corporativo ao longo dos anos

As demandas por bem-estar no ambiente de trabalho tornaram-se mais frequentes na última década. Esse movimento foi motivado por diversos pontos, e um deles é o interesse geral em tópicos como saúde mental e doenças psicossomáticas – assuntos que, historicamente, eram pouco discutidos.

Hoje, no entanto, o bem-estar é uma das principais pautas para a geração Z. Conforme essas pessoas foram entrando no mercado de trabalho, essas demandas também ficaram mais evidentes.

Outro aspecto que influenciou nas discussões foi um movimento japonês conhecido como a Sociedade 5.0, que foi muito debatido em 2016. Ele propunha uma nova perspectiva em relação ao trabalho, estabelecendo o foco na qualidade de vida das pessoas e, aos poucos, foi reverberando no contexto organizacional.

Foi dessa Sociedade 5.0, inclusive, que surgiu o conceito de RH 5.0, que propõe o uso de automações e tecnologias como uma forma de melhorar a rotina de trabalho para o Capital Humano. A ideia, nesse caso, é delegar tarefas operacionais, desgastantes e repetitivas às automações digitais, facilitando a rotina dos colaboradores e tornando o trabalho mais inteligente, eficiente e saudável. A principal proposta do RH 5.0 é adotar uma gestão de pessoas humanizada nas empresas, com uma visão mais realista sobre a produtividade.

Embora as discussões sobre bem-estar corporativo já estivessem acontecendo no cenário, houve um fator que as tornou ainda mais recorrentes: a pandemia de covid-19. Com a necessidade de isolamento social, muitas empresas aderiram a modelos de trabalho remotos. E, embora haja quem não tenha se adaptado, de maneira geral, a possibilidade de trabalhar de casa se tornou bem popular. Afinal, com o home office, os profissionais viram que existia vida para além do trabalho presencial. Muitos perceberam que era possível desempenhar as mesmas tarefas com mais qualidade de vida, rotina flexível e sem perder tempo com os deslocamentos.

Naquele momento, pela primeira vez, era possível se deslocar para longe dos centros urbanos, por exemplo, e continuar trabalhando – fatores até então muito difíceis de equilibrar. Houve quem aproveitasse o tempo a mais fazendo outras atividades, como cuidar da saúde física, investir em novos conhecimentos, passar mais tempo com a família ou simplesmente descansar.

A flexibilidade também permitiu que os profissionais trabalhassem em seu próprio ritmo e segundo os horários que fossem melhores para eles. Essas condições trouxeram mais motivação até mesmo para quem estava considerando um desligamento. Tanto que, quando as empresas começaram a convocar as equipes de volta ao trabalho presencial, houve uma onda de pedidos de demissão no mundo inteiro, que ficou conhecida como The Great Resignation.

No pós-pandemia, o resultado foi que as demandas pelo bem-estar corporativo cresceram exponencialmente. Alguns movimentos anti-work (ou anti-trabalho) ganharam corpo no mundo inteiro e se consolidaram como tendências em vários países. O maior exemplo é o quiet quitting, que ficou conhecido como “demissão silenciosa”. Essa resistência surgiu como forma de se opor a práticas que afetam negativamente a saúde mental, e ganharam força devido à crescente ênfase no bem-estar no trabalho.

Os profissionais estão cada vez mais sobrecarregados e se sentindo pressionados, à medida que a demanda por rapidez aumenta. Tanto que uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), citada nesta matéria do portal UOL, revela que um em cada cinco brasileiros já enfrenta a síndrome de burnout, um distúrbio associado aos altos níveis de cansaço e estresse causados pelas rotinas de trabalho.

Estamos vivendo um momento efusivo quanto às demandas de bem-estar, entretanto, com o desenvolvimento de tecnologias como a Inteligência Artificial, surgiram novas perspectivas sobre o assunto. De acordo com uma pesquisa da Deloitte relatada nesta matéria da Você RH, 68% dos executivos das empresas norte-americanas acreditam que a IA pode melhorar a qualidade de vida e o bem-estar no trabalho.

Entretanto, os mesmos executivos relataram preocupação com o aumento do estresse e sobrecarga que podem surgir com o amplo uso dessas tecnologias. Afinal, ao otimizar processos, a IA pode acabar criando lacunas nas rotinas dos profissionais – e as empresas vão delegar mais tarefas a eles para ocupar esses buracos.

Além disso, ainda há quem fique assustado com essa perspectiva pelo medo de acabar sendo substituído por uma ferramenta de IA. De acordo com a Future of Jobs 2023, realizada pelo Fórum Econômico Mundial, nas próximas décadas, 50% dos cargos serão substituídos por robôs ou softwares. Em contrapartida, o mesmo levantamento traz um dado curioso: 65% das crianças de hoje vão trabalhar em cargos que ainda não existem.

Por que o bem-estar no trabalho é tão importante?

O bem-estar se tornou uma prioridade para os profissionais de diversas áreas e níveis de experiência. De acordo com essa matéria publicada pela Forbes, a preocupação do brasileiro com a saúde mental praticamente triplicou entre 2018 e 2022, o que passou a refletir diretamente na relação com o próprio emprego.

Já esse estudo conduzido pela Monster Jobs, empresa norte-americana especializada em gestão de carreira, mostra que 79% dos colaboradores priorizam o bem-estar, ficando à frente de promoções (43%) e até aumento salarial (36%).

Cabe destacar que o nível de bem-estar do trabalhador brasileiro está aquém do ideal. É o que aponta o Índice de Bem-Estar Corporativo, elaborado pela Zenklub. A pesquisa, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mede pontos como conflitos e situações abusivas, preocupação constante, desconexão, autonomia, participação, volume, exaustão, modelo de lideranças e clareza de responsabilidades. O IBC 2023 indicou que a média do brasileiro é 65,4, enquanto o mínimo considerado pela plataforma para entender um ambiente como saudável é 78.

Quando há uma rotina de trabalho saudável, com perspectivas de desenvolvimento, crescimento e tempo para descanso e lazer, a tendência é que os profissionais sejam mais produtivos e engajados. A atenção ao bem-estar corporativo ajuda a criar uma experiência do colaborador positiva, o que mitiga problemas como altas taxas de rotatividade nas empresas. Até porque, quando sentem que são respeitados, estão evoluindo na carreira e são bem remunerados, dificilmente os profissionais pedem demissão.

Além disso, vale destacar que a felicidade dos profissionais é financeiramente lucrativa para as empresas. De acordo com esta pesquisa publicada na revista Exame, as organizações que investem na qualidade de vida de seus colaboradores são até 70% mais rentáveis.

E não é difícil entender o motivo: em ambientes de trabalho saudáveis, a ocorrência de doenças psicossomáticas tende a ser bem menor. Esse dado é reforçado por um estudo publicado na revista Work & Stress, que destaca a conexão entre ambientes hostis e o aumento de problemas como depressão, dependência de substâncias ilícitas e distúrbios de saúde em geral.

Portanto, quando a qualidade de vida fica comprometida, as equipes tendem a adoecer, o que afeta não só sua capacidade produtiva, mas também provoca uma série de problemas emocionais e físicos.

Historicamente falando, inclusive, as demandas por bem-estar corporativo e qualidade de vida no trabalho surgiram como formas de beneficiar tanto empregados quanto empregadores. Oriundos da década de 1970, esses conceitos surgem como uma forma de conciliar os interesses de profissionais e empresários por meio de práticas gerenciais, reduzindo o conflito entre as partes, motivando os colaboradores e aumentando seu potencial produtivo. Foi nesse contexto que uma série de práticas voltadas para melhorias na rotina de trabalho entraram em cena. Alguns destaques são a descentralização das decisões, maior participação dos profissionais, redução de estruturas hierarquizadas, além de condições de trabalho mais saudáveis, de forma geral.

Principais desafios para manter o bem-estar no trabalho

Dentre os desafios comuns ao bem-estar corporativo, destacamos:

Falta de investimento

Proporcionar bem-estar para os colaboradores requer organização e investimento financeiro por parte da empresa. É importante ter em mente pontos como oferecimento de salários e benefícios competitivos e, se possível, bonificações para aumentar o engajamento. Para além deste fator, vale lembrar que o bem-estar corporativo não se restringe apenas a aspectos emocionais ou mesmo financeiros; é fundamental garantir uma infraestrutura que possibilite o trabalho otimizado, o que inclui tanto equipamentos adequados para exercer as funções quanto ergonomia.

A ausência de um ambiente de trabalho adequado pode resultar em uma série de doenças ocupacionais, como problemas oftalmológicos, ortopédicos e até respiratórios, dependendo da circulação do ar no ambiente. Por isso, é essencial proporcionar condições saudáveis de trabalho, permitindo que os profissionais desempenhem suas funções sem prejudicar a saúde física. Entretanto, isso requer investimentos financeiros, evidentemente.

Lideranças despreparadas

As lideranças são peças fundamentais no estímulo ao bem-estar no trabalho. Não à toa, segundo essa matéria do G1, 8 em cada 10 profissionais que se demitem o fazem devido às más relações com os chefes. Para estabelecer uma rotina equilibrada na organização, é essencial que gestores e líderes sejam treinados para atuar de maneira empática, com inteligência emocional, motivando suas equipes – em vez de desestimulá-las.

Além disso, cabe aos líderes dar autonomia aos profissionais, permitindo que eles tomem decisões e apoiando-os sempre. Todos esses fatores ajudam a criar um ambiente de trabalho positivo, onde o bem-estar é promovido.

Também cabe às lideranças repreender comportamentos que podem levar os colaboradores à exaustão, como horas extras recorrentes, jornadas muito longas e sobrecarga de trabalho. Por isso, o líder tem que estar preparado para exercer a função de forma responsável e sem exigir que seus colaboradores coloquem a saúde mental de lado em prol do cumprimento de demandas. Ter o apoio de um gestor empático e que se preocupa com a qualidade de vida do Capital Humano faz toda a diferença!

Ambiente de trabalho tóxico

Os ambientes de trabalho tóxicos são os locais onde os profissionais exercem suas atividades, mas o estresse em demasia lhes causa sofrimento. Esse tipo de dinâmica costuma ser nocivo para a saúde mental dos colaboradores, sendo um impeditivo considerável para quem deseja ter bem-estar na rotina corporativa. Comportamentos como o incentivo à competição entre os colaboradores, o individualismo e a centralização do poder nas mãos do chefe, por exemplo, são práticas que prejudicam significativamente o ambiente de trabalho. Quando esse tipo de cultura prevalece na empresa, a motivação, a satisfação e a produtividade das equipes ficam constantemente ameaçadas – o que dificulta muito a felicidade no trabalho.

Excesso de demandas

Outro fator que prejudica o bem-estar corporativo é a sobrecarga. Essa condição acontece quando a quantidade de tarefas desempenhadas por um profissional ultrapassa o nível do que é saudável para ele, sendo muito comum quando a dinâmica de trabalho envolve mais de uma função. Quando a sobrecarga acontece, é comum notar sintomas como excesso de horas extras, pressão e cobranças excessivas para entregar as demandas, frequentemente culminando em pontos como irritabilidade e alterações no sono, uma vez que a ansiedade também aumenta. Por isso, a sobrecarga é um empecilho para uma rotina de trabalho saudável.

Falta de adequação comportamental

O bem-estar no trabalho também depende do alinhamento entre a função desempenhada pelo colaborador e as competências naturais de seu perfil comportamental. Afinal, profissionais que exercem atividades incompatíveis com seu talento tendem a gastar muito mais energia para cumprir suas tarefas.

E é fácil entender o porquê disso: basta pensar, por exemplo, em uma pessoa introvertida sendo obrigada a interagir constantemente com outras. Ou, no caso oposto, alguém extrovertido tendo que trabalhar isolado o dia todo, sem contato com os colegas. Embora esses profissionais possam, sim, realizar um bom trabalho, o custo emocional e psicológico será muito maior, exigindo um esforço bem mais intenso nessas condições. E esse tipo de questão acaba afastando-os do caminho ecologicamente humano.

Para garantir a adequação comportamental na empresa, é preciso fazer uso de um bom software de gestão de pessoas, capaz de cruzar informações sobre as competências necessárias para desempenhar bem um cargo e os candidatos a ele. Essa é uma das funções do Etalent Pro, a plataforma pensada para ajudar as empresas a terem a pessoa certa no lugar certo.

Em conjunto com o Personal Change, programa voltado para o autoconhecimento e o autodesenvolvimento, fica mais fácil criar ambientes onde os talentos e as funções estejam alinhados.

Benefícios de promover o bem-estar no trabalho

Para as empresas

Quando falamos sobre as vantagens do bem-estar para as empresas, o primeiro ponto a ressaltar é a diminuição do turnover. Esse termo trata da relação entre a quantidade de pessoas saindo e o número de colaboradores chegando a uma empresa em um determinado período. Embora a rotatividade considere todos os tipos de demissão, é importante deixar claro que as taxas costumam ficar altas quando muitos colaboradores pedem as contas – e esse tipo de situação é especialmente comum quando as empresas não oferecem bem-estar no trabalho. é importante manter o turnover controlado, uma vez que é financeiramente custoso – seja pelas verbas que envolvem as demissões, pelo custo de novos processos seletivos ou pela curva de aprendizagem do novo colaborador, que vai demorar alguns meses para alcançar o nível de produtividade do anterior.

Outro fator que diminui quando há qualidade de vida no trabalho é o absenteísmo. O conceito diz respeito à falta de presença ou mesmo de pontualidade por parte dos profissionais, incluindo atrasos ou saídas antecipadas. O absenteísmo é especialmente causado por doenças de ordem psicossomática, como o estresse crônico, burnout e a ansiedade, que podem se agravar com o trabalho e acabar fazendo com que afastamentos, faltas e atrasos sejam recorrentes. Estimular o bem-estar é uma forma eficiente de prevenir esse tipo de questão.

As melhorias no clima organizacional também são uma consequência positiva do bem-estar corporativo. Afinal, quando há menos estresse e competitividade entre as equipes, elas se tornam mais colaborativas e propensas a criar laços. Isso faz com que o fluxo de trabalho melhore como um todo, o que influencia também na motivação e no engajamento dos profissionais. Até porque, quando eles sentem que fazem parte de algo, como uma engrenagem importante de uma máquina, a tendência é que trabalhem mais e melhor. Os resultados são ações mais assertivas, mais qualidade no trabalho desenvolvido e, consequentemente, mais lucratividade para a empresa.

A criatividade também acaba sendo beneficiada pela promoção do bem-estar no trabalho. Cientificamente falando, há uma associação direta entre bem-estar e criatividade e, não à toa, pesquisas apontam que pessoas felizes são mais criativas naturalmente. Logo, a criatividade se torna um pilar da felicidade no trabalho, algo que, quando valorizado pela empresa, transforma a experiência do colaborador. E no mercado atual, que é cada vez mais competitivo, ser criativo pode ser a diferença entre prosperar e fechar as portas.

Por fim, outro aspecto impactado pelo bem-estar no trabalho é a reputação da empresa no mercado. A oferta de boas condições de trabalho é considerada uma prática de responsabilidade social, ao passo em que construir uma reputação negativa afasta potenciais colaboradores em futuros processos de Recrutamento e Seleção.

Para os profissionais

Para os profissionais, os benefícios do bem-estar corporativo também são vastos. O primeiro é a construção de rotinas de trabalho mais saudáveis. Como o bem-estar está relacionado ao equilíbrio entre as atividades profissionais, o descanso e o lazer, espera-se que as iniciativas voltadas para esse fim ajudem a criar condições mais tranquilas para trabalhar – sem desgaste ou estresse em demasia.

Aliás, vale mencionar que os ambientes organizacionais também tendem a ser mais positivos, uma vez que os conflitos diminuem e os profissionais se tornam mais colaborativos. Tudo isso contribui para criar uma experiência no local de trabalho mais agradável.

Quando a empresa investe no bem-estar no trabalho, a tendência é que os profissionais consigam manter a saúde mental em dia, evitando doenças psicossomáticas como a depressão, a ansiedade e o burnout. Esse tipo de atenção também permite que eles exerçam suas funções com mais foco, menos desgaste e com autonomia, o que é fundamental para que se sintam valorizados dentro da empresa. Por isso, o bem-estar também acaba sendo uma forma de criar o sentimento de pertencimento, onde há gratidão e vontade de fazer o melhor pela organização e pelos colegas que ali trabalham.

Nesse cenário, também fica mais fácil estimular os colaboradores a se desenvolverem. Como eles têm uma agenda equilibrada, conseguem dedicar parte do tempo ao aprimoramento de habilidades e à experimentação, o que é importante para otimizar o trabalho que já exercem. Ademais, vale lembrar que investir no bem-estar dos profissionais também engloba oferecer cursos, workshops e palestras cujos objetivos sejam ajudar os colaboradores a aumentarem os níveis de prontidão.

8 dicas para aumentar o bem-estar na sua empresa

Ofereça salários e benefícios competitivos

O bem-estar no trabalho está intimamente ligado à segurança financeira oferecida pela empresa – de forma que é impossível desassociar uma coisa da outra. Embora muitas organizações tratem esses assuntos separadamente, nenhum apoio psicológico adianta se a origem da ansiedade de um colaborador estiver relacionada ao medo de não conseguir pagar as contas no final do mês, por exemplo. Isso pode levar alguns profissionais a buscarem um segundo emprego, o que resulta em mais desgaste físico e mental, prejudicando não apenas a performance no trabalho, mas a saúde em geral.

Estimule a criação de rotinas equilibradas

Rotinas equilibradas são a chave para o bem-estar no trabalho – e é importante que as empresas ofereçam condições para que os profissionais consigam criá-las. Hoje em dia, com ferramentas que possibilitam trabalhar de praticamente qualquer lugar e a qualquer momento, é interessante tentar monitorar o volume de trabalho dos profissionais, orientando-os a não exagerar. Ficar atento à quantidade de horas extras e a comportamentos que remetam ao workaholismo é importante para manter esse equilíbrio.

Promova a integração

Criar condições para que os profissionais estabeleçam vínculos também é uma forma eficiente de promover o bem-estar na empresa. Isso pode acontecer por meio de eventos específicos para integração, programas voltados para team building, construção de squads com profissionais de diferentes setores, dentre outras possibilidades. O importante é que a empresa estimule a colaboração e crie condições para que o bom clima organizacional seja um fator de engajamento.

Ofereça um programa de saúde mental

Programas de saúde mental são ações e iniciativas destinadas a melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. Isso inclui a implementação de modelos de gestão humanizados e práticas que promovem a segurança psicológica dos profissionais, a criação de canais abertos de comunicação, onde os colaboradores se sintam à vontade para buscar ajuda quando necessário, além de ações como palestras e workshops que reforçam a importância de ter atenção à saúde mental. Vale lembrar que a criação de um ambiente seguro e respeitoso é fundamental para o bem-estar psicológico dos colaboradores e para garantir que todos possam se desenvolver de maneira plena, tanto profissional quanto pessoalmente.

Treine as lideranças

Como vimos, lideranças despreparadas podem comprometer significativamente o bem-estar dos colaboradores. Por isso, é muito importante treinar os gestores para que eles atuem da melhor forma possível, sem fazer com que os demais colaboradores se sintam pressionados ou mesmo desrespeitados. É importante que esses profissionais desenvolvam habilidades como a inteligência emocional para gerir equipes de forma humanizada, sem deixar de ser assertivos. Para isso, é importante investir em treinamento de Liderança Comportamental.

Assuma a empatia como valor na cultura

A cultura organizacional de uma empresa é a soma dos hábitos, valores e comportamentos dela – e esses são fatores responsáveis por definir a forma com que ela conduz seu Capital Humano e lida com os negócios. Quando assume a empatia como um ponto importante da sua cultura, isso significa que a organização vai semear esse valor em suas atitudes e hábitos rotineiros, além de esperar que os colaboradores ajam dessa maneira.

Tenha a pessoa certa no lugar certo

O comportamento é aliado fundamental para o bem-estar corporativo – afinal, é por meio dele que as empresas conseguem melhorar a performance de seus colaboradores enquanto oferecem melhores condições de trabalho para eles. Quando as pessoas desempenham funções compatíveis com seu talento, trabalhar tende a ser menos exaustivo e mais fluido. Por outro lado, quando alguém ocupa uma posição que contraria suas competências naturais, o impacto é bastante negativo, exigindo um esforço maior e resultando em desgaste emocional e físico.

Por isso, investir no bem-estar corporativo também é investir em gestão comportamental. Isso significa que a atenção aos talentos individuais deve ocorrer desde o momento da contratação. Levando em conta as skills que um profissional deve ter para desempenhar sua função, é possível garantir que ele tenha uma rotina saudável sem comprometer seu bem-estar.

Não faça “carewashing”

O carewashing é uma expressão oriunda do inglês usada para expressar situações em que as empresas “vivem de aparência” em relação aos cuidados com o bem-estar do Capital Humano. Na prática, o termo faz alusão a organizações que se vendem de uma forma – normalmente, como empresas que priorizam o bem-estar e a qualidade de vida – mas que, na prática, fazem pouco caso sobre a saúde mental dos seus colaboradores. O conceito deriva do greenwashing, que foi muito usado nos anos 1980 para se referir a empresas que forjavam preocupação e cuidado com o meio ambiente. Evidentemente, essa é uma situação com potencial de impactar negativamente tanto a reputação da empresa quanto a experiência dos colaboradores que nela trabalham – e, por isso, é importante evitá-la a todo custo.

O bem-estar no trabalho se tornou diferencial competitivo para as empresas ao longo do tempo. Além de potencializar a produtividade dos colaboradores, que se sentem mais felizes e realizados em seus cargos, essa atenção também eleva a qualidade das entregas e o desempenho das equipes, impulsionando o potencial lucrativo da empresa ao mesmo tempo que deixa os profissionais mais satisfeitos com o trabalho que desenvolvem. Isso explica o crescente foco no tema, que aponta para um futuro no qual as pessoas e as organizações caminham juntas, alcançando resultados excepcionais sem comprometer o bem-estar psicológico de seus colaboradores.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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