A adaptabilidade é uma habilidade comportamental, ou soft skill, altamente demandada não apenas no mercado atual, como também para o futuro do trabalho. Apontada pelo Future of Jobs 2023, relatório realizado pelo Fórum Econômico Mundial que descreve as competências mais requisitadas para o futuro, como uma das três competências principais a serem desenvolvidas, o termo é essencial para lidar bem com as mudanças do mercado, que está cada dia mais sujeito às novas tecnologias.  

A demanda por essa habilidade não é à toa. A adaptabilidade permite que os profissionais sejam flexíveis e ágeis mediante a praticamente qualquer situação – e isso faz toda a diferença quando há um imprevisto ou mesmo perante o surgimento de uma nova tendência. Além disso, cabe ressaltar que, ao agirem em prol da adaptabilidade, os profissionais embarcam em uma jornada de aprendizado contínuo, em que também têm a chance de desenvolver autonomia, gestão de tempo e proatividade

É comum que pessoas adaptáveis também sejam naturalmente criativas, inovadoras e resilientes diante das dificuldades. Por isso, quando esses profissionais conseguem desenvolver essa característica em concordância com suas tendências comportamentais, eles se tornam extremamente valiosos para as empresas. Mas, afinal, como fazer isso? É o que você vai ver no artigo de hoje. Boa leitura!

O que é adaptabilidade no trabalho?

De forma objetiva, a adaptabilidade no trabalho diz respeito à capacidade de um profissional de reagir positivamente aos diferentes estímulos e transformações relativos aos ambientes de trabalho e ao mundo dos negócios. Na prática, isso significa dominar processos de forma ágil, mesmo que eles englobem tendências recentes como inteligência artificial, Big Data, automações, uso de softwares específicos, dentre outras possibilidades que podem surgir do dia para a noite no cenário corporativo. Quem tem essa soft skill consegue se adaptar a cada demanda distinta, executando-as mesmo que tenha dificuldades em um primeiro momento. No dito popular, o profissional adaptável é aquele capaz de “dançar conforme a música” que lhe é oferecida. 

É importante ressaltar, no entanto, que adaptabilidade não quer dizer que os profissionais devem ser brilhantes em diversas frentes desde o primeiro minuto em que são requisitados, tampouco que devem se sobrecarregar por conta disso. Ser adaptável começa, inclusive, na mentalidade. Enquanto algumas pessoas se sentem desencorajadas ou congelam diante da ideia de mudanças, o adaptável é aquele que encara estes como desafios diários e se coloca em um lugar de predisposição para enfrentá-los. Em outras palavras, adaptabilidade tem a ver com antifragilidade, resiliência e com o desenvolvimento de um mindset de aprendizado contínuo. Nem de longe, o conceito denota algum tipo de genialidade oculta ou uma cobrança para que isso aconteça. 

É bem verdade, todavia, que ser adaptável é uma característica que estimula o desenvolvimento corporativo. Afinal, essas são pessoas que buscam o aprimoramento de competências, sobretudo porque entendem que o mercado muda mais rápido a cada dia. Portanto, esses profissionais são bons em compreender a cultura organizacional dos lugares onde trabalham e responder a ela da melhor forma possível. Isso envolve ajustar métodos, aprender tecnologias, mudar estratégias, bem como agir conforme o que é esperado pelo negócio. Até porque essas pessoas entendem que, parafraseando o naturalista Charles Darwin, quem sobrevive no mundo corporativo não é necessariamente o mais capacitado, mas sim o que se adapta melhor a esse ambiente. E isso envolve tanto conhecimentos técnicos quanto comportamentos, atitudes e tomada de decisão. 

Por que a adaptabilidade é uma soft skill tão requisitada?

O mercado de trabalho é altamente volátil dada a constante evolução da tecnologia. Não à toa, pesquisas como a Future of Jobs 2023, realizada pelo Fórum Econômico Mundial, trazem dados intrigantes como o fato de que, nas próximas décadas, 50% dos trabalhos serão substituídos por robôs ou softwares. Em contrapartida, o mesmo levantamento aponta que 65% das crianças de hoje vão trabalhar em cargos que ainda não existem

Outro exemplo que atesta essa agilidade é o conceito de VUCA. O acrônimo vem do inglês Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade), e, originalmente, estava atrelado às Forças Armadas durante o período após a Guerra Fria. No entanto, dadas as evoluções constantes no ramo industrial estadunidense, o conceito foi importado e replicado em relação ao mundo corporativo. 

Levando em conta esse cenário, a adaptabilidade tem sido muito demandada nos ambientes organizacionais e até mesmo em processos seletivos. Afinal, como as organizações enfrentam ambientes em constante mudança, essa é uma forma de se prevenir em diversos âmbitos. O turnover, por exemplo, fica mais controlado quando o Capital Humano é adaptável – afinal, ninguém precisa ser demitido quando uma mudança ocorre. Dentre alguns dos motivos, cabe citar:

  • A agilidade organizacional aumenta, visto que ter um Capital Humano com essas essas características permite lidar com mudanças mais rápido;
  • A capacidade de inovação cresce, dado o fato de que esses perfis são, naturalmente, mais criativos;
  • A resolução de problemas também melhora, visto que, em vez de “travarem” emocionalmente quando encontram um desafio, esses profissionais analisam a situação e tentam responder a ela;
  • A empresa se torna mais eficiente, uma vez que esses profissionais gostam de experimentar e se sentem motivados por tentar algo novo, o que os leva a descobertas de formas mais efetivas de trabalhar;
  • A flexibilidade na atuação da empresa se desenvolve, pois os profissionais adaptáveis se ajustam a novas demandas e tarefas conforme necessário;
  • A gestão de mudanças melhora, já que os profissionais estão acostumados a incluir novos processos e estratégias em sua rotina sem que haja resistência desnecessária. 

Tipos de adaptabilidade no trabalho

A adaptabilidade é uma competência que se manifesta de formas distintas, uma vez que depende de pontos subjetivos como experiências individuais, vivências e perfis comportamentais de cada um. De acordo com o Center for Creative Leadership, consultoria norte-americana focada na liderança, existem três tipos diferentes de adaptabilidade. São eles:

Adaptabilidade cognitiva

A adaptabilidade cognitiva está relacionada à capacidade de análise e tomada de decisão dos colaboradores. Essa característica é importante para conseguir formular linhas de raciocínio e planejar abordagens diante das mais distintas situações. É essa habilidade que vai permitir que o profissional compreenda cada circunstância, a analise friamente e controle suas decisões de modo a responder às demandas. Logo, isso faz com que os colaboradores sejam mais flexíveis, versáteis e, sobretudo, que não “congelem” quando se depararem com uma situação que lhes foge ao controle. 

Adaptabilidade emocional

A adaptabilidade emocional, por outro lado, é o que permite que os profissionais compreendam e se conectem com outras pessoas, ainda que elas sejam muito diferentes deles. Isso envolve inteligência emocional para reconhecer o próprio comportamento e os dos demais, empatia para formar vínculos, além de entender abordagens e métodos para lidar bem com todo mundo. Evidentemente, cada pessoa tem traços de personalidade distintos entre si e, por vezes, isso pode até mesmo ocasionar conflitos quando essas características são opostas. Mas quando os profissionais conseguem se adaptar uns aos outros, esse panorama muda drasticamente. 

Adaptabilidade pessoal

A adaptabilidade pessoal funciona como uma visão sistêmica: quando o profissional a desenvolve, ele consegue avaliar cada situação reconhecendo tanto o que precisa de melhorias como as oportunidades que tem para realizar esse procedimento. Na prática, levar a adaptabilidade para o campo pessoal faz com que os colaboradores aprendam a reconhecer os desafios, mas que mantenham uma atitude positiva perante eles. 

Características de um profissional adaptável

Embora não haja uma regra pré-estabelecida quanto às competências atreladas à adaptabilidade, é possível fazer relações diretas entre algumas características específicas e essas soft skills. Por isso, dentre alguns pontos comuns aos profissionais adaptáveis, cabe destacar:

Resiliência

Na física, a resiliência é a propriedade que faz com que determinados materiais, como a borracha, retomem a forma depois de sofrerem um trauma. Por isso, a  pessoa resiliente é caracterizada como alguém que não se intimida diante das dificuldades, consegue se adaptar frente a elas e que não se deixa abater quando determinadas situações acontecem. Os profissionais adaptáveis carregam, por definição, a resiliência em si – afinal, eles estão sempre procurando por novas abordagens para lidar com desafios e situações complexas. Alguns deles, inclusive, se entendem como protagonistas, ou seja, entendem que são maiores do que qualquer adversidade e que são agentes da própria mudança. 

Mentalidade de crescimento

Pessoas com mindset de crescimento são mais receptivas às mudanças e acreditam que o potencial em qualquer área de atuação deve ser desenvolvido com tempo, estudo, dedicação, erros e acertos. Por isso, elas estão sempre abertas ao aprendizado, às novas experiências, ao desenvolvimento de novas habilidades e à busca pelo aperfeiçoamento naquelas que já possuem. Esse é, inclusive, um dos pilares para a adaptabilidade: a ideia de que tudo pode ser tentado e aperfeiçoado. A situação é bem diferente de quem tem um mindset fixo, ou seja, acredita que as pessoas já nascem com o potencial que manifestam – o que as torna bem menos abertas às tentativas de evolução em qualquer âmbito. 

Abertura ao lifelong learning

O lifelong learning refere-se à busca contínua por conhecimento, aperfeiçoamento e desenvolvimento, seja na esfera pessoal, acadêmica ou profissional. Sob essa perspectiva, nunca é tarde para aprender algo novo – e esse conhecimento pode ser adquirido tanto de maneira formal quanto informal. Para quem adota essa filosofia, a ideia de educação contínua está relacionada a fatores como automotivação, curiosidade e proatividade, não somente a cursos e graduações. Por isso, para quem vive como um eterno aprendiz, o conhecimento também está nas experiências, vivências, experimentações e relações. Para ser realmente adaptável, é preciso estar aberto a aprender e entender este como um valor para a vida. 

Criatividade 

A criatividade no trabalho é uma habilidade que diz respeito à capacidade de criar e inovar dentro da rotina. A pessoa criativa é aquela que consegue enxergar o mundo de maneiras distintas, saindo do óbvio e, por vezes, propondo novas abordagens. Isso a permite encontrar padrões escondidos, estabelecer novas conexões e trazer novas abordagens para resolver problemas, mesmo que eles sejam antigos. Pela definição, é possível entender por que a adaptabilidade e a criatividade são conceitos interligados: em ambos os casos, os profissionais precisam estar dispostos a experimentar. Isso faz com que, normalmente, a capacidade inventiva seja um sinal de boa adaptação. 

Antifragilidade 

antifragilidade diz respeito à capacidade de enfrentar desafios, imprevisibilidades e não apenas superá-las, como também se desenvolver e se fortalecer com elas. Isso implica estar aberto a sair da zona de conforto e entender as adversidades como oportunidades de crescer, evoluir e experimentar. Logo, o profissional antifrágil aceita as condições que lhes são impostas e tenta encontrar maneiras de tirar proveito disso. Eles se colocam em posições proativas e conscientes perante a mudança, aceitando que tanto a vida pessoal quanto a profissional estão sujeitas e imprevistos. E esse é um passo importante para se tornar adaptável. 

Abertura à experimentação

A experimentação é mais um pilar de uma atitude adaptável. Por mais que assumir riscos possa parecer assustador para alguns perfis comportamentais, fazer isso é o que permite que um profissional se desenvolva em diversas frentes e se torne verdadeiramente adaptável. Afinal, se a pessoa não se permite arriscar e cometer erros, ela nunca vai conseguir sair da zona de conforto – onde sabe que os processos funcionam. Experimentar, correr riscos e se permitir errar são os primeiros passos para refletir, entender o que acontece para, só depois, dar início à solução do problema. Para quem deseja amplificar a versatilidade profissional, essa é uma estrada pela qual precisa caminhar. 

Colaboração 

Os profissionais adaptáveis também costumam ser mais colaborativos. Como estão sempre tentando aprender algo novo, eles desenvolvem relacionamentos com os colegas com mais facilidade durante o processo de aprendizagem. Além disso, sobretudo quando são adaptáveis emocionalmente, eles conseguem entender os espectros do comportamento de cada pessoa, respondendo a eles da melhor maneira possível. Isso permite, por exemplo, que tenham facilidade para colaborar com pessoas de perfis opostos. 

Principais benefícios da adaptabilidade no trabalho

Para empresas

Para as empresas, a capacidade de se adaptar diante das demandas do mercado funciona como um diferencial competitivo. Adotando esse tipo de mentalidade, os negócios conseguem inovar e buscar por novas soluções, podendo criar até mesmo modelos de negócio inéditos quando essa abordagem funciona. É o caso das organizações exponenciais, por exemplo, que são conhecidas no mundo inteiro por conta de seu princípio disruptivo. O termo é usado para falar de uma estratégia de mercado ou modelo de negócio que seja capaz de reinventar o que a concorrência oferece a partir da subversão e da tecnologia. É o caso da Netflix, que foi a primeira a aplicar o conceito de locadoras de filmes com streaming.

A produtividade também é impactada positivamente quando o Capital Humano é adaptável.  Afinal, como os colaboradores são proativos, têm autonomia e trabalham bem em equipe, a tendência é que menos tempo seja gasto em cada projeto, já que todos eles têm flexibilidade para tomar atitudes em relação às demandas. Além disso, como desenvolvem competências distintas, eles conseguem se ajudar e a até mesmo a qualidade do trabalho feito tende a aumentar nessas circunstâncias. 

Outro fator importante para as empresas é a capacidade de mudança trazida pela adaptabilidade. Com as constantes evoluções tecnológicas em todos os setores, as organizações estão sempre sujeitas a terem que “recalcular a rota” em relação aos próprios modelos de negócio. Além disso, fatores como reestruturações, fusões e mudanças nas políticas internas também podem interferir na forma como a empresa conduz os processos. Quando os profissionais são adaptáveis, no entanto, eles conseguem lidar melhor com todos esses fatores, o que minimiza o impacto negativo que essas circunstâncias podem trazer. 

Para profissionais

Para os profissionais, os ganhos também são significativos. A começar pela empregabilidade, que pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos, tanto de ordem técnica quanto comportamental, que tornam um profissional mais atrativo para a contratação durante processos seletivos. Manter essa questão envolve pontos como a capacidade de aprender continuamente, o quanto a pessoa está adequada às demandas mercadológicas e se as habilidades que possui estão atualizadas. Por isso, a adaptabilidade nesse sentido é tão importante – é essa capacidade que vai influenciar os colaboradores a se desenvolverem em outras frentes e a investirem em processos como upskilling e o reskilling, por exemplo. 

Como vimos nesse artigo, a adaptabilidade também ajuda a desenvolver resiliência, uma vez que incentiva os colaboradores a encarar os desafios “de peito aberto”. Conforme os colaboradores fazem isso e superam as adversidades, eles vão se tornando mais “cascudos” até pararem de se abater devido às circunstâncias. Em longo prazo, isso pode fazer com que eles assumam uma posição de protagonismo na empresa, agindo com autonomia, e desenvolvam outras habilidades, como a autogestão. 

Para os profissionais que têm a ambição de se tornarem líderes no futuro, a adaptabilidade também é uma aliada importante. Isso porque, quando a competência é desenvolvida, fica mais fácil lidar com profissionais de perfis comportamentais distintos, sempre oferecendo orientação conforme as características de cada um deles. Lideranças adaptáveis também desenvolvem habilidades como o pensamento crítico, conseguem ajustar as rotas conforme as necessidades, e têm mais facilidade para orientar rumo ao sucesso corporativo. 

Por fim, profissionais adaptáveis conseguem resolver problemas com mais facilidade. Afinal, em vez de “travar” quando algo sai do controle, esses eles se ajustam às circunstâncias, identificam soluções e propõem mudanças. Se comunicando com agilidade, conseguem analisar as situações de forma crítica e colocar as teorias em prática sem perder tempo. Isso é valioso tanto na perspectiva do profissional em si quanto da empresa. 

Os desafios da adaptabilidade 

Por mais que a adaptabilidade seja importante no contexto corporativo, é necessário ter limites e prestar atenção a alguns aspectos específicos que a envolvem. A perda de foco, por exemplo, é um deles. Em alguns casos, ser excessivamente adaptável pode fazer com que o profissional mude de direção constantemente; sem ter um objetivo bem definido. Por isso, ele pode acabar perdendo a oportunidade de aprofundar os conhecimentos em áreas específicas que poderiam ser mais importantes para o próprio desenvolvimento profissional. Esse tipo de situação, inclusive, pode ocasionar uma falta de consistência em relação ao próprio trabalho, uma vez que os resultados começam a ser impactados. Afinal, se o colaborador precisa mudar o tempo inteiro, ele não se desenvolve satisfatoriamente em nada. 

Além disso, em ambientes onde a adaptabilidade é levada ao extremo, pode acontecer de um profissional acabar tendo que assumir uma função que não faz sentido para ele naquele momento. Como nem todas as mudanças são benéficas para a carreira, esse também pode ser um problema – sobretudo se o colaborador não se sente à vontade para manifestar essa posição. Em longo prazo, esse tipo de situação, aliada à pressão de estar constantemente se ajustando, pode gerar estresse e sobrecarga para o profissional. Isso sem mencionar que há sempre a possibilidade da pessoa acabar se afastando de sua individualidade e exercendo papéis que não estão alinhados às preferências comportamentais, por exemplo. 

Como desenvolver a adaptabilidade no trabalho? 

O primeiro passo para desenvolver a adaptabilidade é entender o perfil comportamental de cada pessoa. De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais famosas do mundo, existem quatro fatores responsáveis por determinar o comportamento de um indivíduo: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade. Cada um deles conta com características distintas, mas todas as pessoas possuem os quatro em algum nível. A forma como os utilizamos no dia a dia é o que determina qual dos fatores se destaca. E isso influencia, inclusive, na facilidade de uma pessoa para se adaptar ou não às demandas de um determinado momento. 

Pessoas com alta Dominância, por exemplo, são objetivas, assertivas, obstinadas e movidas por desafios. Essas características fazem com que tenham mais agilidade e proatividade naturalmente. Por isso, esse grupo pode ter mais facilidade para se adaptar e lidar com mudanças. Já quem tem a Influência como principal fator de destaque tem uma forte tendência ao relacionamento social, articulação, persuasão e expansividade. Por conta do dinamismo envolvendo tal perfil, esse também não deve ser um problema para essas pessoas. 

Os indivíduos com alta eStabilidade, por outro lado, são pacientes, tranquilos e anseiam por segurança. Por serem mais metódicos e preferirem rotinas em que haja controle das ações, eles podem ter mais dificuldade com a ideia de adaptação, sobretudo por conta da tendência a permanecer na zona de conforto. Caso muito semelhante acontece com quem tem alta Conformidade, fator que é marcado pelo apreço pela lógica, análise e atenção a detalhes. 

Entretanto, independente do perfil comportamental, existem algumas dicas interessantes para desenvolver a adaptabilidade. Dentre elas, destacamos: 

Mudar o mindset 

O mindset de uma pessoa se refere à forma como ela pensa. Entretanto, o termo engloba camadas mais complexas do que simplesmente a maneira de enxergar o mundo de alguém. Por lidar com a predisposição psíquica de um indivíduo para determinados eventos e impactar diretamente os seus comportamentos e atitudes, muitos entendem o conceito como um sinônimo direto de “mentalidade”. No livro Mindset: a nova psicologia do sucesso (2017), a psicóloga Carol S. Dweck explica que o mindset é responsável pela forma como a pessoa reage a estímulos, que pode ser de aceitação e estímulo ou gerar um “travamento emocional” perante a dificuldade. É isso, inclusive, que precisa ser mudado caso o indivíduo deseje se tornar mais adaptável.  

Investir no upskilling e reskilling

Em processos de upskilling, o profissional aprimora e aprofunda habilidades de um campo que já conhece, normalmente já relacionado à área de atuação. O reskilling, por outro lado, funciona como uma “requalificação”, em que os profissionais aprendem habilidades e competências novas, visando amplificar a versatilidade. Não necessariamente essas habilidades são as mesmas exigidas pelo cargo – o colaborador pode desenvolver competências pensando em job rotation ou simplesmente por interesse pessoal. 

Desenvolver a flexibilidade

Os profissionais flexíveis são, naturalmente, abertos às mudanças e veem com bons olhos a ideia de usar novas ferramentas, ter novas interações e aprender novas habilidades. Por isso, essas pessoas desenvolvem uma visão de trabalho que considera as mudanças vindouras, sempre buscando se atualizar para manter a empregabilidade no futuro. Por isso, a flexibilidade é um ponto importante da adaptação: caso o profissional não esteja disposto a fazer esse movimento, dificilmente ele se desenvolverá como alguém que consegue lidar com demandas distintas. 

Estabelecer metas realistas

As metas são uma boa forma de manter o estímulo na jornada de desenvolver a adaptabilidade. Elas podem incluir desafios profissionais, objetivos pessoais, pontos de desenvolvimento, dentre outras possibilidades. O importante é que o colaborador possa trabalhar continuamente para alcançá-as. E cabe sempre ressaltar que, para que isso aconteça sem causar estresse e frustração, é muito importante que elas sejam realistas. 

Buscar feedbacks

Os feedbacks são respostas dadas a um determinado estímulo como forma de avaliá-lo. A ideia é fazer um diagnóstico de uma circunstância e dar um retorno ao responsável pela situação, normalmente em forma de conversa. Portanto, essas são ferramentas imprescindíveis na hora de desenvolver qualquer habilidade. A orientação de pessoas mais experientes em uma área de interesse é uma boa forma de analisar quais pontos precisam de melhoria e quais deles estão em um processo acelerado de desenvolvimento. Ademais, como a adaptabilidade é um processo contínuo, é importante que os profissionais saibam que vão precisar recorrer a esse tipo de ferramenta com frequência. 

Entender o próprio comportamento 

Como vimos, nem todos os perfis comportamentais se adequam bem à ideia da adaptabilidade no trabalho. Pessoas com características mais dinâmicas, como quem tem os perfis D e I em evidência, costumam ficar mais confortáveis em cenários que envolvam mudanças abruptas. Já pessoas mais metódicas, como os perfis S e C,  precisam de rotas bem definidas e rotinas claras de trabalho, o que pode atrapalhar a capacidade de adaptação. Por isso, é importante que a empresa mapeie os perfis comportamentais para saber quem, entre os colaboradores, está sujeito a lidar melhor com esse cenário. O mesmo deve ser feito pelos profissionais, que precisam trabalhar o autoconhecimento para entender as próprias limitações e pontos fortes. 

É possível fazer isso usando um bom software de gestão comportamental, como é o caso do Etalent Pro. Usando uma série de análises, a ferramenta permite mapear perfis dos profissionais e entender as tendências de comportamento para incentivar a adaptabilidade no Capital Humano. Em conjunto com o Personal Change, workshop voltado para o autodesenvolvimento, é possível estimular essas características, sempre respeitando os limites de cada perfil. 

A adaptabilidade no trabalho é uma demanda cada vez mais importante tanto para as empresas, que desejam manter os bons resultados no futuro, quanto para os profissionais, que precisam se manter atualizados perante as necessidades do mercado. Essa soft skill se tornou extremamente valiosa em um momento em que o cenário corporativo é marcado por evoluções tecnológicas frequentes e que, por vezes, são capazes de mudar o mercado por completo. 

Nessas circunstâncias, abrir mão de desenvolver a adaptabilidade pode fazer com que profissionais e organizações acabem ficando “encaixotadas” e percam boas oportunidades de mercado. Por isso, não é exagero dizer que desenvolver essa capacidade é algo que cabe tanto a empresas quanto aos profissionais que desejam manter o sucesso corporativo para o futuro. 

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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