A antifragilidade é uma habilidade cada vez mais procurada no cenário corporativo. Criado por Nassim Nicholas Taleb, o termo é utilizado para descrever a atitude daqueles que se tornam mais fortes em momentos de pressão e instabilidade – sejam profissionais, times ou organizações inteiras.
Torna-se especialmente desejável em tempos em que empresas e gestores precisam repensar diariamente as formas de lidar com diferentes desafios, transformações digitais e novas tecnologias, a fim de evitar a defasagem e a obsolescência.
Mas, afinal, como a antifragilidade se aplica na prática, no dia a dia das empresas? O que fazer para estimular essa habilidade no Capital Humano? É o que você vai descobrir no artigo de hoje. Boa leitura!
- O que é antifragilidade?
- Diferença entre antifragilidade e resiliência
- Características de uma empresa antifrágil
- Benefícios de uma cultura antifrágil
- Cuidados com a antifragilidade
- Como desenvolver lideranças antifrágeis?
- 10 dicas para desenvolver a antifragilidade
O que é antifragilidade?
Para entender o conceito de antifragilidade, vamos recorrer a uma referência nostálgica. Na animação Mulan (1998), um grande sucesso dos estúdios Disney, uma das cenas mais emblemáticas da trama acontece nos minutos finais. O filme conta a história de uma camponesa que assume, sorrateiramente, o papel do pai em uma guerra para que ele, enfermo, não tenha que ir. Depois de salvar o país, finalmente os dois se reencontram e ele diz à filha que “a flor que desabrocha na adversidade é a mais rara e bela de todas“. Embora em um contexto completamente diferente, essa frase sumariza bem o conceito.
A antifragilidade diz respeito à capacidade de enfrentar desafios, imprevisibilidades e não apenas superá-las, como também se desenvolver e fortalecer com elas. Isso implica estar aberto a sair da zona de conforto e entender as adversidades como oportunidades de crescer, evoluir e experimentar. Isso porque, por definição, a antifragilidade parte do princípio de que o mundo é um lugar caótico – e, portanto, contar com a previsibilidade das coisas para tomadas de decisões mostra-se ineficaz.
É importante ressaltar, no entanto, que isso não significa desistir de qualquer planejamento e fazer escolhas de modo aleatório. A ideia da antifragilidade é estar disposto a aceitar erros e enxergar oportunidades de crescimento neles.
O conceito, portanto, também trata de aceitação e de encontrar maneiras de tirar proveito disso. É diferente de reagir ou se resignar – é se colocar em uma posição proativa e consciente, aceitando que tanto a vida pessoal quanto a profissional estão sujeitas a mudanças e imprevistos, quer aceitemos ou não.
Essa abertura para tentativa e erro é fundamental, por exemplo, para que ideias inovadoras surjam. Isso sem mencionar que esse tipo de abordagem blinda as empresas em relação aos grandes desafios, já que serão encarados como uma oportunidade de alinhar e experimentar. Afinal, o caos também é visto como um ponto de partida para “desabrochar”.
No filme citado, Mulan era uma jovem que não estava muito segura sobre seu papel como filha e mulher numa cultura patriarcal e que pouco dava espaço para que ela encontrasse suas respostas. Ao tomar o lugar do pai na guerra, ela se expõe a diversos erros – podendo, inclusive, morrer ou ver seus amigos mortos. Mas é nessa adversidade que Mulan se encontra e descobre mais sobre si mesma. Mas antes de conseguir salvar seu país, ela errou inúmeras vezes – e se fortaleceu com os aprendizados a partir deles.
Origem do conceito de antifragilidade?
O conceito de antifragilidade foi criado pelo professor libanês-americano Nassim Nicholas Taleb, na Universidade de Nova York. O termo foi usado pela primeira vez no livro “Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos” (2012), a partir das considerações do autor sobre investimentos no mercado financeiro, negócio conhecido pela natureza volátil. É válido mencionar, ainda, que para chegar nas lógicas descritas no volume, Taleb ainda precisou analisar riscos e probabilidades nas obras anteriores, “A Lógica do Cisne Negro” (2007) e “Iludido Pelo Acaso: A Influência Oculta da Sorte nos Mercados da Vida” (2004).
O livro mais recente entre os citados funciona como uma espécie de continuação dos mais antigos, onde o autor disserta sobre como o caos e o indesejado também podem ser positivos quando as empresas conseguem fazer o uso devido deles. Na obra, a antifragilidade é explorada como o contrário da fragilidade, mas não necessariamente como sinônimo de forte ou resiliente. Para o autor, o resiliente resiste às mudanças, mas o antifrágil se adapta, aprende e cresce com elas.
Diferença entre antifragilidade e resiliência
Embora a antifragilidade seja usada, muitas vezes, como um sinônimo direto de resiliência, é importante ressaltar que existem diferenças consideráveis entre os termos.
Conceito derivado da física, a resiliência trata da capacidade de um corpo retornar à sua forma original depois de sofrer um impacto ou deformação. A antifragilidade é uma “evolução” da resiliência, visto que considera a avaliação da situação adversa e o aprendizado que vem a partir dela.
Para fazer uma analogia, a resiliência é uma característica de materiais como a borracha e a espuma, por exemplo, que se comprimem ao sofrer um choque, mas depois voltam ao normal. Já a antifragilidade é representada por um músculo, que se fortalece com a repetição de esforços.
A analogia serve para falar que questões como se manter fiel aos objetivos e não se abalar mesmo depois de sofrer um golpe. Logo, a resiliência também inclui obstinação, persistência e determinação.
Características de uma empresa antifrágil
As empresas antifrágeis são aquelas que prosperam em meio ao caos. Isso significa que elas estão sempre procurando por soluções inovadoras, mesmo em situações desfavoráveis. Para isso, elas precisam ter consciência do inesperado, habilidade para lidar com obstáculos, além de conhecer bem as próprias vulnerabilidades. Isso é fundamental para que elas consigam construir um modo de enxergar os desafios do cenário competitivo não como ameaças necessariamente, mas, sobretudo, como oportunidades de se desenvolverem.
Por isso, de acordo com um estudo da Deloitte feito em 2021, há quatro características que são indispensáveis para as empresas antifrágeis:
Adaptabilidade
Diz respeito à capacidade da empresa de realocar pessoas para outras funções ou projetos com facilidade. O conceito está diretamente relacionado ao recrutamento interno e flexibilidade nos planos de carreira.
Confiabilidade
Está relacionada à confiança que a organização demonstra para clientes, investidores, Capital Humano ou qualquer outro stakeholders. Nessa equação, também são levados em conta pontos como a capacidade de responder às necessidades desses interessados.
Colaboração
Trata-se da capacidade da empresa de fazer com que os setores colaborem entre si. Negócios pouco horizontalizados têm mais dificuldade para manter um diálogo entre setores e colaboradores, o que pode afetar a adaptação.
Responsabilidade
Refere-se ao apoio das empresas a causas como a responsabilidade social, além do cuidado com os colaboradores em termos de saúde mental, segurança psicológica e bem-estar corporativo.
Benefícios de uma cultura antifrágil
O investimento na antifragilidade como parte de uma cultura organizacional traz uma série de benefícios para a rotina das empresas.
Dentre os principais, citamos:
Mais resiliência
Como a resiliência e a antifragilidade são questões complementares, ambas são desenvolvidas quando a empresa adota uma cultura de antifragilidade. Isso acontece porque, quando são estimulados a encarar os desafios da empresa com uma perspectiva de desenvolvimento e crescimento, é natural que eles se intimidem cada vez menos com os problemas. Logo, os colaboradores se comprometem mais com a superação dos problemas, entendendo que há aprendizados em cada um deles.
Melhoria nos níveis de prontidão
Esse tipo de perspectiva faz com que o Capital Humano se sinta mais preparado para lidar com os problemas que aparecem – o que melhora, também, a capacidade de reação quando eles aparecem. E nem é preciso pensar muito para entender como isso acontece: se, toda vez que um problema surge, ele é analisado, esmiuçado e a empresa testa formas de contorná-lo, eventualmente, ela vai encontrar uma solução. Isso faz com que o Capital Humano adote uma postura mais segura e proativa frente aos desafios – assim, não há desespero frente a situações desfavoráveis.
Melhoria na capacidade de solucionar problemas
Outra questão que muda com a cultura de antifragilidade é a autonomia para resolver os problemas. Nas empresas em que essa postura não é estimulada, é comum que os profissionais se sintam receosos com imprevistos e que, por isso, prefiram aguardar ordens de seus líderes para entender como prosseguir. Entretanto, a antifragilidade também estimula a proatividade para resolver e, assim, os próprios colaboradores dão sugestões, fazem análises e atuam diretamente na resolução do problema.
Mais adaptação e desenvolvimento
Quando inseridos em uma cultura antifrágil, os profissionais aumentam exponencialmente sua capacidade de adaptação. Afinal, como encontrar soluções e se desenvolver por meio desse processo faz parte das rotinas, o que estimula a mentalidade de crescimento. Também é comum que pessoas inseridas nessa lógica sejam mais adeptas ao lifelong learning, outro fator fundamental para melhorar a adaptabilidade e o desenvolvimento contínuo.
Mais criatividade
A antifragilidade faz com que os profissionais saiam de suas zonas de conforto, o que é importante para estimular a criatividade e desenvolver soluções inovadoras. Quanto mais exercitam-na, mais habilidosos se tornam. Além disso, quando isso faz parte de uma rotina, os colaboradores conseguem ampliar os repertórios – afinal, a criatividade também é uma habilidade que precisa de prática constante para se desenvolver.
Cuidados com a antifragilidade
É preciso ter em mente que mudanças organizacionais não são simples de se colocar em prática. Por isso, criar uma cultura de antifragilidade demanda planejamento, comunicação, participação e, evidentemente, uma estratégia para que seja implementada. Em todo o processo, é fundamental estar com os olhos atentos no Capital Humano.
Alguns cuidados que devem ser tomados são:
Identificar os diversos perfis comportamentais
O perfil comportamental de uma pessoa define o conjunto de particularidades do modo de agir, traços de personalidade, preferências, tendências e reações mediante às mais diversas situações. É ele que vai definir, por exemplo, o que uma pessoa considera energizante, como ela gosta de ser tratada, além de necessidades e particularidades específicas para que consiga manter o bem-estar emocional.
Por isso, antes mesmo de implementar uma cultura antifrágil, os gestores precisam entender que os colaboradores não irão responder da mesma forma. Nem todo mundo tem um perfil antifrágil – e, por isso, dependendo da situação, alguns desafios podem surgir ao implementar essa mentalidade na empresa.
Por isso, é importante mapear as características comportamentais do Capital Humano para entender como o processo será, antes mesmo de começar. O Etalent PRO, software de gestão comportamental da ETALENT, é muito útil para esse fim. Com ele, é possível identificar o estilo de cada profissional e dos times a partir da Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais consagradas do mundo.
Ter empatia
A empatia é uma habilidade interpessoal, ou seja, uma característica que facilita o relacionamento com os demais, uma vez que permite compreender os sentimentos, dores e apelos de outras pessoas sem precisar passar pelas mesmas circunstâncias. É importante que os líderes tenham empatia com os colaboradores – sobretudo com quem tem mais dificuldade de lidar com a cultura antifrágil. Como vimos, nem todos os perfis conseguem exercer essa característica naturalmente. Por isso, paciência, respeito e compreensão são fundamentais para desenvolver a mentalidade antifrágil.
Estimular apesar das diferenças
Os líderes devem estimular todos os colaboradores a fazer parte da cultura de antifragilidade. Isso inclui dar abertura para que os profissionais sejam proativos, tenham autonomia e sejam responsáveis por gerenciar o próprio trabalho. Além de fazer com que os colaboradores se sintam mais engajados, são passos importantes na direção do desenvolvimento de uma perspectiva antifrágil.
Como desenvolver lideranças antifrágeis?
Os líderes são figuras centrais na estrutura de qualquer empresa e, por isso, eles têm papéis e responsabilidades específicos em relação aos seus liderados. Não à toa, a atuação desses profissionais é fundamental no sucesso ou fracasso de uma organização. Nada mais natural, já que a gestão de colaboradores é um assunto que permeia diretamente a saúde do negócio e dos próprios profissionais, podendo servir como um estímulo à produtividade quando é bem exercida, ou sendo algo que mina de vez o engajamento, quando essas posições são assumidas por profissionais despreparados.
Por isso, quando o assunto é a implementação de uma cultura de antifragilidade, os líderes são os maiores responsáveis pela disseminação desses valores. Por isso, é imprescindível que a competência seja desenvolvida neles.
O líder antifrágil entende como passar por adversidades e se desenvolver a partir delas. Esse profissional respeita o que já foi testado e comprovado, mas não abre mão de tentar alternativas. Por isso, ele também é orientado pelo senso de descoberta e pela curiosidade em experimentar o novo.
O primeiro ponto para fazer isso é treinar esse profissional para que ofereça segurança psicológica aos seus liderados. Isso significa criar um ambiente em que todos os colaboradores se sintam confortáveis para compartilhar ideias, errar e fazer perguntas. Afinal, eles sabem que não serão punidos por pensarem e argumentarem “fora da caixa” e o erro é visto como um passo do aprendizado. Ter um líder com essa postura é o primeiro passo para construir uma cultura onde os profissionais não julgam erros, falam sobre problemas, são colaborativos e têm liberdade para pedir ajuda.
Entretanto, preparar um líder antifrágil também requer intensificar o treinamento em tomada de decisões arriscadas – e menos na gestão de riscos em si. De acordo com o livro de Taleb, por exemplo, uma forma de praticar essa mudança de perspectiva é aprender a estratégia de Barbell, que propõe concentrar de 70% a 90% dos recursos em decisões garantidas e 10%a 30% para as decisões de alto risco. Essa é uma forma de garantir que se a estratégia conservadora for positiva, o maior investimento feito foi nela. Se a arriscada não funcionar, elas representam apenas uma pequena parcela de impacto nos recursos. E se ambas derem certo, bingo!
Portanto, um líder antifrágil deve trabalhar com uma diversidade de estratégias, já que esse tipo de abordagem faz com que a equipe consiga aproveitar diversas possibilidades para entender o que dá certo para o negócio e o que não. E se alguma das estratégias falhar, há sempre outra opção para interrompê-la.
Outra recomendação é que os líderes criem uma cultura de feedback, onde haja críticas construtivas e debate sobre vulnerabilidades, para reforçar os aprendizados.
Outro processo importante para a construção de líderes antifrágeis é o chamado debriefing, ou seja, uma reunião cujo intuito é entender o que deu errado em determinado processo, como um ciclo PDCA (acrônimo para “planejar > fazer > checar > agir”). Isso é importantíssimo para que seja possível construir conhecimento a partir de cada experiência.
10 dicas para desenvolver a antifragilidade
A antifragilidade é um conceito relativamente novo, mas que já ocupa espaço no contexto corporativo. Entretanto, quem deseja adotá-la na vida pessoal ou trazê-la como parte da cultura da empresa, precisa ter atenção a alguns pontos específicos.
Algumas dicas para desenvolver a habilidade são:
1. Estude a metodologia
O primeiro passo para desenvolver a antifragilidade é entender, de fato, do que ela trata. Para isso, é fundamental estudar sobre o método com profundidade, analisando as estratégias e descobrindo como aplicá-las no dia a dia. Além disso, para transformar a cultura de uma empresa em antifrágil, também é necessário que os colaboradores conheçam o conceito e seus princípios. Isso faz com que eles entendam a atitude que a empresa espera deles quando os problemas aparecerem.
2. Permita a aleatoriedade
Dar espaço para que aleatoriedades e imprevistos aconteçam pode ser algo especialmente difícil para quem tem um perfil comportamental voltado para o controle. Afinal, essas pessoas tentam, a todo custo, estar no comando de praticamente tudo que acontece na vida delas. Porém, como vimos ao longo deste artigo, a antifragilidade requer uma certa dose de caos e imprevisibilidade. Querer controlar as situações pode acabar atrapalhando o desenvolvimento da antifragilidade, seja como parte da cultura da empresa ou como habilidade pessoal. Por isso, dar brecha ao acaso e aos erros é fundamental. Afinal, dentro da lógica antifrágil, esses fatores são pontos de partida que possibilitam o desenvolvimento.
3. Experimente
A experimentação é mais um pilar de uma atitude antifrágil. Por mais que assumir riscos possa parecer assustador para alguns perfis comportamentais, arriscar é fundamental para o desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional. Isso por conta de uma simples questão: se a pessoa não se permite arriscar e cometer erros, ela nunca vai conseguir sair da zona de conforto – onde sabe que os processos funcionam. Experimentar, correr riscos e se permitir errar são os primeiros passos para refletir, entender o que acontece para, só depois, dar início à solução do problema.
4. Evite grandes riscos
É válido ressaltar que, apesar do estímulo à experimentação, é preciso correr riscos com responsabilidade. Desenvolver uma postura antifrágil não significa, de maneira nenhuma, viver arriscando alto e acionar um modo “all in” para toda e qualquer situação. Ser antifrágil é, também, saber que alguns riscos trazem mais prejuízos do que benefícios e que, para entender o que vale a pena arriscar, é preciso fazer análises mais aprofundadas. No contexto corporativo, o próprio Taleb menciona, em seus estudos, a necessidade de diversificar as estratégias e investir mais em fontes que tragam retorno certo. Por isso, evitar cair no comodismo é importante, mas é fundamental sempre fazer isso de forma inteligente.
5. Mantenha a mente aberta
Manter a mente aberta faz parte de sair da zona de conforto. De nada adianta querer adotar uma postura antifrágil sem estar pronto para experimentar, mudar e reinventar, se for necessário. E se engana quem pensa que isso só acontece na carreira profissional – isso se aplica, inclusive, em situações cotidianas, como viver novas experiências, aceitar desafios e procurar fazer algo pela primeira vez sempre que possível. O caos dessas primeiras impressões sobre o novo é importante para o autoconhecimento e, evidentemente, serve como ponto de partida para o desenvolvimento.
6. Invista em outras soft skills
Soft skills são competências sociocomportamentais, as características emocionais, sociais e cognitivas de um indivíduo. Logo, esse tipo de competência envolve a capacidade de lidar com as próprias emoções, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal e de expressá-las da melhor forma possível.
Desenvolver outras dessas competências, como inteligência emocional, capacidade analítica eproatividade, é fundamental para quem deseja se tornar uma pessoa antifrágil. Isso porque o sucesso (ou não) dessa abordagem depende diretamente de saber lidar com frustração, fazer análise de cenários e mudar as estratégias, quando necessário.
7. Desenvolva o autoconhecimento
O autoconhecimento pode ser entendido como uma série de processos de desenvolvimento psíquico, amadurecimento emocional, afetivo, cognitivo e comportamental, que permite que um indivíduo conheça profundamente a si mesmo. Por meio dessa habilidade, as pessoas se tornam capazes de entender suas subjetividades, encarar os próprios sentimentos e, consequentemente, têm mais controle sobre suas emoções.
Desenvolvendo o autoconhecimento, aprendemos a identificar nossos limites, reconhecer nossas forças e pontos de atenção – o que também é extremamente importante para quem deseja adotar uma postura de antifragilidade.
O autoconhecimento permite, por exemplo, identificar as dificuldades de lidar com a antifragilidade antes mesmo de colocá-la em prática. Como vimos, indivíduos mais pragmáticos e controladores, por exemplo, podem ser mais resistentes à ideia de se permitir errar e experimentar. Da mesma forma, há quem não lide bem com a ideia de cometer erros – e que, portanto, também tenha receio de adotar uma postura onde isso faz parte do processo de aprendizagem. Todos esses fatores são importantes para entender mais sobre o próprio comportamento frente à antifragilidade.
Uma boa ferramenta para desenvolver o autoconhecimento é o curso Personal Change, um programa completo que propõe uma profunda reflexão a respeito de si mesmo, incluindo a predisposição (ou não) para aderir à antifragilidade e ações específicas para desenvolvê-la.
8. Treine lideranças
A liderança de uma empresa é um dos fatores que mais gera impacto nas equipes, seja positivo ou negativo. De acordo com essa pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Michael Page, 8 em cada 10 profissionais que pedem demissão o fazem por causa de seu chefe. Por isso, é essencial que as pessoas que assumem os cargos de liderança estejam preparadas para exercê-los da melhor maneira possível, sobretudo quando a ideia é mudar a postura da equipe e implementar uma nova cultura. Afinal, os líderes são peças fundamentais para garantir que a antifragilidade seja estimulada nos seus liderados. De nada adianta querer adotar esse modelo se os gestores não estiverem preparados para lidar com ele.
9. Invista na colaboração
A colaboração também é fundamental para quem quer construir uma cultura antifrágil. Afinal, para que seja possível experimentar e errar, é preciso que os colaboradores tenham sinergia – e, preferencialmente, um bom relacionamento entre si. É interessante, sempre que possível, dar oportunidades para que eles colaborem, mesmo que os projetos não estejam intimamente ligados às suas áreas de atuação. Um contador que gosta de produção de conteúdo visual, por exemplo, pode ajudar em um dia de gravação. Essa é uma forma de valorizar as habilidades de cada um e valorizar a união entre os profissionais, o que faz toda a diferença para criar estratégias de superação dos desafios.
10. Tenha atenção ao comportamento
Como vimos, nem todo perfil comportamental é compatível com as premissas da antifragilidade. Para quem tem traços de comportamento mais voltados para o controle, por exemplo, a ideia pode soar como um verdadeiro pesadelo. Quem tem tendência a ficar na zona de conforto também pode se incomodar com as mudanças propostas. Logo, um processo que, em tese, deveria contribuir para a motivação dos profissionais pode acabar tornando-os profundamente insatisfeitos e desgastados em seus cargos.
Por isso, antes de trazer a cultura de antifragilidade para uma empresa, é importante mapear as características comportamentais dos colaboradores para entender as chances de sucesso do processo. Mais uma vez, recomendamos o Etalent Pro, software de gestão comportamental da ETALENT, que apresenta detalhes do perfil comportamental de todos os colaboradores, facilitando, assim, a identificação dos profissionais mais naturalmente adaptados à antifragilidade e aqueles que irão empregar um esforço maior para adotá-la.
A antifragilidade é uma competência que diz respeito à capacidade de se desenvolver frente à adversidade. Por isso, tornou-se fundamental em um mundo cada vez mais célere, instável e mutável. Não à toa, as competências comportamentais são cada vez mais importantes para empresas que desejam se destacar no cenário competitivo.
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.