O mundo VUCA e BANI são conceitos conhecidos no mundo corporativo e que foram criados pensando em descrever o momento vivido pelos negócios. Enquanto o primeiro deles se refere a uma realidade volátil e de difícil adaptação de um cenário pós-Guerra Fria, o segundo diz respeito às ansiedades e não-linearidade com as quais nos deparamos nas circunstâncias mais recentes. Os termos foram criados para facilitar a compreensão a respeito das mudanças pelas quais a humanidade passou nas últimas décadas – e como elas afetam o mundo empresarial.

Do pós-guerra até momentos como a pandemia, muito mudou na forma com que as empresas enxergam seus profissionais. Em um panorama marcado por alta tecnologia, as rotinas de trabalho se intensificaram e os profissionais passaram até mesmo a desenvolver quadros delicados de saúde mental. Não à toa, conceitos como a cultura da agitação, great resignation e quiet quitting pautam diferentes discussões sobre o assunto. E todos esses termos expressam as consequências de um mundo VUCA/BANI.

Mas, afinal, do que se tratam os termos, como eles afetam as empresas e quais são os desafios de lidar com eles? É o que você vai descobrir no artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é mundo VUCA?

O mundo VUCA diz respeito a um contexto de mudanças rápidas, sendo um acrônimo do inglês Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade). Originalmente era usado pelas Forças Armadas estadunidenses durante o período pós-Guerra Fria, quando havia a necessidade de descrever as mudanças em curso no exército – incluindo novas dinâmicas e prevenção para o caso de o país, de fato, entrar em guerra com a Rússia. No entanto, dadas as evoluções constantes no ramo industrial, o conceito foi importado e replicado para o mundo corporativo.

Sob a nova acepção, o conceito foi citado pela primeira vez no livro “Líderes: as estratégias para assumir o comando” (1988), escrito pelos economistas Warren Bennis e Burt Nanus. A partir dali, “VUCA” passou a ser um termo usado para descrever os desafios de viver em um mundo altamente volátil tanto para empresas quanto para a sociedade. Atualmente, é muito comum o acrônimo ser usado para falar sobre temas como adaptabilidade, agilidade e resiliência frente aos desafios do contexto corporativo.

Para aprofundar a compreensão do conceito, é importante entender do que cada uma das letras trata.

V = Volatilidade

Relativo à velocidade com que as mudanças ocorrem, seja no mercado, indústria ou no âmbito social. Vale lembrar que, ao final da Guerra Fria, a internet já começava a chegar às casas das pessoas, o que acelerou muito esse processo de mudança e volatilidade.

U = Incerteza

Relativo à imprevisibilidade do futuro. É possível observar tendências e se preparar para elas, mas em uma perspectiva ampla, o mundo está sempre sujeito à incerteza do que vai acontecer. Um bom exemplo disso é a covid-19 e seus impactos em todo o mundo.

C = Complexidade

Relativo às diversas variáveis que precisam ser consideradas em cada situação, ampliando a perspectiva sobre os desafios que se apresentam. Neste contexto, o mundo dos negócios torna-se altamente complexo e caótico.

A = Ambiguidade

Relativo à quantidade de informações conflitantes que estão disponíveis para serem acessadas. Isso também inclui imprecisões, incompletudes, além das contradições em si, o que faz com que seja mais difícil tomar decisões assertivas.

E o que é o mundo BANI?

BANI também é um acrônimo vindo da língua inglesa, que se refere aos termos Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não-linear) e Incomprehensible (incompreensível). O termo funciona como uma espécie de evolução do mundo VUCA, mas, dessa vez, mencionando a fragilidade e a ansiedade frente às mudanças de um mundo cuja natureza é fluida e incompreensível.

Um ano antes da pandemia, o antropólogo e futurologista Jamais Cascio apresentou o acrônimo pela primeira vez em um evento do Institute For The Future (IFTF). No entanto, o termo se consolidou na pandemia – afinal, a covid-19 é um dos melhores exemplos possíveis para explicar o mundo BANI na prática. No artigo “Facing The Age of Chaos”, publicado pelo autor em abril de 2020, ele explica que “BANI é uma maneira de enquadrar melhor e responder ao estado atual do mundo. Algumas das mudanças que vemos acontecendo em nossa política, nosso meio ambiente, nossa sociedade e nossas tecnologias são familiares — estressantes à sua maneira, talvez, mas de um tipo que já vimos e lidamos antes. Mas muitas não são, e elas são surpreendentes e desorientam. Elas se manifestam de maneiras que não apenas aumentam o estresse que vivenciamos, como também o multiplicam.”

Para Cascio, esse é o ponto que sumariza o conceito, uma vez que a desorientação a qual ele se refere causa ansiedade. No mesmo artigo, o autor explica que a “fragilidade é uma força ilusória” e, no sistema BANI, o mundo pode estar o tempo inteiro sinalizando que é forte, mas, na verdade, estar à beira de um colapso, que pega todos de supetão quando acontece.

B = Fragilidade

Relativo à solidez de sistemas e pessoas – até que deixem de ser. Recentemente, por exemplo, houve um apagão cibernético no mundo inteiro por conta de uma falha de atualização no sistema de segurança do Windows. Naquele dia, aeroportos, bancos, computadores e redes sociais de alguns países pararam de funcionar. Isso sumariza, na prática, a fragilidade: tudo é sólido até que deixe de ser. E isso se aplica a empresas, mercados, indústrias e pessoas.

A = Ansiedade

Relativo à sensação de impotência e insuficiência para reagir conforme as mudanças aparecem. Isso também faz com que as pessoas tenham medo de tomar decisões – e até evitem tomá-las por conta da chance de cometerem erros.

N = Não-linearidade

Relativo à ideia de que as mudanças não seguem um ciclo com início, meio e fim. Por isso, não há um sentido único para elas. É perfeitamente possível, por exemplo, que uma tomada de decisão pequena desencadeie uma série de eventos derivados a ela (o chamado “efeito borboleta”). Um bom exemplo é o trabalho remoto, que foi amplamente impulsionado por conta da necessidade de isolamento social trazida pela pandemia.

I = Incompreensibilidade

Diz respeito ao cenário que, quando há mudanças expressivas no cenário, nem sempre as respostas procuradas fazem sentido. Afinal, como o novo cenário ainda não foi mapeado, é difícil entender como lidar com a circunstância desde o primeiro momento.

Qual é a diferença entre VUCA e BANI?

Na prática, os dois conceitos seguem lógicas parecidas e buscam explicar mudanças ocorridas no cenário global. Entretanto, a principal diferença entre VUCA e BANI é a época a qual eles se referem. Enquanto VUCA trata de um contexto pós-Guerra Fria, onde a tecnologia nem de longe era desenvolvida da forma que é hoje, BANI é contemporâneo e se debruça sobre questões do mercado atual – acentuadas, inclusive, pela alta tecnologia.

Na prática, BANI é a evolução de VUCA. Afinal, questões como a incerteza e a instabilidade continuam sendo abordadas pelo conceito, com a adição de pontos mais atuais, como a transformação digital, a adoção da flexibilidade no trabalho, rotinas remotas e discussões que permeiam a saúde mental dos profissionais.

Os principais desafios do mundo VUCA/BANI

Embora esses conceitos não sejam uma novidade no mercado de trabalho, os desafios trazidos por eles continuam impactando tanto empresas quanto profissionais do mundo inteiro. Afinal, essa reconfiguração está diretamente relacionada a problemas e crises em diferentes âmbitos, o que demanda não apenas a atenção, como também agilidade por parte das organizações para que seja possível se destacar mesmo nesse cenário.

As lideranças, por exemplo, são amplamente impactadas pelos efeitos de VUCA e BANI. A lógica é simples: os gestores precisam ser altamente treinados para lidar com as mudanças repentinas do mercado, além de, apesar da incerteza, tentarem estar sempre de olho nas tendências para o futuro.

Durante a pandemia, por exemplo, a falta de qualificação e preparo das lideranças fez com que muitas empresas fossem obrigadas a fechar as portas. O domínio tecnológico, por exemplo, é uma necessidade cada vez mais latente, além do desenvolvimento de soft skills como autonomia e proatividade para lidar com todas essas questões.

Aliás, sobre os liderados, é importante ressaltar que, em um mundo ansioso onde as pessoas tendem a perder a coragem frente aos desafios, cabe às lideranças se manterem inspiradoras. Em cenários controversos e marcados por situações frágeis, que podem deixar de funcionar de um dia para o outro, o líder precisa ter uma atenção especial à gestão, para que não comprometa o desenvolvimento de toda a equipe. Ademais, cabe sempre mencionar a necessidade de exercer essa competência de forma humanizada e que respeite o perfil comportamental dos profissionais.

Outro desafio necessário de pontuar é a qualificação da mão de obra. Em um mundo sujeito a mudanças constantes, as equipes precisam ser criativas, ter predisposição para a inovação, além de serem protagonistas na sua atuação profissional. Contudo, o cenário mais comum é que o desenvolvimento dos profissionais acompanhe a velocidade das transformações mercadológicas – o que impede que eles estejam um passo à frente no caso de uma mudança drástica, por exemplo.

O intraempreendedorismo é uma característica importante para lidar com esse cenário.  O termo diz respeito ao ato de empreender dentro de uma empresa enquanto funcionário dela. Isso envolve disposição para implementar melhorias, solucionar problemas e criar novas alternativas como se o negócio fosse do próprio colaborador. Entretanto, encontrar profissionais assim não é tarefa simples – e, quando achados, costumam ser bastante disputados entre as empresas. Por isso, estabelecer esse perfil como um “padrão” de comportamento para o Capital Humano, apesar de importante para lidar com VUCA e BANI, é especialmente desafiador.

A obsolescência, tanto de modelos de negócios quanto de profissionais, também é um grande desafio a ser encarado nessas condições. A cada dia mais, as tecnologias evoluem e o cenário as acompanha. Isso faz com que modelos de negócio, ainda que consolidados, possam perder o valor da noite para o dia. Um exemplo emblemático disso foi o que o streaming de filmes e séries fez com as locadoras, que fecharam as portas quando surgiu uma tecnologia que era muito mais cômoda para os usuários.

De acordo com Future of Jobs 2023, pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial, nos próximos anos, centenas de funções vão desaparecer enquanto outras vão surgir de forma concomitante. Provavelmente, alguns cargos serão substituídos pela tecnologia em um futuro próximo. Nesse cenário, apenas quem estiver disposto a se adaptar conseguirá prosperar – o que também pode ser um problema tanto para empresas com culturas organizacionais mais tradicionais quanto para profissionais menos abertos a esse tipo de questão.

Também é preciso apontar a adaptabilidade (ou a falta dela, mais precisamente) como um desafio à parte. Essa soft skill, que está relacionada à capacidade de um profissional de reagir positivamente aos diferentes estímulos e transformações relativos aos ambientes de trabalho e ao mundo dos negócios, também se faz necessária mediante este cenário. A adaptabilidade começa com uma mentalidade aberta ao aprendizado contínuo, o que é extremamente importante para que o profissional esteja disposto a se atualizar e aprender.

Para as empresas, a capacidade de se adaptar diante das demandas do mercado funciona como um diferencial competitivo. Adotando esse tipo de mentalidade, os negócios conseguem inovar e buscar por novas soluções, podendo criar até mesmo modelos de negócio inéditos quando essa abordagem funciona. É o que acontece com as organizações exponenciais, por exemplo, que são conhecidas no mundo inteiro por conta de seu princípio disruptivo. Essas empresas têm modelos de negócio que reinventam o que a concorrência oferece. Por isso, a capacidade de adaptação é um desafio, ainda que renda bons frutos.

Quais são as estratégias para adaptação do mundo VUCA?

A melhor forma de lidar com o mundo VUCA/BANI é fazendo uma preparação prévia para atender às necessidades que aparecem mediante as mudanças do mercado. E para isso, é necessário, sobretudo, usar a tecnologia. Embora se adequar a ela seja, sim, um desafio, é sempre válido levar em conta que essas circunstâncias também trazem oportunidades de mercado. Por isso, para se adaptar, é preciso investir em pontos como:

Agilidade

Ser ágil nas tomadas de decisão é uma das qualidades mais importantes que um profissional pode desenvolver nesse cenário. Isso abarca a capacidade de entender, analisar e reagir em períodos de tempo curtos. Entretanto, para que seja possível, é preciso desenvolver, para além da agilidade, o pensamento crítico. Essa habilidade permite reunir e analisar informações antes de chegar a uma conclusão, levando em conta pontos como bagagem intelectual, clareza, precisão e profundidade na hora de estabelecer uma linha de raciocínio. O indivíduo com pensamento crítico observa uma determinada situação e faz um julgamento interno baseado em referências, motivos e argumentos, o que permite que ele seja assertivo em menos tempo.

Gestão horizontal

A gestão horizontalizada adota como pilares a proatividade, autonomia e autogestão. Nesse modelo, os profissionais tomam decisões em conjunto, ao contrário do que acontece em empresas com estruturas mais conservadoras, onde esse poder fica centralizado nos chefes. Esse tipo de gestão permite que os profissionais tenham voz ativa e contribuam diretamente para o trabalho desenvolvido, o que é importante para manter a capacidade de inovação. Afinal, essa é uma forma de integrar visões distintas, incentivar trocar e manter o modelo de negócios da empresa atualizado.

Resiliência

Uma pessoa resiliente é alguém que não se intimida diante das dificuldades, consegue se adaptar frente a elas e não se deixa abater quando determinadas situações acontecem. Os profissionais com esse tipo de conduta têm enorme vantagem para lidar com um mundo VUCA, já que eles estão sempre procurando por novas abordagens para superar desafios e situações complexas.

Mentalidade de crescimento

Desenvolver um mindset de crescimento permite que os profissionais sejam mais receptivos às mudanças, uma vez que eles acreditam que o potencial em qualquer área de atuação deve ser desenvolvido com tempo, estudo, dedicação, erros e acertos. Isso faz com que essas pessoas prezem por novas experiências, busquem desenvolvimento de novas competências e tentem dominar aquelas que já possuem. E é justamente essa adaptabilidade que faz com que esse perfil performe melhor em um mundo VUCA.

Abertura ao aprendizado contínuo

O aprendizado contínuo, que também é conhecido como lifelong learning, expressa uma busca constante por conhecimento, aperfeiçoamento e desenvolvimento, seja na esfera pessoal, acadêmica ou profissional. Sob essa perspectiva, nunca é tarde para aprender algo novo. Isso é fundamental para lidar com mudanças e incertezas, uma vez que permite que os profissionais estejam mais preparados para mudanças e se adaptem melhor a elas.

Quais são as estratégias para enfrentar os desafios do mundo BANI?

Os desafios de lidar com o mundo BANI, por sua vez, também exigem cuidados e estratégias específicas. São alguns deles:

Criar um ambiente de trabalho seguro

Os ambientes de trabalho fazem toda diferença para o tipo de relação que os colaboradores estabelecem. Quando eles são saudáveis, a tendência é que os profissionais se sintam motivados e produtivos. Entretanto, quando são tóxicos, a tendência é o exato contrário, podendo, inclusive, fazer com que eles adoeçam. Não à toa, esse ponto é reiterado nesta pesquisa da revista Work & Stress, que indicou que os ambientes de trabalhos hostis estão diretamente relacionados ao aumento da depressão, uso de substâncias ilícitas e problemas generalizados de saúde.

Em um mundo BANI, marcado pela incerteza e a ansiedade, é extremamente importante que os profissionais se sintam seguros em suas dinâmicas. Isso envolve o respaldo das lideranças, a confiança nos colegas e o desenvolvimento de relações interpessoais para que o Capital Humano consiga permanecer unido e resiliente. Todos esses fatores perpassam pelas dinâmicas que são criadas nos ambientes de trabalho.

Adequação comportamental

O investimento em adequação comportamental também é importante para manter os colaboradores produtivos e satisfeitos em suas funções. Essa estratégia de gestão de pessoas consiste em contratar profissionais com perfis comportamentais específicos para exercer funções que combinem com eles. A ideia é que os profissionais tenham menos desgaste e se sintam mais motivados ao realizar suas tarefas, uma vez que elas utilizam suas competências naturais.

Conhecer o comportamento dos colaboradores também permite que as empresas mapeiem os colaboradores para entender quais são os mais flexíveis e os mais resistentes às mudanças. Com o Etalent Pro, nosso software de gestão comportamental, este processo se torna simples e intuitivo. Em conjunto com o Personal Change, programa focado no autoconhecimento e no autodesenvolvimento, é possível incentivar o aprimoramento de skills importantes para lidar com esse cenário desafiador, como a adaptabilidade.

Domínio de tecnologias

As tecnologias estão no centro do mundo BANI, afinal, as grandes mudanças no cenário corporativo moderno acontecem, sobretudo, por conta da evolução delas. Assim, fica claro o motivo pelo qual as empresas precisam dominar as tecnologias mais modernas — são elas que ditam tendências para o futuro. Quando há recusa em aprender utilizar essas ferramentas, a empresa corre o risco de cair na obsolescência. O mesmo pode ser dito de colaboradores que não têm interesse na atualização tecnológica.

Segurança cibernética

Como mencionamos, a tecnologia é um pilar para a lógica BANI. Por isso, além de dominar os processos, as empresas devem investir em formas de manter a segurança cibernética de colaboradores, clientes e outros tipos de stakeholders. Até porque, caso essa atenção seja deixada de lado, a organização fica suscetível a fraudes, golpes, roubos, dentre outros riscos. Por isso, é importante investir no treinamento de funcionários, atualizar sistemas e monitorar ameaças.

Comunicação assertiva

Comunicação assertiva é a habilidade de se comunicar com clareza e eficiência, abordando todas as informações necessárias para a compreensão do interlocutor. Quem consegue fazer isso transparece confiança e segurança para os colegas, além de ter objetividade para lidar com cada questão. Uma comunicação assertiva exige empatia, inteligência emocional, além do conhecimento específico sobre a área de atuação. Logo, essa é uma habilidade importante tanto para lidar com as incertezas quanto com a ansiedade dos profissionais.

Flexibilidade

A flexibilidade no trabalho é uma característica da gestão de pessoas baseado em oferecer liberdade e autonomia para que os profissionais definam suas próprias rotinas e condições de trabalho. Empresas flexíveis permitem que os colaboradores tenham autonomia para definir sua rotina produtiva, bem como os horários e as demandas que precisam cumprir. Já os profissionais flexíveis são aqueles que conseguem se adaptar bem diante de demandas variadas – mesmo que elas não façam parte, necessariamente, da área de atuação. Tanto uma definição quanto a outra são importantes no mundo VUCA/BANI.

O futuro do trabalho no mundo VUCA e BANI

Antes de avaliar como será o futuro do trabalho em um mundo VUCA/BANI, é preciso refletir sobre algumas tendências que vêm sendo mapeadas por pesquisas e apontadas por especialistas. De acordo com Future of Jobs 2023, haverá, nos próximos anos, uma série de mudanças radicais no cenário, envolvendo pontos como a alta tecnologia, análise de dados e foco em soft skills.

É importante destacar alguns pontos mencionados pela pesquisa que se relacionam diretamente com VUCA e BANI: o investimento em qualidade de vida e a necessidade de encontrar soluções criativas para se destacar no cenário. E tanto um ponto quanto o outro demonstram que, no futuro, as competências comportamentais vão ser a principal forma de lidar com as mudanças abruptas e a alta tecnologia.

Por definição, a qualidade de vida trata de um conjunto de práticas voltadas para o bem-estar geral do Capital Humano, incluindo sua saúde física, mental, financeira, motivação e satisfação para com o trabalho exercido. Mas é importante ressaltar que essa prática beneficia tanto as empresas quanto os profissionais que, quando estão saudáveis em seus cargos, conseguem produzir mais e melhor. Investindo em QVT e criando ambientes de trabalho saudáveis, as empresas conseguem oferecer segurança para os profissionais trabalharem, além de apoio para lidar com ansiedades relativas às mudanças.

Além disso, como eles se sentem bem quando são valorizados, as equipes ficam naturalmente mais dispostas e criativas, o que reverbera diretamente no tipo de trabalho que elas exercem. Nesse ponto, cabe falar de uma das habilidades mais importantes para o futuro, segundo a Future of Jobs 2023: a capacidade criativa.

A criatividade é a segunda entre as soft skills mais buscadas por empresas, de acordo com o relatório produzido pelo WEF. Profissionais que trabalham o pensamento criativo conseguem pensar “fora da caixa” e aumentam exponencialmente o potencial da empresa, tanto em termos de produtividade quanto de inovação. Vale sempre lembrar que várias das estratégias mais bem-sucedidas de mercado, como as adotadas por organizações exponenciais, nascem a partir do pensamento disruptivo, que foge aos modelos tradicionais. Por isso, essa é uma capacidade tão valorizada no VUCA/BANI: quando os profissionais conseguem se adaptar às demandas e responder a elas com criatividade, a tendência é que a empresa consiga crescer mesmo que o cenário não seja favorável.

O mundo VUCA/BANI é uma preocupação para diversas empresas, visto que as demandas do mercado moderno exigem agilidade, flexibilidade e adaptabilidade. Alguns negócios, sobretudo os que têm uma perspectiva mais tradicional, podem ter dificuldades de responder a essas mudanças constantes. O mesmo pode ser dito de profissionais que ignoram a necessidade de se qualificar para manterem sua empregabilidade. Em um mundo em que a tecnologia evolui rapidamente, é preciso estar preparado para lidar com imprevistos e recalcular rotas sempre que necessário. Essa pode ser, inclusive, a diferença entre um negócio prosperar ou fechar as portas.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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