A geração Z chegou ao mercado de trabalho trazendo discussões e demandas que refletem os dias atuais. Por terem nascido em um mundo com tecnologia largamente desenvolvida, esses profissionais caracterizam-se pela afinidade com o mundo digital, o que acarreta muita flexibilidade e adaptabilidade. Além disso, como são fruto de um contexto em que a saúde mental é amplamente discutida, essa costuma ser uma prioridade para a gen Z.

Não à toa, de acordo com pesquisa feita pela Talent LMS com 1,2 mil jovens entre 19 e 25 anos, 42% desses profissionais afirmam que pediriam demissão caso sentissem sintomas de doenças como o burnout. Já de acordo com a pesquisa abordada nessa matéria da CNN, lidar com a geração Z tem sido um problema para 68,1% das empresas. Isso porque pontos como conflitos geracionais, além da diferença entre valores e perspectivas, fazem com que as demais gerações considerem a Z como um grupo “descompromissado e impaciente com a própria carreira”.

Vale destacar que alguns estudos apontam a gen Z como a mais propícia ao fenômeno do job hopping, que se refere aos profissionais que saltam de um emprego para outro. De acordo com dados publicados pela CareerBuilder, a média de permanência desses profissionais em uma empresa é de dois anos e três meses. Entre os baby boomers, aqueles nascidos entre 1945 e 1965, a média é de oito anos, o que explicita a diferença de mentalidade entre essas gerações.

Mas, afinal, como lidar com as diferenças no ambiente de trabalho e como usar o comportamento dos colaboradores da geração Z em prol de um ambiente saudável? É o que você vai descobrir no artigo de hoje! Boa leitura!

 

O que é a geração Z?

A geração Z compreende as pessoas nascidas entre meados dos anos 1990 e 2010. Essa é a primeira geração a nascer com um ambiente de tecnologia já desenvolvido e que, por isso, não acompanhou todo o processo de digitalização que o mundo passou nesse período. Dada essa especificidade, essas pessoas têm contato com a Internet desde a infância, o que explica o domínio sobre aplicativos, celulares e softwares de forma geral. Essas características fazem com que esses jovens profissionais cheguem às empresas com uma perspectiva de mundo específica, bem diferente das demais gerações. Afinal, estes são os nativos digitais.

De acordo com essa matéria da revista IstoÉ, os “zoomers”, como também são conhecidos, já representam 26% da população brasileira, o que equivale a 34 milhões de habitantes. Em termos de características profissionais, são profissionais que se destacam pela agilidade e adaptabilidade advinda da vivência digital. Detentores de uma “fluência tecnológica”, preferem se comunicar digitalmente. Ademais, eles captam informações com mais rapidez, pensam com rapidez, são bons com multitarefas, além de serem ágeis e espontâneos ao se comunicarem.

As pessoas da geração Z também são conhecidas pela priorização da qualidade de vida no trabalho. Para muitas delas, trabalhar em ambientes tóxicos ou para empresas com as quais não tenham valores parecidos beira o insuportável – o que explica, também, o fato de serem mais adeptos às mudanças constantes de trabalho.

Ao contrário de gerações mais antigas, que entravam nas organizações pensando em trilhar uma carreira longeva, a gen z, de uma maneira geral, não apresenta essa ambição. Como valorizam aspectos emocionais, a tendência é que, caso se sintam mal com o trabalho, eles entendam que precisam (e podem) deixá-lo.

Além disso, esses profissionais prezam por flexibilidade, sendo especialmente adeptos ao modelo de trabalho híbrido, home office e rotinas flexíveis em vez de trabalho presencial mais tradicional. Por isso, eles são conhecidos não apenas por buscarem vagas de emprego com certa frequência, mas também por procurarem lugares onde se sintam bem e com os quais partilhem valores.

 

Principais características da geração Z

Como primeira geração a ter sido criada em um ambiente digital já estabelecido, os zoomers apresentam uma série de características que refletem o mindset digital, sobretudo no que diz respeito à comunicação em meio a redes sociais e agilidade. É importante ressaltar que as características de cada pessoa também variam de acordo com o perfil comportamental, vivências e experiências individuais; portanto, não há uma “receita de bolo” quanto aos traços desses indivíduos. No entanto, de acordo com essa pesquisa realizada pelas consultorias McKinsey e Box1824, alguns pontos comuns a esse grupo são:

Nativos digitais

Como lidam com tecnologia desde o berço, esses indivíduos cresceram em um mundo conectado – o que faz com que eles tenham mais facilidade para lidar com softwares, sistemas, aplicativos e ou qualquer outro recurso ligado a este universo. Também estão acostumados à exposição nas redes sociais e, por isso, é comum ver esses indivíduos sem medo de revelar suas fragilidades, vulnerabilidades e peculiaridades nessas plataformas, o que também reflete o fato de esta ser uma geração que tem uma relação diferente com os próprios sentimentos.

A afinidade com tecnologia também faz com os gen Z valorizem a flexibilidade e que entendem que podem fazer praticamente qualquer coisa em um digitalmente – trabalhar, principalmente.

Não à toa, rotinas flexíveis e com dinâmicas alternativas são tão populares entre o grupo.  O contato intenso com a tecnologia também faz com que sejam desapegados de acumular patrimônio, uma vez que sabem que praticamente tudo pode ser alugado com apenas um clique.

Apreço à individualidade

A individualidade é um tópico importantíssimo para a gen Z. Isso significa que é comum ver esses jovens negando rótulos e tentando romper os estereótipos sociais. Têm um apreço tão grande pela Diversidade e Inclusão (D&I), uma vez que isso envolve até mesmo questões pessoais, como orientação sexual, identidade de gênero e experiências de vida. Além disso, os gen Z gostam de manifestar a identidade, sobretudo quando vêm de minorias e grupos sociais estigmatizados. Eles valorizam as diferenças e a inclusão entre pessoas.

Facilidade com multitarefa

O multitasking também é um forte desse grupo, uma vez que eles têm facilidade para reter e processar informações com agilidade. A vivência com a Internet faz com que consigam transitar entre sites, aplicativos e softwares gerindo bem todas as informações. Como também costumam ser orientados a resultados, são efetivos em buscar soluções rápidas.

Buscam um propósito

Diferentemente das gerações anteriores, como os boomers e a Y, salário e status não são aspectos que motivam os gen Z. Isso não significa que esses colaboradores não almejam o desenvolvimento, tampouco que vão aceitar remuneração abaixo da média do mercado. Mas, sim, que, mais do que retorno financeiro, eles buscam um propósito, um significado para suas carreiras. Esses profissionais precisam estar em lugares onde se sintam inspirados e percebam que podem fazer a diferença. Para esses colaboradores, felicidade, satisfação pessoal e trabalho andam de mãos dadas. Há, inclusive, pesquisas que apontam que muitos deles estariam dispostos a ganhar menos em empregos onde se sintam realizados.

Valorizam responsabilidade social

Como buscam propósito para o que fazem, para a geração Z é extremamente importante que atuem em empresas que valorizam a responsabilidade social e estejam preocupadas em beneficiar toda a sociedade.

Adotam uma comunicação ampla

Pelo costume de lidar com redes sociais, é comum que os gen Z sejam amplamente comunicativos – e até mesmo adotem, no dia a dia, algumas estratégias de comunicação específicas dos meios digitais. Memes e emojis são bons exemplos. Entretanto, como transitam entre diferentes comunidades nas redes, eles buscam sempre encontrar um ponto de conexão, até mesmo com pessoas que pensem de forma divergente. São abertos ao diálogo e evitam polarizações.

Valorizam a saúde mental

A saúde mental é uma das grandes prioridades dessa geração. Como vimos, para esses colaboradores, não há salário que pague condições de trabalho insalubres, lideranças tóxicas ou quaisquer outras questões que podem levá-los à degradação mental. Isso é um reflexo, também, da valorização desse tipo de pauta nas últimas décadas – algo que, em gerações anteriores, não era discutido como é hoje.

Pragmatismo

O pragmatismo também é uma das características apontadas pela referida pesquisa. Isso quer dizer que essa geração gosta de conduzir a carreira de forma realista, objetiva, sem rodeios e com “o pé no chão”. Como conhecem as próprias prioridades e propósitos, sabem bem o que estão dispostos ou não a fazer.  Por isso, buscam satisfazer as necessidades financeiras e pessoais sem renunciar a aspectos mais subjetivos e emocionais.

 

Como a gen Z se comporta no mercado de trabalho?

Embora a geração Z traga uma série de características que são muito úteis no mercado de trabalho, como a capacidade de multitarefa, criatividade, agilidade e pensamento crítico, algumas pesquisas, como a supracitada da CNN, indicam que os conflitos organizacionais são maiores com essa geração. Elas atestam, inclusive, que isso se explica por conta do comportamento: acostumados com tecnologia e imediatismo, esses jovens podem ser impacientes com a própria carreira, além de precisarem de feedbacks constantes. Além disso, o foco na experiência em vez de salários e status também costuma causar alguns conflitos com gerações mais antigas, sobretudo as que priorizam essas questões.

Na reportagem da CNN, Lina Nakata, uma das responsáveis pela pesquisa “Great Place to Work”, explica que, como os zoomers tendem a procurar lugares com os quais se identificam, eles têm dificuldade quando entram em empresas e precisam encarar situações com as quais não concordam. Na matéria, a pesquisadora explicou que a geração evita trabalhar em empresas que não estão preocupadas com responsabilidade social, sustentabilidade e D&I – afinal, não querem criar vínculos com organizações que entender ser antiéticas. Por isso, quando veem essas questões acontecendo na prática, se sentem insatisfeitos, podendo aderir até mesmo a movimentos como o quiet quitting. E, diferentemente de outras gerações, cuja tendência é engolir a insatisfação e a exaustão, quanto mais cansados e estressados os gen Z se sentem, ficam mais propensos a deixar o emprego.

Outro ponto levantado por Nakata na matéria é a baixa tolerância com rotinas de trabalho pouco flexíveis, dado o fato de que esses profissionais entram no mercado de trabalho sabendo que podem trabalhar de qualquer lugar e a qualquer horário. A pesquisadora ressalta que a geração Z valoriza pontos como “ter o seu próprio ritmo, fazer as coisas do próprio jeito e na hora em que quiserem“.

Por conta dessas questões, esses jovens podem ter menos habilidade para lidar com processos longos ou muito “tradicionais”, que os leva à frustração com mais facilidade e afeta diretamente a motivação e o desempenho. Por isso, lidar com os gen Z pode ser especialmente desafiador para gestores, que precisam encontrar formas de lapidar as habilidades desses profissionais.

 

O que motiva a geração Z no trabalho?

Manter a geração Z motivada requer estratégias e cuidados específicos relacionados às prioridades desses profissionais e à sua visão de mundo. Por isso, é preciso ter em mente pontos como valorização pessoal, ambiente de trabalho saudável e alinhamento entre cargo e perfil comportamental para garantir que eles exerçam funções para as quais estão adequados.

O primeiro ponto é fazer com que esses profissionais se sintam valorizados. Isso engloba dar autonomia para que eles exerçam suas funções e gerenciem atividades e entregas, tendo espaço para serem criativos e colocarem as ideias em prática.

Além disso, é fundamental ter escuta ativa para saber ouvir as demandas e necessidades, uma vez que eles valorizam o reconhecimento. Feedbacks também são uma boa ferramenta para utilizar, já que, com esses retornos, os gen Z entendem que a empresa valoriza o seu desenvolvimento e está caminhando com ele nessa jornada. Aliás, ter metas e objetivos bem definidos também é importante para não os deixar perdidos quando as expectativas da empresa sobre eles.

Outro fator de suma importância para os zoomers é que a empresa tenha um plano de carreira bem estruturado, que detalhe tanto os cargos que podem seguir quanto habilidades e competências que precisa desenvolver para chegar lá. O ideal, inclusive, é que ele seja personalizado de acordo com as necessidades, peculiaridades e âncoras de carreira de cada colaborador. Aliás, ser uma empresa que investe na capacitação profissional é muito importante para reter esses colaboradores, visto que esta é uma forma de valorizar os talentos do Capital Humano. Também vale ressaltar a necessidade de oferecer salários e benefícios competitivos, haja vista o valor que essa geração dá à qualidade de vida. Logo, incentivos como viagens, prêmios ou mesmo dias de folga são formas interessantes de mantê-los motivados.

Aumentar a flexibilidade no ambiente de trabalho, desburocratizando serviços e fazendo com que eles sejam menos “quadrados”, também é uma excelente alternativa. Como vimos ao longo deste artigo, os gen Z são nativos digitais e, por isso, têm dificuldades de se adaptar em ambientes de trabalho muito tradicionais e engessados. Por isso, é importante que as empresas sejam inclusivas, abertas à inovação, tenham estruturas de poder horizontalizadas, além de serem flexíveis em relação a horários e rotina presencial.

Por fim, é importante promover a adequação comportamental, ou seja, contratar pessoas com características naturais compatíveis com aquelas esperadas para exercer determinada função. Isso por conta de uma lógica simples: pessoas exercendo cargos para os quais estão adequadas, em termos de comportamento, conseguem fazer isso melhor, por mais tempo e se desgastam menos. Dessa forma, a empresa se torna mais produtiva, mostra que valoriza uma jornada de trabalho mais prazerosa para seus colaboradores e os talentos se sentem mais motivados em suas funções.

Entretanto, para que isso seja possível, é preciso investir em um bom software de gestão comportamental, como o Etalent Pro, que disponibiliza uma série de análises dedicadas a entender como os profissionais podem (ou não) utilizar o comportamento em seus cargos.

 

Desafios da geração Z no trabalho

Por mais que a gen Z traga uma série de características que podem ser aproveitadas pelas empresas, conduzi-la também traz alguns desafios para os gestores, sobretudo quando as organizações são mais tradicionais. Dentre eles, destacamos:

Hierarquia

Conforme relatado na pesquisa da McKinsey, a gen Z pode ter dificuldades de lidar com a hierarquia dentro da empresa, uma vez que o comportamento desses profissionais é mais voltado para a colaboração. Preferem estar em ambientes onde suas ideias sejam valorizadas e possam se autogerir. Por isso, lidar com a gen Z em empresas de cultura organizacional fechadas, lideranças conservadoras e gestores que microgerenciam pode ser bem desafiador.

Imediatismo

Por terem nascido em um mundo digitalizado onde praticamente qualquer informação pode ser acessada em segundos, a paciência não é a maior virtude da geração Z. Há, hoje, discussões a respeito de reduzir a duração de filmes e músicas para que esses produtos sejam consumidos por pessoas que têm cada vez mais dificuldade de esperar. E na carreira, isso não é diferente – os gen Z esperam reconhecimento instantâneo e podem acabar se frustrando com muita facilidade quando isso não ocorre. Além disso, eles podem desistir mais rápido frente a desafios mais complexos. Por isso, é fundamental que os gestores trabalhem a resiliência e a antifragilidade.

Feedbacks constantes

Outro fator ligado à necessidade de reconhecimento constante da gen Z é o apreço (em demasia, na verdade) por feedbacks. Como esses talentos precisam se sentir reconhecidos – e têm pressa para isso -, é comum ver alguns deles ansiando por retornos de líderes e gestores – mesmo que não haja, naquele momento, nenhuma novidade a ser comentada. Dependendo da situação, isso pode fazer até mesmo que os líderes se sintam pressionados, o que não é bom.

Engajamento

A geração Z é bem menos tolerante do que as anteriores. Por isso, mantê-los engajados também pode ser um problema, sobretudo quando entendem que a empresa não segue os valores que eles defendem. Quando isso acontece, a tendência é que a motivação desapareça, o que pode fazer até mesmo que eles adotem algumas práticas antiwork. Além disso, como são mais desapegados, logo eles começam a procurar outras oportunidades no mercado.

 

Como atrair profissionais da geração Z?

A geração Z tem demandas específicas em relação ao mercado de trabalho – e isso deve ser aproveitado em empresas que desejam contar com esses colaboradores nos quadros de funcionários.

Algumas estratégias interessantes para atrair e reter esses profissionais são:

Utilize bem as redes sociais

Como nativos digitais, o melhor lugar para encontrar talentos da geração Z é na Internet. Por isso, na hora de divulgar uma vaga, é fundamental que a empresa faça bom uso desse recurso, distribuindo-a no site oficial, redes sociais, plataformas voltadas para emprego, dentre outras possibilidades. O importante é fazer com que a vaga seja amplamente divulgada, sobretudo no meio digital.

Outro ponto que vale ressaltar é que algumas pesquisas recentes apontam que grande parte dos profissionais que se candidatam para vagas buscam informações sobre a organização nas redes sociais – o que fica ainda mais latente quando falamos dos gen Z. Por isso, além de usá-las com sabedoria para divulgar vagas, também é importante saber como espelhar a cultura da empresa nos perfis.

Tenha um ambiente tecnológico

Garantir que o ambiente de trabalho esteja atualizado em relação às tecnologias do mercado também é uma forma efetiva de atrair esses profissionais. Como são pessoas acostumadas com inovações e estão inseridas em um contexto de agilidade, é importante que a empresa acompanhe o ritmo, fornecendo recursos para que possam trabalhar seguindo essa tendência. Também é recomendado que, depois de contratados, esses colaboradores sejam incentivados a sugerir novas tecnologias e melhorias.

Desenvolva bem a reputação

A reputação de uma empresa é diretamente afetada pelo tipo de jornada oferecida ao Capital Humano – o que, como sabemos, é muito importante para a geração Z. Para um talento dessa geração, é importante que a empresa se apresente no mercado como uma marca que valoriza a diversidade, responsabilidade social e que está preocupada em oferecer a melhor qualidade de vida possível para seus funcionários. E, evidentemente, é necessário que isso não seja apenas um discurso.

Quando a empresa consegue colocar esses pontos em prática, a organização desenvolve uma reputação positiva. Afinal, o profissional se sente respeitado, valorizado, conta para colegas e familiares sobre sua experiência, tornando praticamente um embaixador da marca. Entretanto, percepções negativas também podem ser espalhadas e, quando são numerosas em redes sociais de grande alcance, certamente vão afastar outros possíveis candidatos.

Crie um programa de saúde mental

Programas de saúde mental focam em melhorar a qualidade de vida dos profissionais. Isso envolve a adoção de modelos de gestão humanizados, práticas voltadas para a segurança psicológica dos colaboradores, canais abertos de comunicação, dentre outras alternativas voltadas para a conscientização da importância de manter a saúde mental em dia. Para os gen Z, significa também que a empresa deve adotar uma postura de intolerância em casos de situações críticas, como preconceito de qualquer natureza, racismo, capacitismo, abusos e bullying corporativo.

Tenha planos de desenvolvimento personalizados

A utilização de programas de treinamento e desenvolvimento personalizados, ou seja, feitos a partir do perfil comportamental, dos talentos e das carências de cada profissional, também dialoga diretamente com as demandas e necessidades da geração Z. Além de considerar as características de perfil, os treinamentos personalizados também levam em conta as projeções de carreira de cada profissional, desenvolvendo suas competências de acordo com as aspirações individuais.

Incentive a gestão horizontal

A gestão horizontalizada adota como pilares a proatividade, autonomia e autogestão – fatores muito prezados pela geração Z. Nesse modelo, todos os membros tomam decisões em conjunto, ao contrário do que acontece em empresas com estruturas mais conservadoras, onde esse poder fica centralizado nos chefes. Na gestão horizontal, os profissionais têm voz ativa, contribuem diretamente para o trabalho desenvolvido e se sentem motivados por isso – cenário ideal para os gen Z.

Flexibilize

Como vimos, a flexibilidade no trabalho é uma prioridade inegociável para muitos profissionais da geração Z, que entendem que, hoje em dia, há suporte tecnológico o suficiente para trabalhar perfeitamente longe do escritório.

 

Como desenvolver a geração Z na empresa?

A melhor forma de promover a capacitação dos profissionais da geração Z é adotando uma abordagem proativa e com foco em pessoas. Isso significa investir em pontos como treinamento e desenvolvimento a partir do perfil comportamental, fazer feedbacks construtivos, permitir que sejam criativos e inovadores, além de criar ambientes de trabalho com pessoas colaborativas com as quais os gen Z consigam colaborar e trocar.

O processo de treinamento e desenvolvimento (T&D) é algo relevante para fazer com que esses profissionais se sintam valorizados, além de aumentar seus níveis de prontidão. Essa é uma forma de fazer com que eles entendam que a empresa quer desenvolvê-los para aproveitá-los em um momento futuro, onde terão mais oportunidades. Fazendo isso com um bom plano de desenvolvimento individual (PDI) ao lado para desenvolver habilidades e competências específicas, o processo fica ainda mais assertivo. Quanto a esse tópico, inclusive, é altamente recomendada a utilização de um bom curso voltado para o autodesenvolvimento, como o Personal Change. Os feedbacks também fazem parte do desenvolvimento, uma vez que ajudam o profissional a entender o que está fazendo certo e onde precisa melhorar.

Também faz parte do desenvolvimento desses profissionais ter oportunidades para assumirem lideranças em projetos desafiadores, terem mais responsabilidades, dentre outras ações que os ajudem a se destacar na empresa.

 

Como liderar a geração Z?

As lideranças das empresas são as principais responsáveis pelo sucesso ou fracasso corporativo, visto que a atuação desses profissionais permeia toda a saúde do negócio. Enquanto maus líderes são um elemento crítico para a qualidade de vida, saúde mental e emocional dos colaboradores, bons líderes conseguem inspirar, motivar e fazer com que os profissionais sejam até mais produtivos. E quando o assunto é liderar a gen Z, é fundamental que esses profissionais estejam capacitados para fazer isso levando em conta algumas das grandes prioridades para essa geração: empatia, flexibilidade e apoio.

Para ter empatia, é preciso adotar uma abordagem participativa, permitindo que os gen Z usem da criatividade, expressem ideias e opiniões, além de serem envolvidos em cada situação. Como vimos, também é importante dar feedbacks com alguma regularidade, dada a particularidade desses perfis. Críticas construtivas e trocas de experiências também são bem-vindas, sempre tendo cuidado com a abordagem. Afinal, reforçar desnecessariamente a hierarquia vai fazer com que esses colaboradores se afastem.

A comunicação também precisa ser efetiva, sempre direta e utilizando canais digitais como aplicativos mensageiros, chats corporativos ou videochamadas. É válido ressaltar a necessidade de um cuidado maior, caso a empresa adote modelos de trabalho híbrido ou home office, para evitar que haja problemas. Isso é especialmente importante quando consideramos que a flexibilidade de horários, rotinas e presença são umas das prioridades da geração Z – e que devem ser levadas em conta em uma boa liderança.

Acompanhar de perto o desenvolvimento desses profissionais também é algo recomendado para lidar bem com essa geração. Isso envolve desde o investimento na capacitação até mentorias, coaching ou outras formas de demonstrar apoio durante a jornada. Afinal, o interesse dos líderes no crescimento individual é bem-visto pelos zoomers, que entendem que os gestores querem ajudá-los a alcançar todo potencial.

Por fim, é importante considerar o comportamento na hora de definir uma estratégia para liderar. Adotando a liderança comportamental, um modelo de gestão que leva em conta o perfil comportamental dos profissionais, fica mais fácil entender como gerenciar um colaborador de forma saudável, tornando-o mais produtivo em seu trabalho. Essa abordagem leva em conta que, apesar de serem da mesma geração, os profissionais da gen Z têm comportamentos diferentes, bem como aspirações, pontos fortes e de atenção distintos entre si.

 

Como preparar a sua empresa para a geração Z?

Preparar uma empresa para ter profissionais da geração Z no Capital Humano requer entender as demandas, necessidades e preferências dessas pessoas. Por isso, alguns pontos a serem considerados são:

Ofereça salários e benefícios competitivos

Embora a gen Z esteja disposta a abrir mão de recebimentos acima do mercado em prol de saúde mental e qualidade de vida, isso não quer dizer que as empresas devem oferecer salários abaixo da média. Aliás, vale sempre lembrar que uma boa remuneração impede, por exemplo, que esses profissionais tenham empregos paralelos, o que pode deixá-los ainda mais desgastados e menos produtivos. Afinal, salários e benefícios competitivos também impactam na qualidade de vida das pessoas e, como vimos ao longo deste artigo, esses profissionais vão se sentir desestimulados se acreditarem que o esforço para trabalhar na empresa não compensa.

Preze pelo bem-estar

A cultura da agitação, ou hustle culture, é defendida e estimulada em diversas empresas. Essa é uma filosofia de alta produtividade a qualquer custo, que designa uma mentalidade em que é preciso trabalhar ininterruptamente pela maior quantidade de tempo que conseguir. Entretanto, preparar a empresa para a geração Z requer que essa perspectiva seja rompida definitivamente. Afinal, ser um workaholic (ou ser induzido a se tornar um) não é bem-visto por esse grupo, que defende que as jornadas de trabalho sejam mais equilibradas.

Tenha transparência nos processos

A geração Z valoriza a assertividade e a transparência. Por isso, as empresas precisam investir em feedbacks construtivos, canais onde as mensagens possam ser passadas sem erros, além de investir no desenvolvimento de relações interpessoais. Só assim, é possível criar uma cultura de transparência.

Construa um ambiente de trabalho tecnológico

Como nativos digitais, é importante que a gen Z atue com processos tecnológicos atualizados. Para isso, as empresas precisam estar equipadas da melhor forma possível, utilizando softwares, hardwares, aplicativos e outras soluções tech que permitam trabalhar de acordo com as tendências do mercado. Basear os processos em tecnologias de dados, como o Big Data e o People Analytics, também é recomendado.

Esteja aberto às mudanças

Por ser ágil e adaptável, a geração Z está acostumada a lidar com mudanças. Neste sentido, o mapeamento de novas tendências no mercado, implementação de novos processos tecnológicos, além da abertura para novas ideias e experimentações são favoráveis. Por isso, uma cultura flexível e adaptável é a mais indicada para atrair essas pessoas para a empresa.

Construa uma cultura organizacional inclusiva

Definir a diversidade e a inclusão como pilar da cultura organizacional também é importante para atrair colaboradores da geração Z. Afinal, como vimos, esses profissionais valorizam experiências individuais, visto que, nos ambientes digitais, eles têm mais contato com pessoas diferentes. Além disso, essa é uma forma de a empresa reforçar o repúdio a quaisquer tipos de preconceito, o que é importante para que os colaboradores da gen Z consigam se identificar com os valores defendidos pela organização.

A geração Z chega ao mercado de trabalho com uma característica específica: é a primeira a ser considerada nativa digital, o que faz com que esses indivíduos sejam adaptáveis, ágeis e abertos a mudanças. Além disso, eles representam um momento em que as demandas relacionadas à saúde mental se tornaram uma prioridade, diferentemente do que acontecia em gerações anteriores. Mesmo com a mudança de perspectiva, no entanto, é possível manter esses profissionais motivados adotando modelos de gestão humanizados e estabelecendo o foco em pessoas. Afinal, toda e qualquer empresa é formada por pessoas e, independentemente da idade, é deixando-as felizes que os melhores resultados aparecem.

Quer liderar melhor os profissionais da geração Z na sua empresa?
Fale com um Consultor ETALENT!

Form CTA

Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

Todos os posts do autor