Saber como fazer uma boa entrevista de emprego é muito importante para conseguir uma vaga nas empresas mais competitivas do mercado. Por isso, essa é uma parte do processo de Recrutamento e Seleção que comumente deixa candidatos bastante ansiosos. Afinal, a conversa com o RH reúne expectativas, incertezas, avaliação e, dependendo do perfil comportamental do candidato, pode ser encarada a partir de um prisma positivo ou angustiante. Contudo, o que muitas pessoas descartam é o fato que uma boa entrevista começa, sobretudo, no domínio das habilidades comportamentais, ou soft skills.

Muitas pessoas ainda acreditam que as contratações são feitas única e exclusivamente por conta das competências técnicas dos candidatos. Por muito tempo, essa foi uma máxima do mercado, já que as empresas, de fato, se pautavam nessa questão para selecionar os integrantes do Capital Humano.

Hoje em dia, no entanto, com o implemento de mentalidades como o RH 5.0, sabe-se que apenas o conhecimento técnico não é o suficiente para garantir a produtividade em um negócio. Também é preciso que os ambientes de trabalho sejam tranquilos, que os colaboradores se relacionem bem e que sejam felizes enquanto desempenham suas funções. Por vezes, vale mais ensinar uma habilidade técnica a um profissional inexperiente do que contratar um que seja grosseiro com seus colegas. Afinal, a técnica pode ser ensinada, mas o comportamento é mais difícil de mudar.

E tudo isso salta aos olhos de um recrutador em uma entrevista de emprego, que vai avaliar se o candidato possui as habilidades necessárias para o desempenho da função, a forma com que a utiliza e se isso está de acordo com a cultura organizacional da empresa.

Para os recrutadores, esse também é um processo delicado. É preciso estar atento para não cometer erros e realizar as contratações mais assertivas. Isso envolve adequação entre o candidato e o cargo, além da defesa de valores semelhantes entre ele e a empresa – o chamado fit cultural.

Mas afinal, como realizar uma boa entrevista, tanto para recrutadores quanto para candidatos? É o que você vai descobrir neste artigo. Boa leitura!

 

O que é entrevista de emprego?

A entrevista de emprego é uma das fases dos processos de Recrutamento e Seleção. O termo se refere ao momento em que um candidato se encontra com o recrutador, seja on-line ou presencialmente, para conversar sobre a vaga para qual se aplicou. O recrutador, por sua vez, vai avaliar o profissional a partir de suas experiências, conhecimentos técnicos, habilidades comportamentais e o seu nível de adequação em relação à cultura da empresa.

As entrevistas fazem parte dos processos finais de R&S, uma vez que acontecem depois do planejamento da vaga, anúncio, da atração de talentos e da análise comportamental. Algumas empresas também realizam testes de habilidades e competências antes dos candidatos chegarem à entrevista com o RH, embora isso não seja uma unanimidade. Por isso, dependendo do processo de R&S realizado na organização, a entrevista pode ser feita dos momentos iniciais da definição de novos talentos, contribuindo para as primeiras triagens de candidatos, ou mesmo um dos finais, quando assume um caráter eliminatório depois de uma série de outros procedimentos.

 

A importância de uma boa entrevista de emprego

Muitas pessoas encaram a entrevista de emprego como uma fase protocolar, principalmente quando suas competências técnicas estão adequadas ao escopo da vaga. Contudo, é importante ressaltar que esta é uma etapa fundamental para ser admitido, mesmo quando o candidato já se saiu bem em outras partes do processo seletivo. Afinal, a entrevista é a chance de um profissional “vender o seu talento” e convencer a empresa de que ele é a melhor opção para se juntar ao Capital Humano. E isso também leva em conta fatores mais subjetivos, como a forma com que se comunica, trata os colegas e as competências socioemocionais que demonstra ter.

Além disso, vale mencionar que o objetivo central de uma entrevista é obter mais informações do candidato, cedendo espaço para que ele fale sobre o que foi inserido em seu currículo. Aliás, essa é uma boa oportunidade para o RH verificar as informações descritas no documento, já que há sempre a possibilidade de haver mentiras ali. Além disso, esse também é um momento de observar como o candidato utiliza suas características comportamentais – e se isso está de acordo com o que é esperado para a vaga em aberto. Afinal, toda vaga tem um perfil ideal e esse tipo de questão dificilmente pode ser avaliada apenas pela análise curricular.

Para ilustrar esse ponto, vamos recorrer a um exemplo. Maria, a recrutadora, precisa realizar um processo seletivo para contratar um novo vendedor para a equipe Comercial. Ela procura um candidato com um perfil ambicioso, orientado para resultados e com fluência comunicativa. Apesar disso, também é importante que ele seja empático, considere os interesses dos colegas e que consiga trabalhar bem em equipe.

Baseando-se no perfil desejado para a vaga, Maria marcou uma entrevista com Pedro, um candidato promissor. Durante a conversa e visando entender como ele utilizava suas habilidades sociocomportamentais, ela pediu para que ele contasse sobre alguma situação em que tivesse que tomar uma decisão impopular, explicando como lidou com isso. Pedro, que já havia trabalhado como corretor de imóveis, contou sobre uma vez em que custeou, com o seu próprio dinheiro, um evento de lançamento para apartamentos de um prédio que estava sendo construído. Ele foi bem-sucedido e conseguiu vender todas as unidades, mas para que isso fosse possível, Pedro teve que passar por cima do departamento de marketing da imobiliária – que, quando procurado, afirmou que não havia orçamento para um evento como aquele. A decisão, mesmo que tenha trazido lucro para a empresa, colocou os colegas em maus lençóis com a direção.

Em suma: embora fosse qualificado e tivesse as características técnicas e comportamentais para a vaga, Pedro tomou uma decisão impopular baseada em seus próprios interesses, o que fez Maria entender que ele não era um bom candidato para aquele cargo em específico. Sem atribuir juízo de valor, ela percebeu que o perfil de Pedro era inadequado, ainda que suas habilidades em seu currículo fossem compatíveis. Esse é o tipo de situação que não pode ser observada apenas avaliando o currículo dos candidatos – é preciso conversar com eles e fazer as perguntas certas.

 

Como conduzir uma boa entrevista de emprego?

Para os recrutadores, a entrevista com os candidatos também é um momento que precisa de preparação prévia. Afinal, esses profissionais são extremamente importantes para garantir o match, certificando-se de que apenas os talentos mais adequados sejam admitidos nas empresas. Sua atuação, portanto, deve ser precisa e pouco subjetiva – quanto mais data driven as decisões forem, melhor.

Por isso, é fundamental que, antes mesmo de começar a entrevista, os recrutadores estudem o perfil comportamental dos candidatos. Utilizando análises detalhadas sobre os aspectos comportamentais, como as geradas pelo Etalent PRO, é possível, de antemão, ter acesso às tendências individuais e planejar as perguntas para avaliar esse tipo de questão. Também é recomendado comparar as características do candidato às desejadas para o cargo, fazendo perguntas pensando no gap entre um ponto e outro. Se o cargo envolve, por exemplo, ser capaz de tomar decisões rapidamente e o candidato tem um perfil de mais paciência e que preza por qualidade em vez de agilidade, é interessante fazer uma pergunta que lhe dê a chance de mostrar como ele prioriza esses fatores.

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Embora nem toda entrevista precise necessariamente ser planejada (e falaremos sobre isso mais adiante), recomenda-se fortemente que os recrutadores estudem o currículo dos candidatos previamente. Esse tipo de preocupação demonstra respeito e preparo, principalmente considerando que o profissional entrevistado também dedicou tempo para fazer parte daquele processo. É recomendado separar alguns pontos de interesse para comentar e debater, sempre deixando espaço para comentários e trocas de ideias. O recrutador deve saber tudo sobre o cargo e ser claro em questões como salário, benefícios e cultura da empresa, dentre outras possibilidades.

Outro ponto que deve ser ressaltado é a necessidade de criar um ambiente confortável para o candidato – algo fundamental, inclusive, para o bom andamento da entrevista. Os recrutadores devem ser solícitos, amigáveis e procurar maneiras de diminuir o nervosismo do candidato. É interessante saber como quebrar o gelo, estimular o candidato a falar e, evidentemente, ouvir o que ele tem a dizer. Para que uma entrevista seja boa, é importante que ela flua, e isso não vai acontecer se o profissional avaliado perceber hostilidade ou rigidez na postura do entrevistador.

A objetividade também é um ponto a se valorizar neste contexto. Afinal, se o recrutador se mostra prolixo e amplifica toda a conversa desnecessariamente, muito tempo é gasto e o rumo da conversa também acaba se perdendo. É importante estar focado no que é interessante para a vaga em aberto e ter atenção para não falar mais do que o candidato – afinal, ele é quem está sendo avaliado e o recrutador jamais deve perder isso de vista. Vale reiterar, mais uma vez, que o candidato deve ser ouvido com todo o cuidado.

 

Qual modelo de entrevista escolher?

Há diversas formas de conduzir uma entrevista de emprego. Por isso, é importante conhecer alguns modelos para definir a melhor maneira de realizar o procedimento. Dentre os principais, destacamos:

Entrevista estruturada

A entrevista estruturada é aquela que conta com um roteiro de perguntas previamente estabelecido. Esse modelo é especialmente efetivo para apoiar os recrutadores quando eles ainda têm certa insegurança de escolher o candidato errado para a vaga. A tática, nesse caso, é estudar o currículo do candidato e escrever, de antemão, o que se deseja perguntar. Também é interessante destacar pontos que pedem comentários ou esclarecimentos de quaisquer naturezas.

Não há uma regra específica quanto às perguntas que devem ser feitas aos candidatos. Contudo, algumas das mais comuns são:

  • Por que você quer fazer parte dessa empresa?
  • O que você acredita que pode agregar à empresa? O que ela pode agregar a você?
  • Quais são seus pontos fracos e fortes?
  • O que gosta de fazer no seu tempo livre?
  • Quais são os seus objetivos em curto, médio e longo prazos?
  • Qual é a sua maior conquista profissional?
  • Por que devemos contratar você?

Entrevista semiestruturada

A entrevista semiestruturada é aquela que conta com um conjunto de questões previamente elaboradas, mas também oferece mais flexibilidade para o recrutador. Nesse modelo, a ideia é realizar o processo de maneira mais fluida, levando em conta também as respostas do candidato para formular novas questões a partir delas. Nesse caso, o recrutador anota algumas questões prévias para nortear a condução da entrevista e desenvolve o assunto a partir dessa conversa estabelecida.

Entrevista não-estruturada

Como o nome indica, a entrevista não-estruturada é o modelo mais flexível entre os três e depende, exclusivamente, da condução do recrutador. Este, por sinal, tem total autonomia para definir e fazer as perguntas de acordo com cada situação. Contudo, é recomendado que, para que a entrevista não vire um simples bate-papo, ele estabeleça, pelo menos, alguns pontos para serem abordados, como experiência técnica, estudos, interesses pessoais e questões comportamentais. Esse tipo de entrevista exige um nível de experiência por parte do recrutador, uma vez que é bem mais fácil se perder sob essas condições.

 

7 tipos de entrevistas de emprego

As entrevistas de emprego podem engatilhar a ansiedade de muitos colaboradores. Além da pressão por serem avaliados, há também o receio de não saber como ela será conduzida nem o tipo que será adotado durante o processo. Por isso, é importante conhecer alguns tipos de entrevista. Vale ressaltar que, em determinados casos, mais de um é utilizado durante o Recrutamento e Seleção. São eles:

Entrevista comportamental

A entrevista comportamental é um modelo de entrevista focado na discussão de comportamentos e atitudes do candidato, especialmente em suas experiências de trabalho anteriores. A ideia é que o entrevistador avalie as competências comportamentais de cada candidato através de suas respostas e que, assim, consiga vislumbrar a forma com que o profissional desempenharia a função pretendida, caso fosse contratado. Esse tipo de entrevista avalia espontaneidade, personalidade, a forma com que o candidato se percebe como profissional e como esses fatores podem alavancar seu desempenho no cargo – ou miná-lo de vez.

Entrevista técnica

Em uma entrevista técnica, o objetivo é avaliar as habilidades e os níveis de conhecimento técnico dos candidatos para entender se eles têm condições de assumir o cargo em aberto. Nesse modelo, é comum que haja o suporte de algum colaborador da equipe – na maioria das vezes, o gestor do time. Entrevistas técnicas também costumam envolver provas práticas, questionários e outros recursos cuja funcionalidade seja avaliar as hard skills.

Entrevista com estudo de caso

Na entrevista com estudo de caso, o foco está na capacidade de um candidato resolver problemas. Em conjunto com os gestores, o RH seleciona uma questão cotidiana da área e leva até o candidato, para que ele a resolva. A avaliação é feita a partir da solução proposta por ele, que deve seguir as diretrizes determinadas pela organização. O caso pode ser real ou fictício, mas é preciso que faça sentido com a rotina do setor.

Entrevista simulada

A entrevista simulada funciona como uma pré-entrevista. Embora não seja tão comum, neste modelo, o candidato faz uma apresentação prévia ao RH, onde tenta “vender o seu talento” e impressionar os recrutadores. De acordo com seu desempenho, ele recebe feedbacks quanto ao que deve adaptar para realizar a entrevista oficial. É comum que, nessa segunda entrevista, os gestores da equipe também estejam presentes.

Entrevista em grupo

Também conhecidas como coletivas, as entrevistas em grupo são aquelas em que diversos candidatos participam do processo e o recrutador os analisa simultaneamente. Normalmente, esse é um modelo utilizado por empresas maiores, em que há muitos candidatos por vaga. É comum que esse modelo de entrevista inclua algum tipo de dinâmica de grupo para avaliar as habilidades sociocomportamentais de cada profissional participante.

Entrevista de estresse

Embora esse tipo de entrevista não seja muito adotado pelos RHs, as entrevistas por estresse são focadas em avaliar como o candidato reage sob pressão. Para isso, o RH simula situações emocionalmente estressantes para avaliar a desenvoltura, a perspicácia e a agilidade do candidato, aspectos que serão importantes na rotina de trabalho do profissional.

 

10 perguntas comuns na entrevista de emprego

Para um recrutador, é importante saber as perguntas certas para extrair informações relevantes sobre um candidato e o seu perfil. Da mesma forma, para quem aplica o currículo para uma vaga, é interessante ter uma noção de quais perguntas podem ser feitas e o que está sendo avaliado em cada uma delas.

Pensando nisso, separamos alguns dos questionamentos mais comuns em processos seletivos. São eles:

1. “Fale um pouco sobre você

Essa é uma pergunta importante para dar ao candidato a chance de falar mais sobre sua trajetória e tentar “vender seu peixe”. É essencial que haja abertura para que ele conte sua vivência – e que o recrutador preste bastante atenção, tomando notas de pontos para serem discutidos depois. Nessa parte da entrevista, a utilização da técnica de storytelling, onde uma pessoa conta uma história usando recursos narrativos, costuma ser bem positiva. Assim, o profissional também tem a chance de expressar sua autoconfiança, como se comunica e conecta ideias.

2. “Por que você gostaria de trabalhar na nossa empresa?

Essa é uma pergunta importante para avaliar o quanto o candidato pesquisou sobre a empresa antes de submeter à entrevista. Estar ciente de pontos como a cultura organizacional, os valores defendidos e sua reputação no mercado é um bom indício de que aquele profissional está empenhado no processo. Para os candidatos, uma dica: evite responder essas perguntas de forma genérica ou mencionando pontos como salário e benefícios. Tente focar em respostas que mostram que você pesquisou previamente sobre a organização.

3. “Como você se vê em cinco anos?

Essa pergunta avalia principalmente os planos do profissional em curto e médio prazos. É interessante para entender se o candidato definiu metas viáveis, se ele tem ambição e se a empresa oferece meios compatíveis com o que ele deseja. Para mandar bem nessa pergunta, o candidato deve pesquisar sobre planos de carreira comuns para o cargo para o qual se candidatou.

4. “Como você lida quando alguém tem uma opinião que você não concorda?

Essa pergunta foca nas habilidades comportamentais do candidato, principalmente no que diz respeito à paciência, tolerância e respeito a opiniões divergentes. Isso é fundamental na hora de contratar o mais adequado aos valores da organização. Para os profissionais avaliados, é importante responder de forma calma, mas com cuidado para não soar artificial. É importante reiterar pontos como o respeito às opiniões alheias. Dependendo do perfil e da situação, também é interessante falar sobre disposição para resolução de conflitos e a necessidade de comprovar ideias com fatos e dados.

5. “Você pode falar sobre algum conflito que teve no ambiente de trabalho?

Essa é outra pergunta comum em processos seletivos que se debruça sobre o perfil comportamental dos candidatos. Essas considerações são importantes para entender como ele reagiria quando exposto a uma determinada situação desafiadora ou conflituosa. Uma boa resposta para essa pergunta envolve focar na resolução da situação enquanto profissional.

6. “De que projetos você participou?”

Essa é uma pergunta pensada para avaliar as competências técnicas que um profissional. Para responder de forma objetiva, uma dica é utilizar o método STAR (Situation, Task, Action, Result – ou a situação, tarefa, ação e resultado) para estruturar o raciocínio. Primeiro, o candidato pensa na situação e a contextualiza, para depois dizer da tarefa que desempenhava e as ações que teve que tomar para desenvolver o projeto. Por fim, ele fala mais sobre os resultados obtidos com o projeto.

7. “Quais são os seus pontos fortes e fracos?

Pedir para um candidato citar seus pontos fortes e fracos é uma forma de avaliar o seu nível de autoconhecimento. Por isso, é importante que os profissionais entrevistados já tenham essa resposta na ponta da língua e que consigam discorrer sobre ela. Também é fundamental evitar respostas genéricas, como sinalizar o perfeccionismo como um ponto fraco. A ideia aqui é que o candidato se mostre ciente de si e deixe claro que está trabalhando para melhorar o que ainda precisa desenvolver.

Para aumentar os níveis de autoconhecimento, uma boa dica é descobrir o próprio perfil comportamental, bem como suas particularidades. Pensando nisso, a ETALENT oferece uma série de análises baseadas na Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes no mundo. O Relatório do Talento, por exemplo, é uma opção bem interessante para quem quer entender mais sobre o próprio perfil, já que traz uma vasta gama de informações sobre o estilo comportamental de uma pessoa.

Para saber mais sobre o Relatório do Talento, clique aqui.

8. “Como você costuma se relacionar com seus colegas?

Essa é uma pergunta específica para avaliar o relacionamento do candidato com outras pessoas, entender se ele está disposto a criar relações interpessoais positivas e como ele prefere o ambiente de trabalho. Também diz muito sobre prioridades, capacidade de colaboração, trabalho em equipe e a confiança que deposita em outras pessoas.

9. “Qual é o emprego dos seus sonhos?

Apesar desta parecer uma pergunta subjetiva e com pouca relevância, ela é importante para entender mais sobre as expectativas do candidato para com o cargo e se os seus desejos são compatíveis com a vaga em questão. Uma boa resposta para essa pergunta envolve falar de objetivos e ambições, deixando claros os pontos de interseção com a vaga.

10. “Ficou alguma dúvida?

Outra pergunta simples, mas um tanto capciosa. Nem sempre, há dúvidas imediatas em relação à entrevista, mas elas são bem-vistas pelos recrutadores, já que indicam interesse na vaga por parte do candidato. Perguntar sobre plano de carreira, desenvolvimento profissional, regime de trabalho, quais são os desafios da vaga e como é a estrutura da equipe, por exemplo, são pontos que podem ficar ocultos na conversa, mas que devem ser mencionados quando se abre o espaço para dúvidas.

 

Como se preparar para uma entrevista de emprego?

A preparação para uma entrevista de emprego começa com estudo e treinamento. Afinal, como ficou claro, esse procedimento não deve ser feito sem preparação ou de modo improvisado. Uma vez chamado para a entrevista, é importante que o candidato pesquise sobre a empresa, sua cultura e sua atuação no mercado. Além disso, também é recomendado que ele planeje o que vai dizer, pensando nos pontos fundamentais que devem ser abordados durante a conversa.

Evidentemente, não há como prever tudo, mas ele pode esperar, por exemplo, que o recrutador peça para que ele fale sobre si mesmo. Esse ponto em específico é interessante para planejar um “roteiro” do que será dito.

É interessante selecionar as informações de acordo com o que foi descrito no currículo e falar sobre os pontos que são mais relevantes para a vaga em questão. Aliás, vale ressaltar que, para esse momento, a técnica do storytelling é uma excelente aliada. Afinal, com ela, o que o candidato consegue falar sobre a sua carreira mostrando, também, a sua personalidade. Um bom storytelling abarca a carreira do candidato, mostra suas tendências comportamentais, valores, perspectivas e até mesmo o quão atualizado ele está no mercado.

Como se comportar?

O nervosismo nessa etapa é bastante normal e nenhum candidato vai ser desclassificado por isso. Contudo, é importante trabalhar a inteligência emocional para não deixar que isso afete a capacidade de raciocínio e faça com que a pessoa entrevistada se desoriente. Esse é, inclusive, mais um dos motivos para fazer um planejamento antes de ir para uma entrevista: quando há um roteiro a ser seguido, é mais fácil lembrar do que se deve falar.

Outra dica muito importante é ser você mesmo. Caso você tente parecer algo que não é, há uma grande chance de os recrutadores perceberem a tentativa. Afinal, os analistas de RH recebem treinamentos específicos para observar essas situações – e eles fazem perguntas para tentar comprovar a teoria. Logo, para manter a coerência do início ao fim, é fundamental ser verdadeiro com a sua própria personalidade.

Por fim, é importante se mostrar genuinamente interessado na vaga. Afinal, a indiferença certamente vai passar uma imagem errada para o recrutador, que pode entender que o candidato não está tão engajado quanto deveria. É importante controlar a ansiedade e não ser dominado por ela, caso aquela seja a vaga dos sonhos, por exemplo. Contudo, a empolgação e o ânimo fazem parte de uma boa entrevista.

Como se vestir?

Ao contrário do que prega o senso comum, não existe uma forma certa de se vestir para uma entrevista de emprego. O tipo de roupa usada por cada candidato varia de acordo com o perfil da empresa e o seu segmento. As startups, por exemplo, são organizações em que as regras de vestimenta costumam ser mais flexíveis, uma vez que contam com uma cultura mais flexível e descontraída. Logo, para fazer uma entrevista para uma delas, estar arrumado já é o suficiente. Contudo, se o candidato aplica o currículo para uma firma de advocacia, por exemplo, o cenário é diferente. Como o Direito é uma área mais formal, é esperado que, para esse tipo de entrevista, os candidatos usem roupas mais formais.

Caso isso não esteja claro, é importante que o candidato consulte sites ou perfis da empresa em redes sociais, para ver como o Capital Humano da organização se veste. Esse tipo de medida ajuda a definir a roupa para o momento da entrevista. Aliás, vale mencionar que essa deve ser uma preocupação mesmo durante entrevistas on-line. É importante não se descuidar, mesmo que os recrutadores não estejam fisicamente presentes.

 

10 dicas para se sair bem na entrevista de emprego

As entrevistas podem deixar muitos candidatos nervosos, mas com tempo, prática e seguindo algumas estratégias, elas se desenvolvem com mais facilidade.

Pensando nisso, separamos algumas dicas importantes para mandar bem na conversa com os recrutadores:

1. Preste atenção à linguagem corporal

A linguagem corporal corresponde a uma série de movimentos involuntários feitos pelo próprio corpo que implicam condições psíquicas, como nervosismo, irritabilidade, ansiedade, tristeza, conforto e alegria, dentre inúmeras possibilidades. Observar esse tipo de comunicação é um dos principais artifícios usados pelos recrutadores para avaliar o candidato. É importante ficar atento ao próprio gestual durante uma entrevista; afinal, o corpo também fala.

2. Evite assuntos polêmicos

É importante estar ciente de que alguns assuntos podem gerar atritos e, por isso, é fundamental saber evitá-los. Religião, por exemplo, é algo que deve ficar de fora das entrevistas. O mesmo pode ser dito sobre política. É claro que, dependendo da vaga e do assunto, alguns tópicos que se debruçam em políticas públicas podem surgir – e esses, em si, não são proibidos. Mas é importante saber delimitar bem essa linha. Também é altamente recomendado não demonstrar preconceitos com nenhum grupo nem fazer “piadas” que denotem esse tipo de pensamento.

3. Não minta

Seja no currículo ou durante a entrevista, é muito importante ser honesto. Vale sempre ressaltar que as empresas podem entrar em contato com outras para confirmar informações, principalmente quando atuam no mesmo segmento. Há, também, quem minta quanto ao próprio salário para tentar aumentar a proposta na empresa para qual se candidata. Nesse caso, a organização pode pedir para o candidato mostrar o contracheque.

4. Cuidado com as redes sociais

Antes mesmo da entrevista acontecer, é de se esperar que a empresa já tenha procurado o candidato nas redes sociais. Por isso, é bom ter cuidado com o tipo de conteúdo que é postado lá. Evidentemente, posts e fotos são pessoais, mas é possível ter insights sobre pontos como alinhamento de valores e fit cultural a partir da forma com que o candidato utiliza suas redes.

5. Treine em casa

Treinar a conversa em casa ajuda o candidato a melhorar sua comunicação e a se preparar para dar respostas mais assertivas às perguntas dos recrutadores. É importante ensaiar antes de ir para a entrevista, da mesma forma que acontece com apresentações, por exemplo. O ideal é selecionar previamente alguns pontos que precisam ser debatidos e treinar o discurso sobre eles.

6. Prepare-se para desafios

Algumas entrevistas têm espaço para avaliar as competências técnicas dos profissionais – e é importante que eles se preparem para demonstrá-las, caso seja necessário. Em entrevistas para selecionar professores de um idioma estrangeiro, por exemplo, pode-se esperar que toda a conversa seja conduzida na língua em questão. Essa é uma forma de demonstrar sua fluência.

7. “Imite” o tom entrevistador

Essa pode parecer uma dica curiosa, mas ela não tem nada de literal. “Imitar” o entrevistador se trata, basicamente, de entender a dinâmica proposta por ele e tentar reproduzi-la – conceito da psicologia conhecido como rapport. Caso o recrutador seja mais sério e contido, é importante que o candidato se mostre mais calmo e seguro. Se o temperamento for mais flexível e extrovertido, no entanto, é interessante que o candidato também tente se mostrar mais aberto. Essa é uma boa forma de gerar empatia e de mostrar que o profissional é capaz de se adequar ao esperado pela empresa.

8. Não fale mal do seu empregador anterior

Falar mal do empregador anterior é considerado deselegante e pode fazer com que os recrutadores passem a olhar para um candidato com desconfiança. Caso eles perguntem por que o entrevistado quer deixar o emprego atual (ou deixou o emprego anterior), é mais recomendado dar uma resposta “politicamente correta”, sem explicitar os conflitos internos e demonstrando gratidão pela oportunidade. Além desse tipo de resposta preservar assuntos particulares, o discurso demonstra maturidade emocional, o que é bem-visto nesses processos.

9. Preste atenção para não falar demais

É bem verdade que não falar muito e não conseguir desenvolver as respostas pode comprometer uma entrevista de emprego. Contudo, falar demais também pode ser um problema. É importante que o candidato se mostre calmo e confiante – e o descontrole na hora de falar, inclusive, é visto como um sinal de grande ansiedade. É preciso ficar atento para não interromper o entrevistador e manter a objetividade nas respostas.

10. Preste atenção na interação do recrutador

Enquanto faz a entrevista, o candidato precisa estar atento às reações do recrutador. É importante que ele consiga adequar o seu discurso para cativar o entrevistador, evitando que ele se perca ou demonstre desatenção.

 

Como saber se eu fui bem na entrevista?

Há alguns sinais sutis de que o candidato foi bem na entrevista. O primeiro deles é que o entrevistador se mostra envolvido pela conversa, interagindo e fazendo considerações. Nesse caso, é comum que o clima como um todo fique mais leve durante a troca. Isso pode significar uma abertura para piadas, por exemplo, ou até assuntos que demonstrem identificação entre eles.

Outro sinal positivo é que, ao final da entrevista, o recrutador passa a promover a empresa, como se tentasse convencer o provável futuro funcionário de que ali será um bom lugar para ele trabalhar.

Em entrevistas presenciais, há, também, a possibilidade de o recrutador já mostrar as instalações da empresa para o candidato, o que é um sinal bastante promissor. Alguns deles também mencionam outros membros da equipe com quem a pessoa irá interagir, o que também dá a entender que ele está sendo cotado para assumir o cargo em aberto.

A entrevista de emprego é um momento comumente associado à tensão, ansiedade e incerteza. Contudo, se os profissionais entendem a lógica por trás do que está sendo avaliado, esse processo não é nenhum “bicho de sete cabeças”. Para os recrutadores, também é importante saber as perguntas certas e fazer e, principalmente, como avaliar as competências comportamentais de cada candidato. Fazer uma boa seleção é o primeiro passo para criar um Capital Humano alinhado aos valores da empresa e que desempenhe funções que façam sentido para os seus perfis comportamentais. E quando esses pontos estão em concordância, os melhores resultados são apenas uma questão de tempo.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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