O meses de junho/julho nos agraciaram com diversos lançamentos cinematográficos, desde adaptações inéditas até continuações há muito esperadas. Uma delas foi Toy Story 4, a saga de brinquedos animados que tornou-se famosa pelas suas histórias cativantes e carregadas de lições preciosas.
E como não poderia deixar de acontecer, a nova aventura de Woody, Buzz Lightyear e cia é repleta de desafios e ensinamentos importantes de vida.
Curioso para conhecê-los? Então vamos ao infinito e além!
Toy Story 4 e o protagonismo feminino
A produção de Toy Story 4 acertou em cheio ao trazer de volta Betty, a companheira de Woody nas brincadeiras de Andy nos primeiros filmes da saga.
Agora numa versão destemida e de personalidade forte, Betty é exemplo de protagonismo entre os brinquedos.
Descartada por Molly (a irmã de Andy) ao longo do amadurecimento da jovem, Betty acabou parando no Antiquário de uma cidade do interior.
Após sete anos sem pertencer a uma criança, Betty não só aceitou a mudança de status quo como abraçou outros brinquedos perdidos.
Sua ideia de mundo ficou clara: ou aceitava a nova realidade, vivendo de maneira itinerante e trazendo alegria a crianças dos lugares mais variados, ou passava o tempo lamentando o abandono e criando rancor, como fez o vilão Lotso em Toy Story 3.
Se tem algo que você ama na obra é a sinergia entre Betty e Woody quando os dois se reencontram. Mesmo com alguns pontos de vista discordantes, a admiração e lealdade entre a dupla é um dos pontos fortes da trama.
A postura decidida e independente de Betty a torna um exemplo necessário de empoderamento feminino — contexto que devemos incentivar em ambientes familiares, acadêmicos e corporativos.
A aceitação da realidade: Woody e Garfinho
No outro lado de Toy Story 4, temos o surgimento de um inesperado personagem.
Durante a primeira aula de adaptação ao jardim de infância, Bonnie dá vida a Garfinho — um brinquedo feito literalmente de pedaços de lixo.
Acontece que o novo integrante da família encontra dificuldades em compreender sua nova identidade — sentindo-se de fato um lixo, sua origem de criação.
Como ele se torna o novo brinquedo amado de Bonnie, a turma faz de tudo para que ele não fuja para o lixo e deixe a garota sozinha e triste, já que ela passa o tempo inteiro com ele do lado.
A sacada da animação aqui é genial: quantas vezes a gente não passou por algo similar, com o sentimento de não pertencer ao lugar que estamos, até mesmo de não aceitar nossa identidade — ou mudança dela?
Em paralelo, o mesmo acontece com Woody. Após passar semanas não sendo escolhido por Bonnie para brincar, ele passa a se ver abandonado, sem o mesmo protagonismo e valor para a garota.
Aceitar tal realidade é um choque para Woody, que então precisa aceitar o árduo processo de mudança — do adorado e inseparável de Andy ao inseguro e nostálgico caubói em busca de propósito da Bonnie.
A gente muda o tempo inteiro — seja do lugar onde vivemos, no trabalho que fazemos e até mesmo quem somos. Autoconhecimento e clareza de como as mudanças são necessárias para alcançar uma melhor versão de nós mesmos é a peça chave para a felicidade.
A “voz interior” de Buzz Lightyear
Em Toy Story 4, o nosso amado patrulheiro intergalático está bem tímido — pelo menos até o dever chamá-lo
Buzz Lightyear sempre buscou apoiar e liderar a equipe de brinquedos nos momentos mais difíceis (principalmente quando Woody está em maus lençóis), e dessa vez ele parte sozinho em certo trecho da trama.
Instigado pelos outros brinquedos a seguir sua voz interior — uma espécie de intuição que só Buzz teria (e que na verdade são seus botões sonoros pré-programados), o patrulheiro nos ensina que determinação e trabalho em equipe são decisivos para que a intuição realmente seja poderosa.
Portanto, num projeto específico do trabalho, escrevendo um texto ou salvando o mundo, precisamos dar vida a nossa voz interior escolhendo os melhores valores, fazendo aquilo que gostamos e ao lado de pessoas em quem confiamos.
O processo de mudança da Bonnie (e seus brinquedos)
Por fim, Toy Story 4 nos carrega num rio de emoções mistas ao apresentar a transformação de Bonnie e seus brinquedos após Andy tê-los doado em Toy Story 3.
Prestes a entrar na escola, Bonnie precisa lidar com o medo de abandonar seu quarto (e o mundo livre e seguro dos brinquedos), já que tal mudança assusta a menina.
Os brinquedos também sentem esse momento crucial na vida de Bonnie — principalmente Woody, que desde o início se preocupa com o bem-estar de Bonnie e como as decisões de cada um podem ajudá-la a superar essa fase.
O segredo na travessia de uma mudança importante é visualizar o alto nível de atratividade da situação futura.
Bonnie sabe que para amadurecer, precisa da escola e suas experiências — assim como Woody e os outros brinquedos precisam de suas próprias aventuras para crescer, mesmo sem Bonnie ao lado.
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Gabriel Coutinho
Gabriel Coutinho é UX Writer e graduando em Letras pela UNIRIO. Escritor nas horas vagas e leitor assíduo de tudo que envolve cinema e música. É apaixonado por cachorros, pop punk e The Office. Siga o Gabriel no Medium: @gabriel_martins e no Instagram: @coutinhogabriel