Assunto em alta desde a pandemia, a flexibilidade no trabalho vem sendo entendida como uma prioridade para profissionais de diversas áreas, que estão deixando de aceitar oportunidades de empregos se considerarem que a empresa não oferece essa dinâmica. Isso é um reflexo direto de uma realidade em que, cada vez mais, a qualidade de vida e a saúde mental são valorizadas.

Ao terem contato com a flexibilização das rotinas de trabalho durante o período de isolamento social, os colaboradores perceberam que são capazes de dar conta das demandas de trabalho alinhadas com suas próprias necessidades – motivo que transformou todo o panorama relacionado aos modelos tradicionais de trabalho.

Mas se engana quem pensa que a flexibilização surgiu com a pandemia. A demanda por flexibilidade corporativa é um reflexo de um movimento voltado para a humanização no meio corporativo, que começou com o surgimento do RH 5.0, ainda no início dos anos 2000. Desde então, muito vem mudando a respeito da relação entre empresas e colaboradores.

Se antes, as motivações individuais e a saúde física e mental eram deixadas de lado em prol da produtividade, hoje, entende-se que investir na qualidade de vida de um profissional é, também, dar a oportunidade de que ele trabalhe mais e melhor sem desgaste à sua saúde. Isso por um motivo simples: quando estão felizes, descansados e satisfeitos em suas funções, os profissionais produzem mais e melhor. Em contrapartida, quando estão sobrecarregados com excesso de demandas e precisam moldar a própria rotina em torno do trabalho, eles ficam mais desgastados e são menos produtivos.

Oferecer salários e benefícios competitivos, investir na capacitação profissional, estabelecer modelos de gestão horizontalizados e criar ambientes psicologicamente seguros são alguns exemplos de medidas que empresas têm adotado nesse contexto. Mas, afinal, quais são os impactos da flexibilidade no trabalho para empresas e profissionais? Esse é assunto do artigo de hoje, confira!

 

O que é flexibilidade no trabalho?

A flexibilidade no trabalho trata de um modelo de gestão de pessoas baseado em oferecer liberdade e autonomia para que os profissionais definam suas próprias rotinas e condições de trabalho. Na prática, o conceito funciona como uma espécie de “acordo” entre gestores e colaboradores, onde eles delimitam o período, onde e como as demandas serão realizadas, ainda que isso aconteça em horários ou condições que fogem da rotina tradicional.

É possível, por exemplo, chegar a um acordo para começar o expediente mais tarde. Ou ficar menos tempo no trabalho presencial e aumentar as horas de trabalho em casa, no caso de uma rotina híbrida. Tudo isso varia conforme a necessidade.

Para que seja possível, no entanto, a confiança e a autonomia precisam fazer parte da cultura organizacional. Afinal, nessas circunstâncias, o gestor precisa permitir que o profissional assuma a responsabilidade por executar suas tarefas e cumpri-las conforme o combinado. Assim, o colaborador não fica preso a uma imposição de horário, por exemplo, nem precisa ser monitorado constantemente. Em retorno, ele se mantém produtivo e realiza todas as suas entregas.

É válido ressaltar, contudo, que adotar um modelo de trabalho flexível não significa, de forma alguma, permitir que o profissional seja irresponsável, descumpra os acordos ou faça o que bem entender. Muito pelo contrário, até. A flexibilidade é uma tentativa de fazer com que o trabalho se adapte à vida do profissional, e não a vida dele tenha que se adaptar ao trabalho, como foi comum durante décadas. Ter compromisso e manter a produtividade é o que permite que essa relação funcione. Só assim, é possível ter um equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.

Caso a empresa e os profissionais sejam bem-sucedidos nesse acordo, os impactos são muito positivos para os dois lados. Enquanto os profissionais ganham em qualidade de vida, as empresas conseguem melhorar o engajamento, a motivação e a performance como um todo. Não à toa, de acordo com essa pesquisa conduzida pela International Workplace Group (IWG) com mais de 15 mil participantes de 100 países, para 85% dos entrevistados, a flexibilidade impacta diretamente na produtividade. A pesquisa concluiu que quanto mais autonomia o profissional tiver sobre sua própria rotina, mais produtivo ele será.

 

Exemplos de flexibilidade no trabalho na prática

A flexibilidade no trabalho depende da rotina e das dinâmicas que se estabelecem entre o profissional e a empresa onde trabalha. No entanto, algumas práticas comuns de flexibilização são:

Gestão horizontalizada

A gestão horizontal adota como pilares a  proatividade, autonomia e autogestão. Nesse modelo, todos os colaboradores de uma equipe tomam decisões em conjunto, ao contrário do que acontece em estruturas mais conservadoras e menos flexíveis, onde esse poder fica a cargo somente dos chefes. Como, nesse caso, os colaboradores são responsáveis por definir as próprias rotinas e participam das tomadas de decisão, uma dinâmica horizontalizada de gestão também é uma forma de flexibilização no trabalho.

Trabalho remoto e híbrido

O modelo de trabalho remoto é quando todas as atividades profissionais acontecem fora das dependências da empresa, seja de casa (home office) ou de espaços de coworking. Quando há o expediente presencial mesclado com o trabalho remoto (independentemente de como se dividem), chama-se de modelo híbrido.

Adotar modelos de trabalho remoto ou híbrido como parte da rotina é interessante para proporcionar conforto aos colaboradores, que conseguem diminuir o tempo gasto em transportes e direcioná-lo, por exemplo, para atividades físicas ou mesmo para ficar mais tempo perto da família. Além disso, esses modelos também diminuem o custo de operação das empresas, visto que não é necessário arcar com despesas de transporte nem estruturais durante os cinco dias da semana.

Expediente variável

Ter horários flexieis para cumprir o expediente também é um exemplo de como a flexibilidade no trabalho pode funcionar. Nessa dinâmica, os profissionais escolhem que horas vão entrar e sair e têm liberdade para gerenciar seu tempo. É possível trabalhar por menos tempo no presencial e compensar isso no trabalho remoto, a fim de driblar engarrafamentos, por exemplo. O importante é cumprir a carga horária combinada na contratação – mesmo que, para isso, o profissional flexibilize também as horas de trabalho diárias.

Ambiente de trabalho versátil

O ambiente de trabalho também muda quando há flexibilidade na empresa. Em vez de permanecerem no mesmo lugar durante o dia inteiro (o que impacta negativamente a produtividade, cabe ressaltar), os profissionais inseridos em um ambiente flexível podem trabalhar de diferentes salas, da copa, do hall, dentre outras possibilidades que a empresa possa oferecer. Também é uma marca de flexibilidade permitir que os colaboradores personalizem o ambiente, o que vai desde a decoração da mesa até a personalização de um departamento inteiro. Em ocasiões temáticas, como Olimpíadas, Copa do Mundo ou festa junina, por exemplo, isso faz toda a diferença.

 

Quais são os tipos de flexibilidade de horário?

Quando falamos sobre carga horária flexível, há três possibilidades distintas de flexibilidade: fixo variável, variável e livre. Cada uma delas diz respeito a uma maneira de gerenciar a rotina de trabalho e empoderar o colaborador para isso.

São elas:

  • Fixo variável: acontece quando a empresa dá opções de turno e o colaborador escolhe o melhor horário de trabalho dentre as possibilidades oferecidas;
  • Variável: o colaborador pode escolher a hora de entrar e sair, quando não há definição de carga horária a cumprir. Normalmente, esse modelo de trabalho está atrelado a entregas;
  • Livre: acontece quando a empresa não delimita horário fixo e o profissional pode entrar ou sair quando ele preferir. Nesse caso, ele só precisa respeitar a carga horária semanal ou diária estabelecida.

 

A importância da flexibilidade no trabalho

A flexibilidade corporativa se tornou tão importante para os profissionais quanto salários e benefícios competitivos. Essa percepção é relatada em pesquisas, como esta conduzida pela WeWork. No levantamento, feito em 2023 a partir das respostas de 10 mil profissionais de cinco países americanos (Brasil, Chile, Colômbia, Argentina e México), 81% dos profissionais gostariam de ter ou já têm a flexibilidade como parte de suas rotinas de trabalho. A pesquisa também aponta que a flexibilidade é o segundo fator que mais pesa para os candidatos na hora de avaliar uma proposta de emprego (87%), perdendo apenas para o salário (94%).

Outro dado interessante do levantamento acima é que 55% dos profissionais que responderam à pesquisa se disseram insatisfeitos com os empregos. Dentre os motivos apontados para isso, os mais comentados foram:

  • Falta de flexibilidade: 25%
  • Salário: 14%
  • Falta de processos: 11%

Ainda segundo o estudo, rotinas de trabalho com modelos completamente presenciais e tradicionais têm impacto negativo para 100% dos entrevistados. Para 77% deles, o modelo de trabalho adotado afeta diretamente a saúde mental.

A flexibilidade é fruto de uma série de demandas relacionadas à gestão humanizada que atravessam o meio corporativo há anos. Entretanto, para muitas pessoas, a pandemia foi o primeiro contato com essa dinâmica de trabalho, o que representou um verdadeiro “divisor de águas” em relação às perspectivas e às prioridades dos profissionais com seus trabalhos.

Durante a adesão ao modelo remoto de trabalho, uma parcela de profissionais não conseguiu se adaptar bem à dinâmica. Mas, de forma geral, a possibilidade de trabalhar em casa ganhou popularidade por dois motivos: a flexibilidade e a qualidade de vida que o modelo proporciona. Afinal, os profissionais deixaram de gastar tempo em deslocamentos, por exemplo, e conseguiram redirecionar isso para atividades de lazer ou tempo com a família.

Para além da questão do tempo, a flexibilidade de trabalhar de casa permitiu que os profissionais trabalhassem em seu próprio ritmo e de acordo com os horários que fossem melhores para eles. Com as novas possibilidades, os colaboradores entenderam que é possível encontrar outras formas de trabalho para além das rotinas rígidas e tradicionais já estabelecidas no mercado. Por isso, a flexibilidade se tornou tão importante: ela expressa uma mudança de prioridades. E quando a empresa não está disposta a oferecer isso, a tendência é que os profissionais procurem em outro lugar.

Vale sempre reiterar que rotinas flexíveis são positivas para a saúde mental e a qualidade de vida dos colaboradores, o que reflete no engajamento e na produtividade. Além disso, colaboradores inseridos nessa dinâmica desenvolvem soft skills importantes como autonomia, proatividade, gestão de tempo e se desgastam menos por terem a possibilidade de gerir as atividades de uma forma que faça sentido com a vida pessoal deles.

 

Principais vantagens de ter rotinas flexíveis

A flexibilidade no trabalho traz uma série de vantagens e benefícios tanto para os profissionais quanto para as empresas. Dentre eles, destacamos:

Aumento de produtividade

A flexibilidade é muito importante para permitir que os profissionais adequem o trabalho às suas vidas, não o contrário. Por isso, quando estão inseridos nessas dinâmicas, os colaboradores se desgastam menos, uma vez que conseguem priorizar as atividades que realizam. Isso resulta em um ganho de produtividade significativo, uma vez que eles conseguem manter o foco por mais tempo e melhoram a qualidade das entregas por conta disso. Como resultado, eles trabalham mais, melhor e geram mais lucro para a empresa.

Mais engajamento e satisfação

A flexibilidade está diretamente relacionada à felicidade corporativa – não à toa, vem sendo tão demandada pelos profissionais. Afinal, quando os colaboradores conseguem gerir suas tarefas, necessidades, participam ativamente da tomada de decisão da empresa e ainda conseguem realizar parte da carga horária de trabalho de casa, eles se sentem valorizados e conseguem equilibrar melhor as demandas profissionais e pessoais. O resultado é que eles ficam mais satisfeitos em seus papéis, o que faz com que toda rotina de trabalho seja mais agradável e saudável.

Melhor retenção de talentos

A flexibilidade nas rotinas de trabalho também provoca a diminuição do turnover. A rotatividade de profissionais é um indicador importante da saúde de um negócio, afinal, empresas com altos níveis de turnover têm gastos financeiros maiores por conta do volume de demissões desnecessárias, além de perderem potencial de produtividade, já que os talentos estão sempre evadindo. Quando as jornadas de trabalho são flexíveis, no entanto, a tendência é que os colaboradores permaneçam por mais tempo na empresa. E quando estão satisfeitos, não veem necessidade de procurar por outras oportunidades.

Redução de custos

Como não há a necessidade de cumprir as atividades profissionais dentro da empresa, há uma redução de custos significativa, uma vez que a organização não vai pagar os custos de transporte de cada profissional para ir ao escritório todos os dias. Também há impactos positivos nos custos da operação, como as contas de luz, água e até mesmo consumíveis, como café. Ademais, como a flexibilidade também ajuda a reduzir o turnover, a empresa vai economizar deixando de fazer processos seletivos, contratação inesperadas e pagando multas rescisórias para os profissionais demitidos. Tudo isso reduz os gastos da empresa, que pode investir em outras ações.

Desenvolvimento de uma reputação positiva

Adotar a flexibilidade como parte da cultura da empresa também faz com que a ela melhore sua reputação enquanto lugar para trabalhar. Afinal, colaboradores felizes e satisfeitos em seus empregos compartilham esse sentimento com amigos, familiares e em redes sociais – o que acaba gerando um tipo de propaganda espontânea e melhora o employer branding. O resultado é que a empresa fica conhecida como um bom lugar para trilhar a carreira e, consequentemente, acaba atraindo mais talentos toda vez que abre processos seletivos.

 

Desafios da flexibilidade no trabalho

Embora a flexibilidade seja positiva tanto para empresas quanto para colaboradores, implementá-la no dia a dia tem alguns desafios. O primeiro deles é relativo ao trabalho remoto que, apesar de muito demandado, não é unanimidade entre os profissionais. Há pessoas que preferem, de fato, ir ao escritório todos os dias e conseguem produzir melhor nessas condições. Da mesma forma, a autogestão pode ser um problema dependendo do perfil comportamental, já que algumas pessoas funcionam melhor se tiverem um monitoramento mais próximo dos gestores.

Isso nos leva a outro desafio desse modelo: nem todos os profissionais entendem que flexibilidade exige responsabilidade. De nada adianta adotar um modelo flexível se os colaboradores acham que, por não terem horários fixos a cumprir, podem trabalhar o quanto quiserem sem compensar isso depois. É preciso ter responsabilidade para administrar demandas, entregar as tarefas no prazo e com qualidade, sem comprometer o fluxo de trabalho da empresa.

Também é necessário ter atenção para garantir que a comunicação entre a gestão, colaboradores e colegas de equipe não fique comprometida. Quando há pessoas trabalhando presencialmente e outras de forma remota, por exemplo, é preciso ter certeza de que a informação foi passada a todos os profissionais. Por isso, ter processos comunicacionais bem definidos é um desafio à parte para quem deseja implementar a flexibilidade nas rotinas.

Já as empresas com uma cultura organizacional conservadora podem ter problemas para adotar medidas de flexibilidade. Em ambientes onde a gestão é centralizada na figura do chefe, os líderes microgerenciam e os colaboradores têm pouca autonomia para na própria rotina, apenas adotar um modelo de trabalho híbrido não vai resolver. Por isso, é preciso que a empresa esteja aberta a construir uma cultura de confiança com os colaboradores, permitindo-os fazer a gestão de suas atividades, prioridades, horários e responsabilidades.

 

Como adotar a flexibilidade na sua empresa?

Dentre as estratégias mais efetivas para estabelecer a flexibilidade como um valor organizacional, destacamos:

Entenda a realidade da empresa

Antes de implementar uma rotina flexível, é importante entender como é a realidade da empresa em relação a isso – ou seja, mapear o que é viável fazer para flexibilizar o dia a dia dos colaboradores. O processo envolve, por exemplo, compreender quais são as tecnologias necessárias para que os colaboradores trabalhem remotamente e de quais a organização já dispõe. É importante estabelecer os canais de comunicação que serão usados, os softwares que devem ser utilizados pelo Capital Humano, bem como garantir que eles possam bater o ponto remotamente, por exemplo.

Organize os fluxos

Outro ponto importante é estabelecer com clareza os fluxos da empresa, para que seja possível organizar os horários do Capital Humano. Mesmo que eles tenham autonomia para gerir o próprio trabalho, é importante ter atenção a processos específicos para não oportunizar falhas. Se uma empresa avisa aos clientes, por exemplo, que estará disponível para oferecer um serviço das 8h às 17h, é fundamental que haja profissionais disponíveis para atendimento nesse horário. Uma sugestão, nesse caso, é que os colaboradores se organizem para atender as diferentes necessidades.

Mapeie os perfis comportamentais

Nem todos os perfis comportamentais se adaptam bem à ideia da flexibilidade corporativa. Pessoas com características mais dinâmicas, por exemplo, costumam ir melhor quando as atividades envolvem proatividade e autogestão, enquanto pessoas metódicas, que precisam de uma rota bem definida, podem demorar mais a se adaptar. Por isso, é importante que a empresa mapeie os perfis comportamentais dos colaboradores para saber, de antemão, quais serão os desafios de implementar uma rotina flexível.

É possível fazer isso usando um bom software de gestão comportamental, como o Etalent Pro. A partir de uma série de análises, a ferramenta permite mapear perfis dos profissionais e entender as tendências de comportamento em uma gestão flexível.

Converse com os profissionais

Antes de implementar rotinas flexíveis, é importante conversar com os colaboradores para entender o posicionamento deles sobre o assunto. Nesse diálogo, a empresa deve explicar as medidas e acertar as diretrizes para que o trabalho seja realizado da melhor forma possível. Assim, a organização esclarece que, para que a rotina flexível funcione, é preciso que os profissionais tenham responsabilidade e comprometimento. Além disso, abrindo a porta do diálogo, a empresa incentiva os colaboradores a tirarem dúvidas, compartilharem ideias e opiniões.

Crie diretrizes

Criar diretrizes para orientar os profissionais também é importante para o modelo flexível dar certo. Isso significa que a empresa deve entender como pretende lidar com as horas trabalhadas, se precisa haver algum controle específico e quais ferramentas deve utilizar. Para além disso, também é importante criar métricas e indicadores que avaliam os resultados obtidos com o modelo, visto que, caso algo não dê certo, será preciso recalcular a rota.

Abrace as mudanças

De nada adianta tentar implementar a flexibilidade no trabalho se a empresa não estiver aberta a mudanças e inovações. Quando os gestores têm uma postura defensiva em relação a dar autonomia aos profissionais, todo o processo fica comprometido. Caso isso aconteça, inclusive, é recomendado fazer treinamentos específicos para que eles consigam liderar dando autonomia e incentivando os colaboradores a desenvolverem essa habilidade. Até porque esse tipo de conduta é fundamental para seguir as demandas mais recentes do mercado.

 

A flexibilidade e os diferentes perfis comportamentais

O comportamento humano é algo complexo e que varia de pessoa para pessoa. Afinal, é o estilo comportamental de uma pessoa que determina como ela reage a estímulos, ações e emoções, bem como a forma com que ela lida com essas questões. Há, por exemplo, quem seja mais aberto às relações sociais e se sinta energizado na companhia de outras pessoas. Por outro lado, algumas pessoas precisam ficar sozinhas para recuperar as energias. Há pessoas que sabem lidar bem com imprevistos, enquanto outras detestam qualquer situação que escape aos próprios planos. Por fim, há quem tenha mais facilidade para lidar com dinâmicas flexíveis e quem precise de rotinas mais planejadas.

De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais respeitadas das do mundo, existem quatro fatores responsáveis por determinar o estilo comportamental de uma pessoa: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade.

Todo e qualquer indivíduo apresenta os quatro fatores em algum nível, mas o que determina o comportamento de cada um é a forma com que a pessoa utiliza essas características.

As relações entre os fatores DISC formam o que chamamos de perfil comportamental. Ao todo, são 36 combinações diferentes, que descrevem as tendências das pessoas, bem como particularidades, pontos fortes e os que precisam de desenvolvimento. E uma característica determinada pelo perfil de uma pessoa é a predisposição para lidar com rotinas flexíveis e com autonomia.

A Dominância é um fator conhecido pela assertividade, ambição e pelo gosto por desafios. São indivíduos focados em resultados, o que faz com que eles tenham mais facilidade em agir com autonomia e proatividade.

Caso semelhante é o da Influência, que é marcada pela versatilidade e flexibilidade. Lidar com rotinas flexíveis não é um problema para esse perfil, que gosta de dinamismo. Mas, como são relacionais e adoram companhia, o modelo de trabalho remoto pode impactar negativamente os resultados dos profissionais com esse perfil.

A eStablidade é marcada pela responsabilidade pelo apreço às boas relações, apesar da postura mais reservada. Em dinâmicas flexíveis de trabalho, esse perfil pode ter dificuldade para lidar com o dinamismo e a falta de uma rotina planejada – afinal, normalmente valorizam a previsibilidade. Mas como são muito responsáveis, podem encontrar uma forma de contornar essa questão, definindo uma rotina eficiente para eles.

Caso parecido é o da Conformidade. São pessoas metódicas que gostam de seguir regras. Por isso, também se responsabilizam por suas rotinas, mas podem ter dificuldades para lidar com situações que exijam muito dinamismo. A tendência, como com os eStáveis, é que busquem uma forma de tornar o trabalho flexível mais agradável.

 

Papel da tecnologia para sucesso da gestão flexível

Nas rotinas flexíveis, é comum que os profissionais não trabalhem em tempo integral nos escritórios – e isso acontece até mesmo em dias de trabalho presencial. Por isso, a tecnologia assume um papel fundamental no que diz respeito a coletar, organizar e integrar dados e informações.

É interessante que as empresas disponham de ferramentas tecnológicas para avaliar o desempenho dos colaboradores, automatizar processos, permitir o registro remoto do início e do fim do expediente, dentre outras possibilidades que suportem a rotina de trabalho fora das empresas.

O sistema Etalent Pro é um bom exemplo. Com essa plataforma 100% digital e disponível em qualquer localidade, o RH tem mais autonomia para fazer a gestão de talentos, avaliar os colaboradores, entender se estão adequados aos cargos que exercem, além de aumentar a produtividade das equipes por meio dessas informações. Vale lembrar que as diversas análises de perfil comportamental que o software gera podem ser aplicadas a diferentes contextos, sinalizando tendências comportamentais em diferentes circunstâncias – uma delas é específica para o modelo de trabalho remoto.

A flexibilidade no trabalho é uma demanda cada vez mais recorrente entre os profissionais, tornando-se, para muitos, um pré-requisito para aceitar uma proposta de emprego. As rotinas flexíveis trazem benefícios tanto para os colaboradores quanto para as empresas, já que impactam positivamente a qualidade de vida e a produtividade dos colaboradores. Em contrapartida, elas podem ser desafiadoras quando as organizações têm culturas mais conservadoras, rígidas e menos abertas às inovações do mercado. Flexibilizar as rotinas de trabalho é mais um passo que as empresas dão em direção ao sucesso. E o mais importante: sem abrir mão da produtividade nem do bem-estar dos colaboradores.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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