Atualmente, o reskilling é um dos processos mais importantes no desenvolvimento dos talentos nas organizações. Isso porque, conforme as tecnologias avançam, a transformação digital se instala e as mudanças surgem no cenário, realizar o desenvolvimento e o aprimoramento contínuo das habilidades tornou-se fundamental. De acordo com esse estudo realizado pelo World Economic Forum em 2020, estima-se que cerca de 85 milhões de empregos podem desaparecer até 2025, principalmente por conta da automação de determinadas funções. Por outro lado, 97 milhões de novos cargos podem surgir a partir de seus desdobramentos e das demandas futuras.
Outro dado trazido pela pesquisa que demonstra a velocidade das mudanças é a constatação de que 42% das principais competências e habilidades requeridas pelos cargos irão mudar nesse período. Análises como esta tornam flagrante a importância de incentivar a cultura do lifelong learning para, assim, aumentar a sua adaptabilidade. Afinal, os dados mostram que a questão não é mais se teremos que lidar com novos desafios e sair da zona de conforto – e, sim, quando isso irá acontecer.
À medida que o mundo dos negócios se modifica, entra em contato com novos recursos e remodela suas exigências, os profissionais se deparam com novas exigências para não apenas ingressar, como também para conseguir manter a empregabilidade. E um grande aliado nessa jornada de preparação e adaptação para o momento futuro é o reskilling, assunto do artigo de hoje. Boa leitura!
- O que é reskilling?
- Reskilling, upskilling e o futuro do trabalho
- Os objetivos do reskilling
- Benefícios do reskilling
- 4 passos para aplicar o reskilling na sua empresa
- O papel do RH no reskilling
- Exemplos de reskilling na prática
O que é reskilling?
O reskilling trata de um tipo de “reciclagem”, onde os profissionais aprendem habilidades novas, visando ampliar sua versatilidade e seus níveis de prontidão. Essas habilidades, no entanto, não estão necessariamente atreladas à sua atual área de atuação.
O termo tem origem na palavra skill (“habilidade”, em inglês), que é usada para se referir “ao ato de tornar-se hábil em algo ou desenvolver a própria competência”. Nas empresas, uma prática muito efetiva para estimular o reskilling é o job rotation, em que os profissionais trabalham em diversos setores, em um esquema de rodízio de funções.
O reskilling acontece, por exemplo, no caso de uma secretária que acaba se interessando pela parte de finanças da empresa onde trabalha e resolve cursar administração, para ser realocada para o setor administrativo-financeiro. Nessa situação, ela não está investindo em uma habilidade que vá usar no cargo de secretária – mas, sim, adquirindo novos conhecimentos a respeito de outro cargo, para se manter atualizada, versátil e relevante em outro departamento. Nesse caso em específico, a mudança é ocasionada pela vontade de mudar de setor; todavia, há quem invista em processos de reskilling para aumentar a empregabilidade e ter mais opções de áreas de atuação.
Diferenças entre reskilling e upskilling
Paralelo ao reskilling, outra prática muito comum nos processos de desenvolvimento é o upskilling, que se refere ao aprimoramento de habilidades em uma área já conhecida. Ou seja, ao contrário do reskilling, que foca em requalificação, o upskilling está relacionado a uma evolução em um campo de conhecimento já dominado pelo profissional, visando a aumentar sua capacidade e competência.
É o caso de um arquiteto que aprende a usar novos programas e ferramentas que o ajudam a aprimorar o seu desenho técnico. O intuito, nessas circunstâncias, não é aprender a construir uma planta de projeto – afinal, isso, ele sabe fazer. A ideia é tornar o processo otimizado para que tenha mais facilidade na hora de utilizar os softwares ou mesmo para conquistar resultados melhores. Logo, ao investir no upskilling, o arquiteto em questão quer aumentar os níveis de qualificação na área em que ele já atua.
Portanto, o upskilling é interessante para profissionais que desejam aumentar a prontidão na área de atuação, enquanto o reskilling é especialmente efetivo para quem planeja uma mudança de área ou deseja realizar transferências internas.
É importante ressaltar, no entanto, que ambas as práticas são relevantes na construção de uma carreira. Afinal, elas impactam pontos como níveis de prontidão, no primeiro caso, e versatilidade, no segundo.
Reskilling, upskilling e o futuro do trabalho
De acordo com o estudo mencionado anteriormente, em breve, haverá um corte de mais de 7,1 milhões de empregos devido às mudanças do mercado. A maioria deles se concentra em funções administrativas e de escritório, que vêm sendo substituídas pelas automações e ferramentas tecnológicas. Em contrapartida, diversas profissões estão surgindo nesse mesmo período. Por isso, é fundamental que os profissionais desenvolvam as habilidades certas para lidar, sobretudo, com o mundo digital.
Esse panorama faz com que muitos profissionais se sintam inseguros sobre a manutenção de seus empregos e o futuro das suas carreiras. E não é à toa; neste estudo conduzido pela consultoria McKinsey, 87% dos entrevistados contou que há dificuldade em encontrar especialistas em determinadas atividades e que boa parte da força de trabalho ainda não está preparada para atender às demandas do mercado. Dentre eles, 44% acredita que suas empresas vão enfrentar dificuldades relacionadas à escassez de mão de obra nos próximos anos, e 43% relatou já estar tendo esse problema – tanto em termos de soft skills quanto de hard skills. A partir desses dados, fica latente a necessidade de desenvolver habilidades para acompanhar as constantes mudanças no cenário.
Questões como automações, análise de dados, inteligência artificial, Big Data, metaverso e outras tecnologias emergentes estão cada vez mais presentes no dia a dia corporativo. E garantir a produtividade sob essas condições depende muito de processos como o reskilling, que permite que o profissional se atualize. A pesquisa do WEF elenca o lifelong learning e a curiosidade como soft skills desejadas para os próximos anos. Evidentemente, é necessário aumentar a qualificação com processos de upskilling, mas há, de fato, uma tendência que aponta para o domínio de novas habilidades – especialmente as comportamentais.
Os objetivos do reskilling
Os processos de reskilling têm diversos objetivos. O principal deles, no entanto, é se preparar para a transformação digital – e, assim, tornar pessoas, produtos e serviços mais eficientes. Outros objetivos atrelados ao reskilling são o aumento da produtividade e da inovação.
À medida que as empresas formulam estratégias para responder às mudanças no mercado, elas precisam encontrar formas de garantir planos de carreira mais amplos e que contemplem as habilidades necessárias para o futuro. Só assim, é possível ter um Capital Humano com talentos prontos para mudanças de estratégia e com competências adequadas às diversas necessidades.
Benefícios do reskilling
Quando levamos em conta o cenário corporativo e as mudanças constantes, manter-se atualizado evita a defasagem e pode ser a diferença entre o sucesso ou a falência de um negócio. Não à toa, cada vez mais os profissionais que desejam se preparar para o futuro trilham caminhos de constante aprendizado, evolução e desenvolvimento, que dependem diretamente de uma mentalidade de aprendizado contínuo.
Adotar práticas como o reskilling ajuda a ampliar o leque das habilidades técnicas e comportamentais, que podem, inclusive, servir em outras áreas de atuação. Isso significa que, se o cargo de um profissional for daqueles que podem ser automatizados ou acabar desaparecendo num futuro (não tão distante), a realocação será mais fácil e natural.
Para as empresas, o reskilling ajuda a criar um Capital Humano com níveis de prontidão mais altos e com alta capacidade de adaptação frente às mudanças, sejam quais forem.
Alguns benefícios do reskilling são:
Maior empregabilidade
A empregabilidade de uma pessoa diz respeito a um conjunto de conhecimentos, tanto de ordem técnica quanto comportamental, que tornam um profissional mais atraente para a contratação durante processos seletivos. Algumas pessoas também entendem a empregabilidade como a capacidade de um colaborador se manter empregado. Dito isso, fica fácil entender como o reskilling impacta a empregabilidade dos indivíduos. Afinal, quanto mais conhecimentos e habilidades o profissional detém, maiores são as chances de ele se manter interessante no mercado, assim como aumentam suas oportunidades na carreira.
Maior capacidade de lidar com mudanças
Vivemos em um momento em que o cenário corporativo muda com cada vez mais rapidez, sobretudo com a influência das tecnologias mais recentes. Nesse cenário, profissionais que têm uma ampla gama de habilidades, mesmo que sejam de áreas diferentes, se sobressaem. Afinal, quando as mudanças aparecem, sejam elas internas ou externas, as chances de que estejam prontos para lidar com as novas circunstâncias sobem consideravelmente. Seja para cobrir a ausência de um colega afastado ou mesmo para aprender a lidar com algo totalmente novo, a adaptabilidade é uma competência muito desejável nos dias atuais.
Incentiva atualizações e desenvolvimento de habilidades
Ao desenvolver novas habilidades, além dos profissionais crescerem individualmente, também há ganhos significativos para o Capital Humano. Afinal, esse processo também é uma forma de se antecipar às mudanças e diminuir o impacto quando elas, de fato, chegam.
Possibilita a realocação interna
O recrutamento interno acontece quando uma empresa deseja preencher uma vaga utilizando o próprio Capital Humano – e, para isso, realoca os profissionais internamente. Nessa situação, os colaboradores que investem no reskilling saem na frente, pois além de já estarem integrados às equipes, aos processos e à cultura organizacional, dominam múltiplas competências, podendo atuar em outros setores da empresa.
Estimula uma cultura de aprendizagem contínua
A cultura de aprendizagem trata de uma série de práticas e ações feitas pela própria organização a fim de desenvolver o potencial do Capital Humano. O intuito é manter as equipes em constante estado de aprendizado para que possam aprimorar suas competências independente das mudanças que aconteceram, além de compartilharem o conhecimento entre si. O reskilling é um processo fundamental para que isso se mantenha, uma vez que ele impede que o conhecimento dos colaboradores se torne obsoleto.
Oportunidades de crescimento mais abrangentes
O reskilling também é importante para dar oportunidade aos profissionais de trilharem caminhos mais abrangentes dentro da empresa. Aliado a um plano de carreira bem desenhado e a processos como o job rotation e a realocação interna, o reskilling permite que o colaborador até mesmo vislumbre outras carreiras, caso sinta que está na hora de mudar.
Em suma, as contribuições do reskilling incluem:
Para empresas
- Aumento da produtividade;
- Retenção de talentos;
- Melhoria da imagem da empresa enquanto marca empregadora;
- Desenvolvimento de uma reputação positiva no mercado;
- Aumento da vantagem competitiva;
- Construção de uma experiência do colaborador positiva;
- Equipes adaptáveis às mudanças;
- Redução de custos com contratações e processos seletivos;
- Melhorias no clima organizacional.
Para profissionais
- Aumento da satisfação e da felicidade com o trabalho;
- Desenvolvimento profissional;
- Ampliação das possibilidades para a carreira;
- Mudança de área mais acessível;
- Ambientes de trabalho mais saudáveis.
4 passos para aplicar o reskilling na sua empresa
O primeiro passo para implementar o reskilling em uma empresa é criar uma cultura de aprendizagem. Todavia, é preciso ter ciência de que, para que isso seja possível, apenas colocar esse valor no papel não é o suficiente – é fundamental que a organização o utilize como um norteador em suas tomadas de decisão.
Logo, é preciso que haja investimento em recursos como treinamentos e capacitação, para além do estímulo ao aprimoramento constante dos colaboradores. Ter esse cuidado é importante, inclusive, para que eles não se acomodem em suas funções.
Além disso, é essencial entender como reconhecer demandas e prioridades em relação às necessidades da empresa e, também, dos profissionais. É preciso identificar quais setores estão defasados e precisam de novos profissionais, quais são as demandas mercadológicas que a empresa deve suprir e quem são os colaboradores com perfis mais adequados para o reskilling.
Uma vez que esses processos estiverem alinhados, é fundamental ter atenção a algumas etapas. São elas:
Passo 1. Definição do programa
Ao definir um programa de reskilling, a empresa deve elaborar um planejamento estruturado para os treinamentos que serão oferecidos aos profissionais. É importante que não se trate de ações ou iniciativas isoladas; o ideal é que o reskilling faça parte da cultura da organização. É recomendado que o processo comece em escalas menores e trate de um planejamento básico específico para determinadas áreas ou setores. Assim, fica mais fácil reparar erros e identificar ajustes futuros.
Passo 2. Identificar por onde começar
Implementar um processo de reskilling com alto engajamento envolve saber quais são os profissionais mais propensos a adquirir novas habilidades. No momento em que a empresa comunica a decisão de investir em treinamentos para a requalificação, é fundamental observar quem se entusiasma com as alternativas apresentadas. Afinal, alguns profissionais preferem se manter a carreira inteira na mesma função – embora esta não seja uma decisão recomendada.
Para realizar esse processo de maneira ainda mais eficiente, é fundamental avaliar a questão comportamental. O ETALENT Pro, software voltado para a gestão do comportamento, indica quais são os colaboradores com talentos que apontam para o aprendizado contínuo e o gosto para adquirir novas habilidades.
Já processos como o Assessment permitem analisar o perfil comportamental dos colaboradores da organização e entender até mesmo quem exerce funções contrárias às características comportamentais.
Passo 3. Investir no aprendizado formal
O aprendizado formal é um processo que faz parte da requalificação. Afinal, dependendo das habilidades e da extensão da mudança, pode ser necessário que o colaborador precise realizar cursos técnicos ou outros meios de aprendizado formal. Nesse cenário, parcerias com universidades ou outros tipos de instituições de ensino são uma forma de estimular o aprendizado contínuo. Treinamentos in company, ou seja, aqueles que são administrados dentro da empresa, também são bem-vindos.
Vale ressaltar, ainda, a importância de investir em formas de aprimorar não apenas as hard skills, mas as competências comportamentais dos colaboradores.
Passo 4. Programas de mentoria
Os programas de mentoria também são uma estratégia interessante para implementar a requalificação. Esse recurso é comumente utilizado para fazer com que jovens talentos se desenvolvam profissionalmente – o que também pode ser replicado em um processo como o reskilling. Afinal, um profissional que já é ativo em determinada área pode não apenas servir como incentivo, mas também como uma referência, para um novato que deseja a requalificação. O aprendizado com um mentor garante o alinhamento aos valores e princípios da empresa.
O papel do RH no reskilling
O RH é um setor fundamental da gestão de pessoas e, consequentemente, para processos como reskilling e o upskilling. Mesmo que tenha surgido como um departamento mais burocrático, com o passar do tempo, o Recursos Humanos passou a participar das estratégias da empresa, com uma atuação bem mais ampla. Inclusive, de acordo com Idalberto Chiavenato, um dos nomes mais importantes da administração de empresas moderna, as atividades do RH estratégico podem ser divididas em cinco subsistemas – algumas delas, responsáveis diretas pelo treinamento e desenvolvimento dos colaboradores.
Quanto ao reskilling especificamente, o RH é um importante aliado para garantir a efetividade do processo. Isso porque a requalificação envolve identificar habilidades para que os profissionais as adquiram em um determinado período, estabelecer estratégias para dar apoio ao desenvolvimento e, também, encontrar formas de reforçar este como um valor da cultura organizacional.
A atuação do RH em processos de reskilling foca, majoritariamente, em:
Mapeamento de habilidades
Antes de dar início a um processo de requalificação, é necessário entender quais são os profissionais mais propensos a embarcar nessa jornada, bem como as habilidades que eles já dominam e as que precisam desenvolver. Nesse sentido, cabe ao RH fazer o mapeamento para identificar as competências específicas que a empresa deseja que o Capital Humano desenvolva. É fundamental estar atento aos rumos do mercado, bem como às tendências – só assim, é possível se antecipar a elas e construir um Capital Humano com habilidades necessárias para o futuro.
Desenvolvimento de competências
Os programas de treinamento e desenvolvimento, que visam a aprimorar as skills do Capital Humano, também fazem parte das atribuições do RH – e isso não muda quando o foco é o reskilling. Vale ressaltar que o cenário ideal é que o processo de desenvolvimento seja feito de forma estratégica e a partir das necessidades de cada colaborador alinhadas aos objetivos do negócio. Para isso, é fundamental uma atuação ainda mais assertiva do RH, que deve realizar treinamentos focados especificamente nos gaps entre as competências que o profissional já domina e as que a empresa precisa que ele desenvolva.
Para esse fim, com a utilização de um bom programa de Assessment capaz de avaliar desempenho, produtividade, motivadores, âncoras de carreira e os pontos que precisam ser trabalhados, fica mais fácil realizar um processo de T&D direcionado. Isso faz toda a diferença para empresas que desejam implementar a requalificação como parte de seu dia a dia.
Mudança na cultura
O setor de Recursos Humanos tem um papel fundamental quando o assunto é a cultura organizacional – e, portanto, é um setor muito importante na hora de implementar a mentalidade de aprendizagem contínua, fator essencial para o reskilling.
O RH é o principal responsável pela gestão de pessoas. A atuação do setor já começa no processo de R&S, quando deve traçar o perfil de candidato ideal para assumir uma vaga. É importante que, para além do fit entre habilidades e comportamento, a pessoa também partilhe dos mesmos valores defendidos pela empresa. Só assim, será possível fortalecer pontos específicos da cultura em médio e longo prazos – e, portanto, garantir que os profissionais que compõem o Capital Humano sejam mais abertos quanto a essa abordagem.
Depois da contratação, o RH também é o maior responsável pelo onboarding do recém-contratado, momento em que deve começar a sua imersão na cultura da empresa. Além disso, a manutenção desses valores passa muito pela atuação do setor, já que o departamento também fica encarregado de promover ações internas visando resultados específicos. Também cabe ao RH fazer o monitoramento de pessoas, o que inclui desde o desenvolvimento técnico até questões mais subjetivas, como felicidade e satisfação.
Vale lembrar, ainda, que o setor é responsável por promover a retenção de talentos – e ter uma cultura com pontos bem definidos é um elemento muito importante nesse processo.
Em suma, a atuação do RH em processos de reskilling envolve pontos como:
- Agir estrategicamente para ajudar na tomada de decisão da empresa quanto à requalificação de profissionais;
- Implementar e disseminar valores como a cultura de aprendizagem;
- Orientar lideranças para colocar a requalificação em prática, sempre levando em conta as necessidades da empresa no presente e no futuro;
- Coletar feedbacks dos profissionais sobre os caminhos para a própria carreira, sempre identificando aqueles mais propensos ao reskilling;
- Contribuir para a construção de programas de reskilling assertivos, estratégicos e com métricas bem definidas para avaliar resultados.
Exemplos de reskilling na prática
O reskilling é um processo que já impactou positivamente os resultados de diversas empresas de nível mundial. Alguns casos emblemáticos relacionados aos processos são:
Walmart
Maior rede de varejo do mundo, a Walmart implementou a realidade virtual como parte dos programas de T&D de talentos. Esse processo começou em apenas cinco unidades como algo experimental, mas logo se tornou parte da rotina de outras 17 mil lojas da rede. A ideia da varejista era usar a tecnologia como parte do treinamento para situações de estresse, como as liquidações de final de ano, momentos de crise ou mesmo de desastres naturais, comuns em algumas regiões dos Estados Unidos.
As ferramentas também foram aproveitadas para intensificar o treinamento em novas tecnologias e sistemas. Os resultados vêm sendo tão positivos que, até hoje, o Walmart utiliza a realidade virtual para ajudar os profissionais a adquirirem novas competências ocasionadas pela transformação digital.
Amazon
Uma das maiores empresas do mundo, a Amazon anunciou, em 2019, um investimento de cerca de US$7 mil por funcionário para treinamento e requalificação, valor que, na época, era o mais alto já divulgado com este fim. De acordo com a empresa, a ideia era aumentar o nível das competências digitais do Capital Humano visando ao futuro. A empresa também é conhecida por programas de reskilling que ajudam os profissionais a fazerem transição de cargos, sobretudo para áreas técnicas. Não à toa, a Amazon vem se tornando, ano após ano, uma das grandes expoentes do mercado de tecnologia.
Seagate
Gigante no mercado de tecnologia para armazenamento de dados, a Seagate ficou conhecida por investir em processos de requalificação para garantir que seus profissionais fossem treinados em tecnologias emergentes. Mas a empresa não parou por aí – um dos objetivos também era criar uma forma mais simples e eficiente de redistribuir talentos em escala global, uma vez que a empresa está presente em diversos países.
Mesmo durante a pandemia de COVID-19, a Seagate optou por não fazer desligamentos em massa – em vez disso, investiu em redirecionamentos estratégicos para conseguir aproveitar os talentos que já tinha. Nesse processo, a empresa conseguiu colocar os profissionais em lugares onde podiam contribuir com novas habilidades, o que ajudou a fortalecer a empresa como marca e fez com que os colaboradores estivessem ainda mais alinhados às demandas para o futuro.
O resultado foi uma economia de US$13 milhões com custos de contratações externas e de US$20 milhões com despesas demissionais, além de 30% das vagas serem preenchidas por profissionais realocados.
HSBC
O banco HSBC também foi outro que investiu em práticas de reskilling para responder às necessidades do mercado. Isso porque os líderes da empresa encontraram na requalificação uma forma de garantir que a empresa tivesse as competências e ferramentas precisas para promover ambientes de aprendizado contínuo. O primeiro passo foi identificar quais eram as habilidades que já existiam na empresa. Uma vez feito esse levantamento, o HSBC entendeu onde precisava investir para garantir que estivesse preparado para o futuro. O resultado foi um aumento na produtividade e a criação de diversas equipes multifuncionais, que assumiram quase metade dos projetos da empresa.
Processos como o reskilling são importantes para manter os profissionais motivados, engajados e a produtividade em alta, além de preparar o negócio para o momento futuro. Afinal, o Capital Humano é o maior bem de uma empresa e o principal responsável pelo seu sucesso. Investir em medidas de aprimoramento de habilidades e requalificação amplifica a produtividade e as oportunidades do negócio, além de valorizar os profissionais!
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.