A qualidade de vida no trabalho (QTV) é um dos assuntos do momento no mundo corporativo. Não é à toa: a cada dia que passa, as pessoas têm mais dificuldades de separar a carreira de suas vidas pessoais. Com a pandemia e a popularização de modelos de trabalho remoto, como o home office, muito do que era considerado tradicional em uma rotina laboral mudou – tanto para o bem quanto para o mal. Se por um lado, os colaboradores ganharam maior flexibilidade e autonomia para lidar com suas demandas, por outro, as linhas que separam o pessoal e o profissional ficaram ainda mais tênues.

Isso se tornou especialmente perigoso porque, com a evolução das tecnologias, o ritmo de produção nas empresas aumentou muito. Com processos automatizados, gestão estratégica de pessoas e recursos, o fluxo de trabalho se tornou mais eficiente. No entanto, em muitas organizações, toda essa efetividade resultou em ganho de tempo, que se transformou em mais demandas para os seus profissionais. E como os cenários são cada vez mais propícios para rotinas de trabalho intermináveis com a cultura da agitação – que, em muitos casos, é até incentivada pelas empresas –, essa combinação se torna especialmente alarmante.

Hoje, no que se considera pós-pandemia, há uma verdadeira explosão na demanda por empregos que possibilitem criar rotinas que favorecem a saúde mental. Isso envolve a possibilidade de trabalhar em horários adaptados às necessidades, fazer pausas estratégicas e não precisar se locomover para chegar às dependências da empresa todos os dias, por exemplo. Estas são questões que trazem mais qualidade de vida para os colaboradores, um fator que tem sido prioridade para muitos deles, superando até mesmo questões como salário e benefícios. Mas, afinal, como implementar uma política que favoreça a qualidade de vida no trabalho e garantir melhorias na experiência dos profissionais? É o que você vai descobrir neste artigo! Boa leitura!

 

O que é qualidade de vida no trabalho (QVT)?

Por mais que este seja um termo amplo, a qualidade de vida no trabalho (QVT) se refere a um conjunto de práticas voltadas para o bem-estar geral do Capital Humano, incluindo sua saúde física, mental, financeira, motivação e satisfação para com o trabalho exercido. Alguns autores entendem o conceito também com um significado a mais: como uma forma de potencializar a produtividade e a qualidade das entregas. Vale ressaltar, entretanto, que essas duas questões não precisam (nem devem) estar desassociadas uma da outra. Afinal, atualmente, entende-se que as pessoas são o principal ativo de uma organização e que mantê-las bem e satisfeitas é uma forma bastante eficiente de melhorar a performance da organização como um todo.

Isso por conta de uma lógica bastante simples: quando os profissionais estão felizes, eles trabalham mais e melhor – e a felicidade no trabalho envolve diversos aspectos. Exercer uma função que esteja adequada ao perfil comportamental, por exemplo, é um deles. Se uma pessoa utiliza suas características naturais para desempenhar suas atividades, isso lhe garante maior satisfação e menos desgaste. Essa é a trilha verde da ecologia humana, ou seja, o caminho harmônico para nós mesmos.

Mas a qualidade de vida no trabalho vai muito além da adequação comportamental de um indivíduo ao seu cargo. Rotinas de trabalho realmente saudáveis também abarcam questões como tempo de descanso, divisão equilibrada de tarefas, construção de ambientes organizacionais acolhedores, desenvolvimento de relações interpessoais, segurança psicológica, inclusão, salários e benefícios competitivos, projeção profissional, dentre diversos outros fatores. Isso explica, inclusive, porque o home office ganhou tantos adeptos nos últimos anos. Por conta da flexibilidade, esse modelo de trabalho se consolidou como uma alternativa que favorece a saúde mental, emocional e até física dos colaboradores.

Por fim, a qualidade de vida também envolve segurança física na hora de exercer as atividades, ainda mais em áreas específicas, em que a execução de tarefas precisa ter cuidado redobrado. Uma empresa do ramo marítimo, por exemplo, deve oferecer condições que garantam a integridade física de seus profissionais. Afinal, só é preciso um breve momento de distração para haver um grave acidente quando a rotina de trabalho envolve caminhar em um porto em meio a contêineres e empilhadeiras.

A origem do termo

A qualidade de vida no trabalho começou a ser discutida na década de 1950, a partir das pesquisas do psicólogo britânico Eric Trist. O conceito surgiu de uma série de estudos conduzidos por ele, que focavam na relação entre um indivíduo, seu trabalho e a empresa para qual ele desempenha a função. Contudo, a preocupação com a QVT ganhou mais notoriedade duas décadas depois, nos anos 1970, quando a mesma discussão chegou à Universidade da Califórnia, com o trabalho do professor Louis Davis.

Na mesma época, um movimento pela qualidade de vida no trabalho surgiu incentivado pelo cenário competitivo, que vinha crescendo cada vez mais. A ideia era tentar entrelaçar os interesses de colaboradores e empresários através de práticas gerenciais, reduzindo o conflito entre as partes, motivando os colaboradores e aumentando seu potencial produtivo.

Foi nesse contexto que uma série de práticas voltadas para melhorias no dia a dia no trabalho entraram em cena. Alguns destaques são a descentralização das decisões, maior participação dos profissionais, redução de hierarquias, além de condições de trabalho mais saudáveis, de forma geral.

É interessante notar que os desdobramentos dessas questões ficaram explícitos até na cultura pop e no cinema estadunidense na década de 1970. Isso porque, de fato, esse foi um momento crucial para a mudança nas relações entre os profissionais e suas empresas. Em filmes e séries da época, como The Mary Tyler Moore Show (1970), a vivência em um ambiente de trabalho estava muito associada à construção de relações com os colegas, não necessariamente à produtividade a qualquer custo. O trabalho, no cinema dessa época, era visto como um local de realização pessoal – inclusive para as mulheres, que começaram a ser inseridas nesses ambientes nesse período.

 

A importância da qualidade de vida no trabalho

Existem inúmeros motivos que justificam a implementação de ações voltadas para a QVT nos ambientes organizacionais. O primeiro é que a felicidade dos colaboradores é altamente lucrativa. De acordo com esta pesquisa realizada pela Sodexo e publicada pela revista Exame, as organizações que investem na qualidade de vida de seus colaboradores são até 70% mais rentáveis. Inclusive, vale relembrar que, não à toa, alguns autores do empreendedorismo entendem esta como uma medida diretamente relacionada à produtividade e que não fica restrita à satisfação dos profissionais. Historicamente falando, como vimos, o conceito surge como algo pensado para beneficiar tanto os empresários quanto o Capital Humano.

E não é nada difícil imaginar por que isso acontece. Em primeiro lugar, quando os ambientes de trabalho são saudáveis, a incidência de doenças de ordem psicossomática é consideravelmente menor. Esse fato fica constatado neste estudo conduzido pela revista Work & Stress, que chama a atenção para a relação entre os ambientes hostis e o aumento da depressão, uso de substâncias ilícitas e problemas generalizados de saúde. Logo, quando não há qualidade de vida, a tendência é que o Capital Humano adoeça, o que impacta não apenas seu potencial de produtividade, como também gera uma série de problemas físicos e emocionais. Nessa situação, é comum que os índices de absenteísmo cresçam exponencialmente. Isso sem mencionar o turnover, também conhecido como taxa de rotatividade, que também tende a disparar nessas circunstâncias. Esses dois fatores, por si só, já impactam bastante as rotinas produtivas.

Outro fator impactado pela QVT é a reputação da empresa perante o mercado, que também pode ser afetada positiva ou negativamente por este fator. Isso porque muitas pessoas entendem os colaboradores de uma empresa como seus primeiros clientes. Logo, elas assumem que se a organização não os trata bem nem os deixa motivados, o mesmo vai acontecer com seus clientes externos. Além disso, a falta de engajamento faz com que a qualidade dos serviços e produtos caia. No pior cenário, construir uma reputação negativa pode até mesmo afastar potenciais colaboradores em futuros processos de Recrutamento e Seleção.

Por fim, também vale mencionar o combate aos ideais semeados pela cultura da agitação, também conhecida como hustle culture. Esse termo se refere a uma filosofia de alta produtividade a qualquer custo, ou seja, uma mentalidade em que é preciso trabalhar ininterruptamente pela maior quantidade de tempo que conseguir. Por mais que muitas pessoas não conheçam esse termo, os avanços tecnológicos tornaram esse “estilo de vida” comum, já que, hoje em dia, é possível trabalhar de praticamente qualquer lugar. Frases como “trabalhe enquanto eles dormem”, “estude enquanto eles se divertem” e “lute enquanto eles descansam” expressam bem essa mentalidade, que não pode nem deve ser apoiada em um ambiente corporativo.

Investir na qualidade de vida no trabalho vai além de melhorar a experiência dos profissionais de uma empresa. A preocupação deve envolver diversos campos com potencial de impactar a marca. Afinal, fica nítido que rentabilidade, lucratividade, imagem pública, capacidade de inovação e saúde organizacional estão diretamente atrelados à qualidade de vida.

 

As vantagens de promover a QVT

Investir em ações voltadas para qualidade de vida no trabalho é muito importante e traz benefícios tanto para as empresas quanto para os profissionais de uma organização. Dentre eles, destacamos:

Para empresas

Redução do turnover

Como as demissões são custosas em termos financeiros, a empresa deve sempre procurar um meio de manter os talentos engajados e produtivos. Ter um ambiente saudável é fundamental nesse processo.

Retenção de talentos

Quando as jornadas de trabalho são positivas, a tendência é que os colaboradores permaneçam por mais tempo na empresa. Afinal, eles não veem necessidade de procurar por outras oportunidades quando estão satisfeitos.

Melhora no clima organizacional

A qualidade de vida no trabalho reduz o estresse do Capital Humano, o que também diminui o nível de conflitos organizacionais. Dessa forma, fica mais fácil desenvolver relações saudáveis com os colegas e criar sinergia entre equipes.

Práticas dos valores da cultura organizacional

Empresas que adotam modelos de gestão people centric chamam a atenção pela preocupação com seus colaboradores, expressada em sua missão, visão e valores. Entretanto, na prática, nem sempre isso acontece. Investir em qualidade de vida no trabalho tira essa questão do plano das ideias e a transforma em ações concretas.

Aumento na produtividade e lucratividade

Em condições propícias para o trabalho, ou seja, com a felicidade, motivação e o engajamento em dia, a tendência é que os profissionais trabalhem mais e, consequentemente, gerem mais lucro.

Controle do absenteísmo

A falta de assiduidade e pontualidade são especialmente comuns quando há condições tóxicas de trabalho; por isso, investir na QVT também ajuda a reduzir esse problema.

Desenvolvimento de reputação positiva

Empresas que cuidam bem de seus profissionais atraem olhares de admiração do mercado, o que a valoriza como uma marca empregadora. Além disso, o potencial de atração de novos talentos também aumenta exponencialmente.

Para profissionais

Rotinas mais saudáveis

Como a qualidade de vida no trabalho envolve prezar pelo equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, a tendência é que as ações voltadas para a QVT ajudem os profissionais a criarem rotinas mais sadias. Além disso, como esse fator tem um impacto direto no clima organizacional, a vivência nos ambientes de trabalho também se torna positiva.

Felicidade e satisfação pessoal

Condições de trabalho saudáveis fazem com que os colaboradores se sintam mais felizes e satisfeitos. Contudo, é sempre bom ressaltar: para oferecer a melhor experiência possível, também é importante investir em planos de desenvolvimento individual e planos de carreira, não apenas na construção de um ambiente saudável.

Sentimento de pertencimento

Quando a qualidade de vida é uma prioridade, fica mais fácil criar relações e firmar laços com os colegas. Dessa forma, a sinergia e o trabalho em equipe melhoram exponencialmente.

Menos desgaste e estresse

Com menos conflitos e mais tempo para descansar, a tendência é que os níveis de estresse diminuam. O desgaste, sob essas condições, também fica mais controlado, uma vez que a empresa e as lideranças agem com empatia, estabelecendo medidas para que o Capital Humano não ultrapasse o seu limite produtivo.

Saúde mental em dia

Todas essas questões culminam em equipes com profissionais mais saudáveis mental e emocionalmente. Vale sempre lembrar que o acompanhamento de um psicólogo é muito bem-vindo em casos mais críticos.

 

Como medir a qualidade de vida dos colaboradores?

Mesmo antes da pandemia de Covid-19, a forma com que os profissionais enxergavam seus trabalhos vinha mudando – sobretudo nas gerações mais novas. Mais do que salários e benefícios, fatores cultuados por décadas no mercado competitivo, os profissionais vinham mostrando preocupação com questões como o propósito, felicidade, satisfação pessoal e, evidentemente, sua saúde emocional. De acordo com essa pesquisa realizada pela Talent LMS com 1,2 mil jovens, 42% dos profissionais da geração Z disse que se demitiria caso sentisse os sintomas de doenças como o burnout.

Com a chegada da pandemia de coronavírus, essas questões ficaram ainda mais evidentes. No mundo inteiro, uma série de movimentos anti-work começaram a surgir. Alguns dos exemplos mais evidentes foram a onda de desligamentos voluntários (conhecida como Great Resignation) e o quiet quitting, um movimento que sugeria que os profissionais fizessem única e exclusivamente o que foram contratados para fazer, sem nenhum esforço a mais. Em ambos os casos, essas práticas apareceram como formas de se opor à cultura da agitação – No caso da onda de demissões, a ideia também incluía não se expor ao vírus, uma vez que o protesto ganhou força quando as empresas começaram a retomar o trabalho presencial.

Para evitar que quaisquer movimentos parecidos com esses ocorram em uma empresa, é fundamental que ela esteja atenta à qualidade de vida no trabalho e saiba mapear os níveis de satisfação e felicidade do Capital Humano. Dentre os métodos para fazer isso de forma assertiva, destacamos:

Pesquisas organizacionais

As pesquisas internas são uma forma muito efetiva de acompanhar os níveis de engajamento e motivação dos colaboradores. Esse recurso, que pode ser utilizado de forma anônima, dá liberdade para que os profissionais exponham aquilo que consideram ser os principais problemas da empresa. A relação com a liderança, com os colegas, a falta de perspectiva profissional, cobrança excessiva e expectativas desalinhadas da realidade, por exemplo, são assuntos que podem gerar desconforto se abordados em uma conversa cara a cara. Neste caso, o anonimato facilita o tratamento dessas questões.

A utilização de ferramentas de mapeamento do clima comportamental também é muito bem-vinda nessa situação. Com esse recurso, fica mais fácil entender como estão a satisfação e a felicidade do Capital Humano.

Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental, clique aqui.

Taxa de turnover e absenteísmo

As taxas de turnover e de absenteísmo também são bons termômetros para entender como as pessoas se sentem na empresa. Isso porque ter esses índices acima da média é um indicativo de que algo não anda bem em relação à qualidade de vida. Uma taxa de rotatividade alta pode ser fruto de ambientes tóxicos, lideranças abusivas, falta de perspectiva profissional, entre outras questões. Afinal, salvo em situações mais específicas, pouquíssimos são os profissionais que entram em uma empresa pensando em pedir demissão. O cenário mais comum é que as pessoas queiram ficar e se desenvolver, mas, para isso, é preciso que o ambiente ofereça as condições adequadas.

O absenteísmo, por outro lado, está diretamente ligado à motivação dos profissionais. Se um colaborador deixa de ver propósito em seu trabalho, além de haver uma queda brusca na qualidade das suas entregas, ele tende a se atrasar ou mesmo faltar com mais frequência.

Clima organizacional

A ocorrência de conflitos entre os colaboradores também é um indicativo preocupante. Isso porque, quando a qualidade de vida no trabalho não é boa, a tendência é que os níveis de estresse, fadiga e esgotamento físico e mental sejam mais altos, o que abre espaço para desentendimentos internos. Observar o clima organizacional também é interessante para avaliar como os profissionais lidam com suas tarefas e se elas estão de acordo com o seu comportamento. Esse fator, por si só, já tem um grande impacto na QVT.

Avaliação de desempenho

Outro indicativo de desequilíbrio na qualidade de vida no trabalho são os desempenhos aquém do esperado. Afinal, esse fator pode refletir uma queda na motivação, no engajamento ou até mesmo dificuldades dos colaboradores com o seu processo de desenvolvimento profissional. Por isso, é fundamental que a empresa realize avaliações de desempenho periodicamente e, caso sejam constatados resultados abaixo do esperado, os gestores tenham conversas com os colaboradores para entender por que isso está acontecendo.

Gestão de jornada de trabalho

O controle da jornada de trabalho também é um recurso interessante para avaliar a qualidade de vida do Capital Humano. Afinal, questões como a quantidade de horas extras pagas e a extensão dos horários de trabalho podem evidenciar sinais como a sobrecarga e má divisão de tarefas nos setores. Evidentemente, esses são pontos que afetam a QVT.

 

Qualidade de vida para cada perfil DISC

O comportamento é algo subjetivo que muda de pessoa para pessoa. Há quem seja naturalmente sociável e se sinta energizado na companhia dos demais. Da mesma forma, há quem precise ficar sozinho para repor as energias. Há pessoas metódicas e que precisam de organização para funcionar, enquanto outras se lidam bem com o improviso. Há quem não goste de imprevistos e quem deteste monotonia na rotina.

Esses são alguns aspectos que apontam para estilos comportamentais distintos, mas que nem começam a explicar a complexidade do comportamento humano. Entretanto, apenas por esses breves exemplos, já é possível chegar a uma conclusão: o conceito de qualidade de vida no trabalho também varia de pessoa para pessoa.

De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes do mundo, existem quatro fatores responsáveis por determinar o comportamento de um indivíduo: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade. Cada um deles conta com características distintas, mas todas as pessoas possuem os quatro em algum nível. A forma com que os utilizamos no dia a dia é o que determina qual dos fatores se destaca. Isso também influencia no estilo comportamental de cada um, bem como nas questões que consideramos essenciais para a qualidade de vida. Dito isso, alguns elementos que definem esses fatores são:

Dominância

A Dominância é marcada por características como a ambição, assertividade e gosto por desafios. Estas são pessoas autocentradas e que preferem que as coisas sejam feitas à sua maneira. Por conta disso, são indivíduos enérgicos, que precisam de dinamismo em suas rotinas e não lidam bem com situações repetitivas ou que exigem muita paciência.

Para uma pessoa com um alta Dominância, a qualidade de vida normalmente está associada ao movimento. Isso inclui possibilidade de desenvolvimento na carreira, ter metas para alcançar e caminhos para chegar ao sucesso. Além disso, estes são indivíduos especialmente competitivos, o que comumente faz com que pessoas com esse perfil criem gosto por esportes.

Influência

A Influência é marcada pela alta sociabilidade, extroversão e flexibilidade. São indivíduos que gostam de se relacionar, têm enorme facilidade para criar vínculos e se sentem energizados na companhia de outras pessoas. Dinâmicos, também gostam de estar em constante movimento e têm muita dificuldade em lidar com situações em que tenham que ficar sozinhos ou sem estímulos externos.

Isolar uma pessoa de alto I em uma sala para trabalhar somente com um computador, por exemplo, pode deixá-la bem desconfortável. Por isso, a qualidade de vida para os influentes envolve suprir sua necessidade social, além de rotinas dinâmicas em que eles se sintam estimulados frequentemente. Afinal, eles se entediam com enorme facilidade.

eStabilidade

A eStabilidade é o fator marcado pela paciência, necessidade de segurança, empatia e por apresentar uma certa introversão, apesar de ser sociável. Pessoas com alta estabilidade são responsáveis, estruturadas, gostam de seguir rotinas previamente estabelecidas e são receptivas às interações dos demais. Comumente, eles não gostam correr riscos e podem ficar estressados se forem expostos a situações muito dinâmicas, em que precisem dar conta de muitas questões ao mesmo tempo.

Para um alto S, a qualidade de vida envolve segurança. Para ficarem tranquilos, eles precisam se sentir seguros – seja quanto à carreira, finanças, nos relacionamentos ou até mesmo fisicamente, dependendo da situação.

Conformidade

A Conformidade é caracterizada pelo pensamento analítico, perfeccionismo e apreço pelas regras. São pessoas pouco abertas para relacionamentos interpessoais, focadas na qualidade do que realizam e muito curiosas com os assuntos que lhes interessam. Por isso, são capazes de ficar horas submersas em qualquer conteúdo que tenha a ver com sua área de interesse.

Para esse grupo, qualidade de vida envolve organização e tempo para se dedicar inteiramente às suas paixões. Como são indivíduos mais interessados em coisas do que em outras pessoas, é fundamental que eles dediquem o tempo a isso para se reenergizarem.

Vale lembrar que, para gerir as pessoas de forma assertiva e de acordo com seu estilo comportamental, é fundamental utilizar recursos capazes de avaliar suas tendências e motivações. Com um bom software de gestão comportamental como o Etalent PRO, fica muito mais fácil entender o que cada colaborador valoriza e considera ideal para sua qualidade de vida.

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7 dicas para melhorar a qualidade de vida no trabalho

A qualidade de vida no trabalho é um fator muito importante para garantir a alta produtividade e melhorar a saúde mental do Capital Humano. Entretanto, apenas defender este como um valor organizacional e não fazer nada para implementá-lo no dia a dia não vai fazer com que a rotina dos colaboradores melhore, de fato. Por isso, algumas dicas para colocar isto em prática são:

Estabeleça rotinas flexíveis

De forma objetiva, a flexibilidade no trabalho refere-se a dar autonomia e liberdade para que os profissionais controlem sua rotina laboral e estabeleçam seus próprios horários. Se o intuito for melhorar a qualidade de vida em uma empresa, esse é um dos principais fatores a serem considerados. Isso porque, em rotinas tradicionais de trabalho, há rigidez quanto ao horário e dias delimitados para cumprir as tarefas, o que nem sempre (quase nunca, na verdade) leva em conta as demandas dos profissionais que ali trabalham.

Em ambientes flexíveis, a lógica é bem diferente. O próprio colaborador assume a responsabilidade pelo seu horário, podendo escolher períodos que façam mais sentido para ele e para sua rotina. Um indivíduo pode, por exemplo, entrar mais tarde para conseguir praticar exercícios pela manhã, fazer pausas para buscar os filhos na escola ou mesmo trabalhar de madrugada, caso ele tenha preferência pela rotina noturna.

A flexibilidade é interessante porque, antes de ganhar notoriedade com a popularização de modelos de trabalho híbrido e remoto, era muito comum ver as pessoas lutando para adequar suas vidas pessoais ao trabalho. Contudo, rotinas flexíveis permitem o exato contrário – que elas adequem o trabalho às suas vidas.

Invista na ergonomia

A qualidade de vida não está atrelada somente à parte emocional dos colaboradores – é preciso dispor de infraestrutura para garantir que a saúde física também seja contemplada. Afinal, a falta de ambiente adequado para o trabalho pode gerar diversas doenças ocupacionais, como problemas oculares, na coluna, punhos e até mesmo respiratórios, dependendo da forma que o ar circula no ambiente. Por isso, é extremamente necessário oferecer ergonomia para que os profissionais exerçam suas atividades sem comprometer sua saúde física.

Treine as lideranças

As lideranças têm grande peso quando o assunto é qualidade de vida no trabalho. Nessa matéria do G1, afirma-se que 8 em cada 10 profissionais que se demitem o fazem por conta de seus chefes. Por isso, para que seja possível construir uma rotina saudável em um ambiente corporativo, é fundamental treinar líderes e gestores para que eles possam exercer suas atribuições de forma empática, com inteligência emocional e estimulando os demais profissionais, em vez de desmotivá-los.

Implemente planos de desenvolvimento profissional

Outro fator que vale mencionar é a necessidade de programas voltados para o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Planos de carreira, treinamentos, upskilling, reskilling e PDIs, por exemplo, são fundamentais para que eles não percam a motivação nem se sintam estagnados em suas carreiras. Além disso, dessa forma, eles entendem que a empresa os valoriza e deseja que aprimorem as habilidades, o que também é muito importante para a retenção destes talentos. Afinal, se sentem que conquistaram tudo o que a organização tem a oferecer, a tendência é que os profissionais procurem por oportunidades melhores no mercado.

Crie um programa de atenção à saúde mental

Um programa de saúde mental desenvolve uma série de ações pensadas para oferecer melhorias na qualidade de vida no trabalho. Isso envolve, por exemplo, fazer uma gestão humanizada e com foco em pessoas (people centric), criar ambientes colaborativos e diversificados, investir na comunicação e promover a segurança psicológica, além de palestras e workshops para a conscientização da importância de manter a saúde mental em dia. Também é importante que a empresa adote uma postura de intolerância em situações críticas, como preconceitos de qualquer tipo, racismo, capacitismo, abusos e bullying corporativo.

Ofereça salários e benefícios competitivos

Não existe saúde mental nem qualidade de vida quando os salários e benefícios estão abaixo do praticado no mercado. Afinal, de nada adianta acompanhamento psicológico se o motivo para a angústia do profissional é não ter como pagar as contas no final do mês. Oferecendo bons salários e benefícios, a empresa não só ajuda o colaborador a lidar com esse tipo de preocupação, como também faz com que ele não sinta a necessidade de ter um segundo trabalho para complementar a renda. Para a organização, isso é especialmente interessante porque, ao trabalhar de forma exclusiva, o profissional fica menos desgastado e mais produtivo.

Crie um ambiente acolhedor

Um ambiente acolhedor também é importante para a qualidade de vida no trabalho. Contudo, é interessante ressaltar que isso não envolve apenas a relação com os colegas. Há uma série de medidas, em termos de infraestrutura e decoração, que são efetivas para manter uma atmosfera tranquila. Uma boa iluminação (sobretudo da luz natural), construção de refúgios para descompressão e até mesmo a utilização de aromas específicos (aromaterapia) são interessantes para fazer com que os profissionais relaxem.

A atenção com a qualidade de vida no trabalho se tornou uma vantagem competitiva. Além de aumentar a produtividade dos colaboradores por estarem felizes e satisfeitos em seus empregos, a QVT melhora a qualidade das entregas de uma empresa e aumenta o seu potencial lucrativo. Daí o destaque que o assunto tem recebido, o que prova que a tendência para o futuro é um cenário onde pessoas e organizações caminham juntos em prol de resultados extraordinários, sem abrir mão da saúde mental.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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