A análise do comportamento é um assunto em evidência para qualquer organização que quer manter a competitividade no mercado. Afinal, por mais que ainda exista quem desconsidere a importância desse assunto, é seguro dizer que a adequação entre comportamento e cargos é uma das principais ferramentas para a construção de ambientes de trabalho sadios. E isso por conta de um motivo bem simples: profissionais que trabalham em concordância com suas características naturais fazem isso melhor, por mais tempo e de forma mais saudável. Isso sem mencionar que, dessa forma, todos saem ganhando: a empresa em produtividade e o colaborador, em felicidade e realização.

Não é preciso muito para entender a lógica por trás desse pensamento. Imagine o exemplo a seguir: uma pessoa introvertida e com dificuldade de lidar com desconhecidos ficaria extenuada se seu trabalho envolvesse interagir com pessoas o tempo inteiro. Isso não quer dizer que ela o desempenharia mal – com esforço, ela poderia, sim, ser muito boa na função. Mas a questão é o desgaste que isso provocaria, já que ela estaria indo, todos os dias, contra as características de seu perfil comportamental. Com o tempo, ela ficaria mais exposta ao esgotamento físico, mental, à desmotivação e até mesmo às doenças de ordem psicossomática, como o burnout. De acordo com a ecologia humana, essa é a trilha vermelha, que acontece quando ignoramos nossos termos naturais.

Entretanto, por outro lado, se a mesma pessoa assume uma função em que não precise interagir tanto, o panorama muda completamente. Afinal, nessa situação, ela está em concordância com suas características e, por isso, segue uma trilha verde, onde há harmonia entre o seu comportamento e a função. O resultado é que ela faz mais com menos esforço e se sente mais motivada para tal. Por isso, o comportamento é fator fundamental na gestão de pessoas e pode ser usado, inclusive, como um catalisador da produtividade. Mas, afinal, como fazer isso? Continue a leitura do artigo de hoje e descubra!

 

O que é análise do comportamento?

De forma objetiva, a análise comportamental é um tipo de avaliação focada em identificar padrões de comportamento de um indivíduo. Por mais que seja uma definição ampla, a ideia é que a ciência entenda tendências, reações e interações das pessoas em diferentes contextos e ambientes. Para isso, a análise parte do princípio de que existem estímulos externos (dos meios em que a pessoa vive) e internos (de suas experiências) capazes de moldar as atitudes de um indivíduo. É válido ressaltar que esse tipo de análise está intimamente relacionado ao behaviorismo, área da psicologia que entende o aprendizado como chave para mudar comportamentos – da qual trataremos com mais profundidade adiante deste artigo.

A análise do comportamento se subdivide em três áreas distintas: o behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Enquanto a primeira diz respeito a uma abordagem filosófica sobre a construção de conhecimento, a segunda trata da experiência comportamental em situações controladas e a última, a parte “prática” do processo, em que os analistas realizam intervenções baseadas nos resultados da avaliação para mudar determinados comportamentos.

Segundo o behaviorismo, o comportamento de uma pessoa pode ser influenciado em três níveis distintos:

  • Filogenético, que diz respeito à hereditariedade;
  • Ontogenético, fruto da experiência de cada pessoa; e
  • Cultural, que faz jus aos costumes sociais de cada um.

O objetivo da análise do comportamento é entender como um indivíduo se porta em relação a esses níveis e como eles impactam suas características comportamentais. Historicamente falando, foi reconhecendo estes padrões que os especialistas da área começaram a reconhecer a incidência de perfis comportamentais.

Hoje em dia, esse conhecimento é utilizado amplamente dentro das empresas em prol do aumento da produtividade e da lucratividade. Para isso, estratégias como o investimento nas soft skills (competências comportamentais), para além da adequação entre perfis e cargos em si, são aliadas da gestão de pessoas. Além disso, entender o comportamento de cada profissional também é uma forma de fazer com que o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento seja ainda mais assertivo.

Origens da análise do comportamento

A análise do comportamento como conhecemos hoje tem origem no final do século XIX e início do XX, e se consolidou a partir de uma tendência da psicologia da época: o já mencionado behaviorismo, abordagem criada pelo psicólogo americano B. F. Skinner. Oriundo do neologismo entre behavior + ismo (em tradução livre, “comportamentalismo”), essa corrente tem o comportamento humano como o seu objeto central de estudo. Nesta abordagem, a psicologia deve ser aplicada por meio da observação do comportamento e por comprovação experimental – não por meio de conceitos subjetivos, como pensar, sentir e perceber. Vale ressaltar, entretanto, que na versão radical do behaviorismo (que é utilizada na análise comportamental), essas questões também englobam sentimentos subjetivos, uma vez que se entende que eles também fazem parte do que um organismo faz.

Dito isso, a análise do comportamento surge da tradução de um dos termos relacionados ao behaviorismo: behavior analysis. Nesse contexto, o comportamento de um indivíduo descreve ações, sentimentos, pensamentos e declarações.

Por isso, a avaliação pode ser dividida em três partes:

  • Teórica, que corresponde à filosofia seguida na análise;
  • Empírica, que é a parte experimental; e
  • Intervenção social, quando se aplica a análise ao comportamento em si.

A ideia é fazer mudanças no comportamento a partir da aprendizagem e, por isso, esse processo é amplamente baseado em testes e experimentos.

 

Análise experimental X Análise aplicada

A confusão entre a análise experimental e a aplicada é algo comum quando o assunto são as avaliações comportamentais. Contudo, trata-se de processos bem distintos.

A análise experimental é a vertente empírica, ou seja, que se apoia nas experiências vividas. É essa a parte responsável por testar e comprovar hipóteses sobre como o comportamento é construído. A análise experimental pode, inclusive, envolver situações controladas e manipular situações no ambiente para observar a forma com que um indivíduo reage, bem como os efeitos de cada situação.

Já a análise aplicada é a intervenção planejada pelos analistas para mudar determinado comportamento. Isso pode envolver intervenções clínicas, escolares, organizacionais, hospitalares ou quaisquer situações que possam fazer com que um indivíduo mude o seu comportamento. Portanto, enquanto a análise experimental envolve a forma com que o comportamento é criado, a análise aplicada busca meios de mudá-lo de acordo com necessidades pré-estabelecidas.

 

Tipos de análise do comportamento

MBTI

O MBTI, acrônimo para Myers-Briggs Type Indicator, é uma ferramenta de avaliação comportamental que classifica as pessoas em 16 tipos distintos de personalidade. A lógica usada nesse modelo de análise surgiu na época da Segunda Guerra Mundial e se baseia na psicologia de Carl Jung. Para identificar o tipo de personalidade de acordo com o MBTI, o indivíduo deve responder a um questionário em que pode selecionar opções que vão desde “discordo completamente” até “concordo completamente”. Ao fim do questionário, é feita uma avaliação baseada nas respostas dadas pela pessoa, o que também a classifica em um dos perfis.

O MBTI é dividido em quatro pilares:

  • Energia e motivação, que leva em conta a extroversão ou introversão;
  • Percepção de mundo, que avalia se a pessoa foca em coisas concretas ou abstratas;
  • Tomada de decisão, que avalia se o indivíduo atua de forma racional ou emocional; e
  • Estilo de vida, que se debruça sobre a facilidade para seguir regras ou a preferência pelo improviso.

Os perfis MBTI são identificados a partir das relações entre esses fatores.

Método STAR

O método STAR funciona como um tipo de entrevista por competência focada em analisar o comportamento de uma pessoa em situações reais. A avaliação é dividida em quatro pontos: situação, tarefa, ação e resultado. É daí, inclusive, que vem o nome. Uma questão interessante sobre o método STAR é que ele é muito utilizado em entrevistas de emprego, uma vez que tem uma aplicação simples, que pode ocorrer durante um diálogo, por exemplo.

Na Situação, o indivíduo descreve um contexto em que executou determinada ação, como uma atividade ou desafio. Em Tarefa, descreve suas responsabilidades mediante a circunstância mencionada. Em Ação, ele fala sobre como completou a tarefa em questão. Já em Resultado, ele explica mais sobre o desdobramento da situação, além de falar sobre o que aprendeu durante o processo.

Uma das principais vantagens desse método é a liberdade para que as pessoas descrevam as circunstâncias a partir de sua perspectiva individual – o que, para os mais atentos, também evidencia traços da personalidade.

Teste de perfil IAC

O Inventário de Aderência Cultural (IAC) é um tipo de análise que também funciona com um questionário. São 84 perguntas focadas em avaliar características culturais e entender como o profissional se adequa à cultura da empresa. Nesse modelo, há seis dimensões:

  • Orientação para resultados x orientação para processos;
  • Orientação para o trabalho x orientação para o colaborador;
  • Cultura profissional x cultura paroquial;
  • Cultura normativa x cultura pragmática;
  • Sistema aberto x sistema fechado;
  • Controle rígido x controle fraco.

Dependendo das respostas, a empresa consegue avaliar se aquela pessoa tem ou não match com os valores defendidos por ela.

Teste de Dominância Cerebral (HBDI)

De acordo com a teoria de Ned Hermann, base do teste de Dominância Cerebral, o cérebro é dividido em quatro partes: os quadrantes direito e esquerdo, inferior e superior. Cada um deles tem características distintas, o que também influencia no tipo de comportamento que um indivíduo desenvolve. Questões como a aprendizagem e pensamentos mudam de pessoa para pessoa, dependendo de qual dos quadrantes cerebrais ela mais utiliza.

  • Quadrante A – hemisfério cerebral esquerdo: analítico;
  • Quadrante B – sistema límbico esquerdo: organizado;
  • Quadrante C – sistema límbico direito: relacional;
  • Quadrante D – hemisfério cerebral direito: imaginativo.

Metodologia DISC

A Metodologia DISC é uma das formas mais populares de analisar o comportamento das pessoas. A ciência, que surgiu na década de 1920, foi criada pelo psicólogo William Moulton Marston e descrita pela primeira vez no livro “As Emoções das Pessoas Normais” (1928), escrito a partir de seus estudos sobre as motivações do ser humano. Essa foi uma das primeiras tentativas de aplicar a psicologia fora dos cenários clínicos.

De acordo com os estudos de Marston, existem quatro fatores responsáveis por determinar o estilo comportamental de uma pessoa: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade, dos quais falaremos com mais profundidade a seguir.

É importante deixar claro que todo e qualquer indivíduo apresenta os quatro fatores em algum nível, mas o que determina o estilo comportamental de cada um é a forma com que a pessoa utiliza essas características. As relações entre os fatores DISC formam o que chamamos de perfil comportamental. Ao todo, são 36 combinações diferentes, que descrevem as tendências das pessoas, bem como particularidades, pontos fortes e os que precisam de desenvolvimento.

Para conhecer com mais profundidade a Metodologia DISC e as suas aplicações na gestão de pessoas, é importante investir em um treinamento. Com ESSENTIA, a formação em gestão comportamental da ETALENT, fica fácil entender em detalhes a complexidade do comportamento humano, bem como a melhor forma de usá-lo em prol dos objetivos da empresa.

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Os perfis comportamentais DISC

De acordo com os estudos de Marston, os quatro fatores responsáveis por definir o comportamento de uma pessoa são:

Dominância

A Dominância é um fator marcado pela ambição, objetividade e superação de desafios. Indivíduos com altos níveis desse fator são audaciosos, lidam bem com a ideia de correr riscos e focam, sobretudo, nos resultados. Confiantes, são pessoas que aparentam extroversão, mas são muito orientadas por seus objetivos e metas pessoais, o que pode fazer com que sejam autocentradas. Por isso, eles não têm problemas em tomar decisões impopulares, se acharem que elas são necessárias para que consigam alcançar os resultados que querem.

Influência

A Influência é um fator marcado pela extroversão, dinamismo e alta habilidade social. São pessoas comunicativas, relacionais e que simplesmente adoram companhia. Por isso, são abertas, empáticas e fáceis de formar vínculos. Também têm facilidade para improvisar e certa dificuldade para seguir regras e processos. Como precisam de muitos estímulos e buscam por rotinas dinâmicas, elas podem se distrair com enorme facilidade e ter problemas em focar.

eStabilidade

A eStablidade é um fator marcado pela persistência, paciência e por um aspecto introspectivo, mas empático. Pessoas com altos níveis desse fator são altamente responsáveis e prezam pela construção de boas relações, apesar de terem uma postura mais reservada. É comum que esses indivíduos tenham uma necessidade grande de segurança, o que faz com que tenham receio de arriscar. São organizados, metódicos e têm grande dificuldade em lidar com imprevistos. Por conta dessas características, eles também tendem a se acomodar, o que precisa ser observado para que isso não atrapalhe seu próprio desenvolvimento.

Conformidade

A Conformidade é marcada por um aspecto introspectivo voltado para a lógica e análise. Indivíduos com altos níveis desse fator prezam pela racionalidade, ponderação, estratégia e qualidade, querem que tudo seja feito da melhor maneira possível. Por conta do perfil mais analítico, é comum que sejam bastante curiosos quanto aos assuntos que os interessam. Outra característica marcante desse perfil é que eles são especialmente propensos a seguir regras, e isso engloba desde questões que devem ser encaradas com mais seriedade, como as leis, até situações banais de convivência.

 

Aplicações da análise comportamental nas organizações

Nas empresas, as aplicações da análise comportamental são praticamente inesgotáveis. A análise do comportamento é especialmente importante para tornar os processos organizacionais mais assertivos e para melhorar a qualidade de vida do Capital Humano. Afinal, quando a gestão conhece profundamente as competências comportamentais de seus colaboradores, é capaz de oferecer experiências mais alinhadas com o que lhes é natural, seja em relação às funções e atividades ou até mesmo ao desenvolvimento profissional.

Esse processo tem início no Recrutamento e Seleção de novos profissionais. Isso porque, quando a organização realiza processos seletivos pensando nas características do comportamento e como elas podem ser utilizadas na vaga em aberto, ela consegue contratar os candidatos mais adequados às demandas da função. Além disso, se esse match é uma prioridade para a empresa, ela garante de antemão que vai contratar um profissional com potencial de produtividade maior e com menos possibilidade de desmotivação. É válido mencionar, inclusive, que a falta de adequação entre o cargo e o perfil é um dos principais motivos pelos quais as pessoas pedem demissão pouco depois de começarem em novos trabalhos.

Conhecer o perfil de um colaborador também garante processos organizacionais mais adequados às suas características. O onboarding, por exemplo, é um momento muito importante para a ambientação e integração do recém-contratado, além de explicar com mais profundidade o que a organização espera dele.

Entretanto, dependendo do perfil comportamental, as pessoas podem reagir a esse momento de formas muito distintas. Há quem precise ser acolhido para se sentir seguro, quem tenha necessidade de saber de tudo nos mínimos detalhes e quem prefira descobrir isso sozinho. Tudo pode ser (e será) influenciado por seu perfil – e a forma com que a empresa reage a isso também é importante para reter esse novo talento.

Investir na análise do comportamento também permite que a empresa crie programas de treinamento e desenvolvimento personalizados, pensando no estilo de aprendizagem de cada perfil comportamental. Há profissionais que têm problemas em manter o foco por muito tempo, então o investimento em atividades com a leitura pode fazer com que a sua progressão seja mais lenta. Talvez a mesma pessoa precise, por exemplo, de plataformas interativas, para que ela se sinta atuante e mantenha o interesse – e, assim, consiga se desenvolver melhor e mais rápido.

O resultado da aplicação da análise do comportamento nas empresas é que todo o ambiente organizacional acaba sendo impactado de forma positiva. Com uma gestão humanizada e focada em pessoas, os colaboradores se sentem mais felizes, valorizados e satisfeitos, o que acaba influenciando no tipo de clima que é construído na empresa – sob essas circunstâncias, evidentemente, tende a ser amistoso e saudável.

Aliás, por isso, a adequação comportamental também é importante para manter a saúde mental do Capital Humano. Afinal, quando as pessoas exercem cargos em concordância com as características de seu perfil, o desgaste é menor e, portanto, a incidência de doenças, como o burnout, depressão e ansiedade, também tende a diminuir.

Vale ressaltar que, para aplicar a gestão do comportamento em todos esses processos, é importante contar com um software potente, capaz de auxiliar a empresa a encontrar a melhor forma de usar o comportamento de seus colaboradores. O Etalent PRO é uma ferramenta com usos diversificados, que pode ajudar a organização a aplicar o viés comportamental em todas as etapas da gestão de pessoas.

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Objetivos da análise do comportamento

A análise comportamental tem como objetivo central entender como os fatores internos e externos contribuem para o desenvolvimento do comportamento de um indivíduo. Ou seja, essa é uma ciência que também é interessante para promover o autoconhecimento, fazer com que os indivíduos reflitam sobre suas próprias atitudes e a forma com que suas experiências de vida influenciam no seu dia a dia. Por isso, é seguro dizer que esse tipo de análise avalia, também, a forma com que um interage com os ambientes ao seu redor.

Dada essa característica, a análise comportamental é uma ferramenta importante para mudar padrões prejudiciais, ajudar as pessoas a alcançarem suas metas e objetivos, além de melhorar a qualidade de vida em si. Afinal, é analisando o próprio comportamento que descobrimos as razões pelas quais agimos e reagimos de determinadas maneiras – o que é útil nos mais diversos campos da vida.

Como exemplo, imaginemos uma pessoa que tem problemas para criar vínculos amorosos, mas que tem um relacionamento com um parceiro. Essa pessoa é arredia, desconfiada e não consegue se entregar emocionalmente, mesmo que queira. Em vez disso, ela trata o relacionamento de forma distante, o que deixa o parceiro chateado e um pouco frustrado, ainda que não seja a intenção. Ela não faz isso de forma intencional ou sequer consciente; apenas acaba colocando a relação em segundo plano sem perceber.

Fazendo análises para entender por que ela se comporta dessa forma, ela pode descobrir, por exemplo, que teve contato com modelos ruins de relacionamentos ao longo da infância e que, por isso, entendeu esse tipo de questão como algo negativo para ela mesma. Uma vez elucidada a causa do problema, ela consegue trabalhar o trauma com um psicólogo e, aos poucos, se torna mais receptiva aos próprios sentimentos – o que também reverbera no relacionamento. Esse é um exemplo hipotético e simplista, mas que serve para ilustrar a importância de analisar ações e emoções, e identificar suas raízes para, depois, entrar em processo de mudança.

Nas empresas, esse tipo de conhecimento pode ser utilizado para tornar os colaboradores mais produtivos, adequar rotinas de trabalho ao seu comportamento e até mesmo para prevenir conflitos nas equipes.

 

Benefícios da análise comportamental nas empresas

Investir na análise comportamental traz uma série de benefícios tanto para empresas quanto para os profissionais. Afinal, como vimos, esse recurso é interessante para construir uma employee experience mais saudável e prazerosa ao mesmo tempo em que potencializa a produtividade dos profissionais, o que é refletido em maior rentabilidade e lucratividade.

Algumas vantagens do processo são:

Para empresas

Nas organizações, a análise do comportamento permite criar um modelo de gestão humanizado e personalizado, que considere as características específicas do perfil de cada colaborador. Dessa forma, é possível gerir o Capital Humano se baseando nas competências técnicas e comportamentais de cada um, o que faz com que os profissionais rendam mais ao mesmo tempo em que se sentem mais satisfeitos. Além disso, analisar o comportamento dos colaboradores permite ter uma visão mais ampla sobre competências, sobretudo as comportamentais, que podem revelar formas distintas de promover o desenvolvimento daquele profissional. Um estagiário, por exemplo, pode ser cotado desde cedo para assumir um cargo de liderança no futuro, caso a empresa observe que ele exerce bem essa habilidade.

Sob essas condições, o RH da empresa também pode construir modelos de cargos baseados nas competências comportamentais, o que torna o processo de R&S mais assertivo – afinal, somente dessa maneira, é possível os talentos mais adequados para a vaga. E isso se transforma em outros benefícios, como queda na taxa de turnover, uma vez que pessoas satisfeitas tendem a ficar mais tempo na empresa, e melhorias no clima comportamental.

Outro ponto que vale mencionar é a formação de equipes de alta performance, que ganha (e muito!) com a adequação comportamental. Com esse mapeamento, é possível criar times com características que se complementam ou se alavancam, a depender da necessidade de cada situação.

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Para profissionais

A análise do comportamento também tem desdobramentos importantes em termos de saúde emocional e qualidade de vida. Pessoas que trabalham em empresas que investem nessa prática se sentem mais motivadas e reconhecidas, o que torna toda a rotina de trabalho menos desgastante. Esse tipo de cuidado também é importante para prevenir a incidência de doenças de ordem psicossomáticas, que vêm crescendo no mundo interno.

Outro ponto que vale mencionar é que a análise do comportamento no ambiente organizacional estimula os profissionais a desenvolverem o autoconhecimento, habilidade importante na jornada de aprimoramento tanto profissional quanto pessoal. Aliás, vale mencionar que a utilização de algumas ferramentas específicas para esse fim pode tornar o processo ainda mais interessante.

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Em conjunto com as devolutivas comportamentais, que são sessões de feedbacks embasados nas competências comportamentais, o desenvolvimento do autoconhecimento fica ainda mais acessível para os colaboradores.

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Como aplicar a análise do comportamento na sua empresa?

A análise comportamental pode ser aplicada em diversos processos da empresa. Entretanto, é importante tomar alguns cuidados antes de aplicar a análise do comportamento na gestão de pessoas.

Algumas sugestões são:

1. Mapear perfis

O primeiro passo para implementar a análise do comportamento em todos os processos da empresa é fazer um levantamento dos talentos que já fazem parte do Capital Humano da empresa. Com a ajuda de softwares de gestão comportamental, é possível entender mais sobre as características comportamentais de cada colaborador, bem como as necessárias para os cargos que eles exercem. Esse tipo de informação já consegue apontar, mesmo no momento inicial, quais profissionais executam tarefas que estão de acordo com suas particularidades e quais deles estão desalinhados. Isso será extremamente importante na hora de realocar e avaliar.

2. Recrutar pelo comportamento

O segundo passo importante é usar a análise do comportamento nos processos de Recrutamento e Seleção. Afinal, é fazendo esse “filtro” que a empresa consegue garantir que, em médio e longo prazos, todas as pessoas exerçam funções adequadas aos seus talentos. Vale ressaltar, no entanto, que para que isso seja possível, é importante que a organização tenha uma visão clara dos requisitos para os cargos, bem como as particularidades para cada um deles. As competências esperadas para um vendedor são bem diferentes das necessárias para um analista de RH, por exemplo.

3. Realocar e desenvolver

Uma vez feitas as análises de perfis e cargos, a empresa começa a realocar e desenvolver os profissionais. Para aprimorar o desempenho, existem diversas técnicas que a organização pode utilizar, como o Cubo de Competências da ETALENT, que avalia o potencial de performance de um colaborador em um cargo, ou mesmo a tradicional Matriz 9Box, pensada para analisar o desempenho. Entretanto, sempre é possível deslocar os profissionais para exercerem outras funções, caso o processo de desenvolvimento não seja sadio. Se esse for o caso, é necessário aplicar mais análises comportamentais para entender onde o colaborador será mais bem aproveitado.

4. Treinar lideranças

Evidentemente, esse processo perpassa o treinamento das lideranças. De nada adianta tentar implementar a avaliação comportamental nos processos do Capital Humano se os gestores da empresa não estão preparados para lidar com ela – e isso, inclusive, pode se tornar um problema sério. Em muitas organizações, existe uma cultura de promover profissionais de destaque a posições de liderança, como uma forma de reconhecimento. Entretanto, nem sempre essas pessoas estão adequadas para desempenhar as atividades de um líder, que envolvem lidar com pessoas e inspirá-las todos os dias. Em muitos casos, tanto os profissionais quanto a empresa só descobrem isso quando o pior acontece: aquela pessoa se torna um líder ruim e insatisfeito com o seu próprio trabalho – e isso impacta o desenvolvimento de equipes inteiras.

Por isso, os líderes devem ser treinados de forma a aplicar o comportamento em suas rotinas, entendendo profundamente as particularidades de seus liderados, seus pontos fortes e fracos, além de aprender a se comunicar com eles da melhor forma possível. Sem esse tipo de esforço, dificilmente a empresa vai conseguir implementar verdadeiramente as avaliações comportamentais em sua cultura.

 

Analista comportamental: importância de ter na sua empresa

O analista de perfil comportamental é o profissional responsável por implementar as avaliações de comportamento e interpretar os resultados. Por isso, a presença desse profissional como parte do RH é fundamental. É importante ressaltar que, ao contrário do que se pode imaginar, eles não precisam, necessariamente, ser psicólogos – mas devem dominar o método de análise com o qual a empresa trabalha. Esse profissional é quem ajuda o departamento de Recursos Humanos a chegar a conclusões definitivas sobre os perfis comportamentais, tornando todo o processo mais assertivo. Nos processos de Recrutamento e Seleção, eles também conseguem ir além das competências técnicas e identificar candidatos que mais se adequem em termos comportamentais.

A atuação desses profissionais também é interessante para ajudar os colaboradores a se conhecerem melhor e entenderem a forma com que utilizam suas características naturais nos cargos que exercem. Além disso, o papel do analista comportamental é essencial para criar times otimizados, com habilidades que se complementam ou alavancam, identificar pessoas que têm match com os valores culturais da empresa, aumentar a capacidade de retenção da organização e alavancar o desenvolvimento do Capital Humano. Em suma, o analista comportamental é indispensável em um modelo de gestão baseado no comportamento. Afinal, sem ele, não é possível aplicar os dados na prática de forma eficiente.

A análise comportamental é uma ferramenta muito importante para empresas que desejam aumentar a produtividade do Capital Humano. Oferecendo experiências de trabalho alinhadas ao perfil comportamental dos colaboradores, é possível torná-los mais produtivos, motivados e felizes, além de proporcionar melhor qualidade de vida. Dessa forma, a empresa também consegue aumentar o seu potencial de lucratividade e rentabilidade. Essa é mais uma prova de que os profissionais são os grandes responsáveis pelo sucesso de qualquer organização e mantê-los satisfeitos em suas funções é o melhor caminho para que os resultados apareçam.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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