O intraempreendedorismo é um assunto em voga no mercado. Como o próprio nome indica, o termo envolve a ideia de empreendedorismo – todavia, ocorrendo dentro de uma organização. Por isso, essa é uma prática interessante para dar conta das mudanças repentinas do mercado. Afinal, as empresas que não se adaptarem a esse panorama certamente irão fechar as portas.

A ideia de “empreender dentro de um empreendimento” é importante para que soluções inovadoras sejam alcançadas – e, assim, a empresa consiga se destacar no mercado, criando um diferencial competitivo.

Contudo, nada disso é possível sem o envolvimento direto do Capital Humano, que deve estar disposto a buscar novidades, além de adotar uma cultura de aprendizagem contínua. Às lideranças, cabe criar ambientes de trabalho propícios para a experimentação, em que haja autonomia, proatividade e segurança psicológica. Mas, afinal, como o intraempreendedorismo funciona? É o que você vai descobrir no artigo de hoje. Boa leitura!

 

O que é intraempreendedorismo?

De forma concisa, o intraempreendedorismo diz respeito ao ato de empreender dentro de uma empresa enquanto funcionário dela. Por mais que isso soe estranho, na prática, o conceito é bem fácil de entender: trata, basicamente, de utilizar conceitos do empreendedorismo para apoiar o crescimento da organização onde se trabalha.

Isso inclui, por exemplo, as constantes tentativas de criar algo novo, estabelecimento de um diferencial competitivo e, sobretudo, a busca por inovações. Por isso, as pessoas que são consideradas intraempreendedores normalmente têm um mindset voltado para o crescimento, uma vez que têm necessidade de aprendizado contínuo e são resilientes frente aos desafios.

Na prática, os intraempreendedores agem como se fossem os donos da organização – de um jeito positivo, obviamente. São pessoas que se dedicam a melhorar processos internos, zelam por um ambiente de trabalho saudável e que são o mais colaborativas que conseguem. Por isso, esses profissionais vão muito além de simplesmente executar as tarefas que foram contratados para fazer – eles também agem como impulsionadores do crescimento do negócio.

Por conta disso, essa competência está sendo cada vez mais valorizada no mercado competitivo. Afinal, sabe-se se: quando os colaboradores agem dessa forma, a tendência é que os processos internos melhorem, bem como o clima organizacional. E ter um clima positivo é um dos grandes segredos por trás da construção de ambientes produtivos e prósperos. Até porque, quando as pessoas se sentem bem ao executar suas funções, pontos como a saúde mental e o bem-estar também melhoram. O resultado é que as equipes se tornam mais produtivas, engajadas e interessadas em dar o melhor de si.

Originalmente, esse conceito surgiu em 1978, a partir das considerações de Elizabeth e Gifford Pinchot III, um casal de empreendedores e estudiosos que escreveu um artigo chamado “Intraempreendedorismo Corporativo”.

Anos depois, em 1985, Gifford lançou o livro “Intrapreneuring: Why You Don’t Have to Leave the Corporation to Become an Entrepreneur” – em tradução direta: “Intraempreendedorismo: por que você não tem que deixar a empresa para se tornar empreendedor“. Foi nesta publicação que o autor aprofundou o conceito, explicando mais sobre como aplicá-lo no dia a dia das organizações.

 

Diferenças entre intraempreendedorismo e empreendedorismo

Embora tratem de conceitos similares, há diferenças entre o empreendedorismo e o intraempreendedorismo. O prefixo “intra” exprime a noção de agir como empreendedor dentro de um empreendimento, mesmo que não seja o dono. Já o empreendedorismo tradicional diz respeito ao processo de encontrar oportunidades de negócio e soluções inovadoras – o que é comumente associado a projetos pessoais e negócios próprios.

Evidentemente, ambas as práticas requerem de pessoas com vontade de aprender e de desbravar o mercado em busca de soluções. Contudo, como no intraempreendedorismo o colaborador está vinculado a uma empresa da qual não é dono, a tendência é que ele não tenha tanta flexibilidade quanto teria caso fosse o próprio empreendedor, por exemplo. Afinal, ele tem horários a cumprir, chefe a responder, além de tarefas a realizar.

Isso não significa, no entanto, que não haja autonomia no intraempreendedorismo. Todavia, para que esse processo funcione de forma efetiva, também é preciso ter lideranças dispostas a apoiar esse tipo de prática.

 

Exemplos de casos de intraempreendedorismo

Práticas de intraempreendedorismo estão presentes em diversos produtos de empresas renomadas no mercado. Dentre eles, destacamos:

Gmail do Google

O Google é uma das empresas de maior destaque no cenário mundial e, não à toa, atualmente está entre as mais valiosas do mundo. Quando o assunto é o intraempreendedorismo, a big tech também tem um histórico bastante positivo. Isso porque o Google tem como um dos princípios que os funcionários dediquem parte da carga horária para projetos pessoais – o que estimula a inovação e a criatividade.

E um fruto dessa cultura é o Gmail, o serviço de correio eletrônico que se popularizou no mundo inteiro.  A ferramenta foi a primeira a disponibilizar um drive de 1 TB de memória e surgiu, originalmente, como um projeto interno do desenvolvedor Paul Buchheit.

“Curtir” do Facebook

A opção de “curtir” uma postagem no Facebook também foi criada a partir do intraempreendedorismo dos funcionários. A interação surgiu a partir de um hackathon, ou seja, um evento competitivo que envolve programadores a fim de desenvolver uma solução para um determinado desafio. Isso pode ser, por exemplo, encontrar uma forma de resolver um problema em um aplicativo ou mesmo propor melhorias na programação de aplicações que já estão ativas. O botão “curtir” foi uma melhoria proposta nessa competição.

PlayStation da Sony

No início dos anos 1990, a Sony era uma empresa que dominava o cenário de eletrônicos – sobretudo, os que envolviam o som, como walkmans, rádios e afins. Na época, a empresa tinha uma parceria com a Nintendo, que era a maior entre os videogames. No final da década de 1980, a empresa projetou o chip de som do Super Nintendo SNES e o resultado deu tão certo que a Sony também ficou encarregada de criar um leitor de CDs para o console.

No entanto, tudo mudou logo depois. Após uma série de divergências relacionadas ao licenciamento dos CDs e do videogame, a Nintendo contatou a Philips para uma parceria e deixou a Sony “a ver navios”. Foi quando Ken Kutaragi, um dos nomes envolvidos no desenvolvimento do chipset dos videogames e, posteriormente, conhecido como pai do PlayStation, trouxe a ideia de lançar um console próprio da marca. No início, ele não teve muito apoio interno, mas o alto escalão da Sony cedeu à ideia – e o resto é história que conhecemos.

McLanche Feliz do McDonald’s

O McLanche Feliz foi criado a partir de uma ideia surgida em uma das franquias norte-americanas da marca. Em 1979, na unidade de Saint Louis, em Minnesota (EUA), o gerente Dick Brams apresentou uma nova abordagem para os combos de hambúrgueres: criar uma refeição voltada especificamente para crianças. A primeira edição do McLanche Feliz surgiu daí, com temática circense e trazendo alguns brinquedos relacionados. Isso fez com que o McDonald’s estreitasse a relação com a família como público-alvo. Não à toa, depois de quase meio século, o McLanche Feliz segue sendo um sucesso na rede de fast-food.

Post-its da 3M

Os post-its, adesivos coloridos largamente utilizados no mundo inteiro, também são fruto de práticas de intraempreendedorismo. Originalmente, o produto surgiu como um projeto de adesivos para aplicação em tecnologia aeroespacial que deu errado. Entretanto, a 3M não descartou o resultado alcançado (ainda que não atendesse ao desafio proposto) e encorajou os colaboradores a encontrarem formas alternativas de utilizar a ideia. O adesivo criado pela marca, elogiado por não deixar resíduos pegajosos, acabou sendo modificado e adaptado até virar o post-it que conhecemos hoje.

 

As características do intraempreendedor

Praticar o intraempreendedorismo depende diretamente do estímulo das empresas para que os profissionais contribuam ativamente. Entretanto, é válido ressaltar que isso não é uma via de mão única: também é preciso que os colaboradores queiram desenvolver competências que tornem isso possível.

O primeiro ponto a ser abordado é que, antes de ser um intraempreendedor, é preciso que o colaborador dê conta de suas responsabilidades. De nada adianta querer se envolver em inovações se o profissional mal consegue entregar as próprias tarefas com qualidade e dentro dos prazos acordados. É preciso desenvolver gestão de tempo e, evidentemente, de prioridades também.

Além disso, é preciso fazer acontecer. Intraempreendedores colocam a mão na massa, são proativos e não ficam esperando solicitações de seus gestores. Eles sabem agir com autonomia e são capazes de gerenciar seus afazeres. Isso tudo sem desrespeitar ou passar por cima de orientações. Além disso, essas são pessoas que desenvolvem competências estratégicas, analíticas e visão de mercado.

Também é uma característica dos intraempreendedores que eles consigam estruturar as ideias para gerenciar projetos inovadores. Essa competência é fundamental, visto que organização e argumentação são pontos importantíssimos para mostrar para a empresa como a solução ajuda. É recomendado, inclusive, que essas pessoas desenvolvam as habilidades para usar softwares voltados para mapas mentais e dashboards. Vale destacar, ainda, a necessidade de fazer testes, formular hipóteses e realizar ajustes sempre que necessário.

Outra habilidade imprescindível a esses profissionais é a capacidade de pensar fora da caixa. Afinal, um intraempreendedor está sempre atento a formas de melhorar a performance do negócio – e isso requer criatividade e, muitas vezes, jogo de cintura. Por isso, essas pessoas devem estar dispostas a trilhar caminhos que a empresa ainda não fez para entender como aproveitar melhor as oportunidades que surgem.

A colaboração também é algo que nunca deve ser deixado de lado por um intraempreendedor – afinal, sozinho, não se chega a lugar algum. Por isso, são pessoas que ajudam a manter o engajamento de toda a equipe, envolvem os colegas nos processos e compartilham conhecimento. Isso também faz parte da conscientização sobre as novidades, que ajuda a criar um clima organizacional amistoso e transformar os ambientes de trabalho em lugares em que todos participam.

E tudo isso requer uma outra característica fundamental ao intraempreendedorismo: coragem. É importante deixar claro que ter coragem não significa a falta de medo, mas, sim, a capacidade de superá-los quando aparecem. Afinal, novos desafios vão surgir o tempo inteiro e os erros fazem parte dessa jornada. O importante é não se deixar abater por eles, manter a resiliência em dia e tirar aprendizados de cada situação.

 

Importância do intraempreendedorismo para o sucesso dos negócios

A importância do intraempreendedorismo tange diversos aspectos de uma empresa. Dentre eles, destacamos:

Estímulo à inovação

As inovações podem ser definidas como ideias que são colocadas em prática e passam a atribuir algum valor para a empresa. E, como vimos, o intraempreendedorismo torna a organização especialmente propícia a isso, já que estimula o pensamento crítico e a criatividade, abrindo espaço para que ideias inovadoras apareçam – o que pode resultar em melhores produtos, serviços e entregas com mais qualidade.

Dessa forma, é possível criar um diferencial competitivo para a organização, bem como aconteceu nos exemplos previamente citados.

Melhorias na cultura organizacional

A cultura organizacional se refere à identidade da organização enquanto marca, envolvendo questões subjetivas e que, consequentemente, acabam moldando a “forma de pensar” da organização. Nesse contexto, o estímulo ao intraempreendedorismo é fundamental para colocar a criatividade e a mentalidade de crescimento como pilares da empresa. Isso pode, inclusive, atrair mais talentos, melhorando a reputação da empresa enquanto lugar para trabalhar.

Oportunidades de crescimento mapeadas

Os intraempreendedores estão sempre atentos às novas oportunidades. Quando há o estímulo ao pensamento disruptivo, eles podem, por conta própria, observar cenários mercadológicos, nichos de atuação e possibilidades de parcerias, dentre outras questões, com potencial para render bons frutos para a empresa.

Mais motivação e engajamento

Tanto a motivação quanto o engajamento são beneficiados quando a empresa estimula o intraempreendedorismo. Isso porque, ao permitir que os colaboradores atuem com liberdade criativa, autonomia e protagonismo, a empresa faz com que eles se sintam mais valorizados, além de serem estimulados a contribuir com soluções criativas e a assumir mais responsabilidades.

Maior capacidade de se adaptar às mudanças

Empresas cujo Capital Humano tem perfil intraempreendedor são mais ágeis na identificação e resolução de problemas – o que permite que elas sejam mais eficientes na hora em que precisam se adaptar às mudanças do cenário. Como estão mais abertos à experimentação, os intraempreendedores encaram desafios de forma proativa e estimulante.

 

Como estimular o intraempreendedorismo na sua empresa?

Criar um ambiente organizacional aberto ao intraempreendedorismo envolve investir em inovações, estimular a criatividade e dar voz aos colaboradores para que partilhem ideias. Contudo, para que isso seja possível, é preciso ter atenção a alguns pontos específicos.

O primeiro deles é criar uma cultura de inovação, estabelecendo essa perspectiva como parte dos valores da organização. Assim, a empresa mostra que valoriza pontos como criatividade, experimentação, além de incentivar o Capital Humano a buscar alternativas “fora da caixa” e assumir riscos quando necessário.

Nada disso é possível, no entanto, se o negócio tiver lideranças que atuem de forma microgerenciadora com as equipes. É preciso estimular a autonomia e dar liberdade para que os colaboradores encontrem soluções e testem suas ideias. Isso também é muito importante para que eles assumam responsabilidades para além das que já têm. E, evidentemente, vale sempre ressaltar: a segurança psicológica é imprescindível nesses casos. Afinal, se sentirem que serão punidos ao falharem, a tendência é que parem de tentar.

É importante, ainda, fornecer os recursos necessários para que os profissionais consigam desenvolver novas ideias e conceitos. Isso envolve tanto a questão financeira quanto o apoio de outros colaboradores, tempo, espaço e orientação necessária. Nesse sentido, também é fundamental não apenas reconhecer o esforço por buscar algo novo, como também recompensá-lo. Por isso, também é uma boa prática implementar programas que estimulem o intraempreendedorismo, o que inclui bonificações, promoções e outros benefícios oferecidos a quem se dedica a pensar disruptivamente.

Também é fundamental estimular o trabalho em equipe, colocando pessoas de diferentes setores, experiências profissionais e até mesmo vivências para interagirem e colaborarem. Esse cuidado é fundamental para que mais colaboradores se envolvam nos projetos – o que também pode resultar em ainda mais criatividade e inovação.

Além disso, é importante ter objetivos bem definidos. Afinal, os profissionais precisam saber o que a empresa espera deles para que possam realizar um trabalho mais assertivo.

Por último, mas não menos importante, é importante que a empresa estimule o lifelong learning na cultura organizacional. O termo se refere à busca contínua por conhecimento, aperfeiçoamento e desenvolvimento, seja na esfera pessoal, acadêmica ou profissional. Para quem adota essa mentalidade, a ideia de educação contínua está relacionada a fatores como automotivação, curiosidade, proatividade e autonomia – não somente a cursos e graduações.

Aliás, vale ressaltar que, para identificar quem são os colaboradores com perfil intraempreendedor na sua empresa, é recomendado usar mapeamentos complexos como os gerados pelo Etalent Pro.

 

Relação entre o intraempreendedorismo e as lideranças

Os líderes são figuras centrais na estrutura de qualquer empresa e, por isso, eles têm papéis e responsabilidades distintos em relação aos outros profissionais que compõem o Capital Humano.

Não à toa, a atuação desses profissionais é fundamental na hora de determinar o sucesso ou fracasso de uma organização no mercado competitivo. Nada mais natural, já que a gestão de colaboradores é um assunto que permeia diretamente a saúde do negócio e dos próprios profissionais, podendo servir como um estímulo à produtividade quando é bem exercida, ou sendo algo que mina de vez o engajamento, quando esses papéis são assumidos por profissionais despreparados.

Quando o assunto é o intraempreendedorismo, a atuação desses profissionais é o que vai definir se é possível ou não colocar essa competência em prática. Afinal, como vimos ao longo deste artigo, estabelecer este como um valor da cultura organizacional depende, diretamente, de pontos como a autonomia dada ao Capital Humano. Quando as lideranças gerem os colaboradores de forma verticalizada e centralizam a tomada de decisão, não há espaço para que os profissionais sejam criativos ou experimentem – afinal, tudo acaba tendo que passar pelo crivo da gestão. Por isso, para que seja possível ter profissionais envolvidos com o intraempreendedorismo, é preciso, antes, treinar os gestores para que sejam líderes competentes.

Vale ressaltar que existem diferenças consideráveis entre chefes e líderes. Enquanto o primeiro exerce o comando de forma centralizadora, o segundo exerce a liderança orientando, confiando, incentivando, incluindo-se nos times e trabalhando sinergicamente com eles. Por isso, é preciso que as empresas formem líderes para que os profissionais consigam agir como intraempreendedores. Apenas assim haverá a abertura necessária para a experimentação e a busca por soluções inovadoras.

Um bom líder sabe como administrar questões particulares, como seus medos, inseguranças e frustrações, enquanto lida com outras pessoas da melhor maneira possível. Esses profissionais acolhem os colaboradores – afinal, eles entendem que é preciso oferecer apoio e segurança para que o desenvolvimento profissional aconteça. O líder se preocupa em ser uma referência; uma figura inspiradora com o qual os liderados sabem que podem contar. Isso requer, evidentemente, soft skills complexas, como empatia, escuta ativa, autoconhecimento e inteligência emocional.

 

Empresas que são referências de intraempreendedorismo

Ao longo deste artigo, falamos de alguns casos emblemáticos de intraempreendedorismo ocorridos em grandes empresas – alguns deles, fizeram com que elas se tornassem referência no assunto.

Entretanto, elas não são as únicas a assumir o intraempreendedorismo como um valor central. Dentre os exemplos, destacamos:

Dreamworks

A Dreamworks também é um exemplo de como uma empresa pode adotar o intraempreendedorismo como parte da sua cultura organizacional. O estúdio de animações investe em cursos de desenvolvimento para artistas e estimula os profissionais a enviarem ideias sobre os projetos criativos dos filmes feitos pela empresa. Além de ajudar a melhorar a qualidade do trabalho feito, o estúdio desenvolve o potencial dos artistas, o que os faz se tornarem referências no ramo. Logo, isso é revertido em alto engajamento interno e reputação da empresa.

Shutterstock

A Shutterstock, empresa dona de um dos maiores bancos de imagens gratuitos do mundo, foi outra a utilizar das hackathons para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos. Neste caso, as inovações mais significativas foram o Spectrum, motor de busca que faz pesquisas dentro da plataforma a partir de cores, e o Oculus, que faz análise de dados. Ambas são utilizadas até hoje e ajudaram a elevar o patamar dos serviços que a empresa oferece.

Bosch

Desde o início da trajetória, a multinacional Bosch investiu em diversas ferramentas para inovação como traço característico na cultura organizacional. Por isso, o negócio é fortemente marcado pelo intraempreendedorismo e uma das atitudes que comprovam esse valor foi a criação das chamadas intrastartups, ou seja, setores autônomos dedicados a criar e testar soluções dentro da empresa. Elas são formadas por colaboradores que devem sempre buscar atender às necessidades do mercado, seja interno ou externo. Esse tipo de estímulo traz resultados positivos para a empresa – em Curitiba (PR), isso impulsionou o desenvolvimento de novos negócios.

Intel

A Intel é outra organização que tem no currículo diversos casos relacionados a investimentos no intraempreendedorismo. Um dos mais conhecidos foi quando a empresa executou um projeto na Índia pensando nas necessidades do mercado local. Naquela ocasião, a Intel ajudou com a automação para serviços dos varejistas locais, reduzindo os custos de operação, o que manteve a competitividade naquele mercado.

 

6 dicas para ser um profissional intraempreendedor

Desenvolva a proatividade

A proatividade é uma competência comportamental diretamente associada à iniciativa e, por consequência, à capacidade de se antecipar aos problemas e desafios diários. Profissionais com esse perfil não têm medo de assumir a responsabilidade das situações e, comumente, tomam a iniciativa antes mesmo que alguém os peça para executar alguma tarefa. Por isso, essa é uma competência indispensável para quem deseja se tornar um intraempreendedor. Afinal, esses colaboradores precisam ter autonomia e disposição para assumir responsabilidades e, eventualmente, até mesmo a liderança de determinados projetos. Além disso, como essas pessoas estão sempre em busca de oportunidades de melhorias, é muito importante que não percam tempo esperando ordens dos superiores e já sinalizem as chances sempre que as identificarem.

Exercite a criatividade

A criatividade é uma habilidade que diz respeito à capacidade de imaginar, inventar, criar ou produzir. Dada a definição, fica fácil de entender por que é uma habilidade tão valorizada no mercado. Profissionais criativos conseguem encontrar soluções inovadoras com mais facilidade, uma vez que dão mais abertura para a experimentação, além do processo de “tentativa e erro”. Por isso, essa também é uma competência importante para quem deseja adotar uma postura intraempreendedora na empresa.

Assuma riscos

Os riscos também fazem parte da rotina de um intraempreendedor. Afinal, como vimos, essas pessoas se dedicam a encontrar formas de melhorar processos internos, o que inclui tentar e errar – e isso leva a assumir riscos, evidentemente. É bom ressaltar que não se trata de estar o tempo inteiro no “modo all in“, onde se aposta tudo que foi conquistado. Muito pelo contrário, até: é preciso saber quando e onde arriscar.

Desenvolva habilidades de empreendedorismo

Ter uma gama de soft skills bem desenvolvidas também é muito valioso para um intraempreendedor. Pensamento crítico, liderança, resiliência, criatividade, além de mindset de crescimento são algumas das mais importantes para desenvolver a capacidade de agir como um empreendedor.

Para identificar se você tem as principais competências de um verdadeiro intraempreendedor, o Relatório do Empreendedor é um recurso que mostra de maneira clara e objetiva se você tem aptidão natural para exercer esse papel.

Melhore o networking

O networking é o ato de criar e manter uma rede de contatos profissionais com pessoas de aspirações e interesses parecidos, a fim não apenas de fortalecer um negócio, como também de agregar valor a si mesmo enquanto colaborador. Para quem deseja se tornar um intraempreendedor, ter uma rede de contatos ampla e sólida, que possa colaborar com o andamento dos projetos, faz toda a diferença. Afinal, a troca de experiências entre os profissionais é parte significativa de um projeto de intraempreendedorismo.

Exercite a comunicação assertiva

A comunicação assertiva trata da habilidade de se comunicar de forma clara, elencando todas as informações necessárias. Logo, isso corresponde a se fazer bem entendido, coerente e não deixar espaço para dúvidas ou desentendimentos. Para um intraempreendedor, saber comunicar as ideias de forma clara, persuasiva e convincente é importante para envolver e engajar os colegas, bem como convencer os gestores a apoiarem os projetos. Por isso, essa também é uma habilidade importante.

O intraempreendedorismo é mais uma prova de que, quando o Capital Humano se sente valorizado, seguro e satisfeito nas próprias funções, os resultados são muito melhores. Não à toa, as empresas mais rentáveis entendem que as pessoas são o maior bem de qualquer negócio e o verdadeiro responsável pelo sucesso no mercado. Por isso, dando autonomia, flexibilidade e espaço para que essas pessoas trabalhem, a inovação é apenas uma questão de tempo.

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Fernanda Misailidis

Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.

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