A empregabilidade é um assunto em ascensão no mercado corporativo, já que diz respeito ao potencial de contratação de um colaborador. Contudo, muitas pessoas entendem esse processo de forma equivocada e se enganam ao pensar que ele contempla somente as habilidades técnicas, também conhecidas como hard skills. Evidentemente, esse tipo de conhecimento é importante para consolidar uma carreira de sucesso, bem como processos como reskilling, upskilling e a adoção da mentalidade de aprendizado contínuo. Porém essa está longe de ser a única coisa que deve ser levada em conta na hora de se desenvolver enquanto profissional.
O comportamento faz muita diferença no aumento da empregabilidade. Isso porque, ao conhecer o seu perfil comportamental, um indivíduo entende quais são suas soft skills, ou competências comportamentais, e como ele pode utilizá-las em prol dos resultados no contexto corporativo. Por décadas, esse tipo de conhecimento foi desconsiderado em processos de Recrutamento e Seleção, uma vez que as empresas contratavam pensando unicamente nos aspectos técnicos que cada profissional poderia oferecer. Hoje em dia, há mais entendimento sobre a gestão de pessoas e sabe-se que é praticamente impossível se destacar sem que fatores como este sejam uma prioridade para a empresa.
Isso por conta de um motivo específico: pessoas que não estão adequadas aos seus cargos que exercem, eventualmente, perdem potencial produtivo e se tornam infelizes. Em grande parte das vezes, vale mais a pena contratar um profissional menos experiente, mas com aderência ao perfil desejado para a vaga e ao fit cultural da empresa, do que focar em um sênior cujo perfil comportamental seja o oposto ao desejado. Afinal, a falta de técnica pode ser resolvida com treinamentos internos. Já o comportamento é bem mais difícil de mudar – e, por vezes, ter apenas um profissional no lugar errado já compromete o trabalho de equipes inteiras. É o caso de gestores que não sabem lidar com pessoas, por exemplo.
Por isso, a empregabilidade é um assunto complexo e que, nem sempre, se resolve com apenas cursos, graduações e MBAs. Mas não se preocupe; com as dicas deste artigo, você vai descobrir como manter a sua empregabilidade em alta. Boa leitura!
- O que é empregabilidade?
- Diferenças entre empregabilidade e trabalhabilidade
- A realidade da empregabilidade no Brasil
- Qual a importância da empregabilidade para uma empresa?
- Os 6 pilares da empregabilidade
- Fatores que influenciam a empregabilidade
- Como identificar os talentos com boa empregabilidade?
- Como calcular a empregabilidade de um profissional?
- Como estimular a empregabilidade na empresa?
O que é empregabilidade?
De modo objetivo, a empregabilidade de uma pessoa diz respeito a um conjunto de conhecimentos, tanto de ordem técnica quanto comportamental, que tornam um profissional mais atraente para a contratação durante processos seletivos. Extrapolando o sentido inicial, algumas pessoas entendem empregabilidade como a capacidade de um colaborador se manter empregado.
Em ambos os casos, esse processo envolve pontos como a capacidade de aprender continuamente, o quanto a pessoa está adequada às demandas mercadológicas, se as habilidades que possui estão atualizadas ou mesmo se o perfil comportamental do indivíduo está alinhado aos valores defendidos pela empresa. Grosso modo, a empregabilidade de uma pessoa define o quão “empregável” ela está, mediante as necessidades do mercado.
Essa preocupação se torna especialmente relevante em um momento em que as vagas vêm sendo cada vez mais disputadas. No Brasil, por mais que a taxa de desemprego esteja em queda, no quarto trimestre de 2022, o índice ficou em 7,9%, segundo dados do IBGE. Curiosamente, também existe uma carência de profissionais qualificados no mercado, uma vez que as empresas têm dificuldades para encontrar talentos capazes de lidar com as suas demandas. De acordo com essa matéria publicada pelo G1, feita a partir de uma pesquisa do final de 2022, 84% das organizações passam por esse problema, sendo a falta de capacitação e prontidão os maiores responsáveis por esse panorama.
Logo, manter a empregabilidade alta se tornou uma forma de lidar com essas questões – afinal, assim, os colaboradores conseguem mais destaque e, talvez, até mesmo atingir os níveis de prontidão esperados por empresas que sofrem com a escassez de talentos qualificados.
O conceito de empregabilidade também está relacionado à vontade contínua de aprender e se aprimorar. Manter-se atualizado em novidades e tendências, conhecer novas tecnologias, além de desenvolver o autoconhecimento são pontos-chave para quem deseja melhorar a sua atratividade como profissional e mudar a própria visibilidade no mercado competitivo. Logo, o termo reflete a valorização de determinado talento no cenário competitivo.
Origem do conceito
O termo surgiu nos meados da década de 1990, a partir dos estudos de José Augusto Minarelli, um dos maiores especialistas brasileiros em recolocação e aconselhamento de carreira. No livro “Empregabilidade: Como entrar, permanecer e progredir no mercado de trabalho” (1995), ele discorre extensamente sobre o conceito, explicando como esse deve ser um tópico de atenção para profissionais que desejam se destacar no mercado de trabalho.
De acordo com Minarelli, profissionais capacitados e experientes tendem a ter uma empregabilidade mais alta, já que eles costumam chamar a atenção de mais organizações – inclusive, fazendo com que elas disputem por seus serviços. Por isso, o autor entende que há uma relação direta entre a empregabilidade de uma pessoa e o tempo que ela passa em determinada função, já que esse é um fator primordial para que ela desenvolva expertise em sua área de atuação.
Minarelli também chama atenção para o fato de que manter a empregabilidade alta é uma forma de se prevenir dos riscos de um mercado incerto. Afinal, caso o colaborador tenha que lidar com uma infelicidade repentina, como demissões em massa, por exemplo, ou simplesmente deseje mudar os ares em outra empresa, o fato de estar atualizado com as demandas mercadológicas o ajuda a conseguir outro trabalho rapidamente.
Diferenças entre empregabilidade e trabalhabilidade
Por conta da similaridade dos termos e contextos, muitas pessoas confundem o significado de empregabilidade com o de trabalhabilidade, usando um para se referir ao outro e vice-versa. Embora os conceitos sejam relativamente parecidos e lidem com o mesmo âmbito, é importante ressaltar que os termos tratam de pontos distintos entre si, remetendo a situações diferentes.
Como explicamos, a empregabilidade diz respeito especificamente ao potencial de um profissional de se manter atrativo para o mercado de trabalho. Esse assunto entrou em voga especialmente durante o processo de globalização, e vem retornando ao cenário por conta de panoramas mais recentes, que também envolvem uma nova fase de avanços tecnológicos notáveis, como o uso das Inteligências Artificiais e metaverso.
Já a trabalhabilidade descreve a capacidade de uma pessoa desenvolver habilidades para gerar renda, seja isso como um profissional ligado a uma empresa, empreendedor, autônomo, freelancer, dentre diversas outras possibilidades. Nesse caso, não se trata de estar adequado às demandas do mercado, mas, sim, de conseguir ser criativo para trabalhar mesmo em situações adversas.
Uma pessoa que não consegue um emprego formal e aprende a cozinhar para vender doces, por exemplo, aprimora a sua trabalhabilidade. É o mesmo princípio que rege um indivíduo que abre um negócio e precisa aprender diversas competências voltadas para a administração e o empreendedorismo, por exemplo.
Vale mencionar que esse é um assunto muito comum no contexto educacional, principalmente por conta da necessidade de estimular a trabalhabilidade dos alunos para que, caso não consigam se inserir no mercado formal, tenham outros meios de conquistar sua independência financeira.
A realidade da empregabilidade no Brasil
O Brasil sofre com um sério problema de carência de profissionais qualificados há algum tempo. Durante a pandemia de covid-19, essa realidade ficou ainda mais acentuada, uma vez que a taxa de desemprego chegou a alarmantes 13,8%. Para além desse fato, também houve, durante o período, movimentos de demissão em massa, como o Great Resignation. Esta onda, por sinal, teve efeito no mundo inteiro, uma vez que os profissionais protestaram contra a volta da modalidade de trabalho presencial durante momentos de alto risco de contágio. As demissões também eram uma forma de reivindicar uma melhor qualidade de vida para o Capital Humano durante o período.
Hoje, por mais que o desemprego esteja menor, a empregabilidade no contexto brasileiro ainda é uma questão delicada. Afinal, existem alguns problemas “ocultos” que os índices econômicos, isoladamente, não são capazes de mostrar. A começar pela distribuição das vagas, que são concentradas, sobretudo, na região Sudeste. Além disso, nem todos os setores vêm oferecendo oportunidades para seus profissionais. Logo, em alguns casos, mesmo profissionais capacitados e com alta empregabilidade podem ter dificuldades com o mercado.
Outro ponto que vale ressaltar quanto aos profissionais é que, dada a desigualdade socioeconômica do país, nem todos conseguem se capacitar ou desenvolver da mesma forma – o que é, inclusive, um dos motivos para a falta de profissionais altamente qualificados. Logo, quem pode investir (financeiramente falando) em treinamentos, cursos, MBAs e afins acaba se destacando e se inserindo no mercado com mais facilidade. Não à toa, segundo dados do IBGE, os níveis de desemprego são maiores entre os grupos que não têm ensino superior completo. Já esta pesquisa do Instituto Semesp aponta que profissionais com formação superior têm 54% a mais de chance de conseguir um emprego do que aqueles que têm apenas o ensino médio ou fundamental completo.
Qual a importância da empregabilidade para uma empresa?
Manter a empregabilidade em dia é algo benéfico não apenas para os colaboradores, como também para a empresa onde eles atuam. Afinal, isso significa se manter atualizado em relação às tendências mercadológicas, estar aberto ao aprendizado contínuo e buscar meios de contribuir para um clima organizacional positivo. Até porque um ambiente de trabalho saudável é extremamente importante para que os bons resultados apareçam – e isso depende, sobretudo, de pontos como as competências comportamentais e o autoconhecimento dos profissionais.
Esse processo de desenvolvimento, no entanto, não deve partir unicamente do Capital Humano; para as empresas, também é interessante investir na empregabilidade de seus profissionais. Oferecendo treinamento e desenvolvimento (T&D) adequados, além de processos como upskilling e reskilling, a organização qualifica seus profissionais, aumentando os seus níveis de prontidão.
Vale frisar que a capacitação é um passo importante para reter os talentos em uma empresa – afinal, se as pessoas sentem que não há investimento nelas, a tendência é que elas busquem oportunidades em outros lugares. Além disso, quando a empresa consegue contratar um colaborador com um alto nível de empregabilidade, é comum que ele tenha níveis de produtividade mais altos, o que impacta diretamente os resultados obtidos.
Outro ponto que vale mencionar são as chamadas mudanças geracionais. De tempos em tempos, alguns cargos deixam de existir enquanto outros surgem. Investir na empregabilidade é uma forma de a empresa reutilizar os seus talentos, garantindo que, caso a mudança aconteça, prontamente a empresa já tenha um profissional adequado para a nova demanda. Para os colaboradores, aliás, esse é um dos principais argumentos para manter a empregabilidade em dia.
Por fim, uma organização que preza pela empregabilidade constrói uma reputação positiva como marca empregadora. Assim, ela fica conhecida como uma organização que incentiva o aprimoramento de habilidades e que investe em seus profissionais para isso. Logo, a empresa passa a despertar olhares de curiosidade e admiração, o que melhora a atração de talentos em processos de Recrutamento e Seleção.
Os 6 pilares da empregabilidade
Para algumas pessoas, a ideia de empregabilidade pode parecer algo subjetivo e relativamente nebuloso. Afinal, nem sempre a aptidão técnica e a atualização sobre boas práticas e tendências são o suficiente para garantir que um profissional se destaque em processos seletivos. Contudo, existem alguns fatores definidos por Minarelli que servem como pilares dessa ideia. Por isso, devem sempre ser usados como pontos norteadores na hora de se autodesenvolver.
Adequação vocacional
A adequação vocacional expressa a afinidade que um colaborador tem com a função que exerce. Por mais que este pareça um critério óbvio, ainda há muitos profissionais no mercado que acabam exercendo cargos com os quais não se identificam – o que não é bom para eles, tampouco para a empresa onde trabalham. É válido ressaltar que a forma com que um profissional lida com sua função está diretamente relacionada ao seu comportamento – e ao fato dele conseguir (ou não) usar suas características naturais em seu cargo.
Uma boa forma de avaliar se os profissionais em uma empresa estão exercendo cargos de acordo com suas tendências comportamentais é utilizando um bom software de gestão de pessoas. O Etalent PRO oferece uma série de relatórios voltados para a adequação comportamental que permitem não só entender como isso acontece dentro da empresa, como também realizar processos seletivos mais assertivos que já considerem esse fator.
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Competências técnicas
As competências técnicas estão relacionadas às habilidades que o profissional possui, além do quão atualizado ele está em relação ao mercado. Isso engloba formação, cursos, mestrados, doutorados, MBAs ou quaisquer outros tipos de conhecimentos acadêmicos e/ou formais. Também leva-se em conta o quanto ele se mantém informado em relação às novidades, tendências e inovações em seu segmento de atuação.
Ética profissional
A ética profissional está diretamente relacionada à forma com que cada pessoa encara o trabalho, as relações e as responsabilidades trazidas por ele. Apesar deste ser um conceito subjetivo e que pode ter significados diferentes para cada pessoa, no geral, ele envolve respeito pelos colegas, pela empresa e pela própria profissão. Frequentemente, colaboradores associados a condutas antiéticas são rechaçados por organizações durante processos seletivos.
Saúde física e mental
A saúde mental e física também são pontos que ajudam a melhorar a empregabilidade de um colaborador. Afinal, profissionais que conseguem manter o equilíbrio entre esses fatores são mais produtivos, o que gera melhores resultados para a empresa e, consequentemente, faz com que eles permaneçam nelas por mais tempo. Nesse ponto, o autocuidado e a ponderação são fundamentais.
Contudo, é sempre válido ressaltar a importância de oferecer benefícios como desconto em academias e um bom programa de saúde mental para ajudar a mantê-los bem nesse sentido. Até porque, principalmente quando o assunto é a saúde mental, a organização também pode trazer muitos impactos para os colaboradores – tanto para o bem quanto para o mal.
Finanças pessoais
A saúde financeira de um colaborador também é um aspecto importante para a sua empregabilidade. Dessa forma, ele consegue se blindar de instabilidades durante a carreira e pode até mesmo investir no seu autodesenvolvimento. O controle dos gastos permite que um colaborador que busca recolocação no mercado, por exemplo, não se desespere e aceite qualquer vaga, além de dar mais tranquilidade para focar no trabalho, caso a pessoa tenha que lidar com alguma adversidade financeira.
Relacionamentos interpessoais
Ser capaz de manter um bom relacionamento interpessoal com os colegas também é fundamental para aumentar a empregabilidade. Afinal, como mencionamos, ambientes de trabalho positivos ajudam a aumentar a produtividade e a felicidade dos profissionais enquanto exercem suas funções. Além disso, ser bem relacionado também traz boas oportunidades de networking, o que é bom tanto para a empresa quanto para o profissional, que facilita sua trajetória no mercado de trabalho.
Fatores que influenciam a empregabilidade
Existem diversos fatores que influenciam a empregabilidade de uma pessoa. Alguns deles, inclusive, são externos, ou seja, não dependem da vontade do profissional, mas de conjunturas políticas, econômicas e sociais que envolvem o país. A taxa de desemprego, por exemplo, é uma delas. A já citada falta de profissionais qualificados, que tem origem, sobretudo, na educação desigual entre os brasileiros de classes sociais distintas, é outro ponto que deve ser mencionado.
Mas há pontos importantes para a empregabilidade que estão diretamente relacionados aos profissionais e a sua atuação no mercado de trabalho. Dentre alguns deles, podemos citar:
- A formação acadêmica, principalmente quando os profissionais constroem uma trajetória voltada para a especialização, aprofundando e dominando uma área específica;
- O perfil profissional, que precisa ter o comportamento adequado às funções do cargo e estar de acordo com valores defendidos pela empresa;
- A experiência de mercado, que pode ser decisiva em muitos processos seletivos;
- A rede de relacionamentos, já que o networking facilita a recolocação e até a obtenção de melhores oportunidades;
- As soft skills, já que elas são fundamentais para manter o ambiente de trabalho produtivo, colaborativo e as pessoas, satisfeitas;
- A visão de mercado, já que estar em dia com as demandas é algo muito valorizado dentro das organizações, tanto na hora de manter um colaborador quanto para contratar um novo;
- A disposição para aprender, uma vez que isso permite processos como o upskilling e reskilling, além de aumentar o nível de qualificação de um profissional.
Como identificar os talentos com boa empregabilidade?
A empregabilidade é uma via de mão dupla. Como este termo trata da capacidade de um colaborador se manter em um cargo, é importante que a empresa ofereça os meios para reter o talento, assim como o profissional invista nessa capacidade.
Durante processos seletivos, existem alguns sinais simples que indicam uma boa empregabilidade por parte dos colaboradores. Dentre eles, destacamos:
Falar sobre as experiências
Conseguir falar bem sobre as próprias experiências é um indicativo positivo em termos de empregabilidade. Afinal, isso expressa a consciência que o colaborador tem de seu desenvolvimento enquanto profissional. Independentemente de ter trabalhado em apenas um lugar ou em vários, é importante que haja clareza quanto à sua contribuição para a(s) empresa(s), ao aprimoramento de habilidades e ao autodesenvolvimento.
Ter um currículo atualizado
Currículos atualizados também são um bom indicativo. Afinal, candidatos que se preocupam em manter o documento em dia demonstram interesse na vaga, além de querem causar uma boa impressão nos recrutadores. Vale ressaltar, ainda, que os currículos devem ser atualizados para responder a cada candidatura, atendo-se a mencionar apenas o que seja relevante para aquele cargo. De nada adianta mencionar um curso de jardinagem, por exemplo, se o intuito é conseguir uma vaga como contador.
Investir em si
Candidatos com uma boa empregabilidade investem em seu autodesenvolvimento – e isso fica visível em seu currículo. É comum que, nesses casos, os documentos tenham cursos de capacitação, qualificação, idiomas, dentre outras possibilidades que atestem que aquele profissional se importa com o autodesenvolvimento.
Fazer boas entrevistas
Outra característica comum em pessoas com boa empregabilidade é que, independentemente do formato, elas fazem boas entrevistas. Sejam dinâmicas de grupo, entrevistas individuais, online, presenciais ou de qualquer tipo, essas pessoas são eficientes em apontar seus pontos de destaque, assim como reconhecer aqueles que precisam de atenção. Além disso, é comum que elas saibam utilizar técnicas como o storytelling nesses momentos, sempre adequando a narrativa aos valores defendidos pela empresa.
Como calcular a empregabilidade de um profissional?
O índice de empregabilidade é um indicador que envolve as competências de um profissional, a de seus concorrentes e as demandas mercadológicas. Ao analisar esses três pontos, um indivíduo consegue entender como está posicionado, em termos de competitividade, dentro do seu segmento.
Para entender como anda o seu índice de empregabilidade, um colaborador pode fazer um cálculo simples, oferecido em diversas plataformas online. Basta levar em conta os seguintes pontos:
- O perfil do candidato;
- Os perfis dos demais profissionais;
- Variáveis externas, como a quantidade de vagas abertas em sua área de atuação.
Ter conhecimento sobre esses pontos permite que o profissional tenha mais clareza sobre a probabilidade de conseguir uma vaga. Essa medida também é importante para planejar os passos no mercado de trabalho, aprimorar o currículo e até mesmo para entender se há chance de sofrer um desligamento em algum momento, por exemplo. Vale ressaltar, inclusive, que a empregabilidade envolve a ideia de compatibilizar habilidades e competências com as demandas mercadológicas e, por isso, esse tipo de teste é bem interessante para se manter sempre atualizado.
Como estimular a empregabilidade na empresa?
Para manter a empregabilidade de um profissional, é importante que a empresa invista em formas de promover o desenvolvimento de suas habilidades. De nada adianta fazer um processo seletivo pensando em contratar os talentos com maiores índices de empregabilidade e não garantir, dentro da organização, medidas voltadas para a manutenção dessa qualidade. Os profissionais precisam se manter em processo constante de aprendizado, e isso parte tanto da vontade deles quanto da empresa.
Os planos de desenvolvimento individual (PDIs) assumem uma função muito importante nesse cenário. Esse é um recurso pensado para aprimorar os conhecimentos, comportamento e habilidades de uma pessoa no contexto profissional. Além disso, os PDIs alinham os objetivos da empresa aos dos colaboradores, o que é fundamental para criar capacitações mais específicas e que respondam diretamente às necessidades da organização – e às do mercado.
Outro fator interessante que deve ser mencionado é o oferecimento de programas de recrutamento interno. Com essa prática, ao invés de recorrer ao mercado de trabalho toda vez que uma nova vaga se abre, a empresa realoca profissionais que já atuam nela para desempenhar novas funções. Dessa forma, a organização dá a oportunidade de os profissionais assumirem novas funções em áreas distintas, expandindo o seu leque de habilidades e competências a partir de um processo de job rotation. Logo, eles se tornam mais capacitados e flexíveis em relação às próprias skills.
Além disso, é de suma importância que a empresa apoie o desenvolvimento individual de seus colaboradores, criando, se possível, uma cultura de aprendizagem. A organização deve adotar um papel de estímulo para além dos treinamentos em si. É interessante que ela disponibilize material nos canais de comunicação interna, ofereça palestras, workshops e benefícios corporativos voltados para o autodesenvolvimento, como bolsas de estudos.
O papel do RH
Nesse cenário, o departamento de Recursos Humanos assume funções fundamentais, que vão desde estudos de tendências até o desenvolvimento das habilidades dos colaboradores baseado no seu comportamento. Também é importante que o RH conheça as tecnologias que estão sendo usadas para, assim, entender como usá-las a fim de garantir um gerenciamento mais efetivo do Capital Humano, onde ele seja estimulado a se desenvolver.
O RH deve, antes de tudo, conhecer bem a cultura organizacional da empresa. Esse é o primeiro passo para entender como ela lida com o desenvolvimento profissional de seus colaboradores. É importante observar se há estímulo para melhorar, espaço para tal e se há reconhecimento para quem se esforça para este fim. Nesse sentido, é fundamental observar pontos como os níveis de motivação dos profissionais e a capacidade de reter os talentos. Pesquisas organizacionais voltadas para esses pontos, como mapeamentos de clima, também podem ser aplicadas pelo RH para entender melhor o panorama. Os resultados vão ajudar a identificar quais ações a organização deve implementar para melhorar a empregabilidade de seus colaboradores.
Para saber mais sobre o Mapeamento do Clima Comportamental, clique aqui.
Além disso, o RH pode ajudar a criar programas de Recrutamento e Seleção mais assertivos e que tenham as habilidades técnicas e comportamentais desejadas pela empresa. Assim, fica mais fácil contratar profissionais adequados às funções e que tenham, sobretudo, predisposição para aprender novas competências. Isso facilita a manutenção da alta empregabilidade, já que, de antemão, a empresa constrói um Capital Humano com um perfil voltado para esse tipo de característica.
O RH também é diretamente responsável pelo treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. Cabe ao setor encontrar as melhores formas de aprimorar as habilidades de cada profissional – sempre levando em conta o aspecto comportamental. Para isso, inclusive, a utilização de relatórios de desenvolvimento é fundamental. Assim, o setor consegue potencializar os talentos, fazendo com que o processo de desenvolvimento seja feito de forma personalizada. Além disso, é importante mencionar que o RH também fica responsável por alinhar o processo aos anseios da empresa. Logo, precisa identificar lacunas e planejar o progresso do Capital Humano de forma a atender a essas demandas.
O papel dos profissionais
Os profissionais são os principais responsáveis pela própria empregabilidade. Afinal, além de serem os maiores interessados em manter os níveis altos, as pessoas são os grandes agentes quanto a esse assunto. Ou seja, cabe a cada um entender como se posicionar no mercado e procurar formas de se adequar às demandas. Definitivamente, essa não é uma tarefa fácil, mas depende, sobretudo, da disposição e da responsabilidade de cada um para investir em si mesmo. É importante estar atento para evitar a acomodação e a zona de conforto.
Além disso, é importante que as pessoas estejam dispostas a desenvolver seu autoconhecimento para entender, por exemplo, quais são suas habilidades comportamentais – algo que ainda é menosprezado por muitos profissionais. Apesar disso, a ciência permite que elas identifiquem pontos de destaque e os que precisam de atenção. Esse tipo de preocupação ajuda a potencializar os seus talentos, além de encontrar empresas com as quais compartilham de valores parecidos.
De acordo com a Metodologia DISC, uma das ciências comportamentais mais importantes do mundo, existem quatro fatores responsáveis por determinar o comportamento de uma pessoa: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade. Cada um deles conta com uma série de características distintas, mas todos nós possuímos os quatro em algum nível. É a forma com que os utilizamos que define quais vão se sobressair no nosso estilo comportamental.
Evidentemente, essas distinções de perfis comportamentais também afetam pontos como o desenvolvimento dos profissionais e indicam, inclusive, um caminho mais saudável para o aprimoramento. Uma pessoa com alta eStabilidade, por exemplo, tende a ser mais paciente do que uma com alta Dominância, o que faz com que os processos de aprendizado das duas sejam bem distintos. Enquanto uma provavelmente tem mais facilidade para ler sobre o assunto, a outra precisa de estímulos mais interativos, por exemplo. É importante ter esse tipo de clareza para evitar a frustração de tentar se aprimorar em aspectos contrários às características intrínsecas. Afinal, quando isso acontece, todo o processo se torna mais desgastante.
A empregabilidade é um assunto que chama a atenção de diversas empresas e profissionais. Afinal, esse é um ponto importante para a retenção de talentos, capacitação profissional e para que uma pessoa consiga se manter ativa no mercado competitivo. É investindo na empregabilidade dos seus colaboradores que as empresas conseguem desenvolvê-los, tornando as equipes mais aptas a lidar com as incertezas do cenário. Esse é um grande passo na conquista por resultados extraordinários e no sucesso do negócio.
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Fernanda Misailidis
Fernanda Misailidis é jornalista e atua como Assessora de imprensa e Embaixadora da ETALENT. Carioca, é apaixonada por artes, ama estar nos palcos e não vive sem teatro.